segunda-feira, 30 de julho de 2007

 

Mais vale prevenir...





sexta-feira, 27 de julho de 2007

 

O Regresso às Origens



Segundo o «Diário de Notícias», o Secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, anunciou que os professores responsáveis pela realização dos exames nacionais em que se constataram erros não voltarão a ser convidados a participar na elaboração de novas provas.

Esta atitude era o mínimo que se exigia do Ministério da Educação.

De facto, não poderia voltar a ser encarada a participação na realização de um trabalho de tão grande responsabilidade como é, sem sombra de dúvida, a elaboração de exames nacionais, de professores que revelaram para tal tarefa uma inequívoca inaptidão e, pelos vistos, um claro défice de competência e de conhecimentos técnico-científicos e até pedagógicos.

Então e agora?
Agora é simples:

Estes professores regressarão às suas escolas de origem, onde estão «colocados» e são, obviamente, «efectivos».

E então, agora finalmente livres das pressões mediáticas dos últimos tempos e livres das agruras do escrutínio ao seu trabalho, agora finalmente livres dessa chatice suprema que é a avaliação do seu desempenho e das suas aptidões e dos seus conhecimentos técnico-científicos e pedagógicos, esses mesmos professores vão voltar novamente... a dar aulas!


- Senhora ministra: por favor, não desista!


 

God Is Not Great


A par dos recentes best sellers de Richard Dawkins «The God Delusion», ou de Sam Harris «The End of Faith», e na tradição do brilhante «Porque Não Sou Cristão» de Bertrand Russel, «God Is Not Great: How Religion Poisons Everything» é o mais recente livro de Christopher Hitchens.

Com um profundo conhecimento das principais religiões deste mundo e dos textos que as promovem (mas também a par de uma peculiar visão do mundo e da política, principalmente a internacional), Christopher Hitchens demonstra-nos, por exemplo como a religião é a causa da perigosa repressão sexual das pessoas ou da deturpação das verdades históricas e científicas, e propugna por uma sociedade secular baseada na Razão e na Ciência.

Recentemente Christopher Hitchens proferiu no «Town Hall Center for Civic Life», em Seattle, uma conferência exactamente para apresentação do seu livro «God Is Not Great: How Religion Poisons Everything».

Esta conferência, simplesmente brilhante e, de facto, absolutamente imperdível, está dividida em oito pequenos filmes alojados no «YouTube».

O primeiro desses filmes está já mesmo aqui à direita --->

Para ver os restantes filmes basta clicar sobre a fotografia abaixo:


quinta-feira, 26 de julho de 2007

 

A Vocação




quarta-feira, 25 de julho de 2007

 

Quem não é do Benfica não é bom chefe de família!




terça-feira, 24 de julho de 2007

 

A liberdade de expressão é uma coisa lixada!



Esta é a capa da última edição da revista espanhola «El Jueves» que, a propósito de uma iniciativa do Governo de Zapatero que pretende incentivar a natalidade com um subsídio de € 2.500,00 por cada criança nascida a partir de agora em Espanha, retrata satiricamente os príncipes das Astúrias a manter relações sexuais, enquanto o herdeiro da coroa espanhola diz:
«Achas que já engravidaste?
«De tudo o que já fiz em toda a minha vida, isto é o que mais se parece com trabalho!».

Foi o suficiente para criar uma polémica generalizada por toda a Espanha, perante a indignação dos sectores mais conservadores da monarquia e da Igreja Católica do país de «nuestros hermanos».
De tal forma que um tribunal mandou apreender toda a edição da revista, e ordenou formalmente ao seu director que identificasse o autor da caricatura, considerada insultuosa e infamante.
E foi também o quanto bastou para tornar a caricatura mundialmente famosa!...

Estou convencido de que ninguém discordará que a caricatura é, de facto, pelo menos de muito mau gosto. Se não mesmo insultuosa.

Mas o problema não é esse:
O que seria interessante saber é até que ponto um tribunal pode mandar a apreender uma publicação e proibir preventivamente a sua venda, sob o pretexto de que ela é «de mau gosto» ou insultuosa para uma pessoa, seja ela um qualquer cidadão anónimo seja um príncipe qualquer.

O problema também não está em saber que consequências poderão advir para o autor de uma caricatura que seja considerada injuriosa, ou para o director de uma revista que a publica.
Para isso, a lei penal já dá uma resposta perfeitamente satisfatória.

O problema está em saber quem tem autoridade para delimitar previamente uma linha de fronteira que separa aquilo que pode ou não ser publicado, e defina as coisas que podem ser ditas, das que são «de mau gosto» ou insultuosas, ou seja, que as distinga daquilo que deve ser considerado «liberdade de expressão».

Será legítima a publicação de uma caricatura satírica de Maomé?
Será legítima a publicação de uma caricatura satírica de Jesus Cristo?

Obviamente que sim!

E mais ainda, uma coisa é certa:
Se em Portugal há neste momento unanimidade nalguma coisa, é que toda a gente pensa que seria um inqualificável abuso de poder punir um qualquer funcionário público que numa reunião oficial e no exercício das suas funções se referiu ao Governo como uma corja de aldrabões e ao Primeiro-ministro como um «filho da puta».
Não estava ele, afinal, no exercício da sua «liberdade de expressão»?
Não seria a denúncia dessas palavras uma «bufaria»? Não seria essa punição um inqualificável abuso e um autoritarismo «pidesco» por parte da Administração Pública?

Não será, também por isso, um uso perfeitamente legítimo dessa mesma liberdade de expressão a publicação de uma caricatura satírica, ainda que de «muito mau gosto», de dois cidadãos, ainda que eles sejam, por mero acaso do destino, os Príncipes das Astúrias?

E será legítima a publicação de uma caricatura satírica, por exemplo, do Papa Bento XVI?

E se alguém resolver referir-se a toda aquele gente de que se passeia de saias nos corredores do Vaticano como uma corja de aldrabões e ao Papa Bento XVI como um grade filho da puta, não estará também no exercício da sua «liberdade de expressão»?

Ou será que o Papa «é mais» do que o Primeiro-ministro de Portugal ou do que os Príncipes das Astúrias?

Não há dúvida:
- A liberdade de expressão é uma coisa lixada!


segunda-feira, 23 de julho de 2007

 

Concorrência Desleal



No primeiro dia em que foi posto oficialmente à venda «Harry Potter and the Deathly Hallows», o sétimo e último livro da autoria de J. K. Rowling vendeu, só nos Estados Unidos, mais de 8 milhões e 300 mil cópias.
Calcula-se que os seis primeiros livros da série tenham vendido por esse mundo fora cerca de 325 milhões de cópias.

Mas a popularidade destes livros está muito longe de ser pacífica.

De facto, ainda era somente o lídimo herdeiro das pias virtudes católicas de Tomás de Torquemada e o ilustre presidente da Santa Inquisição (hoje conhecida pelo eufemismo de «Congregação Para a Doutrina da Fé») e já Joseph Ratzinger era um opositor feroz dessa coisa maligna e perversa que são os livros de Harry Potter.

Hoje, já como Papa e com a alcunha de Bento XVI, o Rottweiller de Deus que usa sapatinhos vermelhos não mudou de ideias, e continua a pensar que estes livros demoníacos com as descrições dos feitiços e das virtudes mágicas das personagens das histórias de J. K. Rowling deveriam exigir a intervenção da mão férrea da «A.S.A.E.», e ser definitiva e terminantemente proibidos.

E com muita razão:
Porque não há qualquer dúvida que cada novo livro das aventuras de Harry Potter é mais uma inequívoca manobra de uma despudorada concorrência desleal, face às patranhas impingidas aos incautos pela Igreja Católica.



sexta-feira, 20 de julho de 2007

 

Dr. House



Há actores que ficam com as personagens que interpretam indelevelmente agarradas à sua própria imagem pessoal.
De tal forma que por vezes ficamos com a sensação de que o mesmo filme e até a mesma história nunca resultariam ou teriam sucesso com qualquer outro actor.

Os exemplos são inúmeros. Talvez o mais paradigmático seja o da personagem de «James Bond», a que nunca dos nenhum dos cinco sucessores de Sean Connery conseguiu, nem por sombras, dar a mesma «magia».
Acho que nunca me habituarei a ver um 007 sem a «pinta» daquele «the name is Bond, James Bond...» dito por Sean Connery.

Outros exemplos ainda serão o de Jack Nicholson em «Voando Sobre Um Ninho de Cucos», o de Harrison Ford como Deckard em «Blade Runner», o do fabuloso Marlon Brando no «Padrinho» ou no «Apocalipse Now», ou o do malogrado Christopher Reeve em «Superman».

Por vezes a interligação com a personagem é de tal forma forte e indissociável, que o actor dificilmente conseguirá contratos para outros filmes. Será talvez o caso de William Shatner e de muitos outros actores da série «Star Trek» ou de Michael Richards, o Kramer da série «Seinfeld».

Enfim, aceitam-se outras sugestões na caixa de comentários...

E é, certamente, o caso especial de Hugh Laurie, a quem particularmente se deve, estou certo, o enorme sucesso da série televisiva «Dr. House», pela forma notável como nos consegue transmitir e fazer vivenciar uma personalidade tão complexa como é a daquele médico meio génio, meio sensível, meio «desaparafusado» e meio mau-feitio.
E já são quatro «meios»...

Este filme - aqui à direita --->
mostra o «casting» que foi feito por Hugh Laurie para a interpretação do papel de «Dr. House».

Depois desta demonstração, como poderia, de facto, ser outro actor a interpretar este papel?

E já agora que estamos aqui sem fazer nada, o filme abaixo mostra alguns «bloopers» retirados das filmagens da série «Dr. House».



quarta-feira, 18 de julho de 2007

 

A Liberdade de Culto



Ninguém contestará que a liberdade de consciência, de religião e de culto é um direito absolutamente fundamental e inalienável de todos os cidadãos.
Em Portugal esse direito merece mesmo expressa consagração constitucional (artigo 41º).

Quer isto dizer que não só é garantido o direito fundamental a que cada cidadão tenha a sua , mas também que a exerça em liberdade.
Ou seja, que a «pratique», através de um culto, e que conduza e determine livremente a sua vida em função dessa mesma fé e dos ensinamentos e dos princípios religiosos que lhe estão subjacentes.

Se esse cidadão for um cristão, por exemplo, ele deverá ter garantido direito ao exercício da sua fé em plena liberdade, tal como o mesmo lhe é determinado – e por ele aceite – no livro sagrado dos cristãos: a Bíblia.

Isto é, sem dúvida, um facto incontestável.
A fé de todas as pessoas tem de ser respeitada!
É obvio!
Será?...

Ora bem:
O «Houston Chronicle» noticia que no estado do Texas, nos Estados Unidos da América, um cidadão de seu nome Terry Mark Magnum, que afirma ter estudado a Bíblia durante «milhares e milhares de horas», um belo dia decidiu esfaquear mortalmente outro cidadão, Kenneth Cummings, de 46 anos de idade, simplesmente porque este era homossexual.

Mas explicou porquê:
Diz ele que sinceramente pensa que agiu correctamente porque acredita que foi chamado por Deus para ser um profeta.
E que foi Deus quem lhe ordenou que matasse este homem, uma vez que ele era homossexual, porque a «perversão sexual» é o pior dos pecados.
E sendo assim, «mandou-o para o Inferno»!

Ou seja:
O que é facto é que este homem, apesar de tudo, ao matar outro homem simplesmente porque ele era homossexual estava não mais do que... a exercer a sua fé.
E a fé de todas as pessoas tem de ser respeitada!

Por outras palavras, e como acima vimos, como cristão devoto, que até leu a Bíblia milhares de vezes e tudo, este homem não estava mais do que, como qualquer outro cristão, a praticar, a levar a cabo «o exercício da sua fé em plena liberdade, tal como o mesmo lhe é determinado no livro sagrado dos cristãos: a Bíblia».

Não vimos nós que a fé de todas as pessoas tem de ser respeitada?
E não vimos nós acima que isso é, sem dúvida, «um facto incontestável»?

Ou isso de «levar a cabo o exercício da sua fé em plena liberdade, tal como o mesmo lhe é determinado no livro sagrado dos cristãos: a Bíblia» será, afinal, um facto... contestável?

Qual é a diferença entre a «fé» de uma velhinha, que a exerce indo à missa aos domingos e a rezar uma centena de terços por dia, entre a «fé» de Bin Laden, que a exerce mandando atirar aviões contra edifícios ou ordenando atentados bombistas suicidas em mercados apinhados de gente, e entre a «fé» deste iluminado pela palavra de Deus escrita na Bíblia, e que a exerce, lhe obedece e a executa esfaqueando outro homem pelo simples facto de ele ser homossexual?

Qual é a diferença entre estas «fés»?
Não são todas elas iguais? Não são todas elas «um direito fundamental» dos cidadãos que as professam? Não merecem todas elas igual respeito?

Não?
É que se elas não são iguais, quem tem o direito de as distinguir umas das outras?

Quem tem o direito de escrutinar a fé de uma pessoa?
Quem tem autoridade para classificar uma «fé» como “boa” e outra como “má”?
Que critérios podem ser utilizados para distinguir uma «fé» de outra?
Critérios de ética, critérios de racionalidade, talvez?

Mas como distinguir ou analisar eticamente ou sob critérios de racionalidade uma determinação ou um sentimento irracional?
Porque no dia em que o fizéssemos, as religiões, todas elas, teriam provavelmente de ser... proibidas!
Mesmo a religião da velhinha que se limita a rezar o terço e a ir à missa ao Domingo ou que rasteja de joelhos no santuário de Fátima.
E essa proibição, todos concordaremos, seria inadmissível.

Mas qual é a ética e a racionalidade de uma Igreja que proíbe o preservativo mesmo quando isso contribui para a disseminação da SIDA, ou de alguém que se espoja e se amesquinha perante algo que nunca viu, e esfarrapa os joelhos ensanguentados enquanto se arrasta pelo chão na negociação da sua vida eterna?

Então, é simples:
A «ética» e a «racionalidade» não são para aqui chamadas!

A bem do direito inalienável desta velhinha a exercer a sua fé, ponhamos de lado a ética e a racionalidade!
E deixemos a velhinha em paz a exercer a sua fé, sem que ninguém tenha autoridade para a escrutinar ou para lha questionar!

Mas, e quem atira aviões contra edifícios ou mata outro homem por ele ser homossexual não estará também a exercer a sua fé? Em liberdade?

Mas, dir-me-ão: neste caso haveria que salvaguardar os direitos de pessoas que foram mortas e que ninguém tinha o direito de matar. Não é a mesma coisa!

Não?
Quem disse???
Que critérios foram usados para fazer esta afirmação?
Critérios de ética? Critérios de racionalidade?

Mas não tínhamos já posto de lado a ética e a racionalidade para defendermos a fé da velhinha?
Mau:
Afinal a ética e a racionalidade são ou não são para aqui chamadas???

Não tínhamos já estabelecido lá em cima como «incontestável» – e para além de qualquer escrutínio de racionalidade – esse tal direito de um cristão ao «exercício da sua fé em plena liberdade, tal como o mesmo lhe é determinado no livro sagrado dos cristãos: a Bíblia»?
Não vimos nós que a fé de todas as pessoas tem de ser respeitada?

Mas é que, de facto, a Bíblia decreta sem apelo nem agravo a pena de morte para os blasfemos ou para os homossexuais. Fá-lo inequivocamente no Levítico (20:13), por exemplo.
E se isso vem na Bíblia, isso é uma questão de fé.
Do mesmo modo, o Alcorão determina a morte dos infiéis, dos apóstatas ou dos blasfemos.
E se isso vem no Alcorão, isso é uma questão de fé.

E a fé de todas as pessoas tem de ser respeitada!
A fé e o exercício e a prática dessa mesma fé!

Então em que ficamos?

Onde ficamos é simples:
É que, na verdade, para um cristão «o exercício da fé em plena liberdade, tal como o mesmo é determinado no livro sagrado dos cristãos: a Bíblia» não é, afinal, «um facto incontestável».
Não é um direito absoluto.
Ou seja, nem sempre a fé das pessoas tem de ser respeitada!!!

Recorrendo ao velho chavão, o exercício desse direito, ou seja, o direito de uma pessoa exercer a sua fé e de seguir as determinações do livro sagrado da sua religião cessa, termina precisamente quando se iniciam os direitos das outras pessoas.

É por isso que ninguém no seu juízo perfeito defenderá que um homem tem o direito de matar outro homem, só porque é cristão e o outro homem é homossexual.
Nem mesmo que essa «pena de morte» esteja «decretada» na Bíblia.

O raciocínio, já vimos, é muito simples: até mesmo o direito fundamental dos cidadãos à sua liberdade de consciência, de religião e de culto tem de ceder quando em confronto com os direitos das outras pessoas, direitos esses que têm de ser salvaguardados e defendidos dos fanatismos religiosos que pretendem impor-se-lhes.

Numa palavra, a fé e a religião estão, sim, sujeitas ao escrutínio da ética e da racionalidade!!!

E o primeiro e o mais próximo garante deste princípio é precisamente a laicidade do Estado. Porque nenhum Estado pode ser verdadeiramente democrático senão for inquestionavelmente laico.

Só um completo e perfeito imbecil pensará o contrário; porque aí estará a defender que alguém pode livremente matar um homossexual ou atirar um avião contra um edifício se o estiver a fazer no exercício da sua fé.

Pois é:
De facto, só um completo e perfeito imbecil pensará o contrário.
Só é pena que tanta gente pense, efectivamente, o contrário!

E que persista em impor aos outros os seus dogmas e os seus fanatismos religiosos.

Por exemplo quando se fala dos direitos dos homossexuais, incluindo o reconhecimento do seu direito a casarem-se civilmente, da persistência na proibição do uso do preservativo, mesmo que isso signifique a morte de milhares de pessoas, ou na proibição de quaisquer outros métodos contraceptivos, da resistência a uma eficaz e competente educação sexual nas escolas, só porque meia dúzia de tarados sexuais alucinados pela castidade que lhes é imposta continua a considerar o sexo uma coisa aberrante, pecaminosa e «contra-natura», a imposição de critérios de «moralidade» à investigação científica, como quando se trata do estudo de células estaminais, a proibição de todas e quaisquer as formas de aborto, mesmo em caso de perigo de vida para a mulher grávida, a recusa em extraditar do Vaticano membros do clero com mandatos de captura internacional acusados de homicídio ou de pedofilia...

A liberdade de exercício de um culto religioso deve ceder quando em confronto com os direitos das outras pessoas???
Sim, sem dúvida!
Só é pena é haver por aí tantos imbecis que pensam precisamente o contrário!...


terça-feira, 17 de julho de 2007

 

Kissing Hank's Ass




«Toda a concepção de Deus é derivada dos antigos despotismos orientais.
«É uma concepção inteiramente indigna de homens livres.
«Quando vemos na igreja pessoas a menosprezarem-se a si próprias e a dizerem que são miseráveis pecadores e tudo o mais, isso parece-me desprezível e indigno de criaturas humanas que se respeitem».
- Bertrand Russell




domingo, 15 de julho de 2007

 

Magia!


(Clicar sobre a imagem)



sexta-feira, 13 de julho de 2007

 

O Monopólio da Imbecilidade



É fatal como o destino: quando uma pessoa se convence que a sua «fé» é motivo de orgulho e que é assim «uma coisa muito bonita» e que «traz muita felicidade», como se fosse uma espécie de um «dom» só ao alcance de um grupo restrito de «escolhidos», é então que se torna irresistível que essa pessoa procure impor a irracionalidade das suas crenças e dos seus dogmas aos outros.

Daí à mais completa imbecilidade é um passo.
A prová-lo estão aqueles que não se conformam com a separação do Estado das religiões, por muito que a laicidade mereça consagração constitucional em praticamente todos os países democráticos.

Ninguém estranhará que seja nos Estados Unidos (where else?) que se encontre o paroxismo desta imbecilidade irracional. E é logo o próprio site do Senado americano que nos deixa tudo muito bem explicadinho:

«Ao longo dos anos, o Senado dos Estados Unidos honrou a histórica separação da Igreja do Estado»
«Mas não a separação de Deus do Estado».
«Durante os últimos 207 anos todas as sessões do Senado abriram com uma oração, afirmando convictamente a fé que o Senado tem em Deus, como o Senhor Soberano da nossa Nação».

Não podia ser, de facto, mais esclarecedor!

Mas eis que o próprio Capelão do Senado se lembrou de convidar um padre hindu, de nome Rajan Zed para ser ele a fazer desta vez as habituais macaquices, louvaminhices e rezas de abertura da sessão do Senado de ontem, dia 12 de Julho.

E lá foi ele dizer estas lindas baboseiras:
«Nós meditamos na glória transcendental da Divindade Suprema, que está dentro do coração do mundo, dentro da vida do céu e dentro da alma do Paraíso. Que ela possa estimular e iluminar os nossos pensamentos. Paz, paz, que a paz esteja com todos vós».

Enfim: não quer dizer absolutamente nada, mas é bonito à mesma, não é?

Pois é: mas o pior é que houve muita gente que não gostou!

Ainda por cima, logo agora que o Papa Bento XVI reafirmou a primazia da Igreja Católica Apostólica Romana dizendo que todas as outras religiões, mesmo cristãs, não são verdadeiras e que só o catolicismo é o único caminho para «a salvação».

Como o filme aqui ao lado mostra, vários ilustres senadores começaram logo a protestar em voz alta e tentaram interromper o padre hindu e a sua oração, que consideraram uma ignóbil abominação, todos muito indignados, coitados, pelo facto de a pantominice daquele dia não estar a ser proferida por um sacerdote cristão a quem, claro está, devia caber o exclusivo do embuste das adulações divinas naquele local.

Moral da história:
Não há dúvida que o pior dos imbecis é o reclama para si o monopólio da imbecilidade!


quinta-feira, 12 de julho de 2007

 

Gente de Fé





terça-feira, 10 de julho de 2007

 

O Falangista



Uma das principais atracções das festas anuais de Pamplona, em Espanha, para além das célebres largadas de touros, é o desfile de grupos de jovens que, enquanto cantam e dançam pelas ruas acompanhados por barulhentas charangas, levam cartazes com representações de temas críticos da actualidade política, social e religiosa.

Este ano, um desses grupos, a «Sociedad Cultural Muthiko Alaiak» decidiu apresentar no seu cartaz um "cartoon" que pretendia satirizar declarações do arcebispo espanhol Fernando Sebastián, que relacionou a defesa do cristianismo e dos «verdadeiros valores cristãos» com os partidos da extrema-direita espanhola, e mais concretamente da «Falange Española», representando-o com o símbolo dos «falangistas» ao peito e a segurar um crucifixo onde se pode ver Jesus Cristo a fazer a saudação fascista.

Foi o quanto bastou para fazer deste sacrílego desenho o tema central das festas deste ano, num ambiente que faz obviamente lembrar a recente polémica gerada à volta das célebres caricaturas de Maomé.
O grupo autor do cartaz resistiu a todas as formas de pressão, incluindo por parte do Governo Autónomo, das autoridades municipais e do próprio arcebispo, e recusou-se terminantemente a retirar o cartaz do desfile, ou sequer a modificá-lo, invocando o seu direito à liberdade de expressão.

Só que as semelhanças com a reacções às caricaturas de Maomé não se ficam por aqui: como as religiões são mesmo todas iguais, também os jovens membros do «Muthiko Alaiak» tiveram de tomar medidas não só para proteger o cartaz até à hora do desfile, mas tiveram inclusivamente de contratar seguranças pessoais, ante a persistência das ameaças de que têm sido alvo por parte de muitos fervorosos e piedosos católicos que têm formas mais peculiares de manifestar a sua indignação e de amar o próximo como a si mesmos.

Entretanto a «Asociación Católica de Propagandistas» organizou uma «missa de desagravo» onde compareceram centenas de pessoas, incluindo a própria Presidente da Câmara e destacados membros de partidos da direita, todas elas indignadas, coitadas, com este autêntico ultraje à Humanidade, para pedirem a Deus que impedisse que o cartaz, entretanto tornado famoso, fosse exibido no desfile. Ou até que fosse sequer reproduzido por esse mundo fora.

Mas, ao que parece, a missa não resultou...



domingo, 8 de julho de 2007

 

Governar em nome de Deus



Como parecem longínquos os tempos em que tanta gente por esse país fora se regozijou quando em 2004 George W. Bush foi nomeado pela segunda vez (já o havia sido em 2000) o «Homem do Ano» pela revista «Time».

Agora, a meio do seu segundo mandato, George W. Bush é considerado em quase todo o mundo, e até mesmo por três quartos dos americanos, o pior Presidente que alguma vez passou pela Casa Branca.

Depois de ter arrastado todo o mundo na sua loucura insana, e centenas de milhares de mortos mais tarde, Bush parece cada vez mais apostado em transformar os Estados Unidos numa teocracia louca e irracional.
Os seus fieis amigos cristãos evangélicos ocupam agora a maior parte dos lugares chave da Administração e da Justiça, e protegem-se mutuamente num despudor de ilegalidade que parece não ter fim.

No meio dos seus delírios religiosos George W. Bush não tem qualquer pejo em confidenciar-nos como vai longe a lucidez que se esperava do governante mais poderoso do mundo, há muito substituída pela irracionalidade e pela loucura fanática de uma fé completament alucinada:

«Estou a cumprir uma missão que Deus me confiou. Deus disse-me: George, vai combater os terroristas no Afeganistão. E eu fui. E depois Deus disse-me: George, vai acabar com a tirania no Iraque. E assim fiz»
«E agora, mais uma vez, sinto que ouço as palavras de Deus: Vai arranjar um Estado para os palestinianos e estabelecer a segurança em Israel. E, por Deus, vou conseguir esse objectivo»
.

Mas há sempre tementes a Deus, obviamente financiados pelas grandes corporações multinacionais que lucram despudoradamente com os negócios da guerra, que, de uma maneira ou de outra, lá vão aguentando Bush no lugar, sob as crescentes vozes que clamam pelo seu «impeachment».

Neste vídeo (aqui à direita), a propósito do recente perdão presidencial a “Scooter” Libby, Keith Olbermann traça-nos um brilhante relato do que tem sido o desempenho deste «teocrata zelota», como lhe chama, que dá pelo nome de George W. Bush e que é actualmente o Presidente dos Estados Unidos da América.


sexta-feira, 6 de julho de 2007

 

Um Merecido Agradecimento



A propósito da «conquista» de uma certificação pela sociedade imobiliária responsável pela urbanização do «Belas Clube de Campo», apareceu recentemente por toda a imprensa um anúncio do Grupo André Jordan a agradecer a colaboração dos seus 102 trabalhadores, dos 1800 residentes naquele empreendimento, das empresas parceiras e, claro está, da... Câmara Municipal de Sintra.



(Clicar na imagem para a ampliar)


De facto, é uma atitude muito louvável da parte do Grupo André Jordan este expresso agradecimento público à colaboração que recebeu da Câmara Municipal de Sintra.

Porque é um agradecimento que indiscutivelmente há muito era merecido!

Tanto assim, que já na sua edição de 25 de Outubro de 2003 o «Expresso» noticiava que o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Fernando Seara, tinha ele próprio assinado o despacho de autorização para o 3º loteamento do empreendimento «Belas Clube de Campo», propriedade do empresário André Jordan e do Grupo Imobiliário que este lidera.

E é tanto mais merecido este agradecimento, quanto esta nova autorização de loteamento previa a construção de 1600 novos fogos naquela urbanização, para além dos que já estavam previstos no projecto de loteamento inicial!

E o reconhecimento por parte do Grupo André Jordan à colaboração da Câmara Municipal de Sintra é tanto mais de elogiar quanto é sabido que, decerto por simples e mero acaso, este número de fogos constituía, nada mais nada menos, do que o triplo do que estava inicialmente previsto na lei do Plano Director Municipal de Sintra.

Mas mais: para além disso, enquanto o PDM de Sintra permitia somente uma densidade de 10 habitantes por hectare, a nova autorização assinada pelo próprio presidente da Câmara Municipal de Sintra em pessoa, Fernando Seara, passou a permitir uma densidade de 34,9 habitantes por hectare.
Isto sem falar do “pequeno problema” adicional, este com certeza sem qualquer importância, porque se relacionava somente com o facto de que o novo loteamento se situava dentro do corredor inicialmente previsto para o IC-16.

Refira-se ainda a talhe de foice que a aprovação camarária só foi possível porque mereceu a aprovação da CDU, que assim, e para este efeito, se aliou à coligação PSD-PP que na ocasião presidia aos destinos da autarquia.
Eis aqui um excelente exemplo do que deve ser uma saudável e profícua cooperação institucional entre o mundo empresarial e o poder autárquico em Portugal.

Muito mais quando a vemos tão desinteressada e expressamente reconhecida na comunicação social para, assim, servir de exemplo a todas as Câmaras Municipais do nosso país.

Parabéns, por isso, ao Grupo André Jordan. Parabéns à Câmara Municipal de Sintra. Mas parabéns principalmente ao seu ilustre presidente Dr. Fernando Reboredo Seara.

E quando assim é, estamos todos de parabéns.
Não estamos?...


quarta-feira, 4 de julho de 2007

 

Os filhos da puta



É raro, mas às vezes acontece.
E agora parece que aconteceu outra vez.

Ou é impressão minha ou todo o país é da mesma opinião: o Governo parece ter perdido o bom senso e, ainda por cima sem necessidade nenhuma, anda estupidamente a dar o flanco à oposição.
E, à míngua de assuntos ou de políticas de fundo para criticar seriamente (ou até por pura e simples incompetência), a oposição, claro está, atira-se a isto como gato a bofe.

E a mensagem que passa para o público, seja isso verdade ou não, é que, como diz João Miguel Tavares no «Diário de Notícias»:
«O Governo aparece travestido de carrasco da liberdade de expressão, a chicotear o lombo a quem se atreve a pecar contra essa extraordinária coisa a que chama devotamente "autoridade do Estado"».

E quando (penso eu também que é opinião generalizada) todos esperávamos que o Primeiro-ministro José Sócrates, tido como pessoa de bom senso ou, pelo menos, com fama de possuir um sagaz sentido político, pusesse, ele próprio e em pessoa, ordem na casa, eis que é ele, desta vez, quem apresenta queixa em tribunal contra o autor de um blogue.

E então a sensação não podia ser diferente.
E o mesmo articulista do «DN» parece uma vez mais resumir o que todos nós andamos a pensar quando deseja que um dia sejamos «governados por gente que perceba que reformar é o seu trabalho natural, e que ao mesmo tempo possa ouvir uma crítica sem de imediato soltar os cães».

O Partido Socialista, de um modo geral, e o Governo, em particular, têm de perceber que em todo o mundo democrático os políticos tem de se «aguentar à bronca» com os boatos, com os insultos mais ou menos pessoais e com as insinuações mais ou menos torpes ou cobardes que lhes chegam dos cidadãos.
Porque isso como que «faz parte» das suas funções e é quase conatural não só ao desempenho de um cargo político como é também consequência frequente para qualquer pessoa que, por uma forma ou de outra, passa a ser alvo da atenção mediática.

E a maior parte das vezes (talvez nem sempre, sim) o remédio para isto é só um e resulta do mais básico bom senso: ignorar pura e simplesmente as acusações, a chacota e os insultos, que eles depressa serão esquecidos e, assim, num ápice se esvaziarão de sentido.

Persegui-los criminalmente ou com processos disciplinares, é não só repisar no assunto e fazê-lo regressar vezes sem conta à ordem do dia, como dá ainda a sensação de perseguição política, de censura e de limitações absurdas e claramente ilegais por parte do Governo à liberdade de expressão dos cidadãos.
E às vezes até já se ouve falar em "bufaria" e dizer, pasme-se, que qualquer dia aparece por aí uma nova PIDE...

E é, por isso, está bom de ver, um tremendo erro político!
A oposição em peso tem, por isso, toda a razão quando critica o Governo por mais esta autêntica absurda calinada.

O Governo e José Sócrates em particular têm de perceber que, independentemente da tremenda injustiça de que pessoalmente possam ser alvo, é antes de mais uma cretinice política de todo o tamanho despedir uma directora por causa da porcaria de uma fotocópia afixada numa parede, participar criminalmente contra o autor de um blogue que acusou o Primeiro-ministro de falsificação ou até despedir um professor só porque simplesmente lhe chamou... «filho da puta».

Deixem os gajos em paz e não lhes liguem, porque se não é pior a emenda que o soneto!!!

E então esta última é de bradar aos céus: se cada vez que um cidadão chamasse «filho da puta» a um governante, ou a um político qualquer, fosse perseguido criminalmente, metade do país estava preso!
É isso que o Governo, José Sócrates e todos os políticos deste país têm de perceber.

E pronto:
Era isto basicamente o que eu tinha a dizer sobre este assunto.
Muito mais haveria a dizer, mas fica para a próxima, que agora não há muito tempo para blogar.
Por isso aos poucos irei aqui falando de outros políticos ou personalidades públicas.

Agora, já falei do «filho da puta» do Sócrates.
Depois hei-de falar do «filho da puta» do Marques Mendes; do «filho da puta» do Paulo Portas; do «filho da puta» do Jerónimo de Sousa; do «filho da puta» do Francisco Louçã e de todos os outros «filhos da puta» dos políticos do nosso país.

Tudo isto sem me esquecer de voltar de vez em quando a falar do «filho da puta» do Papa, claro está.

Fica prometido!


segunda-feira, 2 de julho de 2007

 

Dear Mr. President


Não é nada fácil descrever o que senti quando vi este vídeo pela primeira vez.

É uma composição feita sobre a música «Dear Mr. President» da cantora norte-americana Pink.
É com um indescritível orgulho (que será fácil de entender), que digo que ele foi inteiramente concebido e realizado por uma adolescente que vive cá em casa.




«Pink» é nome artístico da cantora norte-americana Alecia Moore, nascida a 8 de Setembro de 1979.
«Dear Mr. President», uma extraordinária canção de protesto composta por Pink (e por billymann, ou William Hort Mann), é uma carta aberta ao presidente dos Estados Unidos George W. Bush e faz parte do quarto álbum da cantora, com o título «I’m Not Dead».

Neste vídeo podemos ver uma outra versão, ao vivo, com a participação das «Indigo Girls».



This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com