segunda-feira, 7 de maio de 2007
A Fórmula de Deus
É uma facto incontestável que ao longo da História dos Homens, quando se trata de explicar ou fundamentar filosoficamente a sua própria existência, a grande maioria das pessoas prefere optar pela irracionalidade da «fé» e pelo «conforto intelectual» de um deus, qualquer que seja a designação que lhe é atribuída.
Não é de estranhar, pois, que essas mesmas pessoas acabem por professar a religião que o acaso da época ou da localização geográfica do seu nascimento lhes ditou.
Depois, e como não podia deixar de ser, essas mesmas pessoas teimam em edificar toda a sua vida sobre essa irracionalidade, passando a viver de acordo com os critérios éticos e deontológicos que alguém lhes disse que o seu Deus já escolheu para si.
O que não seria mau e só a elas diria respeito, se ao mesmo tempo não persistissem em impô-los também a todas as outras pessoas, professem elas ou não a mesma religião, a mesma fé, ou a mesma irracionalidade.
Mas o que não cessa de me surpreender é a quantidade de pessoas que de vez em quando aparece a querer fundamentar a sua irracionalidade, a sua fé e a própria existência do seu Deus recorrendo a critérios de... lógica e de racionalidade!
O pior é que nem sequer se apercebem que isso, nem que seja só por definição, é completamente impossível (como aqui há uns dias já expliquei), acabando por cair em contradições e em paradoxos tão ridículos que dá até ideia que para ter «fé» e acreditar em Deus uma pessoa tem primeiro de se livrar de todas as réstias de lucidez e de bom senso que ainda lhe sobrem.
Depois, o inevitável acontece: da falta de lucidez à imbecilidade completa é só um pequeno passo.
E para quem duvide disso é só ver o pequeno filme abaixo, que mostra como é possível pensar convictamente que a existência de Deus pode ser demonstrada por métodos científicos.
É o caso de um tal professor, obviamente um fervoroso cristão, de nome Frank Tipler, da Universidade norte-americana de Tulane que afirma (sem sequer se rir) que o cristianismo e a ciência sempre estiveram «interligados».
E sendo assim, e recorrendo à «Relatividade Geral» e à «Mecânica Quântica», inventou uma fórmula matemática com que demonstra cientificamente e sem margem para dúvidas: Deus existe!
Uma coisa é certa:
Gostava de um dia perceber se entre os delírios religiosos e a imbecilidade há uma conexão necessária e natural, ou se isso é apenas uma simples e mera coincidência...