quarta-feira, 31 de março de 2010
Priest Off
domingo, 28 de março de 2010
O que pensam os católicos portugueses
É muito interessante sabermos o que pensam os mais altos dignitários católicos portugueses sobre o tenebroso escândalo da pedofilia no seio da Igreja Católica.
D. Teodoro de Faria, antigo bispo do Funchal e amigo extremoso do padre Frederico:
- As críticas feitas à Igreja por causa dos casos de pedofilia são um exagero; todas as classes têm defeitos deste género.
D. Manuel Monteiro de Castro, secretário da Congregação dos Bispos, no Vaticano:
- As críticas à igreja a propósito da questão da pedofilia são uma corrente bem precisa para eliminar tudo o que seja religioso; um problema que o Papa está a gerir de um modo extraordinário.
D. José Saraiva Martins, que foi presidente da Congregação para a Causa dos Santos:
- Não devemos ficar demasiado escandalizados se alguns bispos sabiam e mantiveram o segredo; é isso que acontece em todas as famílias. Não se lava a roupa suja em público.
Enfim, tudo isto contribui para percebermos melhor o que verdadeiramente pensam aqueles que orgulhosamente se intitulam membros da Igreja Católica Apostólica Romana.
sexta-feira, 26 de março de 2010
O bando de facínoras e o chefe deles
Noticia o «New York Times» que a recente divulgação de troca de correspondência entre bispos do estado norte-americano do Wisconsin e o então cardeal Joseph Ratzinger demonstra que o agora Papa Bento XVI preferiu proteger um padre acusado de violar e de abusar sexualmente mais de 200 meninos deficientes.
Como se não bastasse, demonstrou-se agora que entre 1981 e 2005, enquanto chefe da Santa Inquisição (agora também chamada Congregação para a Doutrina da Fé), Bento XVI e alguns dos seus mais directos subordinados impediram a denúncia às autoridades judiciárias deste e de outros milhares de casos de denúncias de vítimas de pedofilia do clero católico, com o objectivo de proteger a Igreja Católica do escândalo que isso certamente constituiria.
Mas, mais grave do que o despudorado encobrimento destes crimes horrendos, é o facto de que a complacência de Bento XVI, e a política oficial do Vaticano de ir mudando os pedófilos de paróquia em paróquia, permitiu a continuação durante décadas de novos casos de violações e a destruição das vidas de milhares de crianças, o que não teria certamente ocorrido se não fosse a óbvia cumplicidade do Papa com estes criminosos.
É este o chefe da Igreja Católica.
É este o líder espiritual de todos aqueles que ainda se intitulam católicos.
É este facínora, é este bandido sem honra, que vem a Portugal daqui a pouco mais de um mês e que vai ser recebido oficialmente com honras de Chefe de Estado.
terça-feira, 23 de março de 2010
O que é ser católico?
Pegavam numa pessoa e atavam-lhe os braços e os pulsos atrás das costas.
Depois, com os braços assim para trás, suspendiam-na por uma corda presa ao tecto.
De seguida, com a vítima já com os braços desarticulados e a gritar de dor, acendiam-lhe uma fogueira por baixo. Mas com um lume não muito forte: somente algumas brasas, o suficiente para a ir fazendo grelhar, assim muito lentamente.
Algumas pessoas demoravam quatro ou cinco dias a morrer, no meio da maior agonia.
E foi assim que a Igreja Católica Apostólica Romana se tornou especialista em seres humanos.
Desde o Concílio de Niceia que a Igreja Católica se tornou sinónimo de ódio, de intolerância, de morte, de horror. A História da Igreja Católica não é mais do que um gigantesco banho de sangue.
Foram os que se opuseram à divindade de Cristo, foram os que puseram em causa a virgindade de Maria, foram os merovíngios, foram os cátaros, foram os templários, foram as bruxas, foram cientistas, foram artistas, foram os que ousaram pôr em causa um dogma, foram os homossexuais, foram os judeus, foram os muçulmanos, foram pagãos em terras distantes, foram apóstatas, foram os ateus…
Todos, ao longo de quase dois mil anos, torturados e chacinados, mortos de preferência no meio do maior sofrimento e de torturas que só a mente mais doentia poderia engendrar.
Com esta medonha História, que a define e caracteriza e que nem mil anos de pedidos de desculpa poderiam fazer esquecer e muito menos amnistiar, a Igreja Católica continua a ser uma organização absolutamente tenebrosa.
É típico da Igreja Católica a caracterização do sexo como algo de sujo e pecaminoso. Ainda hoje prefere a proibição do uso do preservativo a prescindir de um dogma bíblico da Idade do Bronze, mesmo que isso signifique a disseminação da SIDA e um incontável número de mortos.
A Igreja Católica é contra o aborto, mesmo em caso de perigo de vida para a mãe e, como se não bastasse já desaconselhou a vacina do cancro do colo do útero.
E é por isso que não é mais do que simplesmente típico desta autêntica associação de malfeitores que vive da exploração do medo da morte, o escândalo da ocultação – e por isso a vergonhosa cumplicidade – de milhares de casos de pedofilia, a que o próprio Papa pelos vistos não é estranho.
O que é afinal ser católico?
Ser católico é partilhar uma História e comungar de uma ideologia e de uma filosofia com esta gente?
Se assim é, como pode alguém dotado de um mínimo de decência e lucidez intitular-se católico?
segunda-feira, 22 de março de 2010
Há tons que só pedem isto: não!
Um artigo imperdível de Ferreira Fernandes no «Diário de Notícias»:
«Foi na sexta-feira, mas só ontem vi o vídeo.
Parlamento, discutia-se Educação e o presidente Jaime Gama anuncia o orador: "Senhor secretário de Estado da Educação, João Trocado."
O governante, nervoso, começa a falar sentado, mas levanta-se: "Senhoras deputadas... Senhores deputados..."
Jaime Gama, ríspido, atalha: "Tem de se levantar e a fórmula é: senhor presidente, senhores deputados..."
O orador retoma, atrapalhado: "Senhoras deputadas, senhores deputados..."
Gama, ainda mais ríspido: "Não, não: senhor presidente, senhores deputados..."
O outro: "Senhor presidente, senhores deputados..."
Gama, que parece não ter ouvido: "Não, não, não lhe dou a palavra, tem de usar a fórmula regimental..."
Era clara a vontade do secretário de Estado em aceitar as regras da casa; e, do outro lado, pelo tom e insistência, clara a prepotência nos píncaros da tribuna.
No Parlamento, o lugar dos homens iguais.
Eu, se fosse o secretário de Estado, teria dito: "Senhor presidente, não me chamo João Trocado mas João Torcato da Mata. E, já agora, não sou secretário de Estado, sou ex-secretário de Estado porque não quero comprometer o Governo no que lhe vou dizer: não admito que me fale assim."
E saía porta fora.
E se essa atitude acabava uma carreira política é porque, então, não vale a pena fazer política».
sábado, 20 de março de 2010
A ética e as filiações partidárias
Pelos vistos a indignação de José Lello para com a devassa do seu computador por parte de repórteres fotográficos com zooms muito potentes no plenário da Assembleia da República parece dividir as noções daquilo que é ético de acordo com as simpatias partidárias.
Já nem é a resposta asinina de Jaime Gama à reclamação do deputado que está em causa.
Já nem é esta espécie de temor reverencial pela classe dos jornalistas que parece espalhar-se como uma infecção.
Já nem é alguém pensar que o direito à privacidade e à reserva da individualidade de cada um deve ceder perante a coscuvilhice jornalística.
O que é curioso é que as pessoas que hoje criticam a indignação de José Lello são precisamente aquelas que há escassos seis meses, e sob a mera hipótese de isso poder vir a atingir José Sócrates, apoiaram entusiasticamente estes desabafos tão preocupados do Presidente Cavaco Silva:
«Será possível alguém do exterior entrar no meu computador e conhecer os meus e-mails? Estará a informação confidencial contida nos computadores da Presidência da República suficientemente protegida?»
O problema é então este:
De repente, em Portugal a ética e as mais básicas noções do que é certo e errado estão agora dependentes e cedem acriticamente perante as diversas filiações partidárias.
sexta-feira, 19 de março de 2010
Holy Shit!
The Daily Show With Jon Stewart | Mon - Thurs 11p / 10c | |||
Holy Sh*t | ||||
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terça-feira, 16 de março de 2010
Vê se te calas, pá!
segunda-feira, 15 de março de 2010
A coragem de não tomar posição
O Presidente da República decidiu requerer ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva da constitucionalidade das normas dos artigos 1.º, 2.º, 4.º e 5.º do Decreto n.º 9/XI da Assembleia da República, que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
E cá temos mais uma das já típicas e peculiares iniquidades deste Presidente.
Infelizmente já sempre esperadas.
Repare-se que o Presidente da República não requereu a fiscalização da constitucionalidade das normas do Decreto relativas à adopção.
E todos sabemos porquê: pura e simplesmente porque seria certo e sabido que, essas sim, o Tribunal Constitucional declararia inconstitucionais, passando automaticamente a ser permitida a adopção também por casais do mesmo sexo.
Se nalguma coisa há acordo unânime – da esquerda à mais empedernida direita – é sobre a mais do que óbvia inconstitucionalidade da exclusão da possibilidade de adopção por parte de casais homossexuais que o Partido Socialista fez incluir no projecto de lei aprovado na Assembleia da República.
O que, como todos sabemos, fez unicamente por motivos políticos que não lhe ficaram nada bem.
Porque enviou então o Presidente da República estas precisas normas, basicamente as que retiram a expressão «de sexo diferente» da definição de casamento do artigo 1.577º do Código Civil (e só essas), para apreciação do Tribunal Constitucional?
Uma coisa todos sabemos, incluindo o Presidente: o Tribunal Constitucional já se pronunciou sobre isso em sede de fiscalização concreta da inconstitucionalidade dessa norma quando decidiu:
«[...] Mas a recepção constitucional do conceito histórico de casamento como união entre duas pessoas de sexo diferente radicado intersubjectivamente na comunidade como instituição não permite retirar da Constituição um reconhecimento directo e obrigatório dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, sem todavia proibir necessariamente o legislador de proceder ao seu reconhecimento ou à sua equiparação aos casamentos».
Ora, se o Presidente da República sabe isto muito bem, porque enviou ele então o decreto para o Tribunal Constitucional, solicitando-lhe que se pronunciasse outra vez sobre o que já se pronunciou?
É muito simples: porque não teve coragem nem de promulgar nem de vetar politicamente o decreto.
E então simplesmente chutou-o para canto, a pensar que se livrou do problema.
E cá temos o nosso Presidente da República naquilo que lhe é mais típico: tentar agradar a gregos e a troianos para, no final, desagradar a toda a gente.
Um Presidente da República cinzento, que se envolve inutilmente em quezílias partidárias promovidas em ridículas intrigas jornalísticas. Um Presidente sem coragem, e sem a verticalidade para tomar uma decisão e para assumir uma posição quando esta lhe parece polémica.
Enfim, um Presidente da República que há muito, muito tempo, perdeu já o meu respeito.
domingo, 14 de março de 2010
O balanço do congresso…
…do partido que quer ser Governo em Portugal e a forma como nos mostram aquilo que nos espera se isso acontecer.
quarta-feira, 10 de março de 2010
Limpeza da Aura
Este pequeno filme dá-nos umas dicas preciosas sobre «a limpeza das negatividades da aura usando redemoinhos espirituais».
Isto porque «a aura da maioria das pessoas está cheia de detritos psíquicos e de energia estagnada».
Ao ver este filme não pude deixar de me lembrar desta citação de Albert Einstein:
«Apenas duas coisas são infinitas: o Universo e a estupidez humana. Embora quanto ao Universo não tenha tanto a certeza».
domingo, 7 de março de 2010
Deontologia Profissional
A «Agência Lusa» cita uma “fonte judicial” para informar que os investigadores do caso Freeport estão actualmente a ler o relatório pericial para ver se há lacunas ou contradições, não tendo na sua posse novos indícios que justifiquem uma deslocação a Londres.
A mesma “fonte judicial” afirmou ainda que os investigadores estão a fazer as “diligências complementares necessárias, mas que não passam por uma deslocação a Londres, nem essa questão foi suscitada”.
Mais ainda, essa fonte não faz referência a qualquer tipo de “novos indícios” contra o primeiro-ministro.
Perante esta informação, o que noticia o «Expresso»?
Com esta capa extraordinária, o «Expresso» proclama:
«PJ em Londres para investigar novas pistas contra Sócrates»
Não é preciso imaginar as conversas tidas na reunião da redacção do «Expresso» onde tantos profissionais de gabarito se reuniram para congeminar esta primeira página e a verdadeira intenção com que o fizeram.
Já não falo sequer nas pessoas que engolem, já acriticamente, tudo aquilo que lhes dão a comer nas primeiras páginas dos jornais, ou em ridículas e inverosímeis declarações feitas perante comissões parlamentares pateticamente ridicularizadas.
Mas esta é mais uma notícia que mostra bem como anda o jornalismo português e quais as noções de ética e de deontologia profissional de tantos profissionais da nossa comunicação social.
quinta-feira, 4 de março de 2010
O verdadeiro atentado ao Estado de Direito
Citação do Dia [8]
Não só Deus não existe, como é impossível arranjar um canalizador aos fins-de-semana.
- Woody Allen
segunda-feira, 1 de março de 2010
Medicinas Alternativas
Conta-nos a «Visão» que a «Sociedade Portuguesa de Naturologia» vai promover uma palestra sobre “urinoterapia”.
Por outras palavras, o que isto quer dizer é que, pelos vistos, há por aí quem defenda que a ingestão de urina (nem sempre a sua própria), de preferência ainda quentinha e logo pela manhã, previne problemas de saúde.
O palestrante dá pelo nome de Bal Krishna e que, como nesta vida nada acontece por acaso, é também presidente da «Associação Nacional de Acupunctura», garante-nos que a ingestão de urina é um método milenar, praticado na Ásia, que tem vindo a ser divulgado no Ocidente e "funciona como uma vacina" e “contribui para aumentar a qualidade de vida”.
Ou seja:
Nestas coisas de medicinas alternativas, homeopatia, acupunctura e outras coisas do género, há sempre alguém por aí que se dispõe... a beber mijo.