quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Finalmente: a alternativa assumida!
Afinal era mesmo a sério o que tantos andavam por aí a dizer, mas que até agora andava no segredo dos deuses: os professores têm uma proposta de avaliação para propor em alternativa ao sistema do Ministério da Educação.
Chama-se «auto-avaliação»!
Quer isto dizer que o que os professores finalmente assumem frontalmente é que pretendem um sistema de avaliação do seu desempenho profissional em que cada um se avalia… a si próprio!
Então, depois desta espécie de satisfação solitária, os professores iniciam um «processo de reflexão», a que chamam eufemisticamente «co-avaliação», ou seja e uma vez mais, um processo de «auto-reflexão», está bom de ver.
Finalmente segue-se uma coisa chamada «aferição processual da avaliação de desempenho», em que os professores, agora numa espécie de satisfação em grupo, homologam as "auto-reflexões" uns dos outros.
Tudo isto sem qualquer atribuição de notas, sem qualquer responsabilização e sem prejuízo da progressão automática de todos em função da antiguidade, até ao topo da carreira.
Enquanto o «Conselho de Escolas» confirma as palavras do secretário de Estado que afirmou que a larguíssima maioria dos conselheiros concordou efectivamente com as medidas de simplificação propostas pelo Ministério, os professores continuam a levar a cabo numerosas manifestações por todo o país a mando da «Fenprof», enquanto o seu secretário-geral Mário Nogueira afirma que a ministra da Educação está «a adoptar estratégias inaceitáveis», pasme-se, como seja essa coisa horrível que é a realização de reuniões com as direcções das escolas a propósito da avaliação, vejam só (!), em vez de a estar a discutir com os sindicatos.
Estamos, pois esclarecidos:
- São estes, então, os professores que temos.
- E é esta a dignidade profissional que os professores portugueses escolheram adoptar para si próprios.
Senhora ministra: por favor, não desista!