sábado, 29 de novembro de 2008
A Religião PCP
Realiza-se este fim-de-semana o XVIII Congresso do Partido Comunista Português.
Sendo um partido com assento na Assembleia da República, será interessante saber que projecto político defende o PCP para Portugal.
Para isso, nada melhor do que dar uma olhadela às «teses» que serão apresentadas ao Congresso e que, como é óbvio, serão todas aprovadas por unanimidade.
Vejamos então algumas passagens, respigadas ao acaso:
«No Iraque, no Afeganistão, na Palestina, no Líbano, em Cuba e na Venezuela, assim como na Síria, no Irão, na República Democrática Popular da Coreia, nos Balcãs, na Colômbia ou em Chipre, prosseguem batalhas decisivas para o futuro desses povos e para a estabilidade nas respectivas regiões que merecem a activa solidariedade dos comunistas portugueses».
«O exemplo revolucionário de Cuba socialista, a defesa intransigente da sua soberania…»
«A solidariedade com Cuba socialista é um imperativo de todas as forças revolucionárias e amantes da paz».
«…significado histórico universal da Revolução de Outubro, no empreendimento pioneiro de uma nova sociedade na URSS e demais experiências históricas do socialismo».
«A contribuição da URSS e, posteriormente, do campo dos países socialistas, para os grandes avanços de civilização verificados no século XX foi gigantesca».
«…e o povo português contou com a solidariedade internacionalista dos povos da União Soviética e demais países Socialistas».
«Importante realidade do quadro internacional, nomeadamente pelo seu papel de resistência à «nova ordem» imperialista, são os países que definem como orientação e objectivo a construção duma sociedade socialista – Cuba, China, Vietname, Laos e R.D.P. da Coreia».
E pronto:
É só para sabermos o que pensam os simpatizantes e os militantes do Partido Comunista Português, e qual o modelo político que preconizam para Portugal.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Finalmente: a alternativa assumida!
Afinal era mesmo a sério o que tantos andavam por aí a dizer, mas que até agora andava no segredo dos deuses: os professores têm uma proposta de avaliação para propor em alternativa ao sistema do Ministério da Educação.
Chama-se «auto-avaliação»!
Quer isto dizer que o que os professores finalmente assumem frontalmente é que pretendem um sistema de avaliação do seu desempenho profissional em que cada um se avalia… a si próprio!
Então, depois desta espécie de satisfação solitária, os professores iniciam um «processo de reflexão», a que chamam eufemisticamente «co-avaliação», ou seja e uma vez mais, um processo de «auto-reflexão», está bom de ver.
Finalmente segue-se uma coisa chamada «aferição processual da avaliação de desempenho», em que os professores, agora numa espécie de satisfação em grupo, homologam as "auto-reflexões" uns dos outros.
Tudo isto sem qualquer atribuição de notas, sem qualquer responsabilização e sem prejuízo da progressão automática de todos em função da antiguidade, até ao topo da carreira.
Enquanto o «Conselho de Escolas» confirma as palavras do secretário de Estado que afirmou que a larguíssima maioria dos conselheiros concordou efectivamente com as medidas de simplificação propostas pelo Ministério, os professores continuam a levar a cabo numerosas manifestações por todo o país a mando da «Fenprof», enquanto o seu secretário-geral Mário Nogueira afirma que a ministra da Educação está «a adoptar estratégias inaceitáveis», pasme-se, como seja essa coisa horrível que é a realização de reuniões com as direcções das escolas a propósito da avaliação, vejam só (!), em vez de a estar a discutir com os sindicatos.
Estamos, pois esclarecidos:
- São estes, então, os professores que temos.
- E é esta a dignidade profissional que os professores portugueses escolheram adoptar para si próprios.
Senhora ministra: por favor, não desista!
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
O Melhor de Sarah Palin
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Consta por aí…
…que o «Citigroup», que se vê neste momento a braços com uma crise financeira de enormes proporções, que o leva mesmo, segundo o «New York Times», a levar a cabo desesperados pedidos de ajuda às autoridades federais norte-americanas, descobriu uma solução milagrosa para ultrapassar este momento tão difícil.
De facto, consta por aí que o Conselho de Administração desta multinacional americana, depois de rever cuidadosamente os currículos dos mais reputados economistas mundiais, decidiu contratar a única pessoa deste mundo que neste momento poderá encontrar uma solução para esta gigantesca crise e salvar o «Citigroup»:
- Manuela Ferreira Leite!
sábado, 22 de novembro de 2008
Sacrilégio!
Este pequeno filme mostra um terrível acidente ocorrido no interior de uma igreja.
É comovente ver a reacção das pessoas, horrorizadas com o autêntico drama que se desenrola à sua frente.
E é também muitíssimo interessante ficarmos a saber o quanto os cristãos valorizam... o gesso…
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Amazing Jesus
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
His Master’s Voice
Quando a ministra da Educação já admitia fazer alterações à avaliação dos professores e se esperava, então, que os sindicatos a deixassem refém de um acordo com a entrega de um magote de alterações ao sistema ministerial que a deixasse encostada à parede e, principalmente, que deixasse bem claro a todos os portugueses que, de facto, os professores não se opõem mesmo à avaliação do seu desempenho profissional, o que sucedeu afinal?
Nada mais do que isto: a Fenprof abandonou a reunião agendada com a ministra da Educação porque esta se recusa a suspender o processo de avaliação.
Mário Nogueira foi bem claro:
- Não há propostas; a ministra recusou suspender o processo de avaliação!
Pois é:
Que não há propostas já toda a gente sabia há muito tempo.
Que o que os professores querem é pura e simplesmente a suspensão de todo e qualquer processo da sua avaliação que apareça por aí, também já todos sabíamos.
Nenhuma novidade, portanto.
Tanto assim que mesmo antes da reunião com a ministra já Mário Nogueira tinha anunciado novas manifestações, greves e vigílias.
Mas de onde vêm esta força e esta arrogância sem fim de Mário Nogueira?
É simples:
Mário Nogueira sabe bem que, na sua esmagadora maioria, os professores ainda andam esperançados no regresso aos bons e velhos tempos da rebaldaria dos 3 meses de férias, em que não havia aulas de substituição nem avaliações de desempenho.
Mais ainda, conhece principalmente a quantidade infinda de professores que têm um pavor de morte de ser avaliados.
Por isso, basta-lhe estalar os dedos para arrastar consigo 100.000 professores, todos muito ciosos a seguir orgulhosa e acriticamente «a voz do dono».
Mas o que mais é lamentável é que com esta atitude os professores não vejam a imagem que estão a dar de si próprios a todo o país.
Senhora ministra: por favor, não desista!
Por isso, basta-lhe estalar os dedos para arrastar consigo 100.000 professores, todos muito ciosos a seguir orgulhosa e acriticamente «a voz do dono».
Mas o que mais é lamentável é que com esta atitude os professores não vejam a imagem que estão a dar de si próprios a todo o país.
Senhora ministra: por favor, não desista!
terça-feira, 18 de novembro de 2008
A avaliação do desempenho de uma profissão não a insulta. Pelo contrário, dignifica-a!
Não me interessa agora saber se fez bem ou se fez mal.
Muito menos me interessa agora saber se o devia ter feito há mais tempo, ou se não o devia sequer ter feito de todo.
Mas, o que é verdade é que o fez:
Depois de ser persistentemente acusada de autoritarismo, de ser ditadora, de "autismo" ou de ser um "quero, posso e mando", a ministra da Educação… cedeu.
De facto, Maria de Lurdes Rodrigues admitiu fazer alterações à avaliação dos professores, no que respeita a «condições de tempo, processuais, de desburocratização, de melhoria das condições de trabalho e de melhoria das condições de percepção da legitimidade dos avaliadores».
A ministra afirmou ainda: «considero que está ao nosso alcance de, em conjunto com os conselhos executivos, melhorar as condições da avaliação».
Mas, acontece que a ministra da Educação não desistiu das suas intenções de prosseguir com o processo de avaliação de desempenho dos professores.
Então, perante esta nova posição da ministra, o que decidiram os professores?
Perante as intenções ministeriais que referem expressamente a possibilidade de alteração de TODOS os aspectos do sistema de avaliação que têm sido alvo das críticas dos professores, mas sem desistir dos seus intentos de prosseguir no projecto global de levar a cabo a implementação de um sistema de avaliação de desempenho dos professores, o que decidiu a mui nobre classe e corporação dos professores?
Honrar o compromisso assumido com o ministério em Abril?
Renegociar o processo de avaliação?
Aproveitar agora a posição da ministra e sugerir melhorias ou alterações ao sistema?
Não!
Nada disso.
O que foi decidido foi «continuar a luta» e anunciar já para o próximo dia 3 de Dezembro uma «Greve Nacional dos Educadores e Professores», «vigílias» à porta do ministério e ainda greves regionais.
E, no dia 19 de Janeiro de 2009, por ocasião dos dois anos de publicação do "Estatuto da Carreira Docente" haverá nova Greve Nacional para encerrar todas as escolas do País.
Pois é:
Para quem ainda não conhecia a verdadeira intenção dos professores, a resposta aí está:
O que os professores portugueses pretendem não é negociar nem contribuir para a melhoria do processo. É mesmo A RECUSA de todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho que não seja uma «auto-avaliação» seguida de um «processo de reflexão», obviamente sem atribuição de notas que impeçam a progressão automática de todos até ao topo da carreira.
E são estes os professores que temos!
Uma classe profissional que se deixa infantilmente levar por manipulações políticas e despudoradamente arrasta nisso os alunos, e se assume agora às claras perante a sociedade portuguesa a pensar que está isenta do escrutínio das suas competências.
E que não se apercebe que, mesmo quando junta 100.000 dos seus numa manifestação, lança também sobre si o opróbrio, porque não se apercebe que a avaliação do desempenho de uma profissão não a insulta. Pelo contrário, dignifica-a!
Mas que perde também a dignidade perante a esmagadora maioria dos portugueses, que a cada nova manifestação fazem subir o partido do governo mais um pouco nas sondagens.
E se é unânime a sensação que todos nós temos de que o ensino em Portugal atingiu um lamentável nível de degradação e de vergonhosa complacência pela mediocridade, talvez, então, esteja aqui a explicação para tudo isso.
A diferença está em saber quem se conforma com isso, ou em saber quem diz:
- Senhora ministra: por favor, não desista!
A ministra afirmou ainda: «considero que está ao nosso alcance de, em conjunto com os conselhos executivos, melhorar as condições da avaliação».
Mas, acontece que a ministra da Educação não desistiu das suas intenções de prosseguir com o processo de avaliação de desempenho dos professores.
Então, perante esta nova posição da ministra, o que decidiram os professores?
Perante as intenções ministeriais que referem expressamente a possibilidade de alteração de TODOS os aspectos do sistema de avaliação que têm sido alvo das críticas dos professores, mas sem desistir dos seus intentos de prosseguir no projecto global de levar a cabo a implementação de um sistema de avaliação de desempenho dos professores, o que decidiu a mui nobre classe e corporação dos professores?
Honrar o compromisso assumido com o ministério em Abril?
Renegociar o processo de avaliação?
Aproveitar agora a posição da ministra e sugerir melhorias ou alterações ao sistema?
Não!
Nada disso.
O que foi decidido foi «continuar a luta» e anunciar já para o próximo dia 3 de Dezembro uma «Greve Nacional dos Educadores e Professores», «vigílias» à porta do ministério e ainda greves regionais.
E, no dia 19 de Janeiro de 2009, por ocasião dos dois anos de publicação do "Estatuto da Carreira Docente" haverá nova Greve Nacional para encerrar todas as escolas do País.
Pois é:
Para quem ainda não conhecia a verdadeira intenção dos professores, a resposta aí está:
O que os professores portugueses pretendem não é negociar nem contribuir para a melhoria do processo. É mesmo A RECUSA de todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho que não seja uma «auto-avaliação» seguida de um «processo de reflexão», obviamente sem atribuição de notas que impeçam a progressão automática de todos até ao topo da carreira.
E são estes os professores que temos!
Uma classe profissional que se deixa infantilmente levar por manipulações políticas e despudoradamente arrasta nisso os alunos, e se assume agora às claras perante a sociedade portuguesa a pensar que está isenta do escrutínio das suas competências.
E que não se apercebe que, mesmo quando junta 100.000 dos seus numa manifestação, lança também sobre si o opróbrio, porque não se apercebe que a avaliação do desempenho de uma profissão não a insulta. Pelo contrário, dignifica-a!
Mas que perde também a dignidade perante a esmagadora maioria dos portugueses, que a cada nova manifestação fazem subir o partido do governo mais um pouco nas sondagens.
E se é unânime a sensação que todos nós temos de que o ensino em Portugal atingiu um lamentável nível de degradação e de vergonhosa complacência pela mediocridade, talvez, então, esteja aqui a explicação para tudo isso.
A diferença está em saber quem se conforma com isso, ou em saber quem diz:
- Senhora ministra: por favor, não desista!
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
O Buraco Negro
domingo, 16 de novembro de 2008
De pequenino se manipula o pepino
Entre cerimónias rituais de arremesso de ovos à ministra da Educação e de manifestações, greves e protestos um pouco por todo o país, desta vez são os alunos que reclamam contra as políticas ministeriais que dizem que os afectam de uma forma que não podem tolerar.
Pois bem:
Depois de uma olhadela ao «Estatuto do Aluno» e depois de tentarmos perceber pela comunicação social o que pretendem os alunos, fica-se a saber que estes protestam basicamente contra as aulas de substituição, contra os exames nacionais e contra o novo regime de faltas.
E isto, de facto, deixa qualquer um atónito!
Com que então, os alunos querem voltar a partilhar com os professores o regabofe do “dolce fare niente” dos furos resultantes das (inúmeras) faltas dos professores;
Com que então, os alunos estão solidários com os seus professores nessa bizarra mania de acharem que as suas funções estão acima de qualquer escrutínio e de qualquer forma de avaliação de desempenho;
Com que então, os alunos querem dar faltas – justificadas ou injustificadas – sem que disso decorram quaisquer consequências.
Uns faltam, outros vão às aulas, e no fim é tudo a mesma coisa.
Vêem-se então nas televisões alunos a empunhar cartazes que dizem que quem fica doente, chumba.
O que é uma redonda mentira!
Acontece que o «Estatuto dos Alunos» prevê que quem falta às aulas fica obrigado a demonstrar que as faltas que deu – tenham ou não sido justificadas - não interferiram na sua aquisição dos conhecimentos previstos no programa da disciplina ou na progressão da sua aprendizagem.
Prevê ainda que, caso isso tenha porventura acontecido, os alunos faltosos poderão beneficiar de um «plano de recuperação» estabelecido pela sua escola.
Depois, esses alunos faltosos serão então submetidos a um programa especial de avaliação que procurará apurar que essa recuperação foi conseguida. Obviamente, só chumbarão se dessa avaliação resultar que os alunos nem assim conseguiram adquirir os conhecimentos suficientes para transitarem de ano.
Ora, isto parece-me um plano avisado e bastante sensato.
E só não pensará assim quem quiser defender que os alunos que tiverem dado um grande número de faltas durante um ano lectivo poderão transitar de ano mesmo sem saberem peva do programa, mas desde que as faltas que tenham dado sejam devidamente... justificadas.
Defender isto é uma aberração tão grande como ser contra os planos de recuperação ou ser contra as aulas de substituição ou os exames.
O que isto significa, é que é óbvia a manipulação, agora dos estudantes, por parte de quem há vários anos já anda a fazer o mesmo aos professores.
Reféns de meias dúzia de palavras de ordem mais ou menos sonantes e frequentemente falsas ou vazias de significado, chegou agora a vez de os alunos seguirem acriticamente e como carneiros os seus próprios professores, embarcando até nas mesmas ilegalidades, sem sequer se aperceberem que não passam de meros joguetes de uma nítida táctica de terra queimada levada a cabo em nome de uma sabuja luta político partidária.
Então, para isto só há mesmo um remédio:
- Senhora ministra: por favor, não desista!
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Manuela Ferreira Goebbels
Depois de nos ensinar do alto da sua cátedra de brilhante economista que
«As obras públicas só devem ser feitas quando não precisamos de ir buscar dinheiro a crédito»,
e de deixar assim bem claro,
«Não falarei empurrada, nem ficarei calada só porque acham que eu falo de mais»,
Manuela Ferreira Leite declarou agora ao «Público»:
- Não pode ser a comunicação social a seleccionar aquilo que transmite.
Eu acho, de facto, que a comunicação social devia divulgar muito mais e dar ainda mais relevo às declarações de Manuela Ferreira Leite.
Acho mesmo que deveria andar uma equipa de televisão em permanência atrás da Presidente do PSD, a registar para a posteridade cada frase, cada ideia, cada pensamento que nos fossem legados ao longo de todo o dia por este brilhante génio da política nacional.
Mas alguém é capaz de desmentir os inegáveis resultados e a extrema eficácia que tem cada uma das palavras que nos oferece Manuela Ferreira Leite?
Mas que raio: deixem falar a Manela!
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Poderão 120.000 professores estar errados?
O «Portugal Diário» dá conta que os professores da Escola Secundária Infanta D. Maria, em Coimbra, «suspenderam a avaliação de desempenho» e ainda que na próxima quinta-feira se realizará «uma reunião de conselhos executivos do distrito para uma posição conjunta sobre o processo».
Uma coisa é certa:
Em todo este processo da avaliação do seu desempenho, a primeira coisa que os professores já perderam foi a serenidade que lhes seria exigível para lidar com o caso.
Tanto, que enquanto acusam a ministra de «intransigência» os professores já nem admitem as opiniões que sejam contrárias aos seus interesses corporativos (por muito erradas que elas sejam) sem reagirem violentamente e insultando tudo e todos, seja na rua seja simplesmente… nas caixas de comentários dos blogues.
Não me interessa agora saber se os professores querem ou não ser avaliados ou se a avaliação que preconizam é essa coisa peregrina a que chamam «auto-avaliação».
Também não me interessa saber agora quão bom ou mau será o sistema de avaliação implementado pelo ministério e quais as melhorias que o mesmo é susceptível de ainda aceitar, ou sequer quais os acordos que os sindicatos da classe têm vindo a desonrar.
Nem vale a pena conjecturar sobre até que ponto os professores estão ou não a ser infantilmente manipulados por dois ou três partidos políticos, em troca de uma mão-cheia de votos.
Porque, no meio do cego entusiasmo que lhes trouxeram as gigantescas manifestações que conseguiram reunir, é absolutamente inequívoco que os professores perderam já também o sentido do ridículo, de que nem se apercebem que estão a fazer associar à sua própria profissão.
E agora, pelos vistos, os professores perderam até a lucidez.
Porque o que os professores resolveram acriticamente tolerar, e até acatar, é que meia-dúzia de alucinados, agora embriagados pelos números das manifestações e saudosos dos seus «bons velhos tempos», voltem a reunir-se em plenários revolucionários e, como se representassem toda a classe, decidam no exercício das suas funções desobedecer e agir contra as leis que lhes foram democraticamente instituídas e que, certas ou erradas, fazem parte do meu Estado de Direito.
E isso eu não posso admitir!
No dia 19 de Julho de 1975 estive na manifestação da Fonte Luminosa e nesses tais «bons velhos tempos» fui demasiadas vezes para a Faculdade com matracas debaixo do casaco simplesmente porque militava num partido político que não era classificado como «suficientemente revolucionário» pelo actual presidente da Comissão Europeia.
Já vivi tempo mais do que suficiente em países dominados por este tipo de energúmenos que decidem na rua a sua própria legalidade em «plenários populares revolucionários», para sequer pensar em tolerar ou admitir que o meu país volte a viver «esses bons velhos tempos».
Será mesmo que 120.000 professores poderão estar todos enganados?
A resposta só pode ser uma: não interessa agora se estão ou não enganados; mas claro que podem!
E a História bem o demonstra.
E, se não estiverem enganados, então que lutem!
Que se manifestem, que façam greves, que gritem. Que se indignem.
Sim, que lutem!
Mas que lutem dentro da legalidade. Tanto assim que o podem fazer livremente.
Chama-se a isso DEMOCRACIA!
Que se lixe agora a porcaria da avaliação dos professores ou o Estatuto da Carreira Docente.
Mas se uma luta pelos interesses corporativos de uma classe profissional, seja ela certa ou errada, seja ela justa ou injusta, de repente se transforma numa ameaça à legalidade e ao Estado de Direito democrático do meu país, então eu só posso dizer:
- Senhora ministra: por favor, não desista!
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Agora sim, já estou a perceber!
Que os professores não gostam da ministra da Educação, já toda a gente sabe.
E que os professores estão de tal modo contra as políticas da ministra, que até fazem manifestações onde contam quase 80% dos professores nacionais, uma presença que arrasa as próprias percentagens de absentismo dos professores ao longo do ano.
Ou seja: o que os professores não querem, já sabemos.
Mas, e então, afinal o que é que os professores… querem?
Confesso que já começava a desanimar, pois cada vez que fazia essa pergunta, lá vinha sempre a mesma resposta: os professores são uns sacrificados, coitados, têm uma profissão difícil, não têm condições, têm muitas reuniões, têm de preparar aulas (pois!) e por isso… são contra.
Pois, que são contra, já sei.
Mas são a favor… de quê???
Até que, finalmente, a resposta!
No «Esquerda.Net» fui encontrar três filmes alojados no «YouTube» que de uma vez por todas nos dão todos os esclarecimentos.
Vejamos:
No primeiro filme um professor mostra-se indignado por alguém ousar responsabilizá-lo pela falta de sucesso escolar dos seus alunos – o que obviamente é uma injustiça e de uma violência inadmissível.
Onde já se viu alguém responsabilizar um profissional pelo resultado do seu trabalho?
Outro professor diz que está na manifestação por causa da «papelada» – sim, onde já se viu pedir a um professor que dê contas à sua entidade patronal daquilo que anda a fazer? E ainda por cima por escrito?
Uma professora quer que a gente acredite que trabalha 12 horas por dia na escola e ainda mais (talvez outras tantas) em casa, embora não tenha dito qual é «o seu dia de folga»; outra diz que foi à manifestação porque quer a demissão da ministra. Não diz nem explica porquê: quer a demissão da ministra e pronto!
Finalmente, fiquei a saber que Francisco Louçã é um dos 120.000 professores do ensino básico e secundário que estiveram presentes na manifestação, e que ali esteve com os seus colegas a fazer número, e que ficou todo ufano com uma palminhas que foi lá recolher, que no aproveitar é que está o ganho. E um votinho ali, outro acolá…
*
No segundo filme ficamos a saber quais os motivos da manifestação: a «avaliação» e a «burocracia».
E que os professores agora não têm tempo para preparar as aulas.
Mas sobretudo «o “tratamento” que tem sido dado aos professores por causa da ministra».
Qual o “tratamento”, especificamente? Nada nos dizem…
Mostravam uma faixa negra, «que não explica nada, mas a cor diz tudo».
Até que finalmente ficamos a saber que os professores querem ser avaliados, sim, «mas não com este modelo de avaliação».
Vai daí, na embalagem da manif vemos uma professora a dizer que os professores querem «maior qualidade pedagógica».
Não é bonito quando os professores vão pedir «maior qualidade pedagógica» à ministra da Educação?
Depois a mesma professora é ainda mais esclarecedora: clama contra a política da ministra porque «os professores querem estar de pleno direito na sua profissão porque têm família, porque têm filhos e precisam de tempo para eles».
É até comovente, não é?
Que saudades devem ter os professores de uma profissão em part-time paga em full-time!
Mas é então, de repente, que descubro que o Miguel Portas também é professor e que está ali na manifestação muito bem, também ele a fazer número. Diz ele que «há toda uma classe profissional que gostaria de dar aulas e de ensinar os nossos filhos, mas que não pode porque há uma ministra que pensa que o principal é encher os professores com papéis para a avaliação».
Ah! Os papéis! Os horríveis papéis! Ah, o trabalho que dão os papéis!
Mas onde já se viu uma profissão a ter de lidar com papéis???
Mas a coisa vai melhorando aos poucos e poucos: vem de seguida uma professora que se diz «avaliadora» e que se queixa que «foram feitas umas grelhas com um número de 30 por cada avaliado; eu que sou avaliadora, multiplique por 8, são 240 grelhas que eu "teria" que preencher».
E perguntam-lhe então quanto tempo é que isso lhe levaria e a resposta não poderia ser mais esclarecedora:
- Não sei, porque não faço a mínima ideia porque não quero pensar nisso e recuso-me a fazer tal anormalidade». E conclui: «nós andamos todos arrasados».
Sim, que isso de nos recusarmos a fazer «anormalidades» arrasa qualquer um…
*
Vem depois o terceiro filme e a coisa ainda fica melhor!
Mostra-nos duas simpáticas e bem-dispostas professoras: uma «avaliadora» e uma «avaliada».
Mas é logo a avaliadora que nos mostra uma coisa com que não concorda: a avaliadora tem 22 anos de serviço e a avaliada já tem 32.
De facto é uma avaliação contra-natura! Isto não pode ser!
Sim, que a velhice é um posto e pelos vistos a antiguidade da avaliada devia valer-lhe automaticamente ser ela a avaliadora. Esteve dois anos de baixa, sim. Mas o que é que isso interessa? Até consta que os pais dos alunos gostam muito dela.
Mas que raio: isso não basta?...
Mas a pior injustiça vem depois: diz-nos a «avaliada» que esteve quase, quase a reformar-se e por dois meses vai ter de trabalhar mais 12 anos. Coitada esteve quase, quase a reformar-se aos 53 anos e a ministra trocou-lhe as voltas.
Assim até eu ia à manifestação, caramba!
E é a «avaliadora», uma «professora titular», claro, quem de facto nos explica muito bem o que os professores querem.
Que fique bem claro:
- Os professores querem ser avaliados!
Como?
É simples: para já os colegas não se avaliam uns aos outros. É feio!
Porque o que a ministra quer é «haver divisão de classes dentro da própria classe», e isso é inadmissível, pois toda a gente sabe que os professores são todos iguais, ora essa!
E então? O que propõe a nossa «avaliadora»?
Mas a coisa vai melhorando aos poucos e poucos: vem de seguida uma professora que se diz «avaliadora» e que se queixa que «foram feitas umas grelhas com um número de 30 por cada avaliado; eu que sou avaliadora, multiplique por 8, são 240 grelhas que eu "teria" que preencher».
E perguntam-lhe então quanto tempo é que isso lhe levaria e a resposta não poderia ser mais esclarecedora:
- Não sei, porque não faço a mínima ideia porque não quero pensar nisso e recuso-me a fazer tal anormalidade». E conclui: «nós andamos todos arrasados».
Sim, que isso de nos recusarmos a fazer «anormalidades» arrasa qualquer um…
*
Vem depois o terceiro filme e a coisa ainda fica melhor!
Mostra-nos duas simpáticas e bem-dispostas professoras: uma «avaliadora» e uma «avaliada».
Mas é logo a avaliadora que nos mostra uma coisa com que não concorda: a avaliadora tem 22 anos de serviço e a avaliada já tem 32.
De facto é uma avaliação contra-natura! Isto não pode ser!
Sim, que a velhice é um posto e pelos vistos a antiguidade da avaliada devia valer-lhe automaticamente ser ela a avaliadora. Esteve dois anos de baixa, sim. Mas o que é que isso interessa? Até consta que os pais dos alunos gostam muito dela.
Mas que raio: isso não basta?...
Mas a pior injustiça vem depois: diz-nos a «avaliada» que esteve quase, quase a reformar-se e por dois meses vai ter de trabalhar mais 12 anos. Coitada esteve quase, quase a reformar-se aos 53 anos e a ministra trocou-lhe as voltas.
Assim até eu ia à manifestação, caramba!
E é a «avaliadora», uma «professora titular», claro, quem de facto nos explica muito bem o que os professores querem.
Que fique bem claro:
- Os professores querem ser avaliados!
Como?
É simples: para já os colegas não se avaliam uns aos outros. É feio!
Porque o que a ministra quer é «haver divisão de classes dentro da própria classe», e isso é inadmissível, pois toda a gente sabe que os professores são todos iguais, ora essa!
E então? O que propõe a nossa «avaliadora»?
- «Primeiramente uma auto-avaliação. E a auto-avaliação, como toda a gente sabe, parte da “reflexão”».
- «Segundo, uma avaliação conjunta, entre professores», sim senhor, «mas não uns a dar cotações e notas a outros, que não é isso que se pretende, mas sim… a “reflectirem” sobre o trabalho conjunto».
- «E aquilo que estamos contra é o preenchimento de uma amálgama de papéis que ninguém entende bem para quê, para chegar ao fim e é tudo fictício».
Em suma:
Todos os professores adoram dar aulas e adoram a criançada.
Do que não gostam é de ser avaliados... por outros.
Do que não gostam é de ser avaliados... por outros.
Nem gostam de «papelada».
E o que querem os professores?
Finalmente a resposta:
- Querem ser avaliados, isso sim, mas... por si próprios!
Porque o que os professores querem é uma «auto-avaliação», seguida de uma reunião com os restantes colegas para todos, então, «reflectirem» em conjunto.
E o que querem os professores?
Finalmente a resposta:
- Querem ser avaliados, isso sim, mas... por si próprios!
Porque o que os professores querem é uma «auto-avaliação», seguida de uma reunião com os restantes colegas para todos, então, «reflectirem» em conjunto.
E pronto!
Tudo isto, claro está, sem «papelada».
Pois bem:
Se são estes os representantes da nobre classe dos professores portugueses, se é para isto que os professores se manifestam, se é este o projecto profissional por que a corporação dos professores está a lutar, então só posso dizer uma coisa:
- Senhora ministra: por favor, não desista!
Tudo isto, claro está, sem «papelada».
Pois bem:
Se são estes os representantes da nobre classe dos professores portugueses, se é para isto que os professores se manifestam, se é este o projecto profissional por que a corporação dos professores está a lutar, então só posso dizer uma coisa:
- Senhora ministra: por favor, não desista!
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Quando o Papa tem razão...
Joseph Ratzinger, por alcunha o Bento XVI, continua indiferente à polémica causada pela sua determinação em beatificar e canonizar o Papa Pio XII.
Saindo mais uma vez em defesa de um dos seus mais polémicos antecessores, Bento XVI qualificou Pio XII como «uma figura de grande envergadura histórica e teológica» e que «o seu magistério se qualifica pela sua vasta e benéfica amplitude e também pela sua excepcional qualidade».
O Papa Bento XVI (que na foto aqui à esquerda podemos ver devidamente fardado de padre e a fazer a saudação nazi) deve saber muito bem o que diz, quando afirma que 50 anos depois da morte de Pio XII «o seu fecundo magistério permanece também hoje um valor inestimável para os cristãos».
E acrescenta:
«Não é de estranhar, portanto, que o seu ensinamento continue hoje a irradiar luz na Igreja».
Pois tem o Papa Bento XVI toda a razão:
- Ainda hoje Pio XII «irradia luz» na Igreja Católica. Claro que os exemplos dessa «irradiada luz» são inúmeros, e cada um deles só por si justificará, decerto, a sua canonização.
Por isso, e para provar que Bento XVI está carregado de razão, nada melhor do que, através de uma singela foto, aqui deixar um pequeno exemplo dessas virtudes de Pio XII (entre as quais se contam a concessão de passaportes diplomáticos de Vaticano a criminosos de guerra nazis), que em breve o guindarão à qualidade de Santo da Igreja Católica.
Precisamente uma foto onde podemos ver Pio XII a assinar a célebre «Reichskonkordat», a Concordata que celebrou com a Alemanha de Adolf Hitler.
De facto, tal como diz Bento XVI, meio século depois da sua morte «os ensinamentos de Pio XII continuam a servir de inspiração para os católicos de todo o mundo»!
De facto, tal como diz Bento XVI, meio século depois da sua morte «os ensinamentos de Pio XII continuam a servir de inspiração para os católicos de todo o mundo»!
sábado, 8 de novembro de 2008
Senhora ministra: por favor, não desista!
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Manuela Sarah Ferreira Leite Palin
Basta uma breve consulta aos jornais dos últimos dias para ficarmos com uma ideia mais clara de quem é e do que realmente pensa a líder do principal partido da oposição.
Somente alguns minutos são suficientes para recolhermos uma colecção de pérolas que sem dúvida guindam a Presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, ao prestimoso título de... «Sarah Palin portuguesa».
Sem dúvida fantástico.
Mas, acima de tudo, inegavelmente esclarecedor sobre aquilo com que poderíamos contar se um dia (o Diabo seja surdo…) alguém cometesse a autêntica loucura de pôr Manuela Ferreira Leite a chefiar um Governo em Portugal.
Vejamos então algumas dessas pérolas, que vêm da mesmíssima pessoa que, como Ministra das Finanças, deixou no fundo dos cofres do Estado uma dívida de 1.100 milhões de euros do SNS (para só falar das relativas ao ano de 2004), que integrou o fundo de pensões da Caixa Geral de Depósitos no Orçamento de Estado só para disfarçar um défice que não conseguia controlar, e que gizou aquele célebre negócio do “Citigroup”, que lhe permitiu encaixar à pressa 1.790 milhões de euros de um balão de oxigénio que ainda hoje estamos a pagar.
Cada uma delas mais brilhante que a outra, é caso para dizer: cada sachadela, sua minhoca!
Vejamos:
«O Orçamento do Estado para 2009 é o produto de uma política de ilusionismo; é a continuação da "grande mentira" e do "ilusionismo" que começou com o Orçamento Rectificativo de 2005».
«A crise internacional veio precipitar as consequências mais óbvias de uma política de ilusionismo que o PSD tem denunciado».
«Não sei quais os assuntos que vão surgir na opinião pública, não sou capaz de visionar isso. Não vou inventá-los, com certeza, mas vou estar presente e a falar em todos aqueles momentos em que eu considere que os portugueses devem ser esclarecidos e devem perceber qual é a posição do PSD.
«Não falarei empurrada, nem ficarei calada só porque acham que eu falo de mais».
«A ocupação dos Ministros com a oposição justifica-se porque o Eng. Sócrates tenta desesperadamente calar o PSD».
«P: E iria buscar esse dinheiro onde, para não aumentar o défice?
«R: Aumentava o défice. Está em 2,2%, podia perfeitamente passar para 2,6%
«P: E podia o défice chegar aos 3%, o limite imposto pelo PEC?
«R: Não, com esta proposta que faço não chegava aos 3%.
«P: A não ser que seja verdade a acusação que faz ao Governo de estar a controlar o défice à custa das PME…
«R: À custa dos estrangulamento das pequenas e medias empresas evidentemente.
«P: Se isso for verdade…
«R: Chegaria aos 3% e não haveria problemas, porque estaria dentro do PEC».
«O primeiro-ministro nada pode fazer para ocultar que toda a sua construção fictícia ruiu».
«O país está muito pior do que quando ele chegou ao poder».
«Quem não assistiu às contas apressadas que acusavam o PSD de irresponsabilidade?
«Quem não se lembra da orquestra afinada de seguidores que vieram agitar o papão do défice?».
«P: Haverá algum dia casamentos entre pessoas do mesmo sexo em Portugal se depender de si?
«R: Se depender de mim, não.
«P: E enquanto líder do PSD?
«R: Já disse e reafirmo: não condeno qualquer tipo de projecto comum. Há com certeza aspectos jurídicos que podem ser regulados entre a relação de duas pessoas do mesmo sexo, desde que não se lhe chame casamento. Chame-se-lhe qualquer outra coisa, arranje-se um nome. Agora, com o baptismo de casamento… comigo não, com certeza».
«P: Se for eleita primeira-ministra, revoga a Lei do Divórcio?
«R: … disse exactamente isso, que revogava. Ponderaria seriamente alterar essa lei. Ela mexe muito com aquilo que eu considero que é a estruturação da família, e não vale a pena, por diferentes ideologias que nós tenhamos, algum dia pensar que é possível ter uma sociedade equilibrada em que a família seja efectivamente a estrutura básica dessa sociedade».
«P: Tem uma ideia da selecção que devia fazer-se em termos de obras públicas?
«R: Eu gostaria imenso de ter essa ideia se o Governo me fornecesse os elementos. Como não fornece…».
«P: Isso quer dizer que está a favor da construção do aeroporto em Alcochete?
«R: Isso quer dizer… Não sei se estou a favor ou se estou contra, posso até estará contra, mas que respeito as decisões dos Governos. Em democracia, os Governos que se seguem têm de respeitar as decisões que foram tomadas no anterior….».
«As obras públicas só devem ser feitas quando não precisamos de ir buscar dinheiro a crédito».
«P: Como é que o PSD vai votar no Estatuto dos Açores se não houver alterações em relação ao texto que conhece?
«R: O PSD com certeza que não deixará de votar exactamente como tem votado até à data, porque o PSD tem uma ideia própria acerca do Estatuto.
«P: Que não acompanha, então as posições do senhor Presidente da República?
«R: Acompanho totalmente as posições do senhor Presidente da República, como temos apoiado desde o primeiro dia».
«A Comissão Política do PSD não foi convocada para debater as candidaturas às eleições autárquicas e o momento é para debater o Orçamento de Estado para o próximo ano e a crise financeira.
«Seria bastante ridículo que eu convocasse a Comissão Política a um ano de eleições para resolver o problema de uma candidatura».
«P: Como comenta a discussão em torno da candidatura de Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa num momento em que a prioridade do partido é o debate do Orçamento de Estado?
«R: É um facto lamentável que representa o PSD no seu melhor»
«A declaração do primeiro-ministro José Sócrates confirmando a subida do salário mínimo nacional para 450 euros este ano, roça o nível da irresponsabilidade».
«Se as obras públicas ajudarão pelo menos, ao factor desemprego? Ao desemprego de Cabo Verde, ao desemprego da Ucrânia, isso ajudam. Ao desemprego de Portugal, duvido».
«P: E se o PSD ficar abaixo dos 30 por cento?
«R: Se ficar, ficou!»
Palavras para quê?
É uma artista portuguesa!...
«Quem não assistiu às contas apressadas que acusavam o PSD de irresponsabilidade?
«Quem não se lembra da orquestra afinada de seguidores que vieram agitar o papão do défice?».
«P: Haverá algum dia casamentos entre pessoas do mesmo sexo em Portugal se depender de si?
«R: Se depender de mim, não.
«P: E enquanto líder do PSD?
«R: Já disse e reafirmo: não condeno qualquer tipo de projecto comum. Há com certeza aspectos jurídicos que podem ser regulados entre a relação de duas pessoas do mesmo sexo, desde que não se lhe chame casamento. Chame-se-lhe qualquer outra coisa, arranje-se um nome. Agora, com o baptismo de casamento… comigo não, com certeza».
«P: Se for eleita primeira-ministra, revoga a Lei do Divórcio?
«R: … disse exactamente isso, que revogava. Ponderaria seriamente alterar essa lei. Ela mexe muito com aquilo que eu considero que é a estruturação da família, e não vale a pena, por diferentes ideologias que nós tenhamos, algum dia pensar que é possível ter uma sociedade equilibrada em que a família seja efectivamente a estrutura básica dessa sociedade».
«P: Tem uma ideia da selecção que devia fazer-se em termos de obras públicas?
«R: Eu gostaria imenso de ter essa ideia se o Governo me fornecesse os elementos. Como não fornece…».
«P: Isso quer dizer que está a favor da construção do aeroporto em Alcochete?
«R: Isso quer dizer… Não sei se estou a favor ou se estou contra, posso até estará contra, mas que respeito as decisões dos Governos. Em democracia, os Governos que se seguem têm de respeitar as decisões que foram tomadas no anterior….».
«As obras públicas só devem ser feitas quando não precisamos de ir buscar dinheiro a crédito».
«P: Como é que o PSD vai votar no Estatuto dos Açores se não houver alterações em relação ao texto que conhece?
«R: O PSD com certeza que não deixará de votar exactamente como tem votado até à data, porque o PSD tem uma ideia própria acerca do Estatuto.
«P: Que não acompanha, então as posições do senhor Presidente da República?
«R: Acompanho totalmente as posições do senhor Presidente da República, como temos apoiado desde o primeiro dia».
«A Comissão Política do PSD não foi convocada para debater as candidaturas às eleições autárquicas e o momento é para debater o Orçamento de Estado para o próximo ano e a crise financeira.
«Seria bastante ridículo que eu convocasse a Comissão Política a um ano de eleições para resolver o problema de uma candidatura».
«P: Como comenta a discussão em torno da candidatura de Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa num momento em que a prioridade do partido é o debate do Orçamento de Estado?
«R: É um facto lamentável que representa o PSD no seu melhor»
«A declaração do primeiro-ministro José Sócrates confirmando a subida do salário mínimo nacional para 450 euros este ano, roça o nível da irresponsabilidade».
«Se as obras públicas ajudarão pelo menos, ao factor desemprego? Ao desemprego de Cabo Verde, ao desemprego da Ucrânia, isso ajudam. Ao desemprego de Portugal, duvido».
«P: E se o PSD ficar abaixo dos 30 por cento?
«R: Se ficar, ficou!»
Palavras para quê?
É uma artista portuguesa!...
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Yes, We Can!
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Um dia…
Os americanos vão hoje eleger o seu próximo presidente.
Independentemente de quem os «red necks» americanos decidam escolher por todos nós para determinar a política mundial nos próximos quatro anos e até daquilo que o seu peculiar sistema eleitoral ditar no final da contagem dos votos, estas eleições revestem-se de um significado muito especial.
Porque, independentemente da análise pessoal ou política dos candidatos, um McCain que pode ser presidente simplesmente porque tem um currículo de herói de guerra e uma inquebrantável determinação neo-liberal (no sentido europeu) e um Obama com preocupações sociais, sim, mas que tem mais a ganhar não por si, mas principalmente por oposição ao candidato republicano, uma coisa é certa:
Pela primeira vez numa eleição americana vão a votos, de um lado, um candidato negro, ainda por cima com vantagem em todas as sondagens e, do outro, uma mulher que por muito alucinada que seja pode estar «à distância de um carcinoma» de ser presidente dos Estados Unidos.
Tanto uma como outra situação seriam impensáveis há escassos 50 anos.
Como parecem distantes estas fotos que aqui vemos ao lado.
Mas é curioso como ao mesmo tempo elas são tão próximas e actuais.
E é aqui que reside o principal significado destas eleições americanas: é que elas constituem um passo gigantesco no longo caminho que ainda é preciso percorrer, até que um dia terminem de vez todas as discriminações.
Todas elas!