quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Ó Cavaco, pá:
Sabes uma coisa?
Se tu não és ingénuo, eu também não!
Então que raio de comunicação ao país é essa? Pensavas que era assim que te safavas desta bronca das escutas, pá?
Primeiro, tentas deitar poeira nos olhos cá da malta e falas da história de membros da tua Casa Civil a fazer o programa do PSD como se fosse isso que estivesse em causa neste imbróglio todo.
Olha que toda a gente sabe que essa notícia foi dada no próprio site do PSD e foi reproduzida em todos os jornais.
O pior foi o que veio depois, pá!
A terminar, em vez de apaziguares a coisa, ainda deitas gasolina na fogueira e pensas que somos todos ingénuos quando fazes de conta que ficaste surpreendido com a notícia de que os computadores ligados à Internet são vulneráveis.
É assim como se dissesses à malta:
- Viram que afinal é mesmo possível eu estar sob escuta? Eu bem dizia!
Mas tu pensas que os portugueses são parvos, pá?
No meio, dás com os burrinhos na água, pá!
Olha o que tu dizes:
«E, pessoalmente, confesso que não consigo ver bem onde está o crime de um cidadão, mesmo que seja membro do staff da casa civil do Presidente, ter sentimentos de desconfiança ou de outra natureza em relação a atitudes de outras pessoas».
Olha que ter «sentimentos de desconfiança» de facto não é crime.
O que é «crime» é um membro do staff da casa civil do Presidente andar a distribuir pelos jornais dossiers secretos de cidadãos que pelos vistos a Presidência da República anda por aí a organizar.
- Tens aí algum dossier secreto sobre mim?
O que é «crime» é um membro do staff da casa civil do Presidente andar a espalhar essas desconfianças pelos jornais e fazê-lo em nome do Presidente da República.
O que é «crime» é o Presidente da República ter andado dois meses a alimentar esta novela ignóbil sem nada dizer aos portugueses.
O que é «crime» é o Presidente da República ter mudado a cadeira do assessor que agiu em seu nome, mantendo-o ao seu lado sem o demitir, com isso dizendo à malta que não o desautorizava e que lhe continuava a dar todo o seu apoio e solidariedade.
O que é «crime» é o Presidente da República continuar a dar todo o seu apoio e solidariedade ao assessor que diz que agiu em seu nome quando ele foi para os jornais denunciar umas escutas, assim dizendo à malta que tudo o que ele disse era efectivamente verdade.
Mas tu pensas que endrominas a malta quando dizes que nunca ninguém te ouviu falar em escutas?
- Olha, pá: falaste agora!!!
Olha, pá: e se não foste tu que falaste antes, foi o teu assessor em teu nome!
E sabes como é que eu sei que foi em teu nome? Porque foi ele que disse.
E tu não o desmentiste. Nem sequer o despediste.
Puseste-lhe a mão por baixo. E quando um Presidente da República põe a mão por baixo de um assessor, é porque o assessor agiu mesmo a seu mando.
Olha, pá:
- Ou isso das escutas é verdade – e isso é muito grave;
- Ou isso das escutas é mentira – e isso é muito grave.
Porque se é verdade, e se tu fosses um Presidente da República de jeito, tinhas demitido logo o Governo;
Porque se é mentira, e tu não desmentiste o teu assessor e deixaste a coisa a render durante toda a campanha eleitoral, então eras tu que te devias ter demitido.
Não podias era meter esta miséria toda nos jornais, com o objectivo claro e óbvio de ilustrar a tese da «asfixia democrática» de que a tua dilecta Ferreira Leite andava a espalhar pelos comícios.
O resultado é este inútil, miserável e ridículo pântano institucional.
- E foste tu que o criaste, pá!!!
E sabes que mais?
Estive a ver a tua comunicação com toda a atenção e sabes em que é que eu reparei?
- É que tu continuas sem desmentir o teu assessor!!!
Sabes uma coisa?
São as tuas próprias palavras, pá:
- Passaste do limite do tolerável e da decência!!!
E sabes o que te digo?
Olha, pá:
- Vai-te embora!
Então que raio de comunicação ao país é essa? Pensavas que era assim que te safavas desta bronca das escutas, pá?
Primeiro, tentas deitar poeira nos olhos cá da malta e falas da história de membros da tua Casa Civil a fazer o programa do PSD como se fosse isso que estivesse em causa neste imbróglio todo.
Olha que toda a gente sabe que essa notícia foi dada no próprio site do PSD e foi reproduzida em todos os jornais.
O pior foi o que veio depois, pá!
A terminar, em vez de apaziguares a coisa, ainda deitas gasolina na fogueira e pensas que somos todos ingénuos quando fazes de conta que ficaste surpreendido com a notícia de que os computadores ligados à Internet são vulneráveis.
É assim como se dissesses à malta:
- Viram que afinal é mesmo possível eu estar sob escuta? Eu bem dizia!
Mas tu pensas que os portugueses são parvos, pá?
No meio, dás com os burrinhos na água, pá!
Olha o que tu dizes:
«E, pessoalmente, confesso que não consigo ver bem onde está o crime de um cidadão, mesmo que seja membro do staff da casa civil do Presidente, ter sentimentos de desconfiança ou de outra natureza em relação a atitudes de outras pessoas».
Olha que ter «sentimentos de desconfiança» de facto não é crime.
O que é «crime» é um membro do staff da casa civil do Presidente andar a distribuir pelos jornais dossiers secretos de cidadãos que pelos vistos a Presidência da República anda por aí a organizar.
- Tens aí algum dossier secreto sobre mim?
O que é «crime» é um membro do staff da casa civil do Presidente andar a espalhar essas desconfianças pelos jornais e fazê-lo em nome do Presidente da República.
O que é «crime» é o Presidente da República ter andado dois meses a alimentar esta novela ignóbil sem nada dizer aos portugueses.
O que é «crime» é o Presidente da República ter mudado a cadeira do assessor que agiu em seu nome, mantendo-o ao seu lado sem o demitir, com isso dizendo à malta que não o desautorizava e que lhe continuava a dar todo o seu apoio e solidariedade.
O que é «crime» é o Presidente da República continuar a dar todo o seu apoio e solidariedade ao assessor que diz que agiu em seu nome quando ele foi para os jornais denunciar umas escutas, assim dizendo à malta que tudo o que ele disse era efectivamente verdade.
Mas tu pensas que endrominas a malta quando dizes que nunca ninguém te ouviu falar em escutas?
- Olha, pá: falaste agora!!!
Olha, pá: e se não foste tu que falaste antes, foi o teu assessor em teu nome!
E sabes como é que eu sei que foi em teu nome? Porque foi ele que disse.
E tu não o desmentiste. Nem sequer o despediste.
Puseste-lhe a mão por baixo. E quando um Presidente da República põe a mão por baixo de um assessor, é porque o assessor agiu mesmo a seu mando.
Olha, pá:
- Ou isso das escutas é verdade – e isso é muito grave;
- Ou isso das escutas é mentira – e isso é muito grave.
Porque se é verdade, e se tu fosses um Presidente da República de jeito, tinhas demitido logo o Governo;
Porque se é mentira, e tu não desmentiste o teu assessor e deixaste a coisa a render durante toda a campanha eleitoral, então eras tu que te devias ter demitido.
Não podias era meter esta miséria toda nos jornais, com o objectivo claro e óbvio de ilustrar a tese da «asfixia democrática» de que a tua dilecta Ferreira Leite andava a espalhar pelos comícios.
O resultado é este inútil, miserável e ridículo pântano institucional.
- E foste tu que o criaste, pá!!!
E sabes que mais?
Estive a ver a tua comunicação com toda a atenção e sabes em que é que eu reparei?
- É que tu continuas sem desmentir o teu assessor!!!
Sabes uma coisa?
São as tuas próprias palavras, pá:
- Passaste do limite do tolerável e da decência!!!
E sabes o que te digo?
Olha, pá:
- Vai-te embora!
domingo, 27 de setembro de 2009
A Derrota da Campanha Rasca
Kompensan
É só para devolver o resto desta caixinha de “Kompensan” a quem ma receitou quando foi das eleições para o Parlamento Europeu.
sábado, 26 de setembro de 2009
Reflexão
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Na mouche!
Às vezes até parece que as pessoas se esquecem de que o Bloco de Esquerda é um partido político.
Ora, a filiação ou um simples voto em qualquer partido político representa uma identificação mínima com o seu programa, com a sua ideologia e com uma determinada filosofia política.
E é aqui que o Bloco de Esquerda é um partido absolutamente tenebroso:
No seu programa partidário o Bloco de Esquerda preconiza a nacionalização dos sectores produtivos e de várias empresas de referência, como a Galp ou a PT, sem explicar como consegue os recursos para pagar os 70 ou 80 mil milhões de euros que essas nacionalizações custariam a Portugal.
E isso não é honesto.
Talvez seja por isso que o Bloco de Esquerda lhes chama «reversão» e me deixa agoniado com a memória dos velhos tempos do «Verão Quente», do «Camarada Vasco» e da «Muralha de Aço», tempos que eu não quero que o meu país volte a viver.
Nunca mais!
A par disso, e à melhor maneira estalinista o Bloco de Esquerda levou toda esta campanha eleitoral a apelar aos mais bacocos sentimentos populistas, nem que para isso tivesse de inventar notícias falsas e slogans rasteiros e imbecis, numa táctica desonesta e rasca, mas ainda assim conscientemente assumida.
Propalado aos quatro ventos com o cínico tom seminarista de Francisco Louçã, o mais famoso slogan do Bloco de Esquerda não é mais do que isto:
- Não podem ser as pessoas a pagar isto; tem de ser o Estado!
E conseguem dizer isto sem se rir!
À melhor maneira trotskista, vimos agora um dirigente bloquista defender o fim do ensino do inglês no ensino básico porque, diz ele, esta língua representa «o império e o pensamento único».
E isto é dito desassombradamente, pressupondo mesmo um ganho eleitoral numa democracia ocidental do século XXI…
Como se não bastasse já, este dirigente esclarece-nos que o Bloco de Esquerda defende o fim da democracia representativa e a sua substituição por uma coisa chamada «democracia participativa», o costumeiro eufemismo usado para «legitimar» as ditaduras comunistas ou, por exemplo, o Partido Comunista da União Soviética.
Ora, votar no Bloco de Esquerda é obviamente admitir uma correspondência ideológica e filosófica com estes delírios trotskistas, com esta autêntica demência política e com esta falta de ética, e com uma assumida desonestidade intelectual mas que ainda vai rendendo os votos dos mais incautos.
É por isso que (ao menos uma vez) teve imensa razão Belmiro de Azevedo quando o ouvi na SIC Notícias definir assim o líder do Bloco de Esquerda:
- Francisco Louçã é uma mistura de Vasco Gonçalves com o bispo Edir Macedo.
Na mouche!
A par disso, e à melhor maneira estalinista o Bloco de Esquerda levou toda esta campanha eleitoral a apelar aos mais bacocos sentimentos populistas, nem que para isso tivesse de inventar notícias falsas e slogans rasteiros e imbecis, numa táctica desonesta e rasca, mas ainda assim conscientemente assumida.
Propalado aos quatro ventos com o cínico tom seminarista de Francisco Louçã, o mais famoso slogan do Bloco de Esquerda não é mais do que isto:
- Não podem ser as pessoas a pagar isto; tem de ser o Estado!
E conseguem dizer isto sem se rir!
À melhor maneira trotskista, vimos agora um dirigente bloquista defender o fim do ensino do inglês no ensino básico porque, diz ele, esta língua representa «o império e o pensamento único».
E isto é dito desassombradamente, pressupondo mesmo um ganho eleitoral numa democracia ocidental do século XXI…
Como se não bastasse já, este dirigente esclarece-nos que o Bloco de Esquerda defende o fim da democracia representativa e a sua substituição por uma coisa chamada «democracia participativa», o costumeiro eufemismo usado para «legitimar» as ditaduras comunistas ou, por exemplo, o Partido Comunista da União Soviética.
Ora, votar no Bloco de Esquerda é obviamente admitir uma correspondência ideológica e filosófica com estes delírios trotskistas, com esta autêntica demência política e com esta falta de ética, e com uma assumida desonestidade intelectual mas que ainda vai rendendo os votos dos mais incautos.
É por isso que (ao menos uma vez) teve imensa razão Belmiro de Azevedo quando o ouvi na SIC Notícias definir assim o líder do Bloco de Esquerda:
- Francisco Louçã é uma mistura de Vasco Gonçalves com o bispo Edir Macedo.
Na mouche!
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Ouvi dizer que há gente que pensa que esta senhora tem perfil para ser primeira-ministra de Portugal
terça-feira, 22 de setembro de 2009
«I’m not a crook»
A última vez que o Presidente da República falou à comunicação social sobre o caso das escutas, ouvi-o dizer a uma jornalista que lhe pedia insistentemente um comentário:
- A senhora não é ingénua, e eu também não!
Ora, sabendo que todo este caso tem como objectivos óbvios implicar o Governo numas supostas escutas à Presidência da República e desgastar José Sócrates em plena campanha eleitoral, é absolutamente claro que com estas palavras Cavaco Silva quis deixar implícito que sabia bem mais do que aquilo que estava disposto a dizer naquela altura.
E que se reservava responsavelmente para desvendar todo o caso para depois das eleições.
Mas o pior não é isso: correndo a notícia há vários dias pelos jornais e mantendo Fernando Lima incólume tanto tempo no lugar de seu principal assessor, com esta simples observação, recheada de uma fina ironia que lhe é pouco habitual, Cavaco Silva quis ainda deixar implícito que aquilo que ele lá bem sabia dava plena credibilidade às notícias do «Público» e que o seu assessor tinha efectivamente agido de acordo com as suas instruções ao «plantar» a inventona.
Dizendo então precisamente nessa altura que não é ingénuo, Cavaco Silva deixa obviamente no ar claros fumos de suspeição sobre o Governo e sobre José Sócrates.
E se o faz precisamente durante uma campanha eleitoral, é por demais evidente que o Presidente da República pretende favorecer o PSD que, com sondagens desfavoráveis, é o partido que mais se pode aproveitar de qualquer desgaste ao Partido Socialista que por aí apareça.
Ora, isto não é sério.
Tanto mais que, depois de ter deixado o caso aboborar e render politicamente por uns dias - em vez de o desmentir imediatamente - Cavaco Silva sacrifica e despede sumariamente o seu assessor por indecente e má figura, não sem antes ter com ele provavelmente combinado que não o deixaria sequer demitir-se.
Mas agora é tarde!
Não sei quanto tempo vai demorar Cavaco Silva a pronunciar-se sobre o assunto, o que já devia ter feito há muito tempo, em vez de andar a deixar mensagens subliminares aos jornalistas dizendo que não é ingénuo.
Quando o fizer, Cavaco dir-nos-á por outras palavras provavelmente aquilo que um outro Presidente noutro país já disse em desespero de causa:
- I’m not a crook.
Mas, por muito que o diga, não sei já quem é que o acreditará.
Porque o que é facto é que Cavaco Silva perdeu já qualquer réstia de legitimidade e de ética política para se manter no cargo.
E, ao mesmo tempo, perdeu já também o meu respeito.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
A Boa e a Má Moeda
A propósito de um inigualável trapalhão chamado Pedro Santana Lopes, o Presidente Cavaco Silva recorreu um dia à «Lei de Gresham» para afirmar que «a má moeda expulsa a boa moeda».
E se isso é verdade, não é menos verdade que as «más moedas» também se atraem e se juntam umas às outras, numa associação miserável que tudo corrói à sua volta.
Será talvez por isso que à volta de Cavaco Silva se juntam pessoas e casos que mancham a Presidência da República de uma indignidade que não deixará de marcar indelevelmente a sua presidência.
Não é aceitável que Cavaco Silva tenha permitido que, de súbito, tenham começado a pairar à sua volta casos como o da inexplicável e estratosférica valorização das suas acções do BPN, que tenha tantos meses levado ao colo o Conselheiro de Estado Dias Loureiro, obviamente associado a esse súbito euromilhões presidencial, e que tenha mantido tão longo silêncio à volta de umas abstrusas escutas à Presidência da República que, se bem recordo, seriam a única explicação plausível para ter vindo a público essa notícia curiosíssima de que seriam os assessores da Presidência que estavam a elaborar o programa eleitoral do PSD.
Agora vem a lume que a Presidência da República organiza dossiers secretos sobre cidadãos e, como se não bastasse, a afirmação de um assessor que diz que está directamente autorizado pelo Presidente a tornar públicas as suas suspeitas sobre as tais misteriosas escutas e a criar à sua volta mais um caso de manifesto desgaste político-eleitoral para o Primeiro-ministro José Sócrates, obviamente em coordenação com as acusações de «asfixia democrática» de Manuela Ferreira Leite, ironicamente proferidas na Madeira.
E perante tudo isto, o que faz o Presidente da República?
Não só não nega nada disto, como não faz rigorosamente nada!
Estranhamente (ou talvez não), um complacente Cavaco Silva aparece a conviver pacificamente com todos estes casos e com a «má moeda» que prolifera tão pacífica e sadiamente à sua volta.
Mas o que é facto é que a Presidência de Cavaco Silva nunca mais será a mesma.
Cavaco Silva pode ainda vir dizer-nos qualquer coisa como «I’m not a crook».
Mas se um caso de escutas foi motivo mais do que suficiente para a demissão de Richard Nixon, se por muito menos Karl Rove e Damian McBride foram demitidos, então uma coisa é certa:
- Todos estes casos e mais esta espécie de «Watergate ao contrário» deixaram Cavaco Silva completamente despojado de ética política e democrática para continuar a exercer o cargo de Presidente da República.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Citação do Dia
Há uma teoria que diz que se alguma vez alguém descobrir exactamente o que é o Universo e qual a sua origem, o próprio Universo desapareceria instantaneamente e seria substituído por outra realidade qualquer ainda mais bizarra e inexplicável.
Há outra teoria que diz que isso já aconteceu…
(Douglas Adams – 1952-2001)