segunda-feira, 13 de junho de 2005
Álvaro Cunhal
(Álvaro Barreirinhas Cunhal – 10 de Novembro de 1913 – 13 de Junho de 2005)
Álvaro Cunhal iniciou a sua actividade política ainda muito jovem. Em 1931, ano em que ingressou na Faculdade de Direito de Lisboa, filia-se também no Partido Comunista Português.
Em 1935, já formado, foi eleito secretário-geral da Juventude Comunista.
Foi secretário-geral do Partido Comunista Português de 1961 a 1962, quando foi substituído por Carlos Carvalhas.
Foi autor de vários romances e novelas, editados sob o pseudónimo de Manuel Tiago.
Esteve preso longos anos pela polícia política portuguesa, tendo sofrido às suas mãos as mais indiscritíveis humilhações e torturas.
Até que em Janeiro de 1960, acompanhado de alguns camaradas, e com a cumplicidade de um dos guardas, conseguiu fugir do forte-prisão de Peniche, num acto que ficou carregado de um forte simbolismo na luta contra o regime de Salazar.
Álvaro Cunhal foi uma figura incontornável da democracia portuguesa e da luta contra a ditadura antes da Revolução de 25 de Abril de 1974.
Ainda que defendesse para Portugal um regime político que ele próprio definia como «O Sol da Terra» e que para todo o sempre acabará por ficar na História da Humanidade como sinónimo da mais profunda miséria, de uma abjecta e tenebrosa polícia política, de deportação e eliminação de sociedades, de torturas, de campos de concentração, de genocídio de povos, de milhões e milhões de mortos.
Tal como na realidade ainda hoje acontece com grande parte dos seus camaradas de partido, é muito provável que Cunhal tenha morrido sem verdadeiramente se ter apercebido da queda do Muro de Berlim...
Até à sua morte Álvaro Cunhal foi imprescindível na marcação dos destinos do P.C.P. já que os seus camaradas nunca ousaram desafiar o inegável ascendente que sempre possuiu sobre os mais diversos órgãos do Partido.
Nem passaram nunca sem a orientação e o conselho da sua perspicácia, da sua inteligência, da sua enorme experiência política e, muito principalmente, da sua coerência.
Quer dos seus pares, quer mesmo até dos seus mais acérrimos opositores políticos, tenho ouvido referências – sempre altamente elogiosas – àquela que será a mais notável e relevante característica de Álvaro Cunhal e a que mais tem marcado a sua luta e o seu longo trajecto político: a sua coerência.
Que Álvaro Cunhal seja digno da maior admiração pelo sacrifício de uma vida pela defesa de um ideal que elegeu como seu, isso para mim não sofre contestação.
Que Cunhal seja «coerente», isso é também um facto.
Mas já não me parece que essa coerência mereça elogio ou admiração quando ela provavelmente significaria que Álvaro Cunhal, pelo simples facto de as minhas convicções serem distintas das suas, espetaria comigo no “Campo Pequeno”, na Sibéria ou num “Gulag” qualquer, tanto em 1961, como em 1975 como também até agora!
Sim: lá coerente ele foi!....
Álvaro Cunhal iniciou a sua actividade política ainda muito jovem. Em 1931, ano em que ingressou na Faculdade de Direito de Lisboa, filia-se também no Partido Comunista Português.
Em 1935, já formado, foi eleito secretário-geral da Juventude Comunista.
Foi secretário-geral do Partido Comunista Português de 1961 a 1962, quando foi substituído por Carlos Carvalhas.
Foi autor de vários romances e novelas, editados sob o pseudónimo de Manuel Tiago.
Esteve preso longos anos pela polícia política portuguesa, tendo sofrido às suas mãos as mais indiscritíveis humilhações e torturas.
Até que em Janeiro de 1960, acompanhado de alguns camaradas, e com a cumplicidade de um dos guardas, conseguiu fugir do forte-prisão de Peniche, num acto que ficou carregado de um forte simbolismo na luta contra o regime de Salazar.
Álvaro Cunhal foi uma figura incontornável da democracia portuguesa e da luta contra a ditadura antes da Revolução de 25 de Abril de 1974.
Ainda que defendesse para Portugal um regime político que ele próprio definia como «O Sol da Terra» e que para todo o sempre acabará por ficar na História da Humanidade como sinónimo da mais profunda miséria, de uma abjecta e tenebrosa polícia política, de deportação e eliminação de sociedades, de torturas, de campos de concentração, de genocídio de povos, de milhões e milhões de mortos.
Tal como na realidade ainda hoje acontece com grande parte dos seus camaradas de partido, é muito provável que Cunhal tenha morrido sem verdadeiramente se ter apercebido da queda do Muro de Berlim...
Até à sua morte Álvaro Cunhal foi imprescindível na marcação dos destinos do P.C.P. já que os seus camaradas nunca ousaram desafiar o inegável ascendente que sempre possuiu sobre os mais diversos órgãos do Partido.
Nem passaram nunca sem a orientação e o conselho da sua perspicácia, da sua inteligência, da sua enorme experiência política e, muito principalmente, da sua coerência.
Quer dos seus pares, quer mesmo até dos seus mais acérrimos opositores políticos, tenho ouvido referências – sempre altamente elogiosas – àquela que será a mais notável e relevante característica de Álvaro Cunhal e a que mais tem marcado a sua luta e o seu longo trajecto político: a sua coerência.
Que Álvaro Cunhal seja digno da maior admiração pelo sacrifício de uma vida pela defesa de um ideal que elegeu como seu, isso para mim não sofre contestação.
Que Cunhal seja «coerente», isso é também um facto.
Mas já não me parece que essa coerência mereça elogio ou admiração quando ela provavelmente significaria que Álvaro Cunhal, pelo simples facto de as minhas convicções serem distintas das suas, espetaria comigo no “Campo Pequeno”, na Sibéria ou num “Gulag” qualquer, tanto em 1961, como em 1975 como também até agora!
Sim: lá coerente ele foi!....