quinta-feira, 30 de junho de 2005
Citações
É sempre interessante saber como os contemporâneos de Jesus o descrevem e nos transmitem a sua vida e os seus ensinamentos.
Principalmente se tais descrições nos chegam por escritos que não foram adulterados, e escaparam às adaptações e às conveniências de Constantino e de outros ilustres ideólogos do cristianismo.
Eis algumas citações, escolhidas ao acaso, do evangelho gnóstico do apóstolo Filipe:
«Alguns dizem que Maria concebeu do Espírito Santo.
Erram, não sabem o que dizem.
Quando é que uma mulher concebeu de uma mulher?»
«Um burro girando em redor de uma roda de moinho, percorreu cem milhas. Quando o soltaram, viu que ainda estava no mesmo sítio.
Há homens que percorrem grandes trajectos e não chegam a nenhum lugar. Quando são surpreendidos pelo entardecer não viram nem cidade nem aldeia, nem criação nem natureza, potência ou anjo.
Em vão se fatigaram, os infelizes».
«A quem a mulher ama assemelhar-se-ão os filhos que ela conceber.
Se é seu marido, assemelham-se ao marido.
Se é um adúltero, assemelham-se ao adúltero.
Frequentemente, se uma mulher se deitar obrigada com o seu marido, estando, porém, o seu coração com o adúltero com quem habitualmente coabita, o filho que concebe assemelha-se ao adúltero.
No que diz respeito a vós, que estais com o filho de Deus, não ameis o mundo, mas amai o Senhor, para os que gerardes não se assemelhem ao mundo, mas que se assemelhem ao Senhor».
«Deus criou o homem e os homens criaram deuses e adoram a sua criação.
Mais valeria que os deuses adorassem os homens».
«Três mulheres caminhavam sempre com o Senhor: Maria, a sua mãe; a irmã desta; e Madalena, que é denominada «sua companheira»
A companheira do salvador é Maria Madalena.
O salvador amava-a mais do que a todos os discípulos e beijava-a frequentemente na boca».
Blogs
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De acordo com o «Sitemeter» os idiomas mais utilizados nos Blogs à escala mundial são os que constam do seguinte gráfico:
De acordo com o «Sitemeter» os idiomas mais utilizados nos Blogs à escala mundial são os que constam do seguinte gráfico:
É interessante realçar que (se ignorarmos os “desconhecidos”) o português é a terceira língua mais utilizada na Blogosfera, logo a seguir ao inglês e ao chinês.
É, de facto, motivo de orgulho saber que os portugueses (ainda que provavelmente ajudados pelos brasileiros) ocupam um lugar de destaque no domínio das novas tecnologias de comunicação.
Principalmente se for levado em linha de conta que a maior parte de visitas aos Blogs ocorre aos dias de semana e às horas normais de expediente...
terça-feira, 28 de junho de 2005
Em Busca da Legalidade Perdida
Existe aqui mesmo ao virar da esquina um Blog que é um exemplo do que melhor se tem feito por essa Blogosfera: o «Renas e Veados».
Pois é numa espécie de “joint venture” que o «Random Precision» e o «Renas e Veados» vão lançar um projecto, que pretende ser não mais do que uma pequena pedrada no charco da lenta modorra da sociedade portuguesa, e na inércia preguiçosa e muito pouco corajosa que tantas vezes caracteriza os nossos governantes e os nossos políticos, principalmente aqueles que se alojam na Assembleia da República.
O projecto é simples:
tem a ver com o casamento entre pessoas do mesmo sexo, um tema que já aqui foi uma vez abordado no «Random Precision», num post intitulado «O Casamento», e que esteve na origem de uma interessantíssima polémica na caixa de comentários.
O artigo 1.577º do Código Civil Português define o casamento da seguinte forma:
«Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida, nos termos das disposições deste Código».
Ou seja, o casamento não é mais do que um simples contrato, de natureza meramente civil, cuja celebração é posta à disposição das pessoas que tencionem constituir família mediante uma plena comunhão de vida.
Como é óbvio, este contrato tem, para as pessoas que o celebram, determinadas consequências: quer de ordem patrimonial quer de ordem pessoal.
Mas sempre consequências de natureza exclusivamente civil.
Assim sendo, a pergunta que parece óbvia é esta:
Se o casamento é um contrato de natureza exclusivamente civil e de consequências exclusivamente civis, porque motivo a lei civil restringe e limita a sua celebração a pessoas de sexo diferente?
É que o artigo 13º da Constituição da República Portuguesa estabelece de forma perfeitamente clara o princípio da igualdade entre todos os cidadãos e a absoluta interdição de qualquer forma de distinção entre eles:
O artigo 1.577º do Código Civil Português define o casamento da seguinte forma:
«Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida, nos termos das disposições deste Código».
Ou seja, o casamento não é mais do que um simples contrato, de natureza meramente civil, cuja celebração é posta à disposição das pessoas que tencionem constituir família mediante uma plena comunhão de vida.
Como é óbvio, este contrato tem, para as pessoas que o celebram, determinadas consequências: quer de ordem patrimonial quer de ordem pessoal.
Mas sempre consequências de natureza exclusivamente civil.
Assim sendo, a pergunta que parece óbvia é esta:
Se o casamento é um contrato de natureza exclusivamente civil e de consequências exclusivamente civis, porque motivo a lei civil restringe e limita a sua celebração a pessoas de sexo diferente?
É que o artigo 13º da Constituição da República Portuguesa estabelece de forma perfeitamente clara o princípio da igualdade entre todos os cidadãos e a absoluta interdição de qualquer forma de distinção entre eles:
«1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
«2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual».
Então, a conclusão só pode ser uma:
A expressão «de sexo diferente» contida no corpo do artigo 1.577º do Código Civil é, absoluta e inequivocamente INCONSTITUCIONAL!
Deste modo, o projecto entre o «Random Precision» e o «Renas e Veados» consiste precisamente no acompanhamento – jurídico e pessoal – de alguns casais homossexuais que conjuntamente se irão apresentar perante um Conservador do Registo Civil, solicitando a abertura de um processo de casamento.
Se tal processo for indeferido pelo Conservador, com a justificação de que o artigo 1.577º do Código Civil não permite a celebração de um contrato de casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, de imediato será interposto recurso da sua decisão.
Primeiro para o Tribunal da Relação e, se for caso disso, daqui para o Supremo Tribunal de Justiça e depois para o Tribunal Constitucional.
A inconstitucionalidade da norma do Código Civil é tão óbvia, que a decisão jurisdicional que vier a decidir sobre o caso só poderá ser uma!
domingo, 26 de junho de 2005
A Mulher Católica
As principais religiões do mundo definem-se a si próprias como defensoras de princípios éticos de honestidade, de paz e de tolerância e amor ao próximo.
No entanto, o que é facto é que, na prática, TODAS elas – quer historicamente, quer ainda agora – acabam por ser acérrimas opositoras de quem não perfilha as mesmas ideias, ou de quem tão simplesmente pratica o culto ao seu Deus de modo distinto.
É mesmo das religiões que provêm os mais chocantes exemplos de intolerância e preconceito.
E, se a Igreja Católica Apostólica Romana não é excepção, ela caracteriza-se também pela mais profunda e abjecta homofobia e pela mais inqualificável misoginia. Provavelmente mais ainda do que as restantes religiões.
Se não vejamos:
Logo nos princípios fundamentais das religiões cristãs, transmitidos directamente e sem intermediários pelo próprio Deus a Moisés, consta como mandamento: «não cobiçar a mulher alheia».
Ora, quer isto dizer que o próprio Deus reduziu a mulher a um mero e passivo objecto de cobiça, sem autonomia de vontade para a negar ou para lhe resistir.
E quer isto dizer que não resta ao homem outra alternativa para resguardar da cobiça alheia a mulher de que é “proprietário”, não a vontade da própria mulher (que a vontade da mulher não é para aqui chamada), mas somente o último recurso: a vontade divina.
E como a autoridade suprema só tem de legislar em função daquilo que é necessário e que é previsível que aconteça, nem sequer se deu ao trabalho de prever um mandamento que, reciprocamente, proíba a mulher de cobiçar o homem alheio.
Obviamente que a mulher não tem capacidade suficiente para levar a cabo uma tarefa tão masculina como é essa de «cobiçar».
Como está absolutamente fora de questão a própria mulher querer vir um dia... a ser cobiçada...
Na verdade, se alguma coisa é característica da Igreja Católica é o modo como a mulher é encarada como algo sujo e pecaminoso, um ser de segunda categoria e absolutamente desprovido de raciocínio, e que deve ao homem obediência cega.
O próprio celibato do clero não visa mais do que afastar todos aqueles santos homens, representantes de Deus na Terra, dessa coisa abjecta que é a mulher, que só os distrai das sagradas tarefas de Deus e os aproxima inexoravelmente do pecado.
Principalmente desde o Século IV com Santo Agostinho (que deve ter sido um tarado sexual de primeira apanha), o próprio modo como a Igreja Católica encara o sexo – simplesmente como algo porco e um horrível pecado contra Deus – reflecte-se imediatamente no modo como é encarado o “objecto” desse sexo: a mulher.
Assim, como poderia a Igreja Católica permitir a ordenação dessa coisa suja e abjecta que é a mulher? A mulher nem sequer tem dignidade para ajudar à missa, quanto mais para ser padre!
Desde há séculos, a mulher não é mais do que o oposto polo aristotélico do homem, e não serve para mais do que, pela negativa, o afirmar positivamente. Como o mal afirma o bem; como o negativo afirma o positivo.
E não são raros os exemplos históricos das mulheres que, por falharem nesse seu sagrado desígnio, foram queimadas como bruxas. Bastava que alguém desconfiasse que pensavam por si, ou que tão somente demonstrassem qualquer aptidão artística.
As próprias mulheres que se aproximaram de Deus, na pessoa de Jesus Cristo, são tratadas pela Igreja Católica com um machismo e uma misoginia que não se entende que ainda prevaleça e se aceite nos nossos dias.
Teria sido absolutamente normal que Jesus Cristo, afinal um homem, tivesse casado com Maria Madalena, a quem teria tratado como sua igual, e que teria sido sua fiel e confidente companheira. E que o teria acompanhado nos momentos mais difíceis da sua vida, e que nunca o abandonou, nem mesmo na hora da sua morte.
Mas, como está absolutamente fora de questão que Jesus Cristo, Deus e filho de Deus, do alto da sua santidade de Espírito Santo se tenha alguma vez «conspurcado» pelo contacto com uma mulher, desde logo a Igreja Católica imediatamente reduziu a pobre Maria Madalena ao nível mais baixo do escalão mais baixo que já por si era como mulher: passou a ser uma prostituta.
Mas o exemplo mais paradigmático da misoginia da Igreja Católica é o que se passa com a própria mãe de Jesus Cristo, a Virgem Maria.
A Maria de Nazaré foi pura e simplesmente negado ser mulher.
E para que Maria pudesse ser mãe, mesmo sem ser mulher, foi então determinado que fosse virgem, obviamente por intermédio de um dogma, que é para não haver mais discussões.
De tal modo que ninguém se importou que com isso o carpinteiro com quem era casada fosse automaticamente transformado assim numa espécie de «corno manso», incapaz de consumar o seu próprio casamento.
Uma vez mais com a persistente ideia (que para mim é inegavelmente muito suspeita) de que o sexo é uma coisa abjecta e suja, a Igreja Católica passou a tratar a mãe de Jesus como a «Virgem», a «Imaculada» ou outros impropérios do género, fazendo-a subir aos Céus toda ela, em alma e corpo, com hímen e tudo, sem sequer lhe dar direito a ter tido uma simples relação sexual na sua vida terrena.
Porque, para a Igreja Católica, depois de ter tido uma relação sexual a mulher nunca mais será a mesma e não serve já para mais nada.
Ao contrário do que acontece com o homem que, como toda a gente sabe, está acima dessas coisas. Até o seu esperma é sagrado e não pode ser derramado inutilmente, sob pena de morte.
A mulher, não. Porque a mulher já foi «tocada». Já foi «suja». Já tem uma «mácula» que nunca mais sai.
E, nem que fosse só para ser mãe, uma mulher assim «manchada», já não poderia subir aos Céus.
E mais: assim numa coisa que parece muito próxima de uma vulgar e africana excisão ritual de clitóris, nem sequer foi dado a Maria de Nazaré o direito de subir aos Céus sem antes ter tido um orgasmo.
E agora é tarde, porque nos Céus não há cá dessas porcarias.
Porque, como é óbvio, Deus não quer.
Pois se Deus é pai, é filho e é espírito santo, então, e como toda a gente sabe, Deus... é HOMEM!
Uma coisa é certa:
nunca deixará de me surpreender como é que uma MULHER, digna desse nome e orgulhosa da sua condição, pode em plena consciência intitular-se CATÓLICA!
sábado, 25 de junho de 2005
Luanda
sexta-feira, 24 de junho de 2005
Citação
.
O cristianismo é de facto extraordinário.
Que pena nunca ter sido experimentado...
(Gandhi)
O cristianismo é de facto extraordinário.
Que pena nunca ter sido experimentado...
(Gandhi)
quinta-feira, 23 de junho de 2005
As 100 +
.
1. "Frankly, my dear, I don't give a damn"
- Gone With the Wind (1939).
2. "I'm going to make him an offer he can't refuse"
- The Godfather (1972).
3. "You don't understand! I coulda had class. I coulda been a contender. I could've been somebody, instead of a bum, which is what I am"
-On the Waterfront (1954).
4. "Toto, I've got a feeling we're not in Kansas anymore"
- The Wizard of Oz (1939).
5. "Here's looking at you, kid"
- Casablanca (1942).
6. "Go ahead, make my day"
- Sudden Impact (1983).
7. "All right, Mr. DeMille, I'm ready for my close-up"
- Sunset Blvd. (1950).
8. "May the Force be with you"
- Star Wars (1977).
9. "Fasten your seatbelts. It's going to be a bumpy night"
- All About Eve (1950).
10. "You talking to me?"
- Taxi Driver (1976).
11. "What we've got here is failure to communicate"
- Cool Hand Luke (1967).
12. "I love the smell of napalm in the morning"
- Apocalypse Now (1979).
13. "Love means never having to say you're sorry"
- Love Story (1970).
14. "The stuff that dreams are made of"
- The Maltese Falcon (1941).
15. "E.T. phone home"
- E.T. the Extra-Terrestrial (1982).
16. "They call me Mister Tibbs!"
- In the Heat of the Night (1967).
17. "Rosebud"
- Citizen Kane (1941).
18. "Made it, Ma! Top of the world!"
- White Heat (1949).
19. "I'm as mad as hell, and I'm not going to take this anymore!"
- Network (1976).
20. "Louis, I think this is the beginning of a beautiful friendship"
- Casablanca (1942).
21. "A census taker once tried to test me. I ate his liver with some fava beans and a nice Chianti"
- The Silence of the Lambs (1991).
22. "Bond. James Bond"
- Dr. No (1962).
23. "There's no place like home"
- The Wizard of Oz (1939).
24. "I am big! It's the pictures that got small"
- Sunset Blvd (1950).
25. "Show me the money!"
- Jerry Maguire (1996).
26. "Why don't you come up sometime and see me?"
- She Done Him Wrong (1933).
27. "I'm walking here! I'm walking here!"
- Midnight Cowboy (1969).
28. "Play it, Sam. Play 'As Time Goes By"
- Casablanca (1942).
29. "You can't handle the truth!"
- A Few Good Men (1992).
30. "I want to be alone"
- Grand Hotel (1932).
31. "After all, tomorrow is another day!"
- Gone With the Wind (1939).
32. "Round up the usual suspects"
- Casablanca (1942).
33. "I'll have what she's having"
- When Harry Met Sally (1989).
34. "You know how to whistle, don't you, Steve? You just put your lips together and blow"
- To Have and Have Not (1944).
35. "You're gonna need a bigger boat"
- Jaws (1975).
36. "Badges? We ain't got no badges! We don't need no badges! I don't have to show you any stinking badges!"
- The Treasure of the Sierra Madre (1948).
37. "I'll be back"
- The Terminator (1984).
38. "Today, I consider myself the luckiest man on the face of the earth"
- The Pride of the Yankees (1942).
39. "If you build it, he will come"
- Field of Dreams (1989).
40. "Mama always said life was like a box of chocolates. You never know what you're gonna get"
- Forrest Gump (1994).
41. "We rob banks"
O «American Film Institute» divulgou a lista daquelas que considera serem as 100 mais famosas frases proferidas em filmes americanos:
1. "Frankly, my dear, I don't give a damn"
- Gone With the Wind (1939).
2. "I'm going to make him an offer he can't refuse"
- The Godfather (1972).
3. "You don't understand! I coulda had class. I coulda been a contender. I could've been somebody, instead of a bum, which is what I am"
-On the Waterfront (1954).
4. "Toto, I've got a feeling we're not in Kansas anymore"
- The Wizard of Oz (1939).
5. "Here's looking at you, kid"
- Casablanca (1942).
6. "Go ahead, make my day"
- Sudden Impact (1983).
7. "All right, Mr. DeMille, I'm ready for my close-up"
- Sunset Blvd. (1950).
8. "May the Force be with you"
- Star Wars (1977).
9. "Fasten your seatbelts. It's going to be a bumpy night"
- All About Eve (1950).
10. "You talking to me?"
- Taxi Driver (1976).
11. "What we've got here is failure to communicate"
- Cool Hand Luke (1967).
12. "I love the smell of napalm in the morning"
- Apocalypse Now (1979).
13. "Love means never having to say you're sorry"
- Love Story (1970).
14. "The stuff that dreams are made of"
- The Maltese Falcon (1941).
15. "E.T. phone home"
- E.T. the Extra-Terrestrial (1982).
16. "They call me Mister Tibbs!"
- In the Heat of the Night (1967).
17. "Rosebud"
- Citizen Kane (1941).
18. "Made it, Ma! Top of the world!"
- White Heat (1949).
19. "I'm as mad as hell, and I'm not going to take this anymore!"
- Network (1976).
20. "Louis, I think this is the beginning of a beautiful friendship"
- Casablanca (1942).
21. "A census taker once tried to test me. I ate his liver with some fava beans and a nice Chianti"
- The Silence of the Lambs (1991).
22. "Bond. James Bond"
- Dr. No (1962).
23. "There's no place like home"
- The Wizard of Oz (1939).
24. "I am big! It's the pictures that got small"
- Sunset Blvd (1950).
25. "Show me the money!"
- Jerry Maguire (1996).
26. "Why don't you come up sometime and see me?"
- She Done Him Wrong (1933).
27. "I'm walking here! I'm walking here!"
- Midnight Cowboy (1969).
28. "Play it, Sam. Play 'As Time Goes By"
- Casablanca (1942).
29. "You can't handle the truth!"
- A Few Good Men (1992).
30. "I want to be alone"
- Grand Hotel (1932).
31. "After all, tomorrow is another day!"
- Gone With the Wind (1939).
32. "Round up the usual suspects"
- Casablanca (1942).
33. "I'll have what she's having"
- When Harry Met Sally (1989).
34. "You know how to whistle, don't you, Steve? You just put your lips together and blow"
- To Have and Have Not (1944).
35. "You're gonna need a bigger boat"
- Jaws (1975).
36. "Badges? We ain't got no badges! We don't need no badges! I don't have to show you any stinking badges!"
- The Treasure of the Sierra Madre (1948).
37. "I'll be back"
- The Terminator (1984).
38. "Today, I consider myself the luckiest man on the face of the earth"
- The Pride of the Yankees (1942).
39. "If you build it, he will come"
- Field of Dreams (1989).
40. "Mama always said life was like a box of chocolates. You never know what you're gonna get"
- Forrest Gump (1994).
41. "We rob banks"
- Bonnie and Clyde (1967).
42. "Plastics"
- The Graduate (1967).
43. "We'll always have Paris"
- Casablanca (1942).
44. "I see dead people"
- The Sixth Sense (1999).
45. "Stella! Hey, Stella!"
- A Streetcar Named Desire (1951).
46. "Oh, Jerry, don't let's ask for the moon. We have the stars"
- Now, Voyager (1942).
47. "Shane. Shane. Come back!"
- Shane (1953).
48. "Well, nobody's perfect"
- Some Like It Hot (1959).
49. "It's alive! It's alive!"
- Frankenstein (1931).
50. "Houston, we have a problem"
- Apollo 13 (1995).
51. "You've got to ask yourself one question: 'Do I feel lucky?' Well, do ya, punk?"
- Dirty Harry (1971).
52. "You had me at `hello'"
- Jerry Maguire (1996).
53. "One morning I shot an elephant in my pajamas. How he got in my pajamas, I don't know"
- Animal Crackers (1930).
54. "There's no crying in baseball!"
- A League of Their Own (1992).
55. "La-dee-da, la-dee-da"
- Annie may (1977).
56. "A boy's best friend is his mother"
- Psycho (1960).
57. "Greed, for lack of a better word, is good"
- Wall Street (1987).
58. "Keep your friends close, but your enemies closer"
- The Godfather Part II (1974).
59. "As God is my witness, I'll never be hungry again"
- Gone With the Wind (1939).
60. "Well, here's another nice mess you've gotten me into"
- Sons of the Desert (1933).
61. "Say `hello' to my little friend!"
- Scarface (1983).
62. "What a dump"
- Beyond the Forest (1949).
63. "Mrs. Robinson, you're trying to seduce me. Aren't you?"
- The Graduate (1967).
64. "Gentlemen, you can't fight in here! This is the War Room!"
- Dr. Strangelove (1964).
65. "Elementary, my dear Watson"
- The Adventures of Sherlock Holmes (1929).
66. "Get your stinking paws off me, you damned dirty ape"
- Planet of the Apes (1968).
67. "Of all the gin joints in all the towns in all the world, she walks into mine"
- Casablanca (1942).
68. "Here's Johnny!"
- The Shining (1980).
69. "They're here!"
- Poltergeist (1982).
70. "Is it safe?"
- Marathon Man (1976).
71. "Wait a minute, wait a minute. You ain't heard nothin' yet!"
- The Jazz Singer (1927).
72. "No wire hangers, ever!"
- Mommie Dearest (1981).
73. "Mother of mercy, is this the end of Rico?"
- Little Caesar (1930).
74. "Forget it, Jake, it's Chinatown"
- Chinatown (1974).
75. "I have always depended on the kindness of strangers"
- A Streetcar Named Desire (1951).
76. "Hasta la vista, baby"
- Terminator 2: Judgment Day (1991).
77. "Soylent Green is people!"
- Soylent Green (1973).
78. "Open the pod bay doors, HAL"
- 2001: A Space Odyssey (1968).
79. Striker: "Surely you can't be serious." Rumack: "I am serious ... and don't call me Shirley"
- Airplane! (1980).
80. "Yo, Adrian!"
- Rocky (1976).
81. "Hello, gorgeous"
- Funny Girl (1968).
82. "Toga! Toga!"
- National Lampoon's Animal House (1978).
83. "Listen to them. Children of the night. What music they make"
- Dracula (1931).
84. "Oh, no, it wasn't the airplanes. It was Beauty killed the Beast"
- King Kong (1933).
85. "My precious"
- The Lord of the Rings: The Two Towers (2002).
86. "Attica! Attica!"
- Dog Day Afternoon (1975).
87. "Sawyer, you're going out a youngster, but you've got to come back a star!"
- 42nd Street (1933).
88. "Listen to me, mister. You're my knight in shining armor. Don't you forget it. You're going to get back on that horse, and I'm going to be right behind you, holding on tight, and away we're gonna go, go, go!"
- On Golden Pond (1981).
89. "Tell 'em to go out there with all they got and win just one for the Gipper"
- Knute Rockne, All American (1940).
90. "A martini. Shaken, not stirred"
- Goldfinger (1964).
91. "Who's on first"
- The Naughty Nineties (1945).
92. "Cinderella story. Outta nowhere. A former greenskeeper, now, about to become the Masters champion. It looks like a mirac ... It's in the hole! It's in the hole! It's in the hole!"
- Caddyshack (1980).
93. "Life is a banquet, and most poor suckers are starving to death!"
- Auntie Mame (1958).
94. "I feel the need — the need for speed!"
- Top Gun (1986).
95. "Carpe diem. Seize the day, boys. Make your lives extraordinary"
- Dead Poets Society (1989).
96. "Snap out of it!"
- Moonstruck (1987).
97. "My mother thanks you. My father thanks you. My sister thanks you. And I thank you"
- Yankee Doodle Dandy (1942).
98. "Nobody puts Baby in a corner"
- Dirty Dancing (1987).
99. "I'll get you, my pretty, and your little dog, too!"
- The Wizard of Oz (1939).
100. "I'm king of the world!"
- Titanic (1997).
No entanto, e para mim, muitas outras frases para além destas tinham merecido ser aqui incluídas.
Por exemplo:
“What are you doing, Dave?”
- 2001: A Space Odyssey.
“How much do you hate de Romans? – A lot!”
- Life of Brian
“I’m Connor McLeod, of the Clan McLeod. I was born in 1518 in the village of Glennfinnan, on the shores of Loch Shiel. And I am immortal!”
- Highlander
“Beam me up, Scotty”
- Star Trek
“Do you want to se something really scary?”
- The Twilight Zone
“Oh it’s true, it’s true!”
- Blazing Saddles
“We don’t know how much time we’ve got. Who does?”
- Blade Runner.
Fica aqui o desafio para a caixa de comentários:
- que outras frases famosas de filmes mereciam a inclusão nesta lista?
42. "Plastics"
- The Graduate (1967).
43. "We'll always have Paris"
- Casablanca (1942).
44. "I see dead people"
- The Sixth Sense (1999).
45. "Stella! Hey, Stella!"
- A Streetcar Named Desire (1951).
46. "Oh, Jerry, don't let's ask for the moon. We have the stars"
- Now, Voyager (1942).
47. "Shane. Shane. Come back!"
- Shane (1953).
48. "Well, nobody's perfect"
- Some Like It Hot (1959).
49. "It's alive! It's alive!"
- Frankenstein (1931).
50. "Houston, we have a problem"
- Apollo 13 (1995).
51. "You've got to ask yourself one question: 'Do I feel lucky?' Well, do ya, punk?"
- Dirty Harry (1971).
52. "You had me at `hello'"
- Jerry Maguire (1996).
53. "One morning I shot an elephant in my pajamas. How he got in my pajamas, I don't know"
- Animal Crackers (1930).
54. "There's no crying in baseball!"
- A League of Their Own (1992).
55. "La-dee-da, la-dee-da"
- Annie may (1977).
56. "A boy's best friend is his mother"
- Psycho (1960).
57. "Greed, for lack of a better word, is good"
- Wall Street (1987).
58. "Keep your friends close, but your enemies closer"
- The Godfather Part II (1974).
59. "As God is my witness, I'll never be hungry again"
- Gone With the Wind (1939).
60. "Well, here's another nice mess you've gotten me into"
- Sons of the Desert (1933).
61. "Say `hello' to my little friend!"
- Scarface (1983).
62. "What a dump"
- Beyond the Forest (1949).
63. "Mrs. Robinson, you're trying to seduce me. Aren't you?"
- The Graduate (1967).
64. "Gentlemen, you can't fight in here! This is the War Room!"
- Dr. Strangelove (1964).
65. "Elementary, my dear Watson"
- The Adventures of Sherlock Holmes (1929).
66. "Get your stinking paws off me, you damned dirty ape"
- Planet of the Apes (1968).
67. "Of all the gin joints in all the towns in all the world, she walks into mine"
- Casablanca (1942).
68. "Here's Johnny!"
- The Shining (1980).
69. "They're here!"
- Poltergeist (1982).
70. "Is it safe?"
- Marathon Man (1976).
71. "Wait a minute, wait a minute. You ain't heard nothin' yet!"
- The Jazz Singer (1927).
72. "No wire hangers, ever!"
- Mommie Dearest (1981).
73. "Mother of mercy, is this the end of Rico?"
- Little Caesar (1930).
74. "Forget it, Jake, it's Chinatown"
- Chinatown (1974).
75. "I have always depended on the kindness of strangers"
- A Streetcar Named Desire (1951).
76. "Hasta la vista, baby"
- Terminator 2: Judgment Day (1991).
77. "Soylent Green is people!"
- Soylent Green (1973).
78. "Open the pod bay doors, HAL"
- 2001: A Space Odyssey (1968).
79. Striker: "Surely you can't be serious." Rumack: "I am serious ... and don't call me Shirley"
- Airplane! (1980).
80. "Yo, Adrian!"
- Rocky (1976).
81. "Hello, gorgeous"
- Funny Girl (1968).
82. "Toga! Toga!"
- National Lampoon's Animal House (1978).
83. "Listen to them. Children of the night. What music they make"
- Dracula (1931).
84. "Oh, no, it wasn't the airplanes. It was Beauty killed the Beast"
- King Kong (1933).
85. "My precious"
- The Lord of the Rings: The Two Towers (2002).
86. "Attica! Attica!"
- Dog Day Afternoon (1975).
87. "Sawyer, you're going out a youngster, but you've got to come back a star!"
- 42nd Street (1933).
88. "Listen to me, mister. You're my knight in shining armor. Don't you forget it. You're going to get back on that horse, and I'm going to be right behind you, holding on tight, and away we're gonna go, go, go!"
- On Golden Pond (1981).
89. "Tell 'em to go out there with all they got and win just one for the Gipper"
- Knute Rockne, All American (1940).
90. "A martini. Shaken, not stirred"
- Goldfinger (1964).
91. "Who's on first"
- The Naughty Nineties (1945).
92. "Cinderella story. Outta nowhere. A former greenskeeper, now, about to become the Masters champion. It looks like a mirac ... It's in the hole! It's in the hole! It's in the hole!"
- Caddyshack (1980).
93. "Life is a banquet, and most poor suckers are starving to death!"
- Auntie Mame (1958).
94. "I feel the need — the need for speed!"
- Top Gun (1986).
95. "Carpe diem. Seize the day, boys. Make your lives extraordinary"
- Dead Poets Society (1989).
96. "Snap out of it!"
- Moonstruck (1987).
97. "My mother thanks you. My father thanks you. My sister thanks you. And I thank you"
- Yankee Doodle Dandy (1942).
98. "Nobody puts Baby in a corner"
- Dirty Dancing (1987).
99. "I'll get you, my pretty, and your little dog, too!"
- The Wizard of Oz (1939).
100. "I'm king of the world!"
- Titanic (1997).
No entanto, e para mim, muitas outras frases para além destas tinham merecido ser aqui incluídas.
Por exemplo:
“What are you doing, Dave?”
- 2001: A Space Odyssey.
“How much do you hate de Romans? – A lot!”
- Life of Brian
“I’m Connor McLeod, of the Clan McLeod. I was born in 1518 in the village of Glennfinnan, on the shores of Loch Shiel. And I am immortal!”
- Highlander
“Beam me up, Scotty”
- Star Trek
“Do you want to se something really scary?”
- The Twilight Zone
“Oh it’s true, it’s true!”
- Blazing Saddles
“We don’t know how much time we’ve got. Who does?”
- Blade Runner.
Fica aqui o desafio para a caixa de comentários:
- que outras frases famosas de filmes mereciam a inclusão nesta lista?
quarta-feira, 22 de junho de 2005
A Radiestesia
Uma das mais frequentes reclamações das pessoas que se arrogam possuidoras de poderes «paranormais» reside na sua crença na «radiestesia», a quem os seus mais fervorosos adeptos se referem como «a ciência milenar do uso da intuição» ou a «ciência» que analisa qualitativamente todas as radiações, o homem e o seu «ambiente vibratório».
A mais popular e divulgada forma de radiestesia é a praticada talvez há mais de dois mil anos pelos vedores.
Munidos de uma vara de salgueiro bifurcada, de uma barba de baleia, de pêndulos ou de outros imaginativos artefactos, os vedores são tidos por miraculosos descobridores de água e de outros minerais no subsolo, e até de objectos e crianças perdidas.
E, como toda a gente sabe, a aliança de casamento de uma mulher grávida a girar pendurada de uma linha é o instrumento ideal para se determinar o sexo de uma criança por nascer.
Só é pena que este método não se aplique a mães solteiras...
Há até radiestesistas que, tendo descoberto a «visão holística da obesidade», afirmam peremptoriamente que conseguem tratar pessoas obesas com o simples recurso a um pêndulo.
Afirmam os radiestesistas que os instrumentos que usam funcionam como «amplificadores» de imperceptíveis reacções neuromusculares, imprimidas pelo subconsciente em função do objecto que se procura ou da pergunta que foi feita.
As respostas são dadas e interpretadas pelos movimentos próprios dos instrumentos que são utilizados, através de uma linguagem pré-estabelecida e convencionada, a que se chama «convenção mental».
Por vezes utilizam-se «testemunhos», que são objectos ou representações daquilo que se procura, e que ajudam o radiestesista a estabelecer uma ligação, uma sintonia ou uma conexão, de acordo com o princípio «semelhante atrai semelhante».
A radiestesia está dividida em duas grandes correntes:
A «Escola Física» que procura explicar o fenómeno da radiestesia através das leis da física, e pelas variações e perturbações magnéticas produzidas nos campos eléctricos, magnéticos e gravitacionais dos objectos, que diz serem captadas pelo organismo do radiestesista.
Para esta corrente, os objectos são caracterizados por «oito raios», cuja análise, dizem, escapa completamente à ciência: o vertical, o testemunhal, o fundamental, o solar, o capital, o ocular, o de forma e o de série.
A «Escola Mental» explica a radiestesia dentro dos fenómenos da mente humana pois, se é óbvio que existe uma radiação entre o objecto procurado e o operador, e se ela não provém da matéria, então só pode vir do operador. Ou seja, o cerne da radiestesia está na mente do operador e não nos agentes físicos externos.
O site de James Randi constitui uma preciosa fonte de informação sobre esta matéria, mais exactamente este artigo, a que, entre outros, recorri para escrever este post.
O desafio que James Randi faz no seu site (e a que já me referi anteriormente), ao oferecer o prémio de 1 milhão de dólares à primeira pessoa que lhe demonstre possuir poderes paranormais, não poderia deixar de se aplicar aos vedores.
Por isso, nada menos do que 43 “profissionais” da matéria se candidataram já ao prémio.
Contudo, instados a descobrir água em reservatórios escondidos ou no subsolo de terrenos por explorar, nenhum deles logrou demonstrar maior percentagem de sucesso que o simples acaso lhes proporcionaria.
Numa das experiências, um conhecido vedor teve mesmo um resultado de descobertas inferior ao que foi obtido por uma pessoa a quem foi pedido para indicar lugares de pesquisa perfeitamente aleatórios.
Mas, o que é facto, é que os vedores vão prosperando à custa da generalizada crença na realidade dos seus poderes. Alguns deles, tidos por mais competentes, chegam a acompanhar equipas profissionais de perfuração e levam autênticas fortunas pelas suas “descobertas”.
Cada vedor tem o seu método de trabalho e pesquisa, frequentemente muito distintos uns dos outros, como diferentes são as explicações que eles próprios atribuem aos seus «poderes».
Alguns acreditam que são dotados de um poder natural divino e outros dizem que é uma arte que se aprende. Uns afirmam que qualquer um pode ser vedor e outros defendem que se trata de um dom hereditário.
Mas todos parecem justificar os seus insucessos pela falta de uma genuína «necessidade humana» na pesquisa que lhes foi encomendada, embora quase todos eles reclamem uma percentagem de sucesso tendencialmente de 100%.
Mas, claro, desde que não haja «interferências exteriores» que prejudiquem a sua eficácia, como inesperados campos magnéticos, fios eléctricos, máquinas em movimento, meteoritos enterrados, conjunções planetárias desfavoráveis, condições impróprias de temperatura e humidade, massas metálicas desconhecidas, cursos de água subterrâneos, demasiado barulho ou demasiado silêncio no ambiente, atitude desfavorável por parte das pessoas assistentes e, pasme-se, até mesmo problemas digestivos, etc., etc.
Para esta corrente, os objectos são caracterizados por «oito raios», cuja análise, dizem, escapa completamente à ciência: o vertical, o testemunhal, o fundamental, o solar, o capital, o ocular, o de forma e o de série.
A «Escola Mental» explica a radiestesia dentro dos fenómenos da mente humana pois, se é óbvio que existe uma radiação entre o objecto procurado e o operador, e se ela não provém da matéria, então só pode vir do operador. Ou seja, o cerne da radiestesia está na mente do operador e não nos agentes físicos externos.
O site de James Randi constitui uma preciosa fonte de informação sobre esta matéria, mais exactamente este artigo, a que, entre outros, recorri para escrever este post.
O desafio que James Randi faz no seu site (e a que já me referi anteriormente), ao oferecer o prémio de 1 milhão de dólares à primeira pessoa que lhe demonstre possuir poderes paranormais, não poderia deixar de se aplicar aos vedores.
Por isso, nada menos do que 43 “profissionais” da matéria se candidataram já ao prémio.
Contudo, instados a descobrir água em reservatórios escondidos ou no subsolo de terrenos por explorar, nenhum deles logrou demonstrar maior percentagem de sucesso que o simples acaso lhes proporcionaria.
Numa das experiências, um conhecido vedor teve mesmo um resultado de descobertas inferior ao que foi obtido por uma pessoa a quem foi pedido para indicar lugares de pesquisa perfeitamente aleatórios.
Mas, o que é facto, é que os vedores vão prosperando à custa da generalizada crença na realidade dos seus poderes. Alguns deles, tidos por mais competentes, chegam a acompanhar equipas profissionais de perfuração e levam autênticas fortunas pelas suas “descobertas”.
Cada vedor tem o seu método de trabalho e pesquisa, frequentemente muito distintos uns dos outros, como diferentes são as explicações que eles próprios atribuem aos seus «poderes».
Alguns acreditam que são dotados de um poder natural divino e outros dizem que é uma arte que se aprende. Uns afirmam que qualquer um pode ser vedor e outros defendem que se trata de um dom hereditário.
Mas todos parecem justificar os seus insucessos pela falta de uma genuína «necessidade humana» na pesquisa que lhes foi encomendada, embora quase todos eles reclamem uma percentagem de sucesso tendencialmente de 100%.
Mas, claro, desde que não haja «interferências exteriores» que prejudiquem a sua eficácia, como inesperados campos magnéticos, fios eléctricos, máquinas em movimento, meteoritos enterrados, conjunções planetárias desfavoráveis, condições impróprias de temperatura e humidade, massas metálicas desconhecidas, cursos de água subterrâneos, demasiado barulho ou demasiado silêncio no ambiente, atitude desfavorável por parte das pessoas assistentes e, pasme-se, até mesmo problemas digestivos, etc., etc.
James Randi explica a movimentação das varas dos vedores ou a rotação dos pêndulos dos radiestesistas como decorrente de um fenómeno psicológico conhecido como «ideomotor effect» ou (à falta de melhor tradução) «efeito ideomotor», que define como:
«movimento corporal involuntário originado não por uma estimulação sensorial, mas antes por uma ideia ou por um processo mental».
Ou seja, sem se aperceber, o vedor exerce inconscientemente um pequeno movimento ou uma leve pressão sobre a vara, suficiente o bastante para a mover.
«movimento corporal involuntário originado não por uma estimulação sensorial, mas antes por uma ideia ou por um processo mental».
Ou seja, sem se aperceber, o vedor exerce inconscientemente um pequeno movimento ou uma leve pressão sobre a vara, suficiente o bastante para a mover.
No final a «descoberta» deve-se simplesmente à grande probabilidade que existe de se encontrar água quando se faz uma perfuração num sítio qualquer de um terreno onde já se prevê que ela existe, isto é, precisamente aquele onde o vedor é levado a «trabalhar».
Mas, como todos os «possuidores de poderes paranormais», os vedores não se deixam abalar por argumentos, por mais científicos e imparciais que sejam, e que conduzam à conclusão de que pura e simplesmente a radiestesia... não funciona!
À falta de melhor argumento dizem que a radiestesia obedece a regras muito especiais com milhares de anos e que, por isso, não poderá nunca ser testada pela ciência tradicional.
Mas, de qualquer modo, e diga-se em abono da verdade, a maior parte dos vedores (que haverá excepções, decerto) acredita genuinamente nos seus «poderes» e, tanto como lhes parece autónomo o movimento da vara ou do pêndulo, os vedores podem estar sinceramente convencidos das suas faculdades, quanto o estará uma outra pessoa qualquer, sujeita que está ao tal «efeito ideomotor».
Ao contrário de um astrólogo, de um tarólogo, ou de um qualquer outro bruxo congénere, em cuja honestidade, sinceramente, não consigo acreditar.
Mas, como todos os «possuidores de poderes paranormais», os vedores não se deixam abalar por argumentos, por mais científicos e imparciais que sejam, e que conduzam à conclusão de que pura e simplesmente a radiestesia... não funciona!
À falta de melhor argumento dizem que a radiestesia obedece a regras muito especiais com milhares de anos e que, por isso, não poderá nunca ser testada pela ciência tradicional.
Mas, de qualquer modo, e diga-se em abono da verdade, a maior parte dos vedores (que haverá excepções, decerto) acredita genuinamente nos seus «poderes» e, tanto como lhes parece autónomo o movimento da vara ou do pêndulo, os vedores podem estar sinceramente convencidos das suas faculdades, quanto o estará uma outra pessoa qualquer, sujeita que está ao tal «efeito ideomotor».
Ao contrário de um astrólogo, de um tarólogo, ou de um qualquer outro bruxo congénere, em cuja honestidade, sinceramente, não consigo acreditar.
terça-feira, 21 de junho de 2005
A fertilização “in vitro”
Segundo a CNN, os principais especialistas mundiais na matéria acreditam que a Igreja Católica, agora entusiasmada com o seu retumbante sucesso em Itália com a campanha, e o subsequente referendo, contra a pesquisa e o estudo de embriões e contra o desenvolvimento da fertilização “in vitro”, irá prosseguir uma ofensiva global, centrada principalmente nos países de maior influência católica, tentando alcançar o mesmo objectivo à escala mundial.
O presidente da Sociedade Europeia para a Reprodução Humana e Embriologia, professor Arne Sunde, acredita que a intervenção do Vaticano não se fique pela Itália:
«Uma vez que esta é, obviamente, uma das suas principais motivações, o novo Papa tentará passar a mesma mensagem noutros países onde a Igreja Católica tem grande influência; quando o Vaticano usar o seu peso e a sua influência política, o tratamento da infertilidade será uma das coisas que certamente será sacrificada».
«Mas o verdadeiro objectivo é a guerra contra as células estaminais; o cerne da questão é o estatuto moral do embrião nas primeiras fases posteriores à fecundação»
Desde que há 27 anos nasceu o primeiro “bebé-proveta”, já nasceram quase dois milhões de crianças de fertilizações “in vitro”. Estima-se que um em cada seis casais tenha problemas de fertilidade, e que esse número tenda a crescer.
A lei italiana não só baniu completamente a doação de esperma como proibiu a pesquisa e o congelamento de embriões.
Simultaneamente permite que somente três óvulos sejam fertilizados de cada vez, e obriga à implantação de todos eles no útero da mulher. O que, como é óbvio, aumenta a probabilidade de uma gravidez múltipla e aumenta exponencialmente o seu risco para a mulher.
A crer nesta notícia, um dos países que estará na mira da Igreja Católica para a implementação desta campanha será certamente Portugal, tido pelo Vaticano como um permeável e fiel amigo das doutrinas e das influências deste inefável país estrangeiro. Basta ver pela Concordata.
Ou seja:
Se por força de um qualquer problema de infertilidade de um casal, uma mulher portuguesa tiver dificuldade, ou não puder mesmo engravidar, e se a sua única opção for a fertilização “in vitro”, talvez seja esta a melhor ocasião para se apressar.
Não vá dar-se o caso de aparecer por aí uma lei semelhante à italiana, e o casal ainda venha a ser impedido de ter um filho.
Por ordem e determinação da Santa Madre Igreja!
segunda-feira, 20 de junho de 2005
Liberta do Mal
Comecei por ler esta incrível história no «Diário Ateísta» e acabei por segui-la neste jornal online.
O padre Daniel, de 29 anos, é o superior do mosteiro cristão ortodoxo da cidade de Tanacu, no nordeste da Roménia.
Aqui há uns dias o bom e santo padre Daniel decidiu que uma das freiras do mosteiro estava possuída pelo Demónio.
De facto, os sinais eram absolutamente claros e inequívocos: Maricica Irina Cornici, uma jovem freira de 23 anos de idade, e que tinha entrado no mosteiro somente três meses antes, tinha discordado em público do padre Daniel durante uma missa de domingo.
Face a tão óbvios sintomas, e como é absolutamente natural, o que se impunha era um exorcismo.
E o bom do padre Daniel não se fez rogado em tomar tão nobre encargo sob a sua responsabilidade.
Provavelmente seguindo os cânones oficiais de tão pia tarefa, que estas coisas são muito sérias, o padre Daniel começou por amarrar e amordaçar a freira possuída por Satanás, e durante vários dias privou-a de qualquer alimento e de água.
Mas, por qualquer motivo, o raio do Demo não havia meio de libertar a freira da sua possessão.
Era preciso fazer algo mais!
Foi então que o padre Daniel, acompanhado de quatro das mais piedosas freiras do convento, decidiu crucificar a jovem freira.
Como alguns dias depois o estado de saúde de Irina se deteriorasse a olhos vistos, algumas outras freiras decidiram chamar uma ambulância.
Mas já não a tempo de lhe salvar a vida.
No sábado, realizou-se o funeral da freira.
Sem demonstrarem qualquer emoção, 13 outras freiras assistiram ao funeral de Irina, tendo a missa sido celebrada pelo próprio padre Daniel!
À entrada do seu caixão na igreja, Irina nem sequer teve direito a que os sinos tocassem, e o funeral realizou-se no mais profundo e constrangedor silêncio, à excepção do som de uma trovoada distante, logo interpretada pelo padre Daniel como «um sinal de que a vontade de Deus tinha sido cumprida».
O porta voz do patriarca da Igreja Ortodoxa, em Bucareste recusou-se terminantemente a condenar a actuação do padre Daniel, explicando a sua posição:
«...pois nós nem sequer sabemos o que a moça fez...».
Interrogado sobre os motivos que o tinham levado à crucificação e à morte da freira, o padre Daniel declarou que tudo tinha sido inteiramente justificado:
«Deus realizou um milagre por ela. Finalmente a Irina está liberta do mal».
Sim, é verdade: a Irina está finalmente liberta do mal!
No sábado, realizou-se o funeral da freira.
Sem demonstrarem qualquer emoção, 13 outras freiras assistiram ao funeral de Irina, tendo a missa sido celebrada pelo próprio padre Daniel!
À entrada do seu caixão na igreja, Irina nem sequer teve direito a que os sinos tocassem, e o funeral realizou-se no mais profundo e constrangedor silêncio, à excepção do som de uma trovoada distante, logo interpretada pelo padre Daniel como «um sinal de que a vontade de Deus tinha sido cumprida».
O porta voz do patriarca da Igreja Ortodoxa, em Bucareste recusou-se terminantemente a condenar a actuação do padre Daniel, explicando a sua posição:
«...pois nós nem sequer sabemos o que a moça fez...».
Interrogado sobre os motivos que o tinham levado à crucificação e à morte da freira, o padre Daniel declarou que tudo tinha sido inteiramente justificado:
«Deus realizou um milagre por ela. Finalmente a Irina está liberta do mal».
Sim, é verdade: a Irina está finalmente liberta do mal!
sábado, 18 de junho de 2005
A União Faz A Força
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Contudo, os principais responsáveis e líderes religiosos, cristãos, judeus e muçulmanos, tudo têm feito para, em conjunto, tentarem impedir a realização da parada na sua “Cidade Santa”.
Está prevista para o próximo mês de Agosto, em Jerusalém, a realização do «Festival e da Parada Mundial do Orgulho Gay».
Contudo, os principais responsáveis e líderes religiosos, cristãos, judeus e muçulmanos, tudo têm feito para, em conjunto, tentarem impedir a realização da parada na sua “Cidade Santa”.
Ou seja:
ao fim de centenas e centenas de anos de ferozes e sangrentas guerras entre todas elas, em que os seus fiéis se chacinaram impiedosamente uns aos outros, as três principais religiões do mundo estão agora unidas, após terem finalmente encontrado aquilo que efectivamente têm em comum:
A intolerância e o preconceito!
ao fim de centenas e centenas de anos de ferozes e sangrentas guerras entre todas elas, em que os seus fiéis se chacinaram impiedosamente uns aos outros, as três principais religiões do mundo estão agora unidas, após terem finalmente encontrado aquilo que efectivamente têm em comum:
A intolerância e o preconceito!
sexta-feira, 17 de junho de 2005
A Greve dos Professores
Hoje há greve dos professores!
Provavelmente haverá grande justiça na luta profissional dos professores, o que obviamente não discuto.
Não quererão os professores, como é óbvio, perder as regalias e os direitos adquiridos.
Sim, que isto de trabalhar 4 dias e 18 horas por semana deve custar comó caraças e dá cá um desgaste que nem queiram saber.
De facto, os professores não têm nada que se reformar com a mesma idade dos outros funcionários públicos, principalmente os que não têm a possibilidade de lixar as férias aos pais das crianças com a marcação de greves em período de exames.
Cada um trata de si. E esses, sim, que paguem a crise!
E as reivindicações salariais também são justíssimas!
Por exemplo, os professores não querem perder o direito de receber uma remuneração adicional ao seu vencimento mensal quando fazem correcções a provas de exame.
De facto, os professores não têm nada que se reformar com a mesma idade dos outros funcionários públicos, principalmente os que não têm a possibilidade de lixar as férias aos pais das crianças com a marcação de greves em período de exames.
Cada um trata de si. E esses, sim, que paguem a crise!
E as reivindicações salariais também são justíssimas!
Por exemplo, os professores não querem perder o direito de receber uma remuneração adicional ao seu vencimento mensal quando fazem correcções a provas de exame.
Apesar de as aulas já terem terminado, dizem eles que se trata de trabalho acrescido e de grande responsabilidade, e que até os impede de entrar já no gozo de um merecido período de férias que, vejam bem, nem sequer chega a três meses.
Quanto à componente salarial das reivindicações dos professores, é pena que não me tenham avisado antes.
Com mais tempo eu bem poderia ter contribuído com os 150,00 euros por mês que desde o início do ano lectivo ando a pagar em explicações de matemática, uma vez que a professora da minha filha vai às aulas papaguear em voz alta o que está no livro e não lhe ensina a ponta de um corno.
E quererão, certamente, exigir do Governo o reforço de acções de formação profissional, principalmente as que já se revelaram ser as mais úteis para aos alunos, como o ensino do fabrico de tapetes de Arraiolos e de azulejos e até, muito principalmente, a criação de bichos da seda, a prática de esqui, o ensino da astrologia, as potencialidades do Feng Shui na sala de aula e a utilização da energia das cores.
Depois, estão contra o fim das progressões automáticas nas suas carreiras.
Porque, decerto muito justamente, temem que qualquer início de um sistema de progressão baseado no mérito os impeça de evoluir normalmente nas suas carreiras como até aqui.
É que, como toda a gente sabe a progressão de um professor tem de ser feita de acordo com o número de anos de aulas que já deu na sua vida.
O que interessa é a antiguidade, que isto da pedagogia não é para aqui chamada.
Sim, porque se os professores não se põem a pau e não levam a sério estas greves, qualquer dia ainda aparece para aí um ministro da Educação meio maluco, que resolve pôr-se a avaliar o mérito e a competência dos professores pelos resultados que os seus alunos tenham em exames nacionais no final do ano.
Não queriam lá ver, hein?
Quanto à componente salarial das reivindicações dos professores, é pena que não me tenham avisado antes.
Com mais tempo eu bem poderia ter contribuído com os 150,00 euros por mês que desde o início do ano lectivo ando a pagar em explicações de matemática, uma vez que a professora da minha filha vai às aulas papaguear em voz alta o que está no livro e não lhe ensina a ponta de um corno.
E quererão, certamente, exigir do Governo o reforço de acções de formação profissional, principalmente as que já se revelaram ser as mais úteis para aos alunos, como o ensino do fabrico de tapetes de Arraiolos e de azulejos e até, muito principalmente, a criação de bichos da seda, a prática de esqui, o ensino da astrologia, as potencialidades do Feng Shui na sala de aula e a utilização da energia das cores.
Depois, estão contra o fim das progressões automáticas nas suas carreiras.
Porque, decerto muito justamente, temem que qualquer início de um sistema de progressão baseado no mérito os impeça de evoluir normalmente nas suas carreiras como até aqui.
É que, como toda a gente sabe a progressão de um professor tem de ser feita de acordo com o número de anos de aulas que já deu na sua vida.
O que interessa é a antiguidade, que isto da pedagogia não é para aqui chamada.
Sim, porque se os professores não se põem a pau e não levam a sério estas greves, qualquer dia ainda aparece para aí um ministro da Educação meio maluco, que resolve pôr-se a avaliar o mérito e a competência dos professores pelos resultados que os seus alunos tenham em exames nacionais no final do ano.
Não queriam lá ver, hein?
Parabéns, filha!
quinta-feira, 16 de junho de 2005
A História Alternativa de Portugal
Quarta-feira, 26 de Novembro de 1975
Tentativa de golpe fascista contra-revolucionário esmagado ontem pelas Forças Armadas!
Conselho da Revolução assegura controle de todo o país.
General Otelo Saraiva de Carvalho ao nosso jornal: o COPCON está vigilante.
Coronel Ramalho Eanes morto a tiro quando se exibia em pé em cima de uma «Chaimite».
Quinta feira, 27 de Novembro de 1975
Remodelação no Conselho da Revolução.
Militares contra-revolucionários impedidos de assistir à reunião de ontem.
General Morais e Silva demitido do cargo de Chefe de Estado Maior das Forças Armadas.
Vasco Lourenço demitido do comando da Região Militar de Lisboa.
Otelo Saraiva de Carvalho é empossado para aqueles dois cargos de chefia, que passará a acumular com a direcção do COPCON.
Os 1000 militares revolucionários de Tancos são reintegrados nas Forças Armadas.
Sexta-feira, 28 de Novembro de 1975
Por imposição do Conselho da Revolução, o Presidente da República, General Francisco da Costa Gomes demite o primeiro-ministro, Almirante Pinheiro de Azevedo.
O ex-primeiro-ministro, em funções somente desde o dia 19 de Setembro, está ausente em parte incerta.
O COPCON é reinvestido nos poderes revolucionários de intervenção para restabelecimento da ordem pública.
É extinto o «Regimento de Comandos da Amadora» e todos os seus elementos imediatamente passados à reserva e à disponibilidade.
Terça-feira, 2 de Dezembro de 1975
O Presidente da República, General Costa Gomes dá posse ao VII Governo Provisório.
O Dr. Álvaro Cunhal é empossado como primeiro-ministro.
Octávio Pato é o novo ministro dos Negócios Estrangeiros.
O General Vasco Gonçalves, que foi primeiro-ministro de quatro Governos provisórios, apoiou entusiasticamente esta indigitação e declarou na cerimónia da tomada de posse ao nosso jornal:
«Ou se é pela revolução ou se é pela reacção! Não há cá terceiras vias...».
Quarta-feira, 3 de Dezembro de 1975
O Conselho da Revolução dissolve a Assembleia Constituinte.
O primeiro-ministro Dr. Álvaro Cunhal declarou ao nosso jornal:
«Uma Assembleia que não reflecte a realidade revolucionária de um país tem de ser dissolvida; a democracia burguesa, assegurada por partidos contra-revolucionários não pode ser mais tolerada».
Militares cercam o palácio de São Bento e asseguram o cumprimento das determinações revolucionárias do Governo.
Quinta-feira, 4 de Dezembro de 1975
O primeiro-ministro Dr. Álvaro Cunhal em viagem relâmpago à União Soviética.
No aeroporto o primeiro-ministro declarou: «só os governos revolucionários dos países amigos e nossos aliados podem ajudar a nossa jovem revolução».
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Octávio Pato anunciou o pedido de entrada de Portugal no COMECON
Sexta-feira, 5 de Dezembro de 1975
O secretário geral do Partido Socialista, Dr. Mário Soares foi preso esta madrugada pelo COPCON.
Mário Soares é acusado de traição à Pátria e à Revolução Socialista, porque repudiou publicamente o ingresso de Portugal no COMECON e porque defendeu antes a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia.
O primeiro-ministro Dr. Álvaro Cunhal declarou a propósito da prisão de Mário Soares:
«O lugar da contra-revolução é numa cela de prisão».
Sábado, 6 de Dezembro de 1975
O primeiro-ministro Dr. Álvaro Cunhal regressa da União Soviética.
O Governo estreitou os laços revolucionários com o país irmão, e assegurou a ajuda soviética a Portugal.
O Secretário do Partido Comunista da União Soviética, camarada Leonid Brejnev, foi convidado a visitar o nosso país.
As conversações para o ingresso de Portugal no COMECON iniciam-se já no princípio do próximo ano.
Domingo, 7 de Dezembro de 1975
O Conselho da Revolução denuncia o «Pacto MFA/Partidos».
Francisco Sá carneiro, presidente do P.P.D. (Partido Popular Democrático) refugia-se em Inglaterra depois de aparentemente ter atravessado a fronteira para Espanha por barco, em Vila Real de Santo António.
Desconhece-se o paradeiro do Dr. Freitas do Amaral, líder do C.D.S. (Partido do Centro Democrático Social). Fontes próximas do líder daquele partido reaccionário declararam simplesmente:
«Não se encontra em Portugal».
Quarta-feira, 10 de Dezembro de 1975
O Conselho da Revolução publica Lei Constitucional histórica:
São proibidos os partidos políticos reaccionários ou contra-revolucionários.
Caberá ao Governo a definição daqueles conceitos.
O primeiro-ministro Dr. Álvaro Cunhal declarou a este propósito ao nosso jornal:
«A Revolução não pode permitir a guarida no seu seio a quem a combate insidiosamente nas suas costas».
«Serão imediatamente proibidos todos os partidos políticos que não se enquadrem no espírito da Revolução de Abril, desde esse grupelho que se intitula do Centro, àquele que tem o desplante de ter as palavras popular e democrático na sua sigla e principalmente o partido que se arroga ser socialista».
«Só o Partido Comunista Português é um partido verdadeiramente revolucionário; o P.C.P. é o único partido que, com a ajuda do povo, em comunhão com o povo, e com o apoio dos operários, dos camponeses, dos soldados e dos marinheiros, será capaz de defender e assegurar as conquistas de Abril e a Reforma Agrária».
Sexta-feira, 12 de Dezembro de 1975
Forte de Peniche transformado em «Prisão da Revolução».
Mário Soares, o ex-secretário geral do ilegalizado Partido Socialista, um dos seus primeiros ocupantes, será amanhã transferido para aquele Forte.
Segunda-feira, 15 de Dezembro de 1975
Instituído o «Controle Militar da Informação».
Todos os órgãos de comunicação social passam a ser sujeitos ao controle revolucionário da informação que pretendam dar ao povo.
O ministro da Informação, José Casanova, declarou ao nosso jornal:
«os órgãos de comunicação que sejam verdadeiramente revolucionários, que têm a temer?».
Quarta feira, 17 de Dezembro de 1975
Fidel Castro de visita a Portugal.
«El Comandante» recebido com todas as honras no aeroporto da Portela pelo Presidente da República e pelo primeiro-ministro, para uma visita de três dias ao nosso país.
Quinta-feira, 18 de Dezembro de 1975
O primeiro-ministro Dr. Álvaro Cunhal em entrevista exclusiva ao nosso jornal:
«A nossa revolução é constantemente minada pelos ventos reaccionários que vêm de Espanha; é reconhecido o poder de legítima defesa revolucionária às nações que são ameaçadas, e o nosso povo exige que tomemos medidas com a máxima urgência. É por isso que defendo a imediata intervenção armada de países revolucionários amigos em Espanha, de forma a derrubar o regime fascista e anacrónico de Franco.
«A História de grande sucesso de outras intervenções militares anteriores, que sempre defendi, da Hungria à Checoslováquia, e que se destinaram a esmagar opressões contra-revolucionárias, fala por si».
Segunda-feira, 22 de Dezembro de 1975
Portugal abandona a NATO.
O primeiro-ministro Dr. Álvaro Cunhal vai solicitar o ingresso de Portugal no «Movimento dos Não-Alinhados».
Segunda-feira, 6 de Janeiro de 1976
Intervenção do COPCON na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa:
Detidos no Quartel de Lanceiros da Polícia Militar dezenas de estudantes contra-revolucionários daquela faculdade.
...........
Esta pequena e singela «História de Portugal Alternativa», absolutamente irrealista, eu sei, ocorreu-me quando ouvi as mais diversas declarações sobre a personalidade de Álvaro Cunhal, de gente anónima a políticos de destaque.
E que dele disseram coisas como: «um homem de grandes ideais, patriota, fiel às suas convicções até ao fim»; «uma figura marcante da História política portuguesa, merecedora do nosso respeito»; ou ainda «um homem de ideal e que seguiu sempre esse ideal com grande coerência, honestidade e lealdade».
E ocorreu-me também esta «História» quando vi o seu funeral, transmitido até à exaustão por todas as rádios e televisões, ser acompanhado por largos milhares de pessoas que manifestavam a sua saudade e o desgosto pela sua morte, com efusivos aplausos e palavras de ordem revolucionárias.
E que, assim, saudavam a sua memória.
Eu, sinceramente, não o posso fazer!
Quarta feira, 17 de Dezembro de 1975
Fidel Castro de visita a Portugal.
«El Comandante» recebido com todas as honras no aeroporto da Portela pelo Presidente da República e pelo primeiro-ministro, para uma visita de três dias ao nosso país.
Quinta-feira, 18 de Dezembro de 1975
O primeiro-ministro Dr. Álvaro Cunhal em entrevista exclusiva ao nosso jornal:
«A nossa revolução é constantemente minada pelos ventos reaccionários que vêm de Espanha; é reconhecido o poder de legítima defesa revolucionária às nações que são ameaçadas, e o nosso povo exige que tomemos medidas com a máxima urgência. É por isso que defendo a imediata intervenção armada de países revolucionários amigos em Espanha, de forma a derrubar o regime fascista e anacrónico de Franco.
«A História de grande sucesso de outras intervenções militares anteriores, que sempre defendi, da Hungria à Checoslováquia, e que se destinaram a esmagar opressões contra-revolucionárias, fala por si».
Segunda-feira, 22 de Dezembro de 1975
Portugal abandona a NATO.
O primeiro-ministro Dr. Álvaro Cunhal vai solicitar o ingresso de Portugal no «Movimento dos Não-Alinhados».
Segunda-feira, 6 de Janeiro de 1976
Intervenção do COPCON na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa:
Detidos no Quartel de Lanceiros da Polícia Militar dezenas de estudantes contra-revolucionários daquela faculdade.
...........
Esta pequena e singela «História de Portugal Alternativa», absolutamente irrealista, eu sei, ocorreu-me quando ouvi as mais diversas declarações sobre a personalidade de Álvaro Cunhal, de gente anónima a políticos de destaque.
E que dele disseram coisas como: «um homem de grandes ideais, patriota, fiel às suas convicções até ao fim»; «uma figura marcante da História política portuguesa, merecedora do nosso respeito»; ou ainda «um homem de ideal e que seguiu sempre esse ideal com grande coerência, honestidade e lealdade».
E ocorreu-me também esta «História» quando vi o seu funeral, transmitido até à exaustão por todas as rádios e televisões, ser acompanhado por largos milhares de pessoas que manifestavam a sua saudade e o desgosto pela sua morte, com efusivos aplausos e palavras de ordem revolucionárias.
E que, assim, saudavam a sua memória.
Eu, sinceramente, não o posso fazer!
quarta-feira, 15 de junho de 2005
Acquitted!
Na passada segunda-feira o cantor americano Michael Jackson foi considerado inocente dos 10 crimes de que estava acusado: quatro crimes de abuso sexual de menores, um de tentativa de abuso sexual, quatro de fornecimento de álcool a um menor e, finalmente, um crime de conspiração para cometer abuso sexual, sequestro e extorsão.
Se fosse condenado Michael Jackson arriscava uma pena de prisão superior a 20 anos.
Este processo foi o resultado dos denodados esforços de um procurador do Ministério Público norte-americano, aparentemente deslumbrado por uma persistente determinação persecutória, e que durante mais de 10 anos se dedicou quase em exclusivo a investigar detalhada e exaustivamente a vida particular do célebre cantor.
Por isso, o veredicto do júri é visto como uma pesada e humilhante derrota para o Ministério Público, pois nem uma só das 10 acusações foi considerada procedente, antes tendo sido vistas pelos jurados como o resultado de uma tentativa de extorsão milionária por parte da família do jovem de 15 anos que alegava ter sido molestado.
Mas, o que é facto é que durante o julgamento de mais de quatro meses Michael Jackson, que sempre negou veementemente todas as acusações de que era alvo, viu os mais íntimos pormenores da sua vida completamente devassados em público e pespegados nas primeiras páginas dos jornais de todo o mundo.
A absolvição de Michael Jackson foi recebida com entusiasmo pelos seus fãs, e mereceu manifestações de regozijo por parte de milhares de pessoas que nas imediações do Tribunal aguardavam o veredicto.
Mas Michael Jackson não foi totalmente absolvido.
Longe disso!
Em qualquer parte do mundo, por muito que uma acusação de abuso sexual de menores se venha a revelar não ser mais do que o resultado de uma patológica determinação persecutória de um qualquer procurador do Ministério Público, por muito que seja o culminar desesperado de uma investigação policial medíocre e incompetentemente criminosa, por muito que reflicta conclusões apressadas e infundamentadas de um qualquer juiz de instrução, o que é verdade é que subsistirá sempre no espírito de algumas pessoas que «não há fumo sem fogo» e que a absolvição resulta somente do mero acaso de uma «não condenação por falta de provas».
É por isso que Michael Jackson nunca mais tornará a ser visto da mesma forma.
Nem como pessoa, nem como profissional.
Nunca mais a sua carreira será a mesma, nem nunca mais venderá o mesmo número de discos.
Nunca mais será convidado para programas televisivos, nem lhe será mais alguma vez dada a oportunidade de sequer os apresentar ou produzir.
Nunca mais fará anúncios, nem à Pepsi, onde recebia usualmente honorários de vários milhões de dólares, nem sequer a uma simples companhia de seguros.
Por muito que se prove que a sua acusação resultou de uma tentativa de extorsão ou até, quem sabe, do encobrimento de alguém verdadeiramente culpado, a sua simples entrada num restaurante será sempre seguida de um embaraçoso e generalizado silêncio.
E haverá provavelmente alguém lá no fundo que vai pensar: «lá vem o pedófilo que escapou à justiça!».
Seja nos Estados Unidos, seja em Portugal, alguém que alguma vez tenha a triste sorte de ser suspeito de um crime de abuso sexual de menores, por muito que venha a ser considerado por um tribunal como «não culpado» nunca é, de facto, verdadeiramente absolvido.
E nunca mais será livre!
Este processo foi o resultado dos denodados esforços de um procurador do Ministério Público norte-americano, aparentemente deslumbrado por uma persistente determinação persecutória, e que durante mais de 10 anos se dedicou quase em exclusivo a investigar detalhada e exaustivamente a vida particular do célebre cantor.
Por isso, o veredicto do júri é visto como uma pesada e humilhante derrota para o Ministério Público, pois nem uma só das 10 acusações foi considerada procedente, antes tendo sido vistas pelos jurados como o resultado de uma tentativa de extorsão milionária por parte da família do jovem de 15 anos que alegava ter sido molestado.
Mas, o que é facto é que durante o julgamento de mais de quatro meses Michael Jackson, que sempre negou veementemente todas as acusações de que era alvo, viu os mais íntimos pormenores da sua vida completamente devassados em público e pespegados nas primeiras páginas dos jornais de todo o mundo.
A absolvição de Michael Jackson foi recebida com entusiasmo pelos seus fãs, e mereceu manifestações de regozijo por parte de milhares de pessoas que nas imediações do Tribunal aguardavam o veredicto.
Mas Michael Jackson não foi totalmente absolvido.
Longe disso!
Em qualquer parte do mundo, por muito que uma acusação de abuso sexual de menores se venha a revelar não ser mais do que o resultado de uma patológica determinação persecutória de um qualquer procurador do Ministério Público, por muito que seja o culminar desesperado de uma investigação policial medíocre e incompetentemente criminosa, por muito que reflicta conclusões apressadas e infundamentadas de um qualquer juiz de instrução, o que é verdade é que subsistirá sempre no espírito de algumas pessoas que «não há fumo sem fogo» e que a absolvição resulta somente do mero acaso de uma «não condenação por falta de provas».
É por isso que Michael Jackson nunca mais tornará a ser visto da mesma forma.
Nem como pessoa, nem como profissional.
Nunca mais a sua carreira será a mesma, nem nunca mais venderá o mesmo número de discos.
Nunca mais será convidado para programas televisivos, nem lhe será mais alguma vez dada a oportunidade de sequer os apresentar ou produzir.
Nunca mais fará anúncios, nem à Pepsi, onde recebia usualmente honorários de vários milhões de dólares, nem sequer a uma simples companhia de seguros.
Por muito que se prove que a sua acusação resultou de uma tentativa de extorsão ou até, quem sabe, do encobrimento de alguém verdadeiramente culpado, a sua simples entrada num restaurante será sempre seguida de um embaraçoso e generalizado silêncio.
E haverá provavelmente alguém lá no fundo que vai pensar: «lá vem o pedófilo que escapou à justiça!».
Seja nos Estados Unidos, seja em Portugal, alguém que alguma vez tenha a triste sorte de ser suspeito de um crime de abuso sexual de menores, por muito que venha a ser considerado por um tribunal como «não culpado» nunca é, de facto, verdadeiramente absolvido.
E nunca mais será livre!
terça-feira, 14 de junho de 2005
LIVE 8
O acontecimento musical do ano será sem dúvida o «Live 8».
Uma vez mais resultante de uma notável iniciativa de Bob Geldof, que recusa chamar-lhe um «Live Aid 2», este conjunto de concertos denominados «Live Eight» destinam-se a sensibilizar os dirigentes dos 8 países mais ricos e industrializados do mundo – os G8 – para a extrema pobreza que se vive em tantas regiões do nosso planeta.
Segundo as próprias palavras de Bob Geldof, «estes concertos constituem um ponto de partida para uma «Longa Caminhada para a Justiça», a única forma de fazermos com que as nossa vozes sejam ouvidas em uníssono»
«Os líderes dos G8 têm ao seu alcance a possibilidade para alterar a História. Mas só serão determinados a fazê-lo se dezenas de milhar de pessoas lhes disserem «basta!».
«Duplicando a sua ajuda, cancelando as dívidas e proporcionando um comércio internacional mais justo, os G8 podem mudar o futuro de milhões de homens, mulheres e crianças».
Os concertos contarão com dezenas dos mais famosos e populares artistas da actualidade e terão lugar no próximo dia 2 de Julho em Londres, Paris, Berlim, Roma e Filadélfia. Um sexto concerto será ainda realizado na Escócia, no dia 6 de Julho, data da próxima cimeira dos G8.
E pode-se dizer que um milagre foi já conseguido!
O inimaginável vai mesmo suceder: os Pink Floyd actuarão no Hyde Park, em Londres, novamente com a sua composição original, pois a David Gilmour, Rick Wright e Nick Mason irá agora juntar-se Roger Waters, especialmente para este espectáculo.
A propósito desta reunião com Roger Waters, que ocorre 24 anos depois de os Pink Floyd terem pela última vez tocado juntos, David Gilmour declarou:
A propósito desta reunião com Roger Waters, que ocorre 24 anos depois de os Pink Floyd terem pela última vez tocado juntos, David Gilmour declarou:
«Como a maior parte das pessoas quero fazer tudo o que estiver ao meu alcance para persuadir os líderes dos G8 a tomarem verdadeiros compromissos para acabar com a pobreza e para aumentarem a ajuda ao terceiro mundo»
«Quaisquer questões que a banda tenha tido com Roger no passado não têm qualquer importância neste contexto. E se a nossa reunião para este concerto ajudar a chamar a atenção para aqueles problemas, então ela terá valido a pena».
segunda-feira, 13 de junho de 2005
Álvaro Cunhal
(Álvaro Barreirinhas Cunhal – 10 de Novembro de 1913 – 13 de Junho de 2005)
Álvaro Cunhal iniciou a sua actividade política ainda muito jovem. Em 1931, ano em que ingressou na Faculdade de Direito de Lisboa, filia-se também no Partido Comunista Português.
Em 1935, já formado, foi eleito secretário-geral da Juventude Comunista.
Foi secretário-geral do Partido Comunista Português de 1961 a 1962, quando foi substituído por Carlos Carvalhas.
Foi autor de vários romances e novelas, editados sob o pseudónimo de Manuel Tiago.
Esteve preso longos anos pela polícia política portuguesa, tendo sofrido às suas mãos as mais indiscritíveis humilhações e torturas.
Até que em Janeiro de 1960, acompanhado de alguns camaradas, e com a cumplicidade de um dos guardas, conseguiu fugir do forte-prisão de Peniche, num acto que ficou carregado de um forte simbolismo na luta contra o regime de Salazar.
Álvaro Cunhal foi uma figura incontornável da democracia portuguesa e da luta contra a ditadura antes da Revolução de 25 de Abril de 1974.
Ainda que defendesse para Portugal um regime político que ele próprio definia como «O Sol da Terra» e que para todo o sempre acabará por ficar na História da Humanidade como sinónimo da mais profunda miséria, de uma abjecta e tenebrosa polícia política, de deportação e eliminação de sociedades, de torturas, de campos de concentração, de genocídio de povos, de milhões e milhões de mortos.
Tal como na realidade ainda hoje acontece com grande parte dos seus camaradas de partido, é muito provável que Cunhal tenha morrido sem verdadeiramente se ter apercebido da queda do Muro de Berlim...
Até à sua morte Álvaro Cunhal foi imprescindível na marcação dos destinos do P.C.P. já que os seus camaradas nunca ousaram desafiar o inegável ascendente que sempre possuiu sobre os mais diversos órgãos do Partido.
Nem passaram nunca sem a orientação e o conselho da sua perspicácia, da sua inteligência, da sua enorme experiência política e, muito principalmente, da sua coerência.
Quer dos seus pares, quer mesmo até dos seus mais acérrimos opositores políticos, tenho ouvido referências – sempre altamente elogiosas – àquela que será a mais notável e relevante característica de Álvaro Cunhal e a que mais tem marcado a sua luta e o seu longo trajecto político: a sua coerência.
Que Álvaro Cunhal seja digno da maior admiração pelo sacrifício de uma vida pela defesa de um ideal que elegeu como seu, isso para mim não sofre contestação.
Que Cunhal seja «coerente», isso é também um facto.
Mas já não me parece que essa coerência mereça elogio ou admiração quando ela provavelmente significaria que Álvaro Cunhal, pelo simples facto de as minhas convicções serem distintas das suas, espetaria comigo no “Campo Pequeno”, na Sibéria ou num “Gulag” qualquer, tanto em 1961, como em 1975 como também até agora!
Sim: lá coerente ele foi!....
Álvaro Cunhal iniciou a sua actividade política ainda muito jovem. Em 1931, ano em que ingressou na Faculdade de Direito de Lisboa, filia-se também no Partido Comunista Português.
Em 1935, já formado, foi eleito secretário-geral da Juventude Comunista.
Foi secretário-geral do Partido Comunista Português de 1961 a 1962, quando foi substituído por Carlos Carvalhas.
Foi autor de vários romances e novelas, editados sob o pseudónimo de Manuel Tiago.
Esteve preso longos anos pela polícia política portuguesa, tendo sofrido às suas mãos as mais indiscritíveis humilhações e torturas.
Até que em Janeiro de 1960, acompanhado de alguns camaradas, e com a cumplicidade de um dos guardas, conseguiu fugir do forte-prisão de Peniche, num acto que ficou carregado de um forte simbolismo na luta contra o regime de Salazar.
Álvaro Cunhal foi uma figura incontornável da democracia portuguesa e da luta contra a ditadura antes da Revolução de 25 de Abril de 1974.
Ainda que defendesse para Portugal um regime político que ele próprio definia como «O Sol da Terra» e que para todo o sempre acabará por ficar na História da Humanidade como sinónimo da mais profunda miséria, de uma abjecta e tenebrosa polícia política, de deportação e eliminação de sociedades, de torturas, de campos de concentração, de genocídio de povos, de milhões e milhões de mortos.
Tal como na realidade ainda hoje acontece com grande parte dos seus camaradas de partido, é muito provável que Cunhal tenha morrido sem verdadeiramente se ter apercebido da queda do Muro de Berlim...
Até à sua morte Álvaro Cunhal foi imprescindível na marcação dos destinos do P.C.P. já que os seus camaradas nunca ousaram desafiar o inegável ascendente que sempre possuiu sobre os mais diversos órgãos do Partido.
Nem passaram nunca sem a orientação e o conselho da sua perspicácia, da sua inteligência, da sua enorme experiência política e, muito principalmente, da sua coerência.
Quer dos seus pares, quer mesmo até dos seus mais acérrimos opositores políticos, tenho ouvido referências – sempre altamente elogiosas – àquela que será a mais notável e relevante característica de Álvaro Cunhal e a que mais tem marcado a sua luta e o seu longo trajecto político: a sua coerência.
Que Álvaro Cunhal seja digno da maior admiração pelo sacrifício de uma vida pela defesa de um ideal que elegeu como seu, isso para mim não sofre contestação.
Que Cunhal seja «coerente», isso é também um facto.
Mas já não me parece que essa coerência mereça elogio ou admiração quando ela provavelmente significaria que Álvaro Cunhal, pelo simples facto de as minhas convicções serem distintas das suas, espetaria comigo no “Campo Pequeno”, na Sibéria ou num “Gulag” qualquer, tanto em 1961, como em 1975 como também até agora!
Sim: lá coerente ele foi!....
Uma Voz do Além...
Segundo conta o jornal online «Mosnews», um pacato cidadão russo de 37 anos, de nome Yuri Dedov, apanhou-se sozinho em casa e, vai daí, pegou num martelo e espetou um prego de mais de 12 centímetros na sua própria testa.
Quando a mãe chegou a casa e viu que o filho tinha um prego espetado na cabeça, lá deve ter achado que aquilo não era muito normal, e chamou uma ambulância.
Ainda a tempo do filho ser operado e salvo sem males de maior, embora os médicos tenham dito que se o prego tivesse entrado com um ângulo ligeiramente diferente ele teria tido morte imediata.
Depois da operação, quando lhe perguntaram porque tinha feito tão insólito gesto, o Yuri explicou simplesmente:
- Ouvi uma voz a dizer-me: pega num martelo, e espeta o prego na testa!
Ao longo da História da Humanidade muitas pessoas têm ficado célebres por ouvirem vozes que não conseguem explicar de onde vêm, e lhes dão ordens ou transmitem misteriosas mensagens do Além.
Como regra essas pessoas acabam mais tarde por ser beatificadas e até mesmo canonizadas.
Se o bom do Yuri não se põe a pau, ainda lhe acontece a mesma coisa!...
quinta-feira, 9 de junho de 2005
Os Pequeno-Burgessos
«Há aqui uns bastardos na comunicação social do Continente. Digo bastardos para não ter que lhes chamar filhos da puta...».
Estas as palavras que Alberto João Jardim julgou dignas de serem proferidas por um presidente de um Governo Regional, e que um dia se lamentou a esta mesma comunicação social que agora insulta:
«Magoa-me ser tratado como um boçal».
A estas asininas declarações, registo aqui com agradável surpresa, e que sinceramente não esperava, a reacção de Marques Mendes, enquanto líder do PSD:
«Eu julgo que na vida política também há limites para a linguagem. Julgo que neste caso concreto esses limites foram ultrapassados. Mas eu julgo que o Dr. Alberto João Jardim é o primeiro a reconhecer isso mesmo».
Mas Marques Mendes enganou-se: Jardim não foi nem o primeiro nem o último a reconhecer isso mesmo.
Nem ele nem os deputados do PSD da Assembleia Regional da Madeira, que chumbaram todas as tentativas dos partidos da oposição de se manifestarem indignados com as palavras de Jardim.
Muito pelo contrário, decidiram aprovar e aplaudir, entusiasticamente e de pé, as palavras do seu insular caudilho.
Quero aqui dar expressamente o benefício da dúvida aos deputados regionais do PSD.
Quero acreditar que estes «Pequeno-Burgessos», lá nessa sua condição, apoiaram e louvaminharam sincera e honestamente o seu mini-Bokassa de estimação.
E que não houve – nem um sequer – que pensasse o contrário.
A estas asininas declarações, registo aqui com agradável surpresa, e que sinceramente não esperava, a reacção de Marques Mendes, enquanto líder do PSD:
«Eu julgo que na vida política também há limites para a linguagem. Julgo que neste caso concreto esses limites foram ultrapassados. Mas eu julgo que o Dr. Alberto João Jardim é o primeiro a reconhecer isso mesmo».
Mas Marques Mendes enganou-se: Jardim não foi nem o primeiro nem o último a reconhecer isso mesmo.
Nem ele nem os deputados do PSD da Assembleia Regional da Madeira, que chumbaram todas as tentativas dos partidos da oposição de se manifestarem indignados com as palavras de Jardim.
Muito pelo contrário, decidiram aprovar e aplaudir, entusiasticamente e de pé, as palavras do seu insular caudilho.
Quero aqui dar expressamente o benefício da dúvida aos deputados regionais do PSD.
Quero acreditar que estes «Pequeno-Burgessos», lá nessa sua condição, apoiaram e louvaminharam sincera e honestamente o seu mini-Bokassa de estimação.
E que não houve – nem um sequer – que pensasse o contrário.
Mas que, com medo de represálias políticas, ou até pessoais, não tivesse a suficiente coragem de o manifestar publicamente...
Good Intentions Gone Bad
É este o título do excelente artigo de Rod Nordland, que durante dois anos foi correspondente da «Newsweek» no Iraque.
Nordland conta-nos como há dois anos foi para o Iraque acreditando na justeza da invasão americana e na deposição de Saddam Hussein pela força das armas.
Mas agora admite que muita coisa correu mal, e relata como desde Abril de 2004 a operação americana no Iraque não é mais do que um desesperado exercício de «controle de estragos» ou «damage control».
Fala em especial daquilo a que chama o escândalo de Abu Ghraib, responsabilizando em primeiro lugar os próprios chefes militares americanos, e como o relato dos abusos aos prisioneiros iraquianos acabou com o pouco apoio de que os Estados Unidos ainda gozavam no seio da população civil.
Depois, interroga-se sobre o destino dos 17 biliões de dólares injectados em privilegiadas empresas particulares americanas, para investimentos em projectos de reconstrução que ninguém vê.
Nordland nem sequer fala do falso pretexto da invasão, com a velha história das armas de destruição maciça que nunca foram encontradas.
Mas não deixa de referir que a questão não é já «quando será que os americanos retirarão do Iraque».
A questão é agora saber «que balbúrdia os americanos se poderão dar ao luxo de deixar para trás, quando deixarem o Iraque».
Mas talvez a mais chocante afirmação de Rod Nordland diga respeito à constatação da incapacidade dos americanos em conseguir as condições mínimas de segurança para a própria vida quotidiana no país, referindo-se em especial à estrada que liga a principal base americana ao aeroporto.
E como o mais gigantesco e poderoso exército de todos os tempos na História da Humanidade, nem sequer consegue assegurar uma protecção eficaz a uma simples estrada de 3 quilómetros...
quarta-feira, 8 de junho de 2005
O Esquilo
Às vezes surge na vida de um jornalista uma oportunidade de reportagem única.
E se o jornalista for competente e a souber aproveitar convenientemente, a sua reportagem poderá até ficar famosa em todo o mundo e, quem sabe, valer-lhe mesmo um prémio «Pulitzer».
Foi o caso da jornalista Inka Blumensaat, da cadeia de televisão alemã NDR, que foi chamada a fazer uma reportagem do emocionante caso de uma gata doméstica que recolheu e adoptou um pequeno esquilo bebé, órfão e abandonado, e assim lhe salvou a vida.
A repórter não perdeu a oportunidade e filmou todo o tocante quadro da gatinha a cuidar do pequeno esquilo.
Mas, durante a filmagem, o esquilo quis demonstrar o seu apreço pela jornalista e resolveu saltar-lhe para uma perna.
A jornalista entrou em pânico, pôs-se aos saltos assustada e, num gesto mais descontrolado, acabou por pôr um pé em cima do esquilo e... esmagou-o!
Todos os presentes olharam com horror para o chão onde o jazia inanimado o esquilo.
Mas a poça de sangue onde estava não deixou quaisquer dúvidas: o pequeno esquilo teve morte imediata...
terça-feira, 7 de junho de 2005
O Burgesso
Segundo o «Diário de Notícias», depois de tomar conhecimento das notícias que davam conta da acumulação da sua pensão de reforma com o seu vencimento de Presidente do Governo Regional da Madeira, foi a seguinte a reacção de Alberto João Jardim:
«Há aqui uns bastardos na comunicação social do Continente.
«Digo bastardos para não ter que lhes chamar filhos da puta... que aproveitaram este ensejo para desabafar o ódio que têm sobre a minha pessoa.
«Não lhes basta mentir sobre a Madeira. Como são bastardos, e têm o complexo de bastardos, também, à mínima coisa, desencadeiam isso (o ódio) sobre mim».
Como é óbvio, não está em causa a justeza da acumulação das duas remunerações, a que pode muito bem ter direito.
O que está em causa é o “Sentido de Estado” do presidente do Governo Regional da Madeira!
Como está também em causa o modo como os madeirenses se continuam a rever neste energúmeno, em quem persistentemente e de olhos fechados vão votando.
Como é óbvio, não está em causa a justeza da acumulação das duas remunerações, a que pode muito bem ter direito.
O que está em causa é o “Sentido de Estado” do presidente do Governo Regional da Madeira!
Como está também em causa o modo como os madeirenses se continuam a rever neste energúmeno, em quem persistentemente e de olhos fechados vão votando.
Sem se aperceberem que é deste modo, e com estas palavras, que são representados perante os restantes portugueses, e é com este Bokassa que são identificados em todo o mundo.
Mas Alberto João Jardim está naquele lugar também em função de uma designação partidária.
É também o PSD quem, pelos vistos, se revê persistentemente neste alucinado.
Será que a entrada “moralizadora” de Marques Mendes na vida político-partidária portuguesa vai ficar por aqui?
Depois de mais este delírio de Alberto João Jardim, será que Marques Mendes vai finalmente tomar no interior do partido uma posição concreta, tal como fez com Isaltino Morais ou Valentim Loureiro?
Será que se vai referir, ao menos, às palavras do seu correligionário?
Ou será que o presidente do PSD não tem a coragem bastante para isso?
Será simples falta de autoridade no interior do próprio partido que lidera?
Será, talvez falta de... estatura política, para afrontar este «Mostrengo que está no fim do mar»?
Será Alberto João Jardim «grande demais» para Marques Mendes?
Será que uma vez mais se deixará impune esta gárgula do Atlântico, por muito que persista a reputação que se vai generalizando sob a sua presidência, de que os eleitos madeirenses do PSD passam de vendedores de autoclismos a milionários num ou dois mandatos da Assembleia Regional?
Será que uma vez mais nada será feito, por muitos escândalos financeiros que se vão sucedendo, desde obras públicas de milhões com contas por explicar, a subsídios escandalosos ao futebol, a publicidade em jornais falidos (que de destaque só têm a publicação de crónicas de gosto duvidoso e qualidade medíocre do Sr. Presidente do Governo Regional), ou por muitos e sucessivos que sejam os chumbos das contas regionais pelo Tribunal de Contas?
Obviamente, nada será feito e uma vez mais este grosseiro indivíduo se rirá daqueles a quem ele próprio chama «os papalvos do Continente».
E, pelos vistos, mais uma vez cheio de razão!
Mas uma coisa é certa:
Sabendo-se qual é uma das principais produções agrícolas do arquipélago, e com a cobarde complacência daqueles que por falta de coragem – pessoal e política – alguma coisa poderiam ter feito e nada fizeram, Alberto João Jardim terá talvez a virtude de um dia passar à História como o presidente de um Governo Regional que mais significado deu à expressão «República das Bananas»...
Mas Alberto João Jardim está naquele lugar também em função de uma designação partidária.
É também o PSD quem, pelos vistos, se revê persistentemente neste alucinado.
Será que a entrada “moralizadora” de Marques Mendes na vida político-partidária portuguesa vai ficar por aqui?
Depois de mais este delírio de Alberto João Jardim, será que Marques Mendes vai finalmente tomar no interior do partido uma posição concreta, tal como fez com Isaltino Morais ou Valentim Loureiro?
Será que se vai referir, ao menos, às palavras do seu correligionário?
Ou será que o presidente do PSD não tem a coragem bastante para isso?
Será simples falta de autoridade no interior do próprio partido que lidera?
Será, talvez falta de... estatura política, para afrontar este «Mostrengo que está no fim do mar»?
Será Alberto João Jardim «grande demais» para Marques Mendes?
Será que uma vez mais se deixará impune esta gárgula do Atlântico, por muito que persista a reputação que se vai generalizando sob a sua presidência, de que os eleitos madeirenses do PSD passam de vendedores de autoclismos a milionários num ou dois mandatos da Assembleia Regional?
Será que uma vez mais nada será feito, por muitos escândalos financeiros que se vão sucedendo, desde obras públicas de milhões com contas por explicar, a subsídios escandalosos ao futebol, a publicidade em jornais falidos (que de destaque só têm a publicação de crónicas de gosto duvidoso e qualidade medíocre do Sr. Presidente do Governo Regional), ou por muitos e sucessivos que sejam os chumbos das contas regionais pelo Tribunal de Contas?
Obviamente, nada será feito e uma vez mais este grosseiro indivíduo se rirá daqueles a quem ele próprio chama «os papalvos do Continente».
E, pelos vistos, mais uma vez cheio de razão!
Mas uma coisa é certa:
Sabendo-se qual é uma das principais produções agrícolas do arquipélago, e com a cobarde complacência daqueles que por falta de coragem – pessoal e política – alguma coisa poderiam ter feito e nada fizeram, Alberto João Jardim terá talvez a virtude de um dia passar à História como o presidente de um Governo Regional que mais significado deu à expressão «República das Bananas»...
segunda-feira, 6 de junho de 2005
A Previsão
O Sr. João Cardoso devia ao meu cliente quase 18.000 contos.
Escrevi-lhe uma carta, que não obteve resposta.
Como a dívida era titulada por uma letra, resolvi telefonar-lhe. Talvez um acordo evitasse os custos e a demora da acção judicial, e até o arresto da sua casa que eu já tinha preparado (e cuja construção estava até na origem da dívida).
Atendeu-me a sua secretária que, depois de me inquirir sobre o assunto que me levava a telefonar, me disse que «o Sr. Dr. estava em consulta» e, que se não fosse muito incómodo telefonasse daí a uns vinte minutos.
Quando voltei a telefonar, a secretária reconheceu-me logo a voz e disse-me prontamente:
- Vou passar ao Sr. Dr.!
Mas o Sr. Dr. não queria mesmo era pagar; nem sequer queria ouvir falar de acordos.
Nem quando lhe mencionei a letra, a acção executiva, a penhora da casa, ou mesmo quando lhe propus que, se pagasse imediatamente, lhe perdoaria os juros que chegavam já perto dos 2.000 contos.
Não negava a existência da dívida; não queria era pagar, que tinha «outros compromissos mais urgentes».
Não havia nada a fazer.
Finalmente perguntei-lhe o mais diplomaticamente que consegui:
- O senhor desculpe: a sua secretária disse-me há pouco que estava em consulta. O senhor é médico ou... advogado?
- Não – respondeu-me logo todo ufano – sou astrólogo.
Eu bem sabia que ele não ia achar piada nenhuma e que provavelmente não ia gostar nada.
Como de facto não gostou.
Mas, mesmo assim, confesso que foi mais forte do que eu, e disse-lhe:
Mas, mesmo assim, confesso que foi mais forte do que eu, e disse-lhe:
- Então deixe-me que lhe diga uma coisa, meu caro senhor: prevejo-lhe um futuro muito negro!
sexta-feira, 3 de junho de 2005
E que tal...
«Live On Paper»
.
Finalmente!
O lançamento editorial do ano!!!
Teve ontem lugar no «Café-Café» o lançamento do livro «No Ar – Live on Paper» do meu amigo José Ramos.
É um livro de histórias, de aventuras, de sentimentos mas, sobretudo, é um livro de muita amizade.
Prova disso foram as centenas de amigos que quiseram acompanhar o Zé no lançamento do seu livro.
E também partilhar a felicidade que ele deixava transparecer por cada pessoa mais que entrava naquela sala.
Como não partilhar o orgulho do Zé por este livro?
Não é também a amizade partilharmos e sentirmos como nossos os sucessos dos nossos amigos?
Parabéns, AMIGO!
E como não podia deixar de ser, eis uma pequena passagem do livro e uma das que mais me divertiu:
«O Prestimoso Silva hoje está calmo na vida, dedicado a uma mulher que o ama e o faz feliz... mas não deixa de ser um verdadeiro “malindras de Campo de Ourique”, daqueles “pintas” que nunca estrebucha... muda de esquina.
- Oh Chefe, neste seu BMW, aqui atrás que nem uns nababos e com estes dois matulões (Luís Rodrigues e Fernando Tordo ambos com mais de 1.80) à frente até parecemos uns ministros... São os nossos seguranças.
- Ministros?
- Bem Ministro é só o Chefe. Eu sou sub-secretário de Estado...
Até parecíamos. Mas os seguranças não gostaram da rábula e não é que o Luís trava a fundo e em plena Ponte Vasco da Gama, o Tordo sai do carro e pôs o PRESTIMOSO fora da “voiture/limusine” dizendo-lhe:
- Caiu o Governo. Pr’á rua... Seu filho da puta! »
Finalmente!
O lançamento editorial do ano!!!
Teve ontem lugar no «Café-Café» o lançamento do livro «No Ar – Live on Paper» do meu amigo José Ramos.
É um livro de histórias, de aventuras, de sentimentos mas, sobretudo, é um livro de muita amizade.
Prova disso foram as centenas de amigos que quiseram acompanhar o Zé no lançamento do seu livro.
E também partilhar a felicidade que ele deixava transparecer por cada pessoa mais que entrava naquela sala.
Como não partilhar o orgulho do Zé por este livro?
Não é também a amizade partilharmos e sentirmos como nossos os sucessos dos nossos amigos?
Parabéns, AMIGO!
E como não podia deixar de ser, eis uma pequena passagem do livro e uma das que mais me divertiu:
«O Prestimoso Silva hoje está calmo na vida, dedicado a uma mulher que o ama e o faz feliz... mas não deixa de ser um verdadeiro “malindras de Campo de Ourique”, daqueles “pintas” que nunca estrebucha... muda de esquina.
- Oh Chefe, neste seu BMW, aqui atrás que nem uns nababos e com estes dois matulões (Luís Rodrigues e Fernando Tordo ambos com mais de 1.80) à frente até parecemos uns ministros... São os nossos seguranças.
- Ministros?
- Bem Ministro é só o Chefe. Eu sou sub-secretário de Estado...
Até parecíamos. Mas os seguranças não gostaram da rábula e não é que o Luís trava a fundo e em plena Ponte Vasco da Gama, o Tordo sai do carro e pôs o PRESTIMOSO fora da “voiture/limusine” dizendo-lhe:
- Caiu o Governo. Pr’á rua... Seu filho da puta! »
quinta-feira, 2 de junho de 2005
Os Políticos no Activo
António Vitorino, deputado do P.S., foi recentemente convidado pela R.T.P. para fazer comentário político num programa daquela estação televisiva.
Mas, ao que parece o PSD não concorda!
Não!
Mas não se pense que ficou quieto.
Não!
Até já fez queixa à Alta Autoridade Para a Comunicação Social e tudo.
E que não se pense que hesitará em ir mesmo até ao Presidente da República participar a sua indignação com o ultraje deste convite feito pela R.T.P. a António Vitorino.
Não!
Mas não se pense que há qualquer tipo de incoerência nesta posição do PSD.
Não!
E que não se pense que o programa de comentário político da R.T.P. actualmente feito com Marcelo Rebelo de Sousa, militante destacado do PSD e seu antigo presidente, tem alguma coisa a ver com isto, ou que tenha sequer o mesmo significado que o programa feito com António Vitorino.
Não!
É que para os sociais democratas não é a mesma coisa, porque António Vitorino é um «político no activo» e Marcelo Rebelo de Sousa não: não passa de um mero... «comentador político».
Mas não se pense que isto de um comentário televisivo não poder ser feito por um «político no activo» é um argumento antigo do PSD.
Não!
É que Pedro Santana Lopes já fez comentário político na R.T.P. enquanto era um «político no activo», obviamente sem que esse critério tenha na altura merecido qualquer oposição por parte do PSD.
E que não se pense que a situação de Alberto João Jardim é idêntica.
Não!
É que se Alberto João Jardim é há vários anos comentador residente do jornal «O Diabo» (que dizem que existe somente para publicar as suas geniais crónicas e subsiste unicamente graças a determinadas receitas publicitárias de pendor marcadamente regional), apesar de ser presidente do Governo Regional da Madeira, se virmos bem ele não é verdadeiramente um «político no activo».
Não!
Pois não é verdade que Alberto João Jardim acabou de se reformar?...
quarta-feira, 1 de junho de 2005
«Deep Throat»
O «Washington Post» confirmou hoje que W. Mark Felt, um antigo sub-director do F.B.I., é a verdadeira identidade de «Deep Throat», ou «Garganta Funda» (nome inspirado num celebérrimo filme pornográfico da época), a fonte secreta que garantiu a maior parte das informações que no princípio dos anos 70 desencadearam o escândalo «Watergate».
E que em Agosto de 1974 conduziram à resignação do presidente americano Richard Nixon.
A confirmação foi feita por Bob Woodward e Carl Bernstein, os dois jornalistas do «Washington Post» que desencadearam a história, e também pelo seu editor chefe da altura, Benjamim C. Bradlee, após a revista «Vanity Fair» e a família de W. Mark Felt, agora com 91 anos, o terem identificado como a fonte privilegiada que proporcionou aos jornalistas todos os pormenores do escândalo.
Foi W. Mark Felt quem contou a Bob Woodward o arrombamento das instalações de uma sede do Partido Democrata para a colocação de escutas, bem como todas as manobras posteriores de encobrimento deste acto, e ainda todos os pormenores que revelaram o envolvimento da Casa Branca e do próprio Richard Nixon em todo o processo.
A revelação da história pelo «Washington Post» desencadeou uma investigação do Congresso e, perante a ameaça mais que provável de um “impeachment”, Nixon acabou por resignar.
Toda esta história é uma lição extraordinária:
É uma lição de profissionalismo por parte dos jornalistas envolvidos, que souberam honrar a sua palavra e guardar um segredo por mais de três décadas, só o confirmando após a revelação da família e do próprio Mark Felt.
É uma lição de civismo por parte de Mark Felt que, com enorme risco pessoal, colocou os seus valores e toda a honra de uma Nação à frente de quaisquer interesse pessoais e partidários, não compactuando com a desonestidade de uma administração corrompida.
Mas é, principalmente uma lição de democracia, pois nos Estados Unidos, apesar de se tratar de uma notícia que conduziu à demissão de um presidente, nunca passou pela cabeça de ninguém perseguir criminalmente estes jornalistas para os obrigar a revelar as suas fontes.
E se um dos pilares mais importantes de uma Democracia é a Liberdade de Imprensa, e se a confidencialidade das fontes de um jornalista é um dos principais garantes dessa mesma Liberdade, então esta é, de facto, uma extraordinária lição de Democracia.
Com que Portugal ainda tem, sem dúvida, mesmo muito a aprender...