quinta-feira, 31 de julho de 2008

 

Encerrado Para Descanso Do Pessoal



Pronto!
Esta coisa está encerrada para férias.
Volto lá para finais de Agosto, princípios de Setembro ou assim...

Se entretanto alguém quiser imaginar por onde eu ando, basta pensar nisto:



E no meio dessa imaginação toda, não vá alguém pensar que eu ia de férias sem deixar aqui no Blog qualquer coisa assim deste género, bem pode aproveitar a embalagem e pensar também nisto:




Boas férias!


terça-feira, 29 de julho de 2008

 

Ilusão Auditiva



A percepção que temos da frequência de um som puro denomina-se «tom».

Frequentemente associamos a frequência de um som ao tom que dele percepcionamos. Isto é, determinada mudança na frequência implica uma mudança semelhante no tom.

Acontece que para além das ilusões de óptica que todos bem conhecemos, existem também "ilusões auditivas" ou "ilusões acústicas".
A mais conhecida será talvez a «Escala de Shepard».

A «Escala de Shepard» dá ao ouvinte a impressão de estar a ouvir uma melodia que sobe continuamente, quando na realidade isso não acontece.
Ou seja, uma determinada mudança na frequência não teve associada uma mudança semelhante no tom.

Para termos um excelente exemplo de uma ilusão auditiva basta ouvirmos o som no pequeno filme aqui ao lado, e depois irmos clicando repetidamente no "replay" para o ouvirmos várias vezes seguidas.

O resultado é simplesmente espectacular!

De todas as vezes que ouvimos parece que o tom vai subindo sucessivamente.
No entanto, na realidade, o tom inicial é exactamente igual ao tom final.


segunda-feira, 28 de julho de 2008

 

Vá lá: ao menos são coerentes!



Dei um salto à versão online do «Fátima Missionária» e deparei com uma notícia com este título:
«Teerão aplica a pena de morte a 29 iranianos»

Com um título destes até pensei imediatamente:
- Não querem lá ver que vou encontrar um artigo em que estou de acordo com esta gente?

E a notícia segue assim tal e qual:
«A página da Internet da TV iraniana dá a notícia esta manhã, 27 de Julho. A execução deu-se às 3,40 hora de Lisboa. Este é o maior número de execuções no Irão, num só dia, nos últimos anos.
«O país dos Aiatolas, os mais altos dignitários da hierarquia religiosa xiita, foi acusado pela Amnistia Internacional, em Abril passado, de ser o segundo do mundo, depois da China, a recorrer com maior frequência à pena de morte. Num só ano foram enforcadas, no Irão, 155 pessoas.
«Sempre na prisão de Evin, em Janeiro passado, deu-se a execução de 13 pessoas. Apesar da recomendação da União Europeia, o Irão continua a não respeitar a moratória sobre a pena de morte, fazendo ouvidos moucos aos apelos da opinião pública internacional».

Só depois de ler duas vezes é que consegui acreditar naquilo que os meus próprios olhos tinham à frente: quando estava à espera da parte deste insigne órgão de comunicação católico de uma inequívoca condenação da pena de morte e, assim, de um juízo de valor sobre a actuação dos seus colegas islâmicos de Teerão… nada!
Nicles!

Com excepção de uma mera referência a um «recorde macabro» e de dizer que «apesar da recomendação da União Europeia, o Irão continua a não respeitar a moratória sobre a pena de morte», a notícia nem uma só vez fala do valor da vida humana ou de como a “sharia”, isto é, a prevalência das normas religiosas sobre a lei civil de um Estado pode conduzir à barbárie que significa uma pessoa ser condenada a cortarem-lhe as mãos por roubar, a ser condenada à morte por lapidação pelo crime de adultério ou por enforcamento pelo crime de ser homossexual.

Vá lá, ainda há na notícia uma referência a uma «moratória sobre a pena de morte».
Só que uma «moratória da pena de morte» não significa exactamente o mesmo que «abolição da pena de morte».

Mas talvez seja fácil de perceber a cuidadosa escolha de palavras do «Fátima Missionária» numa questão tão delicada como esta como é a pena de morte.

É que se o «Fátima Missionária» cai na asneira de condenar o regime de Teerão por, mais do que não respeitar uma «moratória», não abolir mesmo, e de uma vez por todas, a pena de morte, caía-lhe em cima o Carmo e a Trindade.

Como podiam ser o «Fátima Missionária» e a Igreja Católica Apostólica Romana contra a pena de morte, se entre os seu mais insignes e piedosos seguidores se contava gente como Franco ou Pinochet, que ou garrotavam os seus opositores políticos ou os atiravam de helicópteros no meio do oceano?

E como podiam ser o «Fátima Missionária» e a Igreja Católica Apostólica Romana contra a pena de morte, se o «Catecismo da Igreja Católica» a defende inequivocamente e sem cá moratórias nenhumas?

De facto, se o §2267 do «Catecismo da Igreja Católica» nos diz claramente que
«O ensino tradicional da Igreja não exclui, depois de comprovadas cabalmente a identidade e a responsabilidade de culpado, o recurso à pena de morte…»
então,
se o «Fátima Missionária» e a Igreja Católica Apostólica Romana não condenam expressa e inequivocamente o recurso à pena de morte, o regime de Teerão e a «sharia» que é imposta ao povo iraniano, podemos até acusá-los de muita coisa.

Mas, ainda assim, uma coisa temos honestamente de lhes reconhecer: é que são coerentes!


sexta-feira, 25 de julho de 2008

 

O homofóbico "mais ou menos", o discriminador "selectivo" e a estupidez "imperdoável".



«Casamentos “gay”, o debate e a estupidez» é o título do artigo Henrique Monteiro publicado no «Expresso» do passado sábado.

O artigo começa logo mal com Henrique Monteiro a dizer uma coisa assim:
«Antes que venha a ILGA, ou outro qualquer lóbi "gay", acusar-me da costumeira homofobia…»

É que quando ouço alguém começar por proclamar o seu próprio liberalismo mesmo antes de dizer qualquer coisa, é certo e sabido que o que se segue não augura nada de bom.

Querem ver?
Diz Henrique Monteiro logo a seguir:
«…sou, no geral, contra qualquer discriminação…»

Pois é.
É isso mesmo: Henrique Monteiro diz que é contra qualquer discriminação.
Mas será que ele é mesmo contra “toda” e “qualquer” discriminação?
Ah! Isso é que não!
Também não exageremos.
Henrique Monteiro é contra qualquer discriminação mas, como ele próprio diz, só «no geral».
O que isto quer dizer é que «no particular» Henrique Monteiro pelos vistos já não é contra qualquer discriminação.

Por outras palavras, Henrique Monteiro afinal é a favor da discriminação, embora só em «casos particulares».

Posto isto, e para que não restem dúvidas, Henrique Monteiro explica melhor e então defende:
«…a possibilidade de os casais homossexuais terem mais ou menos os mesmos direitos do que os outros casais».

Eu não disse que aquele começo não augurava nada de bom?

Pois é:
Henrique Monteiro que assumiu corajosa e desassombradamente que afinal é a favor da discriminação, embora só em «casos particulares», acha que os casais homossexuais devem ter os mesmos direitos do que os «outros casais».

Mas será que são «todos» os direitos?
Serão mesmo, mesmo «todos» os direitos»?
Ah! Isso é que não!
Também não exageremos.
Henrique Monteiro acha que os casais homossexuais devem ter «mais ou menos» os mesmos direitos do que os outros casais.

Claro está que Henrique Monteiro se esqueceu de dizer quem é que define o que é que é isso de «mais ou menos» quando se trata de direitos fundamentais dos cidadãos.

Talvez um dia Henrique Monteiro seja a pessoa indicada para explicar aos portugueses o que são «os mais e os menos» dos direitos fundamentais dos cidadãos: pois não vimos já que Henrique Monteiro é «no geral» contra qualquer discriminação?...

Ou seja, a conclusão só pode ser uma:
Afinal Henrique Monteiro não é um homofóbico total; é homofóbico, sim, mas é só um homofóbico… «mais ou menos».

Mas, além disso, é também uma pessoa que quando discrimina os outros cidadãos não o faz à toa, e não discrimina assim toda a gente: Henrique Monteiro é uma pessoa que discrimina sim, mas com um certo e determinado critério, porque só discrimina em casos muito «particulares», que ele escolhe cuidadosamente.

E a provar que é uma pessoa de critério, Henrique Monteiro até nos diz que pelos vistos lhe faz impressão «a discriminação que sofreria uma criança entregue a um casal homossexual».

É de facto um critério como outro qualquer. Se isso lhe faz impressão e acha isso condenável, pronto estamos conversados.
Só que não entendo onde é que Henrique Monteiro foi buscar essa de que uma criança «entregue» a um casal homossexual é discriminada. Nos casos que conheço, isso nunca aconteceu e talvez muitos adultos devessem receber algumas lições de crianças que convivem normal e pacificamente com colegas e amigos filhos de homossexuais.
Também não entendo por que é que então Henrique Monteiro não defende que se devam retirar as crianças que estejam ao cuidado de pais que de repente se descubra que são homossexuais.

Mas o que não entendo mesmo é por que é que já não faz impressão ao Henrique Monteiro e já não é «condenável» vermos milhares de crianças internadas em instituições, tantas vezes em condições miseráveis, pacientemente à espera que algum dia algum casal as ache «dignas» de serem adoptadas, e que às vezes até façam parte de uma espécie de exposição de crianças, como se fossem bonecos em prateleiras de um supermercado, enquanto um qualquer casal – heterossexual, claro está – lhes vai passando à frente e as vai analisando cuidadosamente de alto a baixo, uma a uma, enquanto diz: esta não, esta não, esta não, esta não, esta talvez…

Depois, e como não podia deixar de ser, Henrique Monteiro começa a meter os pés pelas mãos e entala a foice na seara alheia quando diz que «uma lei de coabitação bem feita poderá perfeitamente servir».

Henrique Monteiro afinal não sabe o que diz. O que é pena (e dele não esperava, confesso), principalmente vindo da parte do director de um jornal de tanta expansão e responsabilidade.

É pena que Henrique Monteiro não saiba, nem se tenha informado, que uma «união de facto» pode ter sempre algumas (poucas e esparsas) consequências e tutela jurídica. Mas nunca deixará de ser mais do que isso: uma «união de facto».

Porque no dia em que for uma «união de direito» passa a chamar-se… isso mesmo: casamento!

Porque «de facto» e «de jure» não são propriamente a mesma coisa…

Mas como Henrique Monteiro não percebe isto, e é um discriminador criteriosamente selectivo e um homofóbico somente de casos particulares, quer transformar a «união de facto» em «união de direito», embora mantenha o nome de… «união de facto».

Só que mantendo este nome de «união de facto», este novo tipo de casamento poderia então servir de «casamento» para os homossexuais.
E cá tínhamos o problema resolvido, e não havia cá misturas: bastava não mais do que um bocadinho quase nada de homofobia, e assim só uma discriminaçãozinha de nada.

E pronto: cá temos o Henrique Monteiro a descobrir a pólvora e a desmontar e a fazer desmoronar como um castelo de cartas esta «agenda escondida» que é a adopção de crianças por homossexuais.
Um génio escondido, este Henrique Monteiro!

Querem ver?
Vejam só o que ele diz:
«Se se permitir todos os direitos menos o da adopção não se pode chamar a essa junção 'casamento'»
«Isso seria de uma estupidez imperdoável».

E é bem a propósito disto da «estupidez imperdoável» que alguém devia dizer ao Henrique Monteiro que a adopção não só não é proibida a casais que vivem em união de facto, como até é permitida a famílias monoparentais.

O que é engraçado é que em Portugal já nada na lei ACTUAL proíbe que uma criança seja adoptada por um casal homossexual que viva em união de facto, ou até por um homossexual que viva sozinho.
E tantos que eu conheço…

Mais ainda, ao mesmo tempo alguém lhe devia explicar que nenhum casamento passa a ser uma autorização automática para adoptar, uma espécie de «alvará de adopção», nem mesmo para os casais heterossexuais. Acima de tudo isso está esta coisa muito simples que se chama… interesse da criança!

Mas principalmente algum amigo mais chegado devia ter a comiseração de dizer ao Henrique Monteiro que mesmo que se chame «estupidez imperdoável» ao argumento de que «se se permitir todos os direitos menos o da adopção não se pode chamar a essa junção 'casamento'», ainda assim não passa despercebido às pessoas que este argumento só existe se antes se partir do princípio já previamente dado como estabelecido que os casais homossexuais… não podem adoptar.
E isso, obviamente, está bem longe de estar estabelecido.

Talvez então o que seja uma «estupidez imperdoável» seja não perceber nada disto.
Ou talvez seja também uma «estupidez imperdoável» pensar que é possível alguém ser uma espécie de «homofóbico mais ou menos» ou um «discriminador selectivo».

Isso seria, de facto, de uma «estupidez imperdoável»!


terça-feira, 22 de julho de 2008

 

O dinheiro ao serviço da insanidade














Sir John Marks Templeton
(29 de Novembro de 1912 – 8 de Julho de 2008)


John Templeton, falecido no passado dia 8 de Julho, foi um dos mais famosos homens de negócios e filantropo e talvez um dos homens mais ricos do mundo.
Nascido no seio de uma família pobre do Tennessee, Templeton soube como ninguém tirar partido das jogadas financeiras e bolsistas americanas, e partindo de um pequeno empréstimo de 10.000 dólares criou uma das maiores empresas de consultoria de Wall Street, que mais tarde vendeu com um lucro astronómico.
Logo depois criou uma nova empresa, desta vez em Nassau, que uma vez mais se tornou uma das maiores do mundo.

John Templeton sempre atribuiu o seu invulgar sucesso nos negócios ao seu desenvolvimento espiritual e a uma inquebrantável fé cristã.

Não é por isso de estranhar que grande parte das suas actividades filantrópicas se dirigisse para os assuntos religiosos – independentemente da religião que estivesse em causa – e para a criação da «Templeton Foundation» que patrocinava os estudos que contribuíssem para as “descobertas espirituais” e subsidiava sem hesitação todas as pesquisas que lhe aparecessem à frente com esses objectivos.

O próprio John Templeton definiu os objectivos da sua Fundação:
Tentar persuadir as pessoas de que nenhum ser humano alcançou ainda sequer 1% da sua capacidade de percepção das «realidades espirituais» e ainda tentar encorajar as pessoas com tal objectivo a passar a usar os mesmos métodos da Ciência, já que estes se têm demonstrado tão eficazes e produtivos noutras áreas.
Mas sempre com o objectivo de demonstrar cientificamente as tais «realidades espirituais».

Em 1972 instituiu ainda o «Prémio Templeton» destinado a fomentar o progresso das pesquisas e das descobertas na área das «realidades espirituais», e que todos os anos premiava com aproximadamente 1 milhão de euros (quantia superior à do Prémio Nobel) quem se distinguisse no aprofundamento da percepção humana da divindade e contribuísse para o desenvolvimento da criatividade divina.

Um dos mais famosos estudos científicos que John Templeton subsidiou com um significativo número de milhões de dólares – e que provavelmente terá sido o mais famoso – visava demonstrar com inegável rigor científico «o poder da oração» e a sua contribuição para a eficácia da medicina e, assim, a prova inequívoca de que Deus, quando convenientemente solicitado, intervém realmente na cura das pessoas doentes.

E foi de facto um estudo muito simples, e terá decerto sido a fé de todos aqueles que nele colaboraram que permitiu que ninguém temesse sequer sair dali coberto de ridículo:

Foi monitorizado um grupo de 1802 pacientes de seis hospitais que tinham sido sujeitos a cirurgias cardíacas.
Os pacientes foram divididos em 3 grupos:
- O primeiro grupo de pessoas era agraciado com fervorosas orações, que eram levadas a cabo por grupos de voluntários de vários pontos dos Estados Unidos, mas ninguém dizia nada a qualquer dos pacientes;
- O segundo grupo de pessoas (o grupo de controle científico) não tinha direito a quaisquer orações, e também ninguém lhes dizia rigorosamente nada;
- O terceiro grupo era beneficiado com orações, sendo agora todas as pessoas perfeitamente informadas do que se estava a passar, isto é, que havia vários grupos de voluntários a rezar pelas suas melhoras.

Para que não houvesse enganos e para que o controle científico fosse mais rigoroso, foram distribuídas aos voluntários listagens das pessoas doentes, contendo o seu primeiro nome completo e a inicial do seu último nome. Para Deus deveria ser suficiente para as identificar.

Os resultados deste estudo foram publicados na edição de Abril de 2006 do «American Heart Journal» e foram claros como água: nenhuma diferença havia afinal entre os pacientes agraciados com orações e os pacientes que não tinham tido essa sorte.
Que surpresa!

Mas o estudo revelou uma novidade surpreendente: entre os dois diferentes grupos de pacientes que tinham sido ambos agraciados com orações havia de facto uma significativa diferença, mais exactamente entre o grupo de pessoas que sabia que estavam a rezar por elas e o grupo de pessoas que não fazia disso a mínima ideia.
O curioso é que o estudo demonstrou que as pessoas que de facto sabiam que alguém estava a rezar por elas pioraram e sofreram muito mais complicações pós-operatórias do que aquelas que nada sabiam.
Que surpresa!

Não sei se algum dos «cientistas» agraciados com os milhões de Templeton lhe teria explicado que o efeito «perverso» causado nas pessoas doentes por tão fervorosas orações a Deus Nosso Senhor se deveria provavelmente à ansiedade e ao stress causado nessas pessoas, que assim poderão ter concluído que estavam em pior condição física do que antes pensavam.

Também não sei se algum desses eméritos homens de «ciência» com tantos milhões à disposição para tão brilhantes e extraordinárias pesquisas científicas teria dito a John Templeton o que deveria pensar se o estudo tivesse por acaso vindo a demonstrar a eficácia e o poder das orações na cura das pessoas doentes.

Antes de gastar o seu dinheiro neste estudo imbecil talvez Templeton devesse ter dado ouvidos ao comediante americano Bob Newhart que imaginou (mais coisa menos coisa) uma das pessoas que não tinham sido beneficiadas com as orações a rezar assim:

- Então, meu Deus o que é isto?
Quer isto dizer que tu vais curar as outras pessoas e só para ajudares a porcaria da experiência a mim não me vais curar porque faço parte do grupo de controle?
Então o gajo da cama aqui ao lado, que teve a sorte de ter mil pessoas a rezar por ele, mesmo sem saber se ele é uma boa ou má pessoa, vai e safa-se.
E eu, só porque tive o azar de cair no grupo errado, pimba, não me safo.
E então as orações da minha tia não te chegam? Logo ela que vai à missa todos os Domingos e tudo.
Era preciso haver mais pessoas a rezar por mim para as orações fazerem efeito?
Quantas, meu Deus?...


sexta-feira, 18 de julho de 2008

 

Livrai-nos do Mal



Quem se afirma católico, mesmo que “somente” essa coisa abstrusa chamada “católico não praticante” está obviamente a admitir uma determinada afinidade ideológica com uma Igreja perfeitamente organizada e hierarquizada, e a reconhecer uma comunhão de ideais com quase mil milhões de pessoas que partilham uma mitologia e se identificam com o seu catecismo e com a sua História.

Para essas pessoas, as que assim se afirmam católicas, aqui fica sem mais comentários este pequeno filme.



quarta-feira, 16 de julho de 2008

 

A grande importância da música numa missa



Por vezes é de facto muito difícil percebermos devidamente o que estão dizer as pessoas que cantam aquelas belíssimas músicas durante a celebração das missas, talvez por causa daquela voz esganiçada e meio afectada que até parece canto gregoriano em latim e tudo ou, quem sabe, por frequentemente estar cada um a cantar para seu lado.

E, no entanto, e sem sombra dúvida, é muitíssimo importante a mensagem que as letras dessas músicas nos trazem, principalmente para a celebração da eucaristia que estão a acompanhar.

Daí a extrema utilidade deste filme, que nos mostra uma lindíssima música cantada com um inegável fervor pelos fiéis durante a celebração de uma missa, mas onde agora estão inseridas nos lugares certos as legendas com que podemos acompanhar aquilo que vai sendo cantado e, assim, conhecermos a comovente mensagem que nos é transmitida.

De tal forma que não hesito em qualificar este pequeno filme como um autêntico «Serviço Público de YouTube».



segunda-feira, 14 de julho de 2008

 

As Desculpas do Papa



O negócio de venda de hóstias e de lugares na vida eterna levou o presidente do conselho de administração do Vaticano, Joseph Ratzinger, por alcunha o Papa Bento XVI, a uma das suas viagens promocionais, desta vez à Austrália.

Como ao que parece o negócio não anda a correr nada bem, o Rottweiller de Deus decidiu imitar o seu antecessor Karol Wojtyła, a.k.a. João Paulo II, mais conhecido pelo "Papa tremente a Deus", e pedir desculpas pelos abusos sexuais de crianças praticados na Austrália por sacerdotes católicos.

Provavelmente é para ver se a coisa esquece…

Vai sendo recorrente como táctica promocional do negócio do irracional isto do pedir desculpas às pessoas.
Não que admitir um erro e pedir por ele as devidas desculpas seja errado.
Muito pelo contrário, como é por demais óbvio.

Mas o que acontece é que estes pedidos de desculpas não passam de uma inqualificável e profunda hipocrisia de promoção comercial e de uma desonestidade intelectual sem limites.

A Igreja Católica levou milénio e meio a torturar e a matar pessoas, a trucidar populações inteiras, a imolar pelo fogo todos aqueles que ousavam atravessar-se no seu caminho, nem que fosse pelo simples facto de dizerem que a Terra é redonda ou pelo abominável crime de professarem outra religião.
A Igreja Católica é responsável por um indizível sofrimento da humanidade ao longo de séculos e séculos e por um atraso científico e cultural jamais recuperável.

Por isso, é bom que o Papa e os seus apaniguados não pensem que um pedido de desculpas absolutamente hipócrita poderá algum dia apagar da memória dos Homens esta autêntica hecatombe civilizacional, ou deixar de qualificar devidamente as pessoas que se arrogam – e até com orgulho, pasme-se – serem membros desta autêntica associação de malfeitores.

Muito mais quando estes cínicos e calculistas pedidos de desculpas não são na prática devidamente acompanhados das actuações éticas que se impunham a quem fosse minimamente sincero a formular tais pedidos.

Enquanto o Papa pede desculpas pelos abusos sexuais, não se conhece o nome de um só padre que tenha cometido abusos, que tenha roubado a inocência a uma criança e a tenha marcado e traumatizado para o resto da vida, que tenha sido eclesiasticamente punido com mais do que uma simples pena de transferência para outra paróquia. Quantas vezes só para aí começar tudo de novo, e sempre com a maior das impunidades.

O Papa pede desculpas, sim, mas naqueles olhinhos de porco com lágrimas de crocodilo não se vislumbra o mínimo sinal de sinceridade que o levasse até a permitir a extradição dos pedófilos refugiados no território do Vaticano e que são procurados pela Justiça de outros países.

De pedido desculpas em pedido de desculpas, a Igreja Católica lá vai pensando que lava os seus pecados e a sua tortuosa e criminosa consciência.

Mas o que é mais curioso é que não se vê a Igreja Católica pedir desculpas pelo seu inestimável e incondicional apoio às ditaduras sul-americanas, ou de Salazar, Franco, Hitler ou Mussolini com quem, muito pelo contrário, colaborava activamente e celebrava Concordatas.
Não se vê a Igreja Católica pedir desculpas pelo facto do Papa Pio XII ter auxiliado os criminosos de guerra nazis a fugir da justiça.

Porque não pede a Igreja Católica desculpas por não ter excomungado nem Hitler, nem Eichmann, nem Goering, nem Pinochet, nem Videla, nem sequer Idi Amin ou Jan Smuts, enquanto tanto se indignou e excomungou pessoas como Cervantes, Kepler, Espinosa, Hidalgo, Tolstoi, Peron e até mesmo… a cantora Sinéad O’Connor?...

Enquanto pede desculpa pelas crianças abusadas sexualmente por padres católicos, por que motivo não aproveita a Igreja Católica a embalagem e pede desculpa também pelas crianças castradas? Ou pelas crianças judias raptadas aos pais para serem educadas por famílias católicas, isto ainda nem há 60 anos?

Por que não se vê a Igreja Católica pedir desculpas por ainda há menos de um século proibir os casamentos inter-raciais ou por criticar os movimentos sufragistas que lutavam pelo direito de voto das mulheres?

E a razão é simples:
- Simplesmente porque nada disso lhe pesa na consciência!

É por isso que a Igreja Católica ainda hoje tem como catecismo, como princípios morais básicos da sua ideologia e do seu negócio de morte a discriminação, a homofobia e a misoginia.

- Porque ainda hoje a Igreja Católica admite ideologicamente a pena de morte e a guerra preventiva.
- Porque ainda hoje a Igreja Católica persiste em pôr os seus dogmas da Idade da Pedra acima da vida humana, como bem o demonstra a sua política imbecil contra todas as formas de anticoncepcionais, com especial relevo para o preservativo, mesmo sabendo o que isso poderia significar na luta contra a disseminação da SIDA.
- Porque ainda hoje a Igreja Católica considera a mulher um ser humano de segunda categoria, sem direito ao sacerdócio ou sequer a decidir sobre o seu próprio corpo.
- Porque ainda hoje a Igreja Católica luta contra a evolução e contra a investigação científica que utilize métodos ou técnicas que não tenham sido convenientemente previstos pelos pastores da Idade do Bronze que escreveram a cretinices bíblicas.
- Porque ainda hoje a Igreja Católica promove o ensino da irracionalidade mitológica e do criacionismo às crianças em detrimento de um raciocínio científico, lógico e humanista.
- Porque ainda hoje a Igreja Católica incute às pessoas, desde crianças, que tudo o que se relaciona ou se refere ao sexo é sujo, abjecto e pecaminoso.
- Porque ainda hoje a Igreja Católica defende que tudo é justificável e se torna moralmente correcto desde que seja feito em nome de Deus.
- Porque ainda hoje a Igreja Católica ensina às crianças e promove as virtudes e os valores da pobreza, da indigência intelectual e material, da mansidão e da obediência cega e resignada aos poderosos, da mortificação e da humildade e da submissão mais caninas.
- Porque ainda hoje a Igreja Católica se opõe ao reconhecimento da igualdade ou dos mais básicos direitos das pessoas que entendeu considerar diferentes em razão da sua orientação sexual.

O Papa foi pedir desculpa?
Pois bem: quanto a mim, as desculpas pura e simplesmente não são aceites.


sexta-feira, 11 de julho de 2008

 

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito do Dinheiro



Lilian Ladele é uma senhora inglesa que acumula a sua profissão de conservadora do Registo Civil com uma fervorosa reverência ao Deus dos cristãos.

Até que um belo dia foi confrontada com o facto de que no exercício da sua profissão teria de oficiar um casamento homossexual, que em Inglaterra toma o curiosíssimo nome de «civil partnership».

Foi então que esta boa cristã lá pensou que celebrar um casamento entre duas pessoas do mesmo sexo era contra os seus princípios religiosos e se viu subitamente confrontada com um terrível e infernal dilema:
- Ou cumpria com as suas funções e celebrava o casamento, que é para isso que o Estado lhe paga quase 50.000 euros anuais;
- Ou considerava as suas convicções religiosas mais importantes que qualquer dinheiro que lhe pudessem pagar, e então recusava-se a celebrar um casamento entre duas pessoas do mesmo sexo.

Claro está que neste caso só lhe restaria uma única alternativa: ser coerente e honesta, e demitir-se honrosamente das suas funções, por obviamente considerar o seu exercício incompatível com o das suas convicções religiosas.
E nada é mais importante que a fé de uma pessoa, não é?

Mas não!
Claro que não: uma boa cristã arranja sempre uma terceira alternativa!

Segundo nos conta a «BBC News» esta nossa boa cristã decidiu recorrer aos tribunais alegando que estava a ser discriminada e perseguida em razão das suas convicções religiosas ao ser obrigada a exercer a profissão pela qual era paga.

E ganhou!

Quer isto dizer que na Inglaterra (embora a decisão ainda esteja pendente de recurso) foi agora judicialmente reconhecido que um funcionário público pode alegar uma espécie de «objecção de consciência» e já pode passar a violar as leis do Estado, isto é, as leis do próprio Estado que lhe está a pagar para que ele exerça precisamente essas funções, bastando para tal que esse funcionário público alegue a "violação" das suas convicções religiosas.

Por outras palavras, esta decisão judicial significa três coisas absolutamente abstrusas:

- Em primeiro lugar, significa que para esta gente as suas convicções religiosas lhes permitem em consciência discriminar as outras pessoas;
- Em segundo lugar, que não é preciso mais do que uma boa convicção religiosa para achar que constitui uma forma de intolerável discriminação não deixar uma pessoa discriminar as outras à sua vontade;
- Em terceiro lugar significa que para esta gente basta a um cidadão no pleno gozo dos seus direitos constitucionais invocar a sua fé e as suas convicções religiosas para poder violar em paz as leis do Estado onde vive, mesmo que o Estado lhes esteja a pagar para as cumprir, o que ainda nos deixa a enorme expectativa do que aí vem quando este direito começar a ser generalizadamente invocado, e até por cidadãos de outras religiões.

E aqui está um dos mais paradigmáticos exemplos da forma como a fé pode reduzir as pessoas à mais miserável e hipócrita imbecilidade.


quinta-feira, 10 de julho de 2008

 

Carta de um Contratado











José Fausto de Matos Roberto Ramos
(10 de Julho de 1954 – 20 de Março de 2006)












quarta-feira, 9 de julho de 2008

 

Sim ou Não? Não ou Sim?


Hoje pelas 19:30H terá lugar na FNAC do Chiado o lançamento do livro

«Casamento Entre Pessoas do Mesmo Sexo - Sim ou Não? Não ou Sim?»

da autoria de Pedro Múrias e de Miguel Nogueira de Brito.



Pedro Múrias é o autor de um dos pareceres dados pro bono que fundamentaram as alegações de recurso do processo que em Outubro de 2007 deu entrada no Tribunal Constitucional, e onde é suscitada a questão da inconstitucionalidade das normas expressas pelos artigos 1577.º e 1628.º, alínea e), do Código Civil - que vedam o acesso ao casamento a pessoas que não sejam de "sexo diferente", e que se encontra ainda a aguardar uma decisão daquele Tribunal.


sexta-feira, 4 de julho de 2008

 

Uma espreitadela à «Universidade Fernando Pessoa»



Calma!
Ninguém vai aqui analisar o ensino superior em Portugal.
Só para falar dos programas, dos curricula ou da «Corporação dos Professores Universitários» que não faz ideia do que se passa do lado de fora das paredes das Universidades, já dava pano para mangas e chegava para encher meia blogosfera.

Também não vou falar da «Universidade Independente», que isso já deu o que tinha a dar.

Hoje vou só falar da «Universidade Fernando Pessoa».

Vem isto a propósito de uma notícia publicada no «Diário de Notícias» aqui há uns dias, e que dava conta da publicação de um livro com o título «Fátima Revisited» que propõe “um novo paradigma na abordagem das aparições marianas” onde “análises multidisciplinares convivem com outras perspectivas, incluindo a religiosa”.

Até aqui, até que ia tudo, enfim... mais ou menos.
Tão bem ia, que até ficamos a saber que os mentores deste projecto são três ilustres professores da Universidade Fernando Pessoa, que é um estabelecimento de ensino superior privado, do Porto, com um site na Internet e tudo, bastante simpático e muito bem apresentado.

O pior é o mais mal!
Começamos a aprofundar a notícia, e verificamos que no meio disto tudo aparecem os Senhores Professores Doutores a explicar que o livro pretende fazer uma coisa curiosíssima que é «uma ponte entre a ciência e a religião» através de uma «abordagem multidisciplinar, científica, holística e integrada, desta problemática».

Explicando melhor, o que estes eméritos representantes do corpo docente da Universidade Fernando Pessoa pretendem é mostrar-nos como é fácil explicar «os fenómenos ocorridos em Fátima» através do espiritismo, da «ovniologia» e, claro está, não podia faltar, da física quântica.

Posto isto, uma pergunta imediatamente nos ocorre:
- Mas afinal, que raio de Universidade é esta?

E então o melhor é irmos ver.
Vamos então ao tal site bastante simpático e muito bem apresentado, e a coisa vai ficando cada vez mais interessante.
Até por que de repente tudo começa a fazer sentido e a bater certo com o tal livro de "análise holística" que é o «Fátima Revisited».

De facto, esta famosa Universidade da Cidade Invicta tem até mesmo uma pós-graduação em «Ciências da Consciência», com disciplinas absolutamente fantásticas como “a mente cósmica” ou a “mente holotrópica”.

Mas não é só:
Quem estudar nesta Universidade tem o imenso privilégio de poder despertar a sua «energia kundaliní», de conhecer o desenvolvimento dos «chakras», de desenvolver os seus «poderes paranormais», de estudar a «eclosão da hiperconsciência chamada samádhi» e, como não podia deixar de ser numa Universidade de tanto prestígio, claro está, estudar a importância dos «mudrás».

Enfim:
A Universidade Fernando Pessoa é uma Universidade privada e eles lá sabem o que fazem.
Também não sei quem foi o iluminado ministerial que aprovou os planos dos cursos desta Universidade e o que dela esperam os alunos que nela se inscrevem. Principalmente na sua vida profissional.

Mas uma coisa é certa:
Se um dia me couber decidir sobre a admissão profissional de alguém que estudou nesta mui nobre Universidade Fernando Pessoa, não me esquecerei do que ensinam os seus professores e quais os programas e os planos dos seus cursos.

Pelo menos, claro está, enquanto não souber se o indivíduo em questão ao menos teve boas notas a «ovniologia», se na sua vida profissional não me vai negligenciar a importância dos «mudrás» e principalmente se percebe mesmo, mas mesmo a sério de «energia kundaliní».

Porque aí então, o emprego é dele.
Como é óbvio!


quarta-feira, 2 de julho de 2008

 

Discriminar, sim, mas só as pessoas diferentes!



Manuela Ferreira Leite deu ontem a sua primeira entrevista de fundo desde que é presidente do PSD.
Foi uma entrevista de facto notável e demonstrou uma lição bem estudada e uma postura ensaiada ao mais pequeno pormenor.

Por exemplo, foi perfeitamente nítida a táctica que usou ao responder com inusitada agressividade às perguntas sobre os custos das grandes obras públicas projectadas pelo Governo, só para não ter de referenciar com qual dessas obras discorda, se é que discorda de alguma, ou qual delas não levaria a cabo se fosse ela a mandar.

Mas tenho de reconhecer que num aspecto muito particular Manuela Ferreira Leite foi muito esclarecedora e revelou ser uma mulher de grande coragem.
Mostrou a quem a quis ouvir que mesmo quando se trata de temas mais delicados não tem papas na língua e sem hesitações diz o que pensa, doa a quem doer.
Muito bem!

Como até se pode ouvir no site da TSF, Manuela Ferreira Leite foi bem clara quando lhe perguntaram qual era a sua posição sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Não sem antes deixar bem explícito que para si a família tem como objectivo único a procriação (o que me fez pena, pois que fiquei a saber que agora que tem 67 anos e já atingiu a menopausa a pobre coitada já não tem família), Manuela Ferreira Leite disse desassombradamente:

- «Não sou suficientemente retrógrada para ser contra as ligações homossexuais; aceito, são opções de cada um, é um problema de liberdade individual e sobre a qual não me pronuncio. Pronuncio-me, sim, sobre o tentar-se atribuir o mesmo estatuto àquilo que é uma relação de duas pessoas do mesmo sexo igualmente ao estatuto de pessoas de sexo diferente».

Então, confrontada pela jornalista que a entrevistava com o facto de essa posição significar que estava a fazer uma distinção entre as pessoas e (objectivamente) a fazer uma discriminação, Manuela Ferreira Leite foi uma vez mais absolutamente esclarecedora e demonstrou que não é imerecida a sua fama de “Dama de Ferro” à portuguesa e disse de forma bem clara:

- «Admito que esteja a fazer uma discriminação, porque é uma situação que não é igual!».

Simplesmente brilhante!
De facto, ficámos todos a saber que a presidente do principal partido da oposição, a líder de um partido que pode muito bem voltar um dia a ter maioria parlamentar, e que será candidata a primeira-ministra nas próximas eleições legislativas, admite claramente que é homofóbica.

Mais ainda, pelos vistos Manuela Ferreira Leite quis deixar-nos bem claro que um dia que venha a ser primeira-ministra ignorará as proibições constitucionalmente estabelecidas e não deixará de fazer as discriminações entre os cidadãos portugueses que então achar mais convenientes.

O que nos deixa já perfeitamente cientes quanto à política legislativa e à filosofia civilizacional que podemos esperar de um Governo do PSD que seja liderado por Manuela Ferreira Leite.

Mas atenção:
Se virmos bem e quisermos ser justos, admitamos que Manuela Ferreira Leite também nos deixou bem claro que a filosofia pessoal de discriminação entre os cidadãos que diz defender não se aplica a todos os casos.

Com efeito, tal como faz no caso dos homossexuais, Manuela Ferreira Leite defende a discriminação entre as pessoas, sim, mas somente nos casos em que estas são… diferentes!

Não há dúvida:
Como candidata a primeira-ministra, Manuela Ferreira Leite é de facto uma receita extraordinária…


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