domingo, 29 de abril de 2007
Uma Pitada de Irracionalismo
O «Expresso» da semana passada publicou uma crónica de João Carlos Espada com o título «O Ópio dos Intelectuais» que aqui já comentei num post com o mesmo título.
Aí João Carlos Espada dizia a certa altura:
«No plano filosófico, o ateísmo encerra dificuldades enormes — à luz da razão.
«Uma, crucial, reside na colossal ambição do racionalismo dogmático que subjaz ao ateísmo: a de que a razão pode fornecer pressupostos isentos de pressupostos.
«Mas a razão não consegue explicar porque existe algo em vez de nada...».
No «Expresso» desta semana João Carlos Espada volta ao ataque, e num novo artigo que intitulou «Ainda sobre o Ateísmo», refere:
«...na base da revolta irracionalista contra a razão encontra-se ainda o racionalismo dogmático – embora se trate agora de um racionalismo dogmático desapontado».
A acrescenta:
«... o racionalismo dogmático assenta na colossal e impossível ambição de fornecer pressupostos isentos de pressupostos. Quando descobrem que isso não é possível, os racionalistas dogmáticos ficam desapontados com a razão – a que eles tinham atribuído desde o início uma função impossível. Tornam-se por isso descrentes de tudo. Eis a génese do pós-modernismo».
E como se não bastasse, conclui:
«Este desapontamento seria todavia desnecessário se a razão assumisse uma postura crítica e não dogmática. Um racionalismo crítico aceita os seus próprios limites e não derruba tudo o que não consegue demonstrar.
«Mas a razão não consegue explicar porque existe algo em vez de nada...».
No «Expresso» desta semana João Carlos Espada volta ao ataque, e num novo artigo que intitulou «Ainda sobre o Ateísmo», refere:
«...na base da revolta irracionalista contra a razão encontra-se ainda o racionalismo dogmático – embora se trate agora de um racionalismo dogmático desapontado».
A acrescenta:
«... o racionalismo dogmático assenta na colossal e impossível ambição de fornecer pressupostos isentos de pressupostos. Quando descobrem que isso não é possível, os racionalistas dogmáticos ficam desapontados com a razão – a que eles tinham atribuído desde o início uma função impossível. Tornam-se por isso descrentes de tudo. Eis a génese do pós-modernismo».
E como se não bastasse, conclui:
«Este desapontamento seria todavia desnecessário se a razão assumisse uma postura crítica e não dogmática. Um racionalismo crítico aceita os seus próprios limites e não derruba tudo o que não consegue demonstrar.
«Aceita, em particular, o diálogo entre razão e fé – ainda à luz da razão».
Pois bem:
É curioso como uma das principais características que é transversal a todas as religiões é constituída precisamente pela dogmática punição de princípio (invariavelmente com a pena de morte) da apostasia ou do ateísmo.
Mais curioso ainda é como ao longo da História, e ao fim de milénios de lucubrações filosóficas, não parece ter existido ainda um único crente que tenha compreendido verdadeiramente o ateísmo.
Como é por demais óbvio, não poderia ser o João Carlos Espada o primeiro a compreendê-lo...
E porque não compreende o ateísmo (apesar de não se coibir de o comentar ou de tentar explicar como se fosse um especialista na matéria), e porque não tem a mínima noção do que é o racionalismo que lhe está subjacente, o João Carlos Espada nunca entenderá que, ao contrário do que protagoniza, não é nem nunca será possível qualquer tipo ou forma de diálogo entre o racionalismo e a fé.
No entanto, talvez no cumprimento de uma espécie de cruzada apostólica, João Carlos Espada não desiste. E a primeira táctica que encontra é atribuir uma classificação pejorativa ao racionalismo chamando-lhe «racionalismo dogmático», mesmo sem saber que isso é coisa que nem sequer existe.
Porque se soubesse, o João Carlos Espada não se atreveria a propor essa coisa abstrusa que é o diálogo do racionalismo, ou do ateísmo, com a fé.
E ainda por cima nem sequer está a ver que toda a gente se apercebe que o faz com o raciocínio típico e perfeitamente comum de quem não se sente filosoficamente confortável com a sua própria fé e de quem inveja em silêncio envergonhado o racionalismo dos outros.
Então, para disfarçar, finge de conta que não sabe que os dois conceitos se anulam reciprocamente e que, por simples e mera definição, não podem conviver sequer dentro do mesmo raciocínio.
É assim que, para fundamentar a sua tese, o João Carlos Espada defende é que o racionalismo às vezes vai tão longe que se torna «dogmático», ou «exagerado».
Como se, de repente, tivesse passado a existir qualquer coisa que é «demasiado racionalista».
E é a rodar desta maneira à volta de si próprio que João Carlos Espada consegue descobrir as «enormes dificuldades» que o ateísmo encerra no plano filosófico.
Pois bem:
É curioso como uma das principais características que é transversal a todas as religiões é constituída precisamente pela dogmática punição de princípio (invariavelmente com a pena de morte) da apostasia ou do ateísmo.
Mais curioso ainda é como ao longo da História, e ao fim de milénios de lucubrações filosóficas, não parece ter existido ainda um único crente que tenha compreendido verdadeiramente o ateísmo.
Como é por demais óbvio, não poderia ser o João Carlos Espada o primeiro a compreendê-lo...
E porque não compreende o ateísmo (apesar de não se coibir de o comentar ou de tentar explicar como se fosse um especialista na matéria), e porque não tem a mínima noção do que é o racionalismo que lhe está subjacente, o João Carlos Espada nunca entenderá que, ao contrário do que protagoniza, não é nem nunca será possível qualquer tipo ou forma de diálogo entre o racionalismo e a fé.
No entanto, talvez no cumprimento de uma espécie de cruzada apostólica, João Carlos Espada não desiste. E a primeira táctica que encontra é atribuir uma classificação pejorativa ao racionalismo chamando-lhe «racionalismo dogmático», mesmo sem saber que isso é coisa que nem sequer existe.
Porque se soubesse, o João Carlos Espada não se atreveria a propor essa coisa abstrusa que é o diálogo do racionalismo, ou do ateísmo, com a fé.
E ainda por cima nem sequer está a ver que toda a gente se apercebe que o faz com o raciocínio típico e perfeitamente comum de quem não se sente filosoficamente confortável com a sua própria fé e de quem inveja em silêncio envergonhado o racionalismo dos outros.
Então, para disfarçar, finge de conta que não sabe que os dois conceitos se anulam reciprocamente e que, por simples e mera definição, não podem conviver sequer dentro do mesmo raciocínio.
É assim que, para fundamentar a sua tese, o João Carlos Espada defende é que o racionalismo às vezes vai tão longe que se torna «dogmático», ou «exagerado».
Como se, de repente, tivesse passado a existir qualquer coisa que é «demasiado racionalista».
E é a rodar desta maneira à volta de si próprio que João Carlos Espada consegue descobrir as «enormes dificuldades» que o ateísmo encerra no plano filosófico.
E ainda por cima dificuldades «à luz da razão»!
Ou seja: para o João Carlos Espada quando o racionalismo é «muito», quando é «exagerado» ou quando é «dogmático» é porque está ferido de... irracionalismo.
E a prolação filosófica de João Carlos Espada aí está: o «racionalismo dogmático» é irracional!
Como resolver então este problema?
Só há uma solução: para a acabar com essa coisa que é «demasiado racionalista», para que o racionalismo deixe de ser «dogmático», o João Carlos Espada propõe-nos «um racionalismo crítico que aceite os seus próprios limites».
Por outras palavras, propõe-nos que se acrescente ao racionalismo assim uma espécie de... uma pitada de irracionalismo para o tornar mais... racionalista!...
No meio de tudo isto, o que me espanta é que o João Carlos Espada tenha tido o atrevimento de escrever num jornal de grande expansão que descobriu que o racionalismo só deixará de ter dificuldades quando se tornar... irracionalista... à luz da razão!!!
Mas só o faz porque, tal como diz o ditado, «a ignorância é muito atrevida»!
Porque, como já disse lá em cima, está ainda para nascer o crente que compreenda verdadeiramente o que é o ateísmo.
Porque todos os crentes pensam (e o João Carlos Espada não é excepção) que o ateísmo tem a «ambição» (e ainda por cima a «colossal ambição») de que «a razão pode fornecer pressupostos isentos de pressupostos».
E ainda proclamam todos satisfeitos: «a razão não consegue explicar porque existe algo em vez de nada».
Isto é tão incoerente e tão desconexo com a realidade, é de tal maneira incongruente, que se o João Carlos Espada estivesse agora aqui ao pé de mim, era bem capaz de lhe dar com o teclado na pinha!
É que isto é tão óbvio que até chateia:
Ou seja: para o João Carlos Espada quando o racionalismo é «muito», quando é «exagerado» ou quando é «dogmático» é porque está ferido de... irracionalismo.
E a prolação filosófica de João Carlos Espada aí está: o «racionalismo dogmático» é irracional!
Como resolver então este problema?
Só há uma solução: para a acabar com essa coisa que é «demasiado racionalista», para que o racionalismo deixe de ser «dogmático», o João Carlos Espada propõe-nos «um racionalismo crítico que aceite os seus próprios limites».
Por outras palavras, propõe-nos que se acrescente ao racionalismo assim uma espécie de... uma pitada de irracionalismo para o tornar mais... racionalista!...
No meio de tudo isto, o que me espanta é que o João Carlos Espada tenha tido o atrevimento de escrever num jornal de grande expansão que descobriu que o racionalismo só deixará de ter dificuldades quando se tornar... irracionalista... à luz da razão!!!
Mas só o faz porque, tal como diz o ditado, «a ignorância é muito atrevida»!
Porque, como já disse lá em cima, está ainda para nascer o crente que compreenda verdadeiramente o que é o ateísmo.
Porque todos os crentes pensam (e o João Carlos Espada não é excepção) que o ateísmo tem a «ambição» (e ainda por cima a «colossal ambição») de que «a razão pode fornecer pressupostos isentos de pressupostos».
E ainda proclamam todos satisfeitos: «a razão não consegue explicar porque existe algo em vez de nada».
Isto é tão incoerente e tão desconexo com a realidade, é de tal maneira incongruente, que se o João Carlos Espada estivesse agora aqui ao pé de mim, era bem capaz de lhe dar com o teclado na pinha!
É que isto é tão óbvio que até chateia:
Quem tem a ambição de que pode «fornecer pressupostos isentos de pressupostos», não é o ateísmo ou o racionalismo.
É precisamente o contrário: quem tem essa «colossal ambição» é precisamente o irracionalismo da fé, pois é no mesmo e preciso momento que inventa Deus que deixa de fazer perguntas!
E é por isso que é essa exactamente a definição de Deus: um pressuposto isento de pressupostos.
O que é bom de ver é que o irracionalismo do João Carlos Espada é tão dogmático, isso sim, que ele nem sequer admite adicionar-lhe uma pequena pitada de racionalismo.
Deve ser por isso que não consegue ver que a realidade está bem no oposto daquilo que escreveu: é que é precisamente o racionalismo que explica que, de facto, é bem verdade que não há pressupostos isentos de pressupostos!
E é isso exactamente o que significa ser racionalista ou ser ateu!
Posto isto, não é preciso dizer mais nada para demonstrar o quanto é ridícula, e até absolutamente destituída de qualquer senso, a afirmação de que «quando descobrem que não é possível fornecer pressupostos isentos de pressupostos» os racionalistas dogmáticos «ficam desapontados com a razão».
Dá até vontade de rir!
Mas mais ainda:
Dentro da mesma linha de raciocínio, tão inevitavelmente inversa da realidade que chego a pensar que a escreveu a fazer o pino, o João Carlos Espada aparece a dizer como quem descobriu a pólvora:
«A razão não consegue explicar porque existe algo em vez de nada».
Errado outra vez!
Mas aqui o raciocínio de João Carlos Espada é ainda mais tortuoso e abstruso.
Se repararmos bem, a sua frase começa por partir de um princípio que a sua fé e a sua irracionalidade já consideraram previamente axiomático: a de que, de facto, «existe algo em vez de nada».
É assim que o João Carlos Espada, depois de ter descoberto este brilhante e irracional axioma, vem agora todo contente desafiar o racionalismo a... demonstrá-lo...
Pelos vistos, e se o deixarmos sozinho, o João Carlos Espada ainda aparece a escrever na sua crónica da próxima semana:
«A razão não consegue explicar porque existem duendes no fundo do quintal...».
De facto, e uma vez mais, João Carlos Espada esquece-se que é precisamente o racionalismo quem explica e demonstra precisamente o contrário: que é absolutamente falso que possa «existir algo em vez de nada».
Ou seja, e por outras palavras, bem ao contrário do que João Carlos Espada pensa, a razão não tem de conseguir explicar «porque existe algo em vez de nada»; pelo simples motivo que a razão já conseguiu explicar exactamente o oposto: que nada pode existir em vez do nada!
Ora, é precisamente na aceitação como axiomática desta afirmação de que é possível «existir algo em vez de nada» que uma vez mais se encontra, não sem antes o indispensável recurso à fé e à irracionalidade, a própria definição de Deus.
E então é simples a conclusão:
Se a irracionalidade profere afirmações que não admite que sejam refutáveis ou que careçam de demonstração, não é o ateísmo mas, bem antes pelo contrário, é essa mesma irracionalidade quem, no plano filosófico, encerra «dificuldades enormes», essas sim, «à luz da razão»!
Uma delas, obviamente crucial, reside precisamente na «colossal ambição» do «irracionalismo dogmático» que subjaz à fé: a de que é possível construir sobre o terreno pantanoso da irracionalidade um edifício de pretensa racionalidade onde, de repente, se pode afirmar axiomaticamente que é possível «fornecer pressupostos isentos de pressupostos» e que «existe algo em vez de nada».
Ou seja:
Bem ao contrário do que João Carlos Espada pensa, nunca será possível qualquer espécie de diálogo entre a razão e a fé.
Mas isso não é defeito, é feitio!
Em primeiro lugar, porque não é possível à fé e ao irracionalismo que lhe subjaz assumir uma postura crítica, lógica e não dogmática: isso seria uma contradição nos próprios termos.
Em segundo lugar, porque no dia em que a fé e o irracionalismo aceitarem a intromissão da mais pequena pitada de racionalismo, de imediato se desmoronarão por si próprios.
Em terceiro lugar, e ao contrário do que o João Carlos Espada pensa, porque o racionalismo crítico não «derruba» o que não consegue demonstrar. Ao invés, persegue incessantemente essa demonstração e, enquanto não a consegue, perspectiva-a, investiga-a, estuda-a e prefigura-a de forma lógica, científica e... racional.
Em quarto lugar, finalmente, porque o racionalismo aceita perfeitamente e sem quaisquer «desapontamentos» os seus próprios limites.
Mas o que o João Carlos Espada pode ter a certeza é que esses limites não estão, nem nunca estarão, dentro do campo da fé ou da irracionalidade!...
- Disso pode estar certo!!!
É precisamente o contrário: quem tem essa «colossal ambição» é precisamente o irracionalismo da fé, pois é no mesmo e preciso momento que inventa Deus que deixa de fazer perguntas!
E é por isso que é essa exactamente a definição de Deus: um pressuposto isento de pressupostos.
O que é bom de ver é que o irracionalismo do João Carlos Espada é tão dogmático, isso sim, que ele nem sequer admite adicionar-lhe uma pequena pitada de racionalismo.
Deve ser por isso que não consegue ver que a realidade está bem no oposto daquilo que escreveu: é que é precisamente o racionalismo que explica que, de facto, é bem verdade que não há pressupostos isentos de pressupostos!
E é isso exactamente o que significa ser racionalista ou ser ateu!
Posto isto, não é preciso dizer mais nada para demonstrar o quanto é ridícula, e até absolutamente destituída de qualquer senso, a afirmação de que «quando descobrem que não é possível fornecer pressupostos isentos de pressupostos» os racionalistas dogmáticos «ficam desapontados com a razão».
Dá até vontade de rir!
Mas mais ainda:
Dentro da mesma linha de raciocínio, tão inevitavelmente inversa da realidade que chego a pensar que a escreveu a fazer o pino, o João Carlos Espada aparece a dizer como quem descobriu a pólvora:
«A razão não consegue explicar porque existe algo em vez de nada».
Errado outra vez!
Mas aqui o raciocínio de João Carlos Espada é ainda mais tortuoso e abstruso.
Se repararmos bem, a sua frase começa por partir de um princípio que a sua fé e a sua irracionalidade já consideraram previamente axiomático: a de que, de facto, «existe algo em vez de nada».
É assim que o João Carlos Espada, depois de ter descoberto este brilhante e irracional axioma, vem agora todo contente desafiar o racionalismo a... demonstrá-lo...
Pelos vistos, e se o deixarmos sozinho, o João Carlos Espada ainda aparece a escrever na sua crónica da próxima semana:
«A razão não consegue explicar porque existem duendes no fundo do quintal...».
De facto, e uma vez mais, João Carlos Espada esquece-se que é precisamente o racionalismo quem explica e demonstra precisamente o contrário: que é absolutamente falso que possa «existir algo em vez de nada».
Ou seja, e por outras palavras, bem ao contrário do que João Carlos Espada pensa, a razão não tem de conseguir explicar «porque existe algo em vez de nada»; pelo simples motivo que a razão já conseguiu explicar exactamente o oposto: que nada pode existir em vez do nada!
Ora, é precisamente na aceitação como axiomática desta afirmação de que é possível «existir algo em vez de nada» que uma vez mais se encontra, não sem antes o indispensável recurso à fé e à irracionalidade, a própria definição de Deus.
E então é simples a conclusão:
Se a irracionalidade profere afirmações que não admite que sejam refutáveis ou que careçam de demonstração, não é o ateísmo mas, bem antes pelo contrário, é essa mesma irracionalidade quem, no plano filosófico, encerra «dificuldades enormes», essas sim, «à luz da razão»!
Uma delas, obviamente crucial, reside precisamente na «colossal ambição» do «irracionalismo dogmático» que subjaz à fé: a de que é possível construir sobre o terreno pantanoso da irracionalidade um edifício de pretensa racionalidade onde, de repente, se pode afirmar axiomaticamente que é possível «fornecer pressupostos isentos de pressupostos» e que «existe algo em vez de nada».
Ou seja:
Bem ao contrário do que João Carlos Espada pensa, nunca será possível qualquer espécie de diálogo entre a razão e a fé.
Mas isso não é defeito, é feitio!
Em primeiro lugar, porque não é possível à fé e ao irracionalismo que lhe subjaz assumir uma postura crítica, lógica e não dogmática: isso seria uma contradição nos próprios termos.
Em segundo lugar, porque no dia em que a fé e o irracionalismo aceitarem a intromissão da mais pequena pitada de racionalismo, de imediato se desmoronarão por si próprios.
Em terceiro lugar, e ao contrário do que o João Carlos Espada pensa, porque o racionalismo crítico não «derruba» o que não consegue demonstrar. Ao invés, persegue incessantemente essa demonstração e, enquanto não a consegue, perspectiva-a, investiga-a, estuda-a e prefigura-a de forma lógica, científica e... racional.
Em quarto lugar, finalmente, porque o racionalismo aceita perfeitamente e sem quaisquer «desapontamentos» os seus próprios limites.
Mas o que o João Carlos Espada pode ter a certeza é que esses limites não estão, nem nunca estarão, dentro do campo da fé ou da irracionalidade!...
- Disso pode estar certo!!!