sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Curb Your Enthusiasm
Se alucinados tementes a Deus e seus correligionários do costume estão indignados com este filme e, coitados, andam por aí indignados e feitos malucos a gritar blasfémia!
E se, ainda por cima, temos as sempre excelentes interpretações de Larry David e Jerry Seinfeld, então é certo que este é um filme que vale a pena ver.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Tudo menos casamento!
Eis mais uma brilhante sátira de Stephen Colbert a propósito da recente publicação no estado norte-americano de Washington de legislação que atribuiu aos casais de pessoas do mesmo sexo os mesmos direitos do casamento heterossexual.
The Colbert Report | Mon - Thurs 11:30pm / 10:30c | |||
The Word - Don't Ask Don't Tell | ||||
|
A não perder a passagem em que, a propósito das pessoas que se opõem ao casamento do mesmo sexo, Stephen Colbert lhes diz:
«Eu não acho que isso seja uma escolha; eu acredito que vocês nasceram a pensar que os gays não têm o direito de se casarem ou até mesmo de se juntarem em união de facto. E o que é verdade, malta, é que os gays não têm o direito de discriminar essas pessoas».
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Um Presidente refém
Do discurso de Cavaco Silva na tomada de posse do Governo:
«...tenho mantido, ao longo do meu mandato, uma rigorosa imparcialidade perante as diversas forças políticas... sou e serei o Presidente de Portugal inteiro...»
«...não me movo por cálculos políticos.... não são os cargos que definem a nossa personalidade, mas aquilo que somos em tudo aquilo que fazemos».
É triste.
É triste vermos um Presidente da República refém de trapalhadas completamente absurdas (e que num país com costumes menos brandos lhe teriam valido um impeachment), ter de se humilhar para se justificar repetidamente perante os cidadãos, a lembrar-lhes que é imparcial e a explicar-lhes que não se move por jogadas políticas e que, enfim, lá no fundo é um homem honesto.
É, de facto, muito triste.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Citação do Dia [3]
Pensem nas pessoas que acreditam em tamanhos disparates e que nem sequer têm vergonha de ignorar, totalmente, todas as descobertas de grandes pensadores através dos séculos desde que a Bíblia foi escrita.
E são estas pessoas ignorantes, as mais incultas e com falta de imaginação, as que menos pensam de entre nós, que querem fazer de si próprios os nossos guias e os nossos líderes e que pretendem impor-nos as suas crenças ridículas e infantis.
As mesmas pessoas que nos invadem as nossas escolas, as nossas bibliotecas e as até nossas casas.
Pessoalmente abomino tudo isso amargamente.
Isaac Asimov
(1920-1992)
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Blasfémia!
Só há uma razão para os crentes se indignarem tanto com as críticas ao seu Deus e até aos seus objectos sagrados:
São eles os primeiros a ter consciência do profundo ridículo da sua religião, e do quão risíveis e até patéticos são os dogmas que adoptaram para comandar as suas vidas.
O medo da blasfémia não é mais do que um pavor ancestral que os crentes têm de ser confrontados e de terem de admitir tudo isso.
Refugiam-se então no argumento imbecil de que os seus dogmas têm de ser convenientemente interpretados, porque o que a Bíblia diz não é bem aquilo que a Bíblia diz.
A Bíblia conta-nos que Deus mandou Abraão sacrificar o filho, que mandou Josué destruir a cidade de Jericó porque os seus habitantes adoravam outro Deus, que mandou matar um chefe de família que apanhava lenha ao sábado, que destruiu Sodoma e Gomorra porque considerava aberrantes os seres humanos em razão da sua orientação sexual, que mandou apedrejar até à morte as mulheres adúlteras, que matou todos os seres vivos da Terra num dilúvio…
Pois bem: se tudo isto são parábolas, se tem de ser integrado num contexto e se, enfim, tudo isto é simbólico, então alguém que me responda:
- Simbólico de quê?...
O medo da blasfémia não é mais do que um pavor ancestral que os crentes têm de ser confrontados e de terem de admitir tudo isso.
Refugiam-se então no argumento imbecil de que os seus dogmas têm de ser convenientemente interpretados, porque o que a Bíblia diz não é bem aquilo que a Bíblia diz.
A Bíblia conta-nos que Deus mandou Abraão sacrificar o filho, que mandou Josué destruir a cidade de Jericó porque os seus habitantes adoravam outro Deus, que mandou matar um chefe de família que apanhava lenha ao sábado, que destruiu Sodoma e Gomorra porque considerava aberrantes os seres humanos em razão da sua orientação sexual, que mandou apedrejar até à morte as mulheres adúlteras, que matou todos os seres vivos da Terra num dilúvio…
Pois bem: se tudo isto são parábolas, se tem de ser integrado num contexto e se, enfim, tudo isto é simbólico, então alguém que me responda:
- Simbólico de quê?...
terça-feira, 20 de outubro de 2009
The Bible is Bullshit.
José Saramago está cheio de razão: a Bíblia, de facto, é «um manual de maus costumes», efectivamente «está cheia de horrores, incestos, traições, carnificinas» e é bem verdade que «sem a Bíblia seríamos outras pessoas, provavelmente melhores».
Nem sequer é preciso fazer aqui citações da Bíblia para demonstrar que tudo isso é verdade. A Bíblia é um livro absolutamente tenebroso, que tem servido de pretexto e de fundamentação moral para os maiores crimes e para os mais sangrentos morticínios que a Humanidade já conheceu.
Ignorar isso é, antes de mais, de uma profunda hipocrisia.
Por isso, o melhor talvez seja darmos a palavra a Penn e a Teller:
- The Bible is Bullshit.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Citação do Dia [2]
Quando uma pessoa sofre de um delírio, chama-se a isso insanidade;
Quando muitas pessoas sofrem desse delírio, chama-se a isso religião.
- Robert Pirsig
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
A pequena e a grande discriminação
Jack Price é um cidadão nova-iorquino de 49 anos de idade que decidiu saiu à rua para comprar cigarros.
À saída da tabacaria Jack Price foi subitamente atacado por dois sujeitos que o conheciam da vizinhança e que sabiam que ele é homossexual.
O ataque ficou gravado numa câmara de vigilância, e as imagens são inegavelmente perturbadoras: enquanto proferiam insultos homofóbicos de uma raiva inaudita, os dois atacantes sovaram Jack Price repetidamente e deixaram-no prostrado no chão com o maxilar fracturado, com costelas partidas, com o baço perfurado e com os dois pulmões em colapso.
Está agora hospitalizado em coma induzido.
O motivo para toda esta violência e para todo este ódio afinal é só um: o facto de Jack Price ser homossexual.
Confesso que nunca entenderei a sordidez imbecil das pessoas que se acham no direito de discriminar os seus semelhantes em razão daquilo que os identifica e os caracteriza como indivíduos e como pessoas.
Nunca entenderei as pessoas que levam a mesquinhez do seu ódio homofóbico a tomar atitudes precisas e concretas de discriminação contra outros seres humanos.
Seja numa repartição pública ou num autocarro.
Seja num brutal e animalesco ataque na rua.
Seja num acórdão de um Tribunal Constitucional.
O motivo para toda esta violência e para todo este ódio afinal é só um: o facto de Jack Price ser homossexual.
Confesso que nunca entenderei a sordidez imbecil das pessoas que se acham no direito de discriminar os seus semelhantes em razão daquilo que os identifica e os caracteriza como indivíduos e como pessoas.
Nunca entenderei as pessoas que levam a mesquinhez do seu ódio homofóbico a tomar atitudes precisas e concretas de discriminação contra outros seres humanos.
Seja numa repartição pública ou num autocarro.
Seja num brutal e animalesco ataque na rua.
Seja num acórdão de um Tribunal Constitucional.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Abstinência
terça-feira, 13 de outubro de 2009
O Zé, afinal, fazia-lhes falta
«Votei Bloco para eleger o Sá Fernandes, no passado. Tal como votei Alegre para as Presidenciais. Depois vi os meus votos serem agitados no ar longo tempo após essas eleições, como se pertencessem a Louçã e Alegre. Ainda hoje os vejo com os meus votos na mão, os cabrões.
Fazenda, um tipo impecável e trabalhador que calha ser também um retinto imbecil no que à ideologia diz respeito, avançou para as Autárquicas com o lema Lisboa não é negócio.
Os carolas do BE tinham decidido continuar a usar a manha que tão bons resultados produzira nas Europeias e Legislativas: difamar o PS, chamar bandidos aos socialistas.
Era este o programa, nada mais. Sempre que o Fazenda se descosia, falava dos contentores, da Mota Engil e do Coelhone.
Era este o programa, nada mais. Sempre que o Fazenda se descosia, falava dos contentores, da Mota Engil e do Coelhone.
Acontece que não havia professores a votar em Lisboa num número suficiente para sequer eleger 1 vereador, pois essa fauna habita em tocas nos subúrbios, e o BE fodeu-se.
Que bom, ver a pulhice castigada».
Que bom, ver a pulhice castigada».
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
As eleições autárquicas correram-me bem
Muito bem, aliás:
O PS ganhou em Odivelas, e em Loures ganhou mesmo com maioria absoluta.
Na minha freguesia o PS ganhou, igualmente com maioria absoluta.
A nível nacional o PS teve o maior número de votos.
E ganhou a Câmara de Lisboa. Também com maioria absoluta.
Ainda por cima, mesmo tendo perdido mais de duas dezenas de Câmaras, acabo de ver Manuela Ferreira Leite a anunciar a «grande vitória» do PSD nestas eleições autárquicas. O que significa que estão criadas todas as condições políticas para que se mantenha à frente do PSD.
Tudo vai bem, portanto.
Depois, a CDU, que perdeu onze Câmaras, continua inexoravelmente no seu caminho de vitória em vitória, até à derrota final.
O Bloco que Esquerda encontrou finalmente o seu lugar no espectro político português: transformou-se num partido irrelevante.
Finalmente, um destaque para a significativa derrota de Pedro Santana Lopes.
É, de facto, uma derrota estrondosa do PSD, mas é principalmente uma derrota pessoal de Santana Lopes, que sem dúvida o perturbou de forma inusitada.
Não sei se vamos continuar a vê-lo «a andar por aí». Talvez até o vejamos ainda a abalançar-se à liderança do PSD.
Tudo vai bem, de facto.
sábado, 10 de outubro de 2009
Cinco Anos!
Esta coisa faz hoje 5 anos!
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Venha outro Papa…
…que este já está a criar bicho!
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Gathering Storm
Quando finalmente os imbecis começam a ficar assim tão preocupados…
…isso só podem ser boas notícias!
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Ele rouba, mas faz
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
O Abutre
Já aqui uma vez falei do Sr. Ilídio Ferreira, que então era presidente da Junta de Freguesia da Ramada, no concelho de Odivelas.
Acontece que o Sr. Ilídio Ferreira é agora candidato à Câmara Municipal de Odivelas (pela CDU) o que talvez imponha que se recorde o que sobre ele aqui então relatei.
O Sr. Ilídio Ferreira é um famoso contestatário de tudo e mais alguma coisa que lhe apareça à frente, quem sabe com alguma excepção como, por exemplo, as já famosas virtudes democráticas da Coreia do Norte, tal como a sua disciplina partidária certamente lhe imporá.
Tanto assim, que o Sr. Ilídio Ferreira sempre clamou publicamente contra a política urbanística da Câmara Municipal de Odivelas, a quem acusou de promover a construção desenfreada na sua freguesia.
Como é bom de ver, o Sr. Ilídio Ferreira nunca referiu que os alvarás de loteamento e as subsequentes licenças de construção foram todos concedidos aos promotores imobiliários do concelho pela antiga Câmara Municipal de Loures, na ocasião (e por mais de 20 anos) com executivo precisamente... da CDU.
Mas isso agora não interessa nada.
O que importa aqui recordar é o seguinte:
Em Novembro de 2002 um autocarro de passageiros entrava em Odivelas, vindo da CREL pelo acesso da IC22.
Em Novembro de 2002 um autocarro de passageiros entrava em Odivelas, vindo da CREL pelo acesso da IC22.
Já no limite da freguesia da Ramada, quando passava numa descida íngreme, o autocarro perdeu subitamente os travões.
Com um sangue frio incrível, o motorista procurou conduzir o autocarro até ao fim da descida.
Ali chegado, tentou virar à direita. Mas a velocidade era já muita e o autocarro acabou por embater numa árvore e capotar sobre a sua lateral esquerda, caindo por cima de um muro.
Morreram 6 pessoas e 48 ficaram feridas.
Foram chamados os bombeiros que levaram mais de duas horas a desencarcerar as pessoas dos destroços do autocarro.
Acorreram os três canais de televisão, e todos fizeram «directos» do local do acidente.
Prontamente acorreu também ao local do acidente o Sr. Ilídio Ferreira, então na sua qualidade de presidente da Junta de Freguesia da área do acidente.
Andava por ali de um lado para o outro com ar muito atarefado, e foi logo entrevistado pelas televisões.
Sob as luzes intensas das câmaras de televisão, com os flashes da máquinas fotográficas e com os microfones a procurar as suas palavras, o Sr. Ilídio Ferreira até parecia uma estrela de cinema!
Foi então que o Sr. Ilídio Ferreira entendeu por bem aproveitar a audiência nacional que inesperadamente lhe era proporcionada e resolveu capitalizar politicamente o acidente.
Mas o que dizer?
Como deitar as culpas do acidente para a Câmara Municipal?
Como culpar o presidente da Câmara?
Foi então que o Sr. Ilídio Ferreira, transmitido em directo pelos três canais de televisão, teve esta brilhante ideia:
Pôs-se ao lado do autocarro onde trabalhavam as equipas de desencarceramento dos Bombeiros de Odivelas e de onde apressadamente se retiravam cadáveres e feridos em estado grave para serem conduzidos ao hospital.
Depois, num gesto largo apontou toda a cena e declarou solenemente:
- Tudo isto é da responsabilidade da Câmara de Odivelas; tudo isto é culpa do presidente da Câmara; eu próprio já lhes ando a dizer há imenso tempo para... tirarem daqui esta descida...
E é esta, pois, a noção de ética que pelos vistos podemos encontrar no Sr. Ilídio Ferreira, candidato da CDU à Câmara Municipal de Odivelas:
- Alguém que com uma tirada absolutamente imbecil, como é esta de exigir que se «elimine uma descida», não hesita em capitalizar politicamente os mortos e os feridos de um gravíssimo acidente de viação.