quarta-feira, 30 de novembro de 2005

 

Isto é um “supônhamos”



Contra a opinião da generalidade dos seus antigos ministros das finanças, como Miguel Beleza, Eduardo Catroga e Manuela Ferreira Leite, o PSD (como toda a restante oposição) acabou de votar contra a proposta de Orçamento de Estado para 2006.

Com esta posição Marques Mendes revelou uma manifesta falta de coragem política para assumir uma votação favorável.
Tanto mais que havia antes qualificado o Orçamento como «globalmente positivo».
E perdeu uma oportunidade única para se assumir como um grande líder de uma oposição responsável e credível, e acabou por, à direita, entregar o protagonismo do debate (e da própria oposição) ao CDS.

A um honesto reconhecimento da inevitabilidade das medidas de contenção do Orçamento, a uma pacificação social resultante de um «pacto de regime», Marques Mendes preferiu antes a capitalização popularucha do descontentamento da rua.

Senão vejamos:
Decerto ninguém me desmentirá se eu afirmar que as críticas feitas à governação de José Sócrates residem quase exclusivamente no aumento dos impostos (nomeadamente da taxa do I.V.A. e das mais recentes implicações que resultarão da Lei do Orçamento para 2006), feito à revelia das promessas eleitorais, e também ainda no desassossego resultante dos “ataques” aos benefícios sociais e corporativos de algumas classes profissionais até agora mais privilegiadas.

Aqui residirá basicamente a base do desgaste do Governo do Partido Socialista, com os óbvios reflexos que até já puderam ser observados nos resultados globais de incidência nacional das últimas eleições autárquicas.

Não vou agora aqui analisar a justeza ou a incorrecção dessas medidas. Isso fica para depois.

Mas façamos agora aqui um pequeno “supônhamos”:

Imaginemo-nos transportados para Janeiro de 2006.
Imaginemos que Cavaco Silva ganhou as eleições presidenciais.
Imaginemos que uma das primeiras medidas que Cavaco toma como Presidente da República é demitir Sócrates, dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas (o que é defendido, afinal, por tanta gente, face ao precedente criado por Sampaio com Santana Lopes).
Imaginemos que o PSD ganha as eleições e que Marques Mendes é o novo Primeiro-ministro.

Feito o “supônhamos”, agora pergunto eu:

Alguém sequer imagina que se Marques Mendes fosse Primeiro-ministro não implementaria uma política de continuação rigorosa das actuais medidas de Sócrates?
Alguém imagina que Marques Mendes cometeria a loucura de baixar os impostos ou de repor os benefícios sociais de excepção agora retirados por Sócrates?


 

Parabéns



Parabéns ao «Diário Ateísta» pelo seu 2º aniversário.


São dois anos «a desmascarar a mentira e o charlatanismo, à semelhança das associações de defesa do consumidor».


São, de facto, «dois anos de luta contra dois milénios de obscurantismo».



terça-feira, 29 de novembro de 2005

 

O Deus dos cristãos



A recente decisão do Governo de mandar retirar os crucifixos das paredes das escolas públicas tem sido objecto das mais veementes reacções por parte de responsáveis eclesiásticos e líderes de partidos políticos, e até mesmo do candidato presidencial Cavaco Silva.
Todos a fazer de conta que não sabem que tal determinação governamental se limita simplesmente a cumprir o que está determinado na Constituição e na Lei da Liberdade Religiosa.

Mas, afinal, que significado simbólico tem um crucifixo pendurado numa parede de uma sala de aula?
Que evocação divina pretende esta gente?
Que Deus é este que tanta gente pretende que acompanhe todos os dias as crianças portuguesas, até mesmo nas salas de aulas?

Será este Deus recomendável? Será um Deus de vida, de paz, de amor, de liberdade, de tolerância?

Perante este Deus estariam as crianças «em boa companhia»?

Bem: tal como para definir o carácter ou a personalidade de qualquer pessoa não há nada melhor do que conhecer os seus actos e as suas reacções, vejamos também o que nos diz a própria Bíblia sobre o Deus dos Cristãos, para então o conhecermos melhor.

Vejamos, por exemplo (Êxodo 10:27-29), o que fez o Deus dos cristãos quando o povo de Israel quis sair do Egipto:
Poderia ele muito bem ter influenciado o faraó para permitir tal saída. Poderia até nem ter feito nada.
Mas não: o Deus dos cristãos entendeu por bem «endurecer o coração do faraó» que, assim não a permitiu.
Vai daí, o Deus dos cristãos no meio de dez pragas, qual delas a pior, resolveu matar todos os filhos primogénitos do Egipto, tendo até aproveitado a embalagem para matar também todos os primogénitos dos animais.

Mas não se pense que estes instintos assassinos do Deus dos cristãos ficam por aqui.
São inúmeros os exemplos que o livro sagrado dos cristãos nos dá para ficarmos a conhecer a verdadeira personalidade do seu Deus.
E, como é óbvio, se é a Bíblia que o diz, então é porque é verdade!

Eis mais alguns exemplos:

«...matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos» (Samuel, 15:3).
«Se o vingador do sangue o encontrar fora dos limites da cidade e o matar, não será culpado do sangue» (Números, 35:27).
«E pelejaram contra os medianitas, como o Senhor ordenara a Moisés, e mataram a todos os homens» (Números, 31:7).
«E dominará um de Jacó, e matará os que restam nas cidades» (Números, 24:19).
«...então mate todos os machos mesmo as crianças pequenas, e mate toda mulher que tenha conhecido homem e se tenha deitado com ele. Mas todas as donzelas que não conheceram homem e se deitaram com ele, reservem-nas vivas para vocês mesmos» (Números, 31:17).
«Mas das cidades destas pessoas que o Senhor teu Deus dá para ti com uma herança, tu não deves salvar vivo nada que respire». (Deuteronómio. 28:16).
«E ele feriu os homens de Betsames, porque eles tinham olhado para dentro da arca do Senhor. Ele mesmo matou cinquenta mil pessoas da plebe e dez homens: e as pessoas lamentaram, porque o Senhor tinha golpeado muitas das pessoas com grande carnificina» (Samuel 6:19)
«Não penses que vim para enviar paz para a terra: Eu não vim trazer a paz, mas uma espada». (Mateus, 10:34)
«E minha ira se acenderá, e vos matarei à espada» (Êxodo, 22:24).



É este, pois, o Deus dos cristãos.
É este o Deus simbolizado pelo crucifixo que tanta gente quer ver pendurado nas salas de aulas das escolas portuguesas.

Mas, tal como nos transmite a própria Bíblia, acontece que o Deus dos cristãos não é, na verdade, um Deus de paz, de bondade, de amor, de tolerância. Não é um Deus de vida.

É um Deus de ira, de raiva, de medo, de vingança, de ódio.

É, de facto, um Deus de MORTE!


domingo, 27 de novembro de 2005

 

É absolutamente lamentável...





... que depois de terem mandado pessoas à Lua, depois de andarem a pôr umas quinquilharias em Marte e mesmo depois de terem inventado uma sanita que tem água quase até ao cimo, os americanos ainda não saibam fazer café decentemente!


terça-feira, 15 de novembro de 2005

 

Encerrado Para Descanso do Pessoal


Até ao próximo dia 27 de Novembro este Blog encontra-se encerrado para férias.



As manifestações de inveja poderão ser deixadas, como de costume, na caixa de comentários.

Obrigado.


domingo, 13 de novembro de 2005

 

A Pernoita do Ícone



Teve lugar este sábado o ponto alto das realizações integradas no «Congresso Internacional para a Nova Evangelização» a decorrer em Lisboa, com a consagração de algumas ruas da capital a uma procissão que entupiu o trânsito de Lisboa.

De qualquer modo, e principalmente se pensarmos no número de países deste mundo onde isso não seria possível, foi bonito ver a manifestação e o pleno exercício da liberdade religiosa de tantos milhares de pessoas que acendiam velas, cantavam «avé Maria» e acenavam com lencinhos brancos à passagem de um ícone da mãe do seu Deus.

A imagem passará a noite a abrilhantar uma «vigília de oração mariana» que terá lugar na igreja de São Domingos.

É extremamente curiosa a escolha que a Igreja Católica faz da Igreja de São Domingos para a pernoita do ícone, integrada nas cerimónias desta «Nova Evangelização».
Sabendo-se que quem organiza estas cerimónias são pessoas inteligentes e conhecedoras, que pretendem sempre atribuir ao mais pequeno gesto e atitude um grande significado místico, a escolha da Igreja de São Domingos só pode ter sido feita como uma clara forma de comparação desta «Nova Evangelização» que agora tem lugar, com uma simbólica forma de reminiscência e de apelo à «Velha Evangelização» tão querida e saudosa para a Igreja Católica Apostólica Romana.


É que a igreja de São Domingos está intimamente ligada à forma de «evangelização» que a Igreja Católica sempre privilegiou ao longo da História: a eliminação pura e simples de quem não professa o mesmo tipo de rituais e cerimoniais de culto.

Mas que, ao fim ao cabo e se virmos bem, não passam do singelo cumprimento das determinações do livro sagrado dos cristãos e onde está inscrita a palavra de Deus: a Bíblia.
Diz assim a Bíblia no Deuteronómio (17:2-5):

«Quando no meio de ti, em alguma das tuas portas que te dá o Senhor teu Deus, se achar algum homem ou mulher que fizer mal aos olhos do Senhor teu Deus, transgredindo a sua aliança, que se for, e servir a outros deuses, e se encurvar a eles ou ao sol, ou à lua, ou a todo o exército do céu, o que eu não ordenei... então tirarás o homem ou a mulher que fez este malefício, às tuas portas, e apedrejarás o tal homem ou mulher, até que morra».

E a palavra de Deus é para cumprir, não é?

Deve ter sido por isso que no dia 19 de Abril de 1506 no decorrer de uma missa, precisamente na igreja de São Domingos, alguém com alguma over-dose de misticismo interpretou como um verdadeiro milagre divino um raio de luz que incidia sobre uma imagem de um santo qualquer.
Foi então que um homem mais desintoxicado do sobrenatural tentou dar uma explicação mais prosaica à coisa, e apontou para um vitral como a origem mais provável, embora miseravelmente terrena, do raio de luz que tinha escolhido tão santa figura para poisar.

O pior é que o homem era, ao que parece, cristão-novo.
E logo ali todos os cristãos-novos foram acusados de heresia e blasfémia.

O desmanchador de milagres já não saiu dali vivo: foi imediatamente linchado mesmo no solo sagrado da igreja de São Domingos.
Depois, uma turba enfurecida que foi crescendo rapidamente, resolveu pela primeira vez na História consagrar Lisboa à Virgem Maria e imbuídos de um espírito de «Nova Evangelização» levaram a cabo o maior “pogrom” de que há memória em Portugal.

Foi então que a população católica de Lisboa, incitada por monges dominicanos que aproveitaram para acusar os judeus de deicídio e de serem a causa da profunda seca que assolava o país, agora em piedoso e militante cumprimento das sagradas palavras de Deus que nos são transmitidas no Deuteronómio, massacrou impiedosamente milhares e milhares de cristãos-novos: homens, mulheres e até crianças.

A matança durou três dias!

Este massacre e a instigação clerical que se lhe seguiu foram primordiais para o crescente sentimento de anti-semitismo em Portugal. E que veio a culminar com o estabelecimento da Inquisição, que vigorou no nosso país durante quase três séculos: de 1540 a 1821.


Não há pois dúvida:
A igreja de São Domingos é, de facto, o local mais simbolicamente adequado para, nesta campanha de «Nova Evangelização», a mãe do Deus dos católicos passar a noite!


sábado, 12 de novembro de 2005

 

O Jantar



Prontos!

Realizou-se já o “Primeiro Grande Jantar” do «Random Precision».

Vindos de todos os pontos do país os comensais foram chegando a essa grande metrópole cosmopolita que é a Ponte de Frielas, causando grandes perturbações no trânsito e dores de cabeça às forças policiais destacadas preventivamente para o evento.
E, obviamente, a natural curiosidade dos autóctones que aproveitaram a oportunidade para ver de perto os convidados a quem insistentemente pediam autógrafos em folhas de papel em que nitidamente se distinguiam “prints” do «Random Precision».

Depois, já preservados da curiosidade da turba em ebulição pelo Corpo de Segurança Especial da P.S.P., que aqui e ali teve de usar a força física para afastar alguns indígenas mais recalcitrantes, os convidados entraram no restaurante onde, artisticamente dispostas em luxuosas mesas e ladeadas por espectaculares esculturas em gelo, os esperavam fabulosas iguarias preparadas pelos mais afamados cozinheiros de renome internacional.
Só a título de exemplo, basta dizer que eu comi um bife com natas, com batatas fritas e um ovo a cavalo, obviamente muito mal passado.

Uma maravilha!

O jantar contou ainda à cabeceira com a iluminação proporcionada pela careca do Menir, agora destituído das pilosidades faciais que lhe davam aquele ar abichanado mas que, contudo e paradoxalmente, me pareceu agora incrementado.

Ali bem perto, disputando com a Tt o deslumbramento dos mais próximos, a Pachita (que não teve o mesmo cuidado de trazer um guarda-costas tão cordial como eficiente) procurava dar conta do indisfarçado assédio que lhe dispensavam o Bock e o Fininho, e até o Zeca, que chegou mais tarde porque antes do jantar ainda teve de ir estraçalhar mais um carro.

Aqui e ali outros frequentadores do «Random Precision» protegidos pelo abichanado anonimato da falta de coragem para escrever na caixa de comentários (alguns, quem sabe, na mira de uma inesperada oportunidade de investimento), admiravam o estrelato dos comentadores habituais, como por exemplo o Resmas e o Zéquinha Coronel que falavam da imperiosa necessidade que certas pessoas têm de possuir um Porsche.

Depois, mais ao longe e sob o olhar atento e fascinado do Lágico, do Zé, da Lusitana e da Tó, a Palmira e o Frei Tomás desempenhavam a missionária conversão ao ateísmo de alguns autores de Blogs vizinhos.
Pareceu-me que com um inesperado, embora disfarçado sucesso...

Já lá mais para o fundo, o Geolouco procurava a conversão ao bloguismo dos mais recalcitrantes convidados, que o ouviam em pânico não fosse ele começar a tentar convencê-los que os professores são uma classe profissional sacrificada e sem férias.

Para o final da noite o Bock conseguiu arrastar os mais corajosos para o Cachodré, onde os enfiou num cubículo de 30 metros quadrados a que deram o nome de «Tóquio», provavelmente em homenagem ao Vareta, onde estavam 200 pessoas a saltar ao som de «heavy metal».


Enfim, um sucesso!
E para um primeiro jantar não estava nada mal.

Dadas as complexidades logísticas da organização de um evento com estas dimensões, a organização prepara já o próximo jantar, onde se esperará a presença de alguns frequentadores do «Random Precision» que desta vez não compareceram.

Ou por serem distante gente rude do campo, ou simplesmente por um abichanado temor de ainda virem a ser convertidos ao ateísmo...


sexta-feira, 11 de novembro de 2005

 

Preso por distribuir Bíblias



O «Washington Times» noticia que um líder religioso clandestino de Pequim, Cai Zhuohua, de 34 anos, que se encontrava preso já desde Setembro de 2004, foi agora condenado a três anos de cadeia pelo crime de distribuição de Bíblias e de outros «materiais cristãos».

Esta é, de facto, uma situação absolutamente inadmissível, tanto mais que, segundo o mesmo jornal, ela vem na sequência de uma longa escalada de perseguições e de prisões que os cristãos chineses têm sofrido nos últimos anos, e representa uma inqualificável violação de um dos mais básicos direitos dos seres humanos, que é a liberdade religiosa.

Até quando persistirão as autoridades chinesas em violar de forma sistemática os direitos, liberdades e garantias fundamentais, e em perseguir de forma simplesmente abjecta com longas penas de prisão (e até quantas vezes com a pena de morte), os cidadãos que simplesmente querem exercer os seus direitos e viver a sua vida em paz?
Até quando as autoridades dos países ocidentais continuarão a fechar os olhos a esta aberrante e anacrónica forma de perseguição dos cidadãos, quando bem poderiam, por exemplo, condicionar a celebração de acordos comerciais ao respeito pelos direitos humanos?

Sob pena de gravíssima conivência – e até de cumplicidade – com esta situação, constitui obrigação inequívoca de todos os governos do Ocidente procurar por todas as formas ao seu alcance pressionar a China a cumprir escrupulosamente os direitos humanos, a Carta das Nações Unidas e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

E a não pactuar com a aplicação de penas de prisão a cidadãos que não querem mais do que simplesmente exercer uma forma de culto religioso diferente da que é aceite pelos cânones oficiais, como é o caso do catolicismo, ou o cristianismo de uma forma geral.

Ainda que o catolicismo, ou o cristianismo, também não tenham deixado de, por sua vez, perseguir impiedosamente até à morte os praticantes de outros cultos religiosos, como foi, durante tantos séculos, por exemplo, o caso dos judeus.

E ainda que o próprio livro sagrado de todos os cristãos, a Bíblia cuja distribuição missionária e inegavelmente corajosa mereceu a Cai Zhuohua uma pena de três anos de prisão, preconize a pena de morte por apedrejamento (Deut. 13:6 e 17:2) a quem praticar culto religioso distinto do do «Senhor Teu Deus».


quinta-feira, 10 de novembro de 2005

 

Confiando en la Justicia Divina



De uma leitora assídua do «Random Precision» recebi o seguinte texto, que não resisto a publicar na íntegra e no idioma original:


«Hace aproximadamente tres años en un mitin del PP un “loco” increpó públicamente a un conocido e influyente político regional de esta formación.

Lo acusaba de haber cometido abusos en sus dos hijas siendo menores de edad.
El pobre padre fue sacado a empujones del local, en medio de burlas e insultos de algunos presentes.

Es una ciudad pequeña y pronto empezaron a circular las noticias.
Otra niña puso denunció en los juzgados haber sufrido por parte de este y otros señores toda clase de vejaciones y abusos con detalles escalofriantes, algunos de estos rozaban lo increíble por su crueldad.

Los nombres de los presuntos pederastas aparecieron en listas pegadas en las paredes de algunas calles.
Gente “bien” que participa activamente en la vida social de la ciudad, ciudadanos con los que no es raro coincidir tomando café o en alguna asociación deportiva o cultural.

El padre fue agredido en su lugar de trabajo por los “ofendidos”, corrido a ostias delante de toda la gente.
Las denuncias del papá y de la jovencita, aparentemente iban quedando debajo del montón de los casos pendientes.

A él se le fue la cabeza lejos y con ella los clientes y su reputación de buen profesional. Para colmo de sus penas parece ser que su exmujer y mamá de las niñas sabía lo que estaba pasando con sus pequeñas y no dijo nada.
En las denuncias que hizo la otra niña se hablaba de un exjuez y una juez.
Esta niña que dijo haber sido víctima de estos abusos a los 11 años paso a ser denunciada por calumnias.

Solo un diario digital vasco, que fue el primero en dar la noticia, y algunos comentarios en foros de una Web local fueron la repercusión mediática.
Funcionó a la perfección la comunicación oral y no se habló de otra cosa en la pequeña ciudad.
Cada uno utilizó su información según le parecía, los afines al PP viendo conspiraciones por todos los lados, los padres horrorizados, la mayoría de gente con cautela pero pensando será verdad?

Poco a poco la gente se olvidó y victimas y malhechores, reales o ficticios, fueron siguiendo adelante con su vida.
El padre desesperado desapareció, los “señores” siguieron con sus fiestas y asociaciones sin agachar un momento la cabeza y negándolo todo.
Y el político a hacer política y meterse en presuntos fraudes empresariales que venden más periódicos y no nos revuelven las tripas.

Ahora un juez ha absuelto a la otra niña de la denuncia por calumnias.
Si no mintió, es que dijo la verdad?
Si es así, no hay perdón. Si no lo es: doctores tienen la iglesia para determinarlo.
Las consecuencias visibles son que no hay otro tío que corte el pelo como el padre ido.
No hay otros señores que salgan en la procesión más devotamente. No hay otro político que cause más repugnancia.
Y no hay otras dos niñas más bonitas que las pequeñas a las que su papa trató de vengar sin resultado.

Y la fauna de por aquí nos hemos quedado con cara de presuntos imbéciles y... confiando en la justicia divina».


quarta-feira, 9 de novembro de 2005

 

Dedicatória



Este post do «Random Precision» é dedicado ao «Congresso Internacional para a Nova Evangelização» que está actualmente a decorrer em Lisboa.


É uma singela dedicatória, feita em sinal de sincero reconhecimento à Igreja Católica Apostólica Romana pelo dedicado esforço desenvolvido ao longo da História pela evangelização dos povos do mundo...



... e também pelos denodados e incansáveis esforços que ao longo dos tempos tem feito pela conversão das almas.



E, como não podia deixar de ser, esta dedicatória é sinceramente extensiva a todos aqueles que apoiam incondicionalmente a Igreja Católica nesta sua nova e piedosa iniciativa, e assim honram e dignificam a sua História e as suas gloriosas tradições e princípios éticos.

Bem hajam!


terça-feira, 8 de novembro de 2005

 

O Fogareiro



Ao ler no «Afixe» o post do Bernardo Motta «Acudam Que É Taxista», lembrei-me de uma história de “fogareiros” que também se passou comigo, há já p’raí uns vinte e tal anos.

Por ter um ending mais happy que a do Bernardo, pode ser que até lhe sirva de consolação.

Naquele tempo fazia-me deslocar no meu primeiro carro, um Mini 1000 azul escuro, lindíssimo, com rodas largas, baquets e volante especiais e tudo.
Que saudades!
Se alguém o vir por aí, diga-me. É o BP-86-45. (Não penses nisso, Filipe! É para mim!!!)

Um belo dia, seguia por aquela rua que liga a estação de serviço da BP (em frente à Universidade Católica) à 2ª Circular.
Ia eu todo descansado pela faixa da esquerda, quando o palerma que ia à minha frente resolveu travar subitamente e virar numa rua à esquerda.
Travei também para não lhe bater por trás e, instintivamente, guinei para a faixa da direita.

Mas nessa faixa da direita seguia um garboso taxista num enorme Datsun 2000 e não sei quantos, que por sua vez teve de travar bruscamente para não me bater quando me meti inesperadamente à sua frente.
Acenei-lhe imediatamente a pedir-lhe desculpa. Claro que se ele me tivesse batido a culpa seria toda minha, bem sei.
Por isso mesmo, apesar de me começar a buzinar repetidamente e a acenar-me gestos susceptíveis das mais variadas interpretações, continuei a acenar-lhe desculpas, enquanto seguia o meu caminho.

Mas o homem não desistiu. Queria ainda mais qualquer coisa.
No semáforo vermelho seguinte parou uns carros atrás de mim, saiu do táxi e aproximou-se com ar apressado, ameaçador e fumegante.
Tinha um aspecto marialva, e uma compleição física magra e seca de corredor de fundo, assim estilo Fernando Mamede (que o homem me perdoe a comparação), e vestia uma camisa às flores aberta até à barriga e tudo.

Atirou-me:
- Você viu o que fez ó sua ganda besta?
Respondi-lhe:
- Ó homem, já lhe pedi desculpa! Desviei-me para a sua faixa para fugir do gajo que travou à minha frente. Peço-lhe mais uma vez desculpa!

Não há dúvida que é verdade aquilo que dizem que não se deve mostrar medo aos cães. Deve ter sido por isso que o sujeito me disse, agora já a tratar-me por “tu”:
- E achas que isso chega, ó cabrão? Salta mas é cá para fora!

Sem sequer lhe dizer uma palavra, abri lentamente a porta do Mini e comecei a desenrolar cá para fora o meu metro e noventa e dois e os meus (na altura) 100 quilinhos de peso.

Quando me viu cá fora já todo desenrolado, o homem nem queria acreditar no que os seus olhos lhe transmitiam ao neurónio, decerto maldizendo a lei da física que me permitia caber dentro de um Mini e que ele não sabia que existia.

Não lhe dirigi uma única palavra.

Olhou para mim de alto a baixo e abriu muito os olhos.
Depois, e também sem dizer uma só palavra, desatou a fugir em pânico pela rua acima.
Meteu-se à pressa dentro do carro e arrancou bruscamente, passando o semáforo que os santinhos entretanto lhe tinham mudado para verde.
Nem sequer teve coragem de virar a cara e de me olhar quando passou por mim.

Durante uns tempos ainda procurei no meio do trânsito aquele velho Datsun e aquela camisa às flores, só para ver qual seria a reacção do homem quando me tornasse a encontrar.
Mas, lamentavelmente, nunca mais o vi...


segunda-feira, 7 de novembro de 2005

 

O Cobrador Vai Nu



Há já alguns anos que uns determinados sujeitos trazidos pelos ventos de Espanha, muito cordatos e com um inegável bom aspecto, assentaram arraiais em Portugal.

E, sob a capa de uma marca registada, primeiro como “O Cobrador do Fraque”, e mais tarde rebaptizada como “O Homem do Fraque” dedicam-se a fazer aquilo a que chamam «cobranças difíceis» e exigindo como honorários uma percentagem do dinheiro que conseguem recuperar.

A táctica é tão simples como eficaz:
Fazendo-se transportar num automóvel que tem pintado o logotipo da empresa, dois sujeitos com cara de poucos amigos, vestidos de fraque preto e de físico avantajado de praticantes de halterofilismo, assim estilo porteiros de casas de alterne, abordam o alegado devedor e “convencem-no” a pagar as suas dívidas.

Como eu próprio uma vez assisti, chamado “de urgência” por um cliente aterrorizado, os métodos de persuasão desta gente são mascarados com eufemismos e palavras mansas.
Mas são óbvias e claríssimas as ameaças de consequências físicas bem específicas e determinadas para a pessoa do devedor e, principalmente, – e aqui está a principal eficácia – para a sua própria família.

Como é por demais óbvio, toda esta “actividade empresarial” constitui crime de natureza pública, ainda por cima praticado de forma concertada e organizada.

Mas, por curioso e estranho que pareça, e publicitando até abertamente a sua actividade nos principais jornais nacionais, com moradas e tudo, há largos anos que esta gente (e quem os contrata) actua em Portugal, com a inteira complacência do Ministério Público.

E a sensação de impunidade é já de tal ordem, que esta boa gente não hesita mesmo em fazer publicar anúncios no «Expresso» alertando os seus “clientes” para uns facínoras que se andam a aproveitar abusivamente a sua marca registada, e ameaçando-os de participação criminal por esta tão reprovável e iníqua actuação!

Se isto não parecesse retirado de um episódio da «Twilight Zone», diria que qualquer dia ainda aparecem por aí nos jornais anúncios de gangs de vendedores de droga a ameaçar os membros dos gangs vizinhos que os põem em tribunal por devassa de zonas de influência, ou até mesmo anúncios de autarcas que ameaçam demandar criminalmente empresas de construção civil pelo atraso no pagamento de uma percentagem qualquer.

Enquanto isto, o Sr. Procurador Geral da República, Dr. Souto de Moura, vai dirigindo alegremente o nosso Ministério Público e ocupando o seu tempo a fazer comunicados de desagravo a cidadãos sujeitos a inexplicáveis buscas domiciliárias, tentando minimizar as consequências de vergonhosas fugas ao segredo de justiça provindas de dentro dos seus próprios serviços, mas que, apesar disso, é incapaz de impedir ou sequer investigar.

Ao mesmo tempo, com aquele sorriso franco e simples que lhe é peculiar, Souto de Moura parece corporativamente conformado com investigações criminais incompetentes e absurdas, com os processos que prescrevem aos milhares nos gabinetes dos seus magistrados e com a promiscuidade e frequente subserviência do seu relacionamento com a magistratura judicial.

Entretanto, António Cluny e Baptista Coelho andam a tentar convencer-nos que o que os magistrados precisam é de dois meses de férias de Verão e de privilégios especiais de assistência na saúde e na sua aposentação para então se sentirem verdadeiramente “independentes”.

Embora, muito curiosamente, já tenham dado a entender que estão abertos a trocá-los por melhorias salariais... «a negociar»...


domingo, 6 de novembro de 2005

 

Lisboa acolhe...


... e a malta paga!




(Clicar na imagem para a ampliar)


sábado, 5 de novembro de 2005

 

Jantar!



Prontos!

Está marcado o jantar do «Random Precision».


Embora a organização seja do «Random Precision», não é feita qualquer distinção, como é óbvio, à participação da malta dos Blogs vizinhos, como por exemplo o «Vareta Funda» e, por sua vez à participação da malta dos Blogs que são vizinhos deste último, e assim sucessivamente.


O jantar está marcado para o próximo dia 11 de Novembro, sexta-feira, pelas 20H 30M no restaurante «Adega do Almirante», sito na Rua Comandante Sacadura Cabral, nº 106 na Ponte de Frielas, Loures.
(telefone 21 989 80 01)

Calma, que eu já explico onde é!


Agradeço que, na medida do possível cliquem no link do «contacto» aqui do lado esquerdo e me enviem por email (com o título “jantar”) a confirmação das presenças, para organizar minimamente a disposição das mesas.
Contudo, serão perfeitamente toleradas comparências de última hora, mesmo que não anunciadas.


Então aqui vão as direcções, que podem ser sempre vistas -> aqui:


1) Imprimir estas indicações para as levar no carro.

2) Descer a Calçada de Carriche;

3) Tomar a A-8 (no sentido de Loures);

4) Cerca de 2,5 Km depois, virar à direita na saída «Frielas» e «Santo António dos Cavaleiros»;

5) Imediatamente depois da saída da auto-estrada, virar à direita no “T”.
(à esquerda seria para Frielas)

6) Já está quase...

7) Cerca de 200 metros depois, inflectir para a via da direita, que desce ligeiramente.
(pela esquerda teria de se subir o viaduto)

8) Ao chegar à rotunda (que fica por baixo do dito viaduto) virar logo à direita 90 graus, no sentido de Loures (existe uma placa que, curiosamente, diz «Loures»).

9) Depois desta curva, andar cerca de 250 metros. À direita lá está o restaurante, que está identificado por uma placa azul que, muito convenientemente, tem a inscrição «Adega do Almirante», que é precisamente o nome do restaurante.

10) Entrar no parque de estacionamento.

11) Estacionar o carro.

12) Entrar no restaurante, na sala que fica à direita logo após a entrada.

13) Alguma dúvida?

14) Logo vi...


sexta-feira, 4 de novembro de 2005

 

O Apoio Autárquico



Nos próximos dias 5 a 13 de Novembro terá lugar o «Congresso Internacional para a Nova Evangelização», um evento organizado pelo Patriarcado de Lisboa.

Até aqui tudo bem:
Se todos os anos fazem congressos de curandeiros e burlões congéneres em Vilar de Perdizes, porque não hão de estender iniciativas semelhantes à capital?

Pois é!
Mas o problema é que este certame tem o apoio da Câmara Municipal de Lisboa.

Quer isto dizer que o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Engº. Carmona Rodrigues, do alto do seu elevado critério lá deve ter achado que lhe sobrava algum dinheiro das obras municipais e, vai daí, resolveu apoiar logística e financeiramente esse tal congresso publicitário e promocional da seita religiosa cujos ensinamentos tão calorosa e fervorosamente perfilha.

Com dinheiros públicos, claro está!

Como se não soubesse que a laicidade do Estado português está constitucionalmente imposta, o Engº. Carmona Rodrigues vem agora fazer de conta que é um completo irresponsável político.

Fez mesmo afixar na Praça Marquês de Pombal um placard gigantesco, e de custos obviamente proporcionais, onde publicita galhardamente o evento e o seu apoio municipal.
Não hesitou mesmo em desfigurar horrendamente a estética do local com uma enorme imagem iconográfica da mulher semi deificada a quem os dogmas religiosos têm impedido de “pecar” mesmo quando, coitada, lhe encomendaram que concebesse um filho.

E como se não fosse já bastante a protecção municipal, a Câmara Municipal de Lisboa, capitaneada pelo Engº Carmona Rodrigues, em despudorada cumplicidade com o Patriarcado decretou que a minha cidade natal ficará «sob a protecção de Nossa Senhora» após uma procissão de velas.

Não que isso me aqueça ou arrefeça:
Só que a Câmara Municipal de Lisboa devia explicar melhor que tipo de protecção é esta proporcionada por «Nossa Senhora» e se até vai aproveitar o ensejo para dar uma merecida folga aos esforçados funcionários do piquete do Serviço Nacional de Protecção Civil em serviço na capital, dada a óbvia desnecessidade de uma duplicação de protecções.

O Engº. Carmona Rodrigues, que já como responsável político resolveu borrifar na Constituição do Estado onde vive, aproveitou esta anómica embalagem e, agora como piedoso católico, resolveu marimbar-se também nas determinações divinas e fazer de conta que desconhece a proibição bíblica de adoração de imagens ou ícones.
Então, conluiado com o Cardeal Patriarca, decerto mais habituado a estas andanças da interpretação extensiva da Bíblia, o Engº Carmona Rodrigues, correndo mesmo o risco de ser acusado de co-autoria material no crime de atentado ao pudor, vai proporcionar todo o apoio autárquico ao transporte da imagem da Virgem desde a Capelinha das Aparições, na Cova da Iria, até à exibição pública em diversos locais da capital portuguesa.

A acompanhar a imagem virá a sua sagrada coroa, onde foi incrustada a bala que feriu o Papa João Paulo II no atentado da Praça de São Pedro.
Presumo que já depois de ser desinfectada...


Só espero que este famigerado exemplo não frutifique!

Caso contrário ainda havemos de assistir ao custeio e ao suporte logístico municipal a iniciativas de outras seitas religiosas.
Havia de ser bonito assistirmos à promoção e à comparticipação financeira das autarquias por esse país fora a iniciativas como o dia da «Sagrada Tenda Insuflável» da Igreja Maná, a festa da «Sagrada Habituação à Poligamia» da Igreja Mórmon, o «Dia Nacional do Toque às Campainhas» das Testemunhas de Jeová e outras coisas assim do género.
Quem sabe até se a cerimónias de exorcismo de adversários políticos...

Se o Engº Carmona Rodrigues quer comparticipar e apoiar as iniciativas promocionais da sua religião, que o faça do seu próprio bolso.

Não o faça é com o dinheiro dos outros!


quinta-feira, 3 de novembro de 2005

 

Só algumas perguntinhas...



Vamos imaginar que eu sou ministro das obras públicas.

Vamos supor que eu quero lançar algumas obras públicas de grande impacto, como por exemplo, deixa cá ver, e assim ao acaso: uma grande ponte, duas auto-estradas, duas vias rápidas e um importante nó rodoviário.

Vamos agora supor que eu exijo, para mim pessoalmente, às empresas vencedoras dos respectivos concursos públicos uma grande quantia em dinheiro ou qualquer outra vantagem, patrimonial ou não.
O que é que isto faz de mim?
A resposta não podia ser mais simples: eu seria um declarado corrupto!

Vamos também supor que as exigências que eu faço, quer fossem em dinheiro ou em qualquer outro tipo de vantagem, patrimonial ou não, desta vez não eram para mim, mas para uma pessoa de família, por exemplo.
O que é que isto faz de mim?
A resposta continua simples: eu seria um inqualificável corrupto!

Vamos ainda supor que as exigências que eu faço se destinam não a mim ou a uma pessoa de família, mas ao partido político que me colocou no meu rico lugar de ministro das obras públicas, uma vez mais quer em dinheiro quer, por exemplo, uma vantagem política ou eleitoral?
O que é que isto faz de mim?
A resposta é cada vez mais simples: eu seria um refinado corrupto!

E, neste último caso, o que seria o secretário-geral do meu partido, que por inerência era também primeiro-ministro do governo onde eu era ministro das obras públicas e que obviamente sabia de tudo?
A resposta é, uma vez mais, muito simples: também o secretário-geral do meu partido e primeiro-ministro do meu governo era, tal como eu, um alternadíssimo corrupto!

Bem: parece que até aqui estamos todos de acordo.

Então agora vamos supor que as obras que eu tenho em mãos como ministro das obras públicas eram, por mera hipótese, assim, deixa cá ver e ao acaso, o Nó da Buraca, a A-8 até Torres Vedras, a CREL, a IP4, a IP5 e até a Ponte do Freixo.

Vamos agora supor que eu pago a todas as empresas que estão a executar as obras, generosas quantias em dinheiro para os trabalhos serem apressados e ficarem prontos antes de um acto eleitoral que se aproxima (vamos supor que só para a Ponte do Freixo eu pago, por exemplo, assim um número à toa, 800.000 contos a mais), mesmo que isso se reflicta na qualidade final das obras.

Vamos agora até supor que, por causa das pressas, alguns troços e túneis das auto-estradas tenham de ser fechados para reparações depois de realizadas as eleições (com novos custos acrescidos, claro), e que as pessoas morrem e continuam a morrer como tordos em troços assassinos da IP4 e da IP5, ou no fim da CREL em Alverca.
Tudo isto, a confrangedora qualidade final dos trabalhos (com todas as consequências que disso advêm) e todo o dinheiro gasto a mais, só por causa das vantagens políticas e eleitorais que eu, como ministro das obras públicas, quis obter para o meu partido com a antecipação do fim das obras para antes das eleições.

Posta esta hipótese, meramente imaginária, claro, então agora é só mais duas perguntinhas:

O que é que tudo isto faz de mim, ministro das obras públicas?
E o que é que tudo isto faz do secretário-geral do meu partido e primeiro-ministro do meu governo?

Pois é!...


quarta-feira, 2 de novembro de 2005

 

A Reeleição



No dia 2 de Novembro de 2004 George W. Bush foi reeleito presidente dos Estados Unidos da América.

É curioso como há um ano, com a reeleição de Bush, se assistiram por esse mundo fora a tantas manifestações de regozijo por parte dos mais variados sectores da direita mais conservadora.
Até a confortável margem da vitória sobre John Kerry serviu como uma espécie de catarse, e para fazer esquecer aos republicanos como tinha sido conseguida a vitória sobre Al Gore quatro anos antes.

Portugal não foi excepção:
Por essa blogosfera fora, e a título de exemplo, pudemos ver Pacheco Pereira a declarar orgulhosamente no «Abrupto» que se fosse americano votaria Bush, e assistimos à ironia vitoriosa do «Blasfémias».
Até o Rodrigo Moita de Deus, numa espécie de representação dos seus colegas de Blog, chamou no «Acidental» a George W. Bush o “homem milagre”!!!


Assim numa espécie de alívio, mais de consciências que político, diga-se de passagem, os nossos intelectuais da direita viram na reeleição de George W. Bush a justificação final para a Guerra do Iraque, e até como uma espécie de "referendo popular" à justeza da invasão.
E em que o povo americano foi promovido a legítimo representante do povo do resto do planeta, claro.

Mas mais do que isso, a vitória de Bush foi vista como sinónimo do sucesso das políticas liberais e conservadoras à escala global, e que hoje em dia tanto está na moda defender (que o digam os apoios à candidatura presidencial de Cavaco Silva).
E principalmente como uma vitória pessoal de quem no mundo corporiza e é visto como o brilhante e supremo representante dessa área política, mas que - ó injustiça! - é tão maldosamente tratado pelos seus oponentes como um qualquer débil mental.

Depois, a esmagadora vitória de Bush só podia ser vista como um prenúncio da continuação do sucesso do liberalismo por esse mundo fora.
E também em Portugal, porque não?
Recordemos que quem era primeiro ministro nessa ocasião era Santana Lopes...

Agora passou um ano.
E como vai a presidência de George W. Bush?

Bem:
Para já, as sondagens (que já sei que “valem o que valem”) há muito que deixaram de ser elogiosas para o brilhante presidente americano, a quem dão agora pouco mais de 30% das intenções de voto.

Parece que as coisas começaram a correr mal quando os americanos descobriram que Michael Brown, o director do serviço de Protecção Civil lá do sítio, tinha sido nomeado mais por ser amigo pessoal do presidente do que por qualquer aptidão curricular para o cargo.
E que, como é natural, tinha dado com os burrinhos na água quando o furacão Katrina atingiu a cidade de Nova Orleans em Agosto passado.

Depois, apareceu-lhe pela frente o escândalo relacionado com o seu vice-chefe de gabinete e principal conselheiro político, Karl Rove, e que, apesar de ainda se encontrar em investigação criminal, pela vertente política de aparente encobrimento de responsabilidades das mais altas esferas da Casa Branca no caso em que está envolvido, foi já comparado ao próprio escândalo Watergate por Carl Bernstein, o jornalista que com Bob Woodward o revelou em 1972 no Washington Post.

Como se não bastasse, o próprio Lewis Libby, o chefe de gabinete do vice-presidente Dick Cheney foi agora formalmente acusado por um júri federal por cinco crimes de perjúrio praticados durante uma investigação sobre uma fuga de informação sobre a identidade de uma agente da CIA.
O que só por si deixa também no ar muitas perguntas sobre quem estará Libby a proteger.

De seguida, no dia 3 de Outubro de 2005, veio a nomeação de Harriet Miers para o Supremo Tribunal dos Estados Unidos, em substituição de Sandra Day O’Connor, tida como moderada.
Obviamente que o seu principal currículo, para além de ser mulher, era ser uma fervorosa cristã evangelista e uma pessoa notoriamente conservadora, tal como já o era o seu colega John Roberts, anteriormente nomeado por George W. Bush para o Supremo Tribunal.

Mas, ao que parece Harriet Miers não era suficientemente conservadora e piedosa o bastante.
E então, 24 dias depois, George W. Bush voltou atrás com a nomeação!
E, numa inqualificável cedência à facção mais ultra-conservadora do Partido Republicano, nomeou o inefável juiz Samuel Alito, tido como um ultra-radical de direita e um fervoroso católico, conotado com as facções mais fanáticas da Opus Dei, e incondicional apoiante da pena de morte, da discriminação dos homossexuais e radicalmente contra o aborto, quaisquer que sejam as circunstâncias.

Só resta agora por explicar quem é que afinal nos Estados Unidos detém o poder efectivo de nomeação dos juizes do Supremo Tribunal...

A este propósito não há quem deixe de relacionar esta atitude com o discurso que George W. Bush proferiu já em Agosto de 2005, e em que defendeu que, a par das teorias evolucionistas de Darwin, as escolas americanas iriam também passar a ensinar que o aparecimento do homem na Terra se deve única e exclusivamente... à intervenção divina.

Tudo isto, conjugado com o descalabro das contas públicas americanas que, completamente fora de controle, não prenunciam nada de bom ao tal famoso liberalismo.
A não ser que os nossos amigos liberais tomem como exemplo o sucesso da «Halliburton»...

Finalmente, e como se não bastasse, foi atingida a cifra de 2.000 mortos só entre as tropas americanas no Iraque, o que faz relançar o debate sobre a justeza e até sobre a necessidade da invasão, e sem que esteja à vista uma solução condigna que não faça lembrar o fantasma do Vietname.
E ainda por cima o raio das armas de destruição maciça, que não há meio de aparecerem!

Pois é!
Mas o que é mais curioso é que nenhum dos indefectíveis apoiantes de George W. Bush me parece muito entusiasmado a comentar este primeiro ano do segundo mandato do presidente americano, esse brilhante “homem milagre”.

É pois com a maior curiosidade que vou por essa blogosfera fora descobrir como é comentada esta efeméride, decerto tão feliz para tanta gente...

Está, de facto, um silêncio ensurdecedor!!!


terça-feira, 1 de novembro de 2005

 

A Não Perder


O conjunto de três artigos absolutamente notáveis da Palmira no «Diário Ateísta», a propósito do Terramoto de 1755 e da forma como o Marquês de Pombal conduziu a reconstrução de Lisboa e, afinal, de todo o nosso país.


 

É só para dizer...



Que já tenho cá em casa o último álbum de Roger Waters, a ópera rock «Ça Ira».

E que é ESPECTACULAR!




E que no próximo dia 13 de Dezembro será posto à venda em todo o mundo o DVD dos Pink Floyd - «Pulse».




A listagem das músicas, bem como toda a informação adicional poderá ser vista aqui, no site oficial dos Pink Floyd: «Pink Floyd & Co.».


Este site, de nítida tendência “Gilmour” e que foi já várias vezes premiado, contém toda a informação essencial a um bom fan dos Pink Floyd.

Contém também uma galeria onde podem ser encontrados os mais reconhecidos fanáticos da banda que existem por esse mundo fora.
Às vezes até se encontram por lá pessoas conhecidas...


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