terça-feira, 7 de junho de 2005

 

O Burgesso


Segundo o «Diário de Notícias», depois de tomar conhecimento das notícias que davam conta da acumulação da sua pensão de reforma com o seu vencimento de Presidente do Governo Regional da Madeira, foi a seguinte a reacção de Alberto João Jardim:

«Há aqui uns bastardos na comunicação social do Continente.
«Digo bastardos para não ter que lhes chamar filhos da puta... que aproveitaram este ensejo para desabafar o ódio que têm sobre a minha pessoa.
«Não lhes basta mentir sobre a Madeira. Como são bastardos, e têm o complexo de bastardos, também, à mínima coisa, desencadeiam isso (o ódio) sobre mim».


Como é óbvio, não está em causa a justeza da acumulação das duas remunerações, a que pode muito bem ter direito.

O que está em causa é o “Sentido de Estado” do presidente do Governo Regional da Madeira!

Como está também em causa o modo como os madeirenses se continuam a rever neste energúmeno, em quem persistentemente e de olhos fechados vão votando.
Sem se aperceberem que é deste modo, e com estas palavras, que são representados perante os restantes portugueses, e é com este Bokassa que são identificados em todo o mundo.

Mas Alberto João Jardim está naquele lugar também em função de uma designação partidária.
É também o PSD quem, pelos vistos, se revê persistentemente neste alucinado.

Será que a entrada “moralizadora” de Marques Mendes na vida político-partidária portuguesa vai ficar por aqui?
Depois de mais este delírio de Alberto João Jardim, será que Marques Mendes vai finalmente tomar no interior do partido uma posição concreta, tal como fez com Isaltino Morais ou Valentim Loureiro?
Será que se vai referir, ao menos, às palavras do seu correligionário?

Ou será que o presidente do PSD não tem a coragem bastante para isso?
Será simples falta de autoridade no interior do próprio partido que lidera?
Será, talvez falta de... estatura política, para afrontar este «Mostrengo que está no fim do mar»?
Será Alberto João Jardim «grande demais» para Marques Mendes?

Será que uma vez mais se deixará impune esta gárgula do Atlântico, por muito que persista a reputação que se vai generalizando sob a sua presidência, de que os eleitos madeirenses do PSD passam de vendedores de autoclismos a milionários num ou dois mandatos da Assembleia Regional?
Será que uma vez mais nada será feito, por muitos escândalos financeiros que se vão sucedendo, desde obras públicas de milhões com contas por explicar, a subsídios escandalosos ao futebol, a publicidade em jornais falidos (que de destaque só têm a publicação de crónicas de gosto duvidoso e qualidade medíocre do Sr. Presidente do Governo Regional), ou por muitos e sucessivos que sejam os chumbos das contas regionais pelo Tribunal de Contas?

Obviamente, nada será feito e uma vez mais este grosseiro indivíduo se rirá daqueles a quem ele próprio chama «os papalvos do Continente».
E, pelos vistos, mais uma vez cheio de razão!


Mas uma coisa é certa:
Sabendo-se qual é uma das principais produções agrícolas do arquipélago, e com a cobarde complacência daqueles que por falta de coragem – pessoal e política – alguma coisa poderiam ter feito e nada fizeram, Alberto João Jardim terá talvez a virtude de um dia passar à História como o presidente de um Governo Regional que mais significado deu à expressão «República das Bananas»...




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