terça-feira, 12 de outubro de 2010

 

A Religião P.C.P.



O Prémio Nobel da Paz de 2010 foi atribuído ao dissidente chinês Liu Xiaobo, pela sua «longa e não violenta luta pelos direitos fundamentais da China».
Liu Xiaobo, que foi uma das principais figuras dos protestos de Tiananmen em 1989, está neste momento preso por actividades consideradas subversivas pelas autoridades chinesas.

Tudo levaria a supor que seria unânime no mundo Ocidental o regozijo com a atribuição deste Prémio Nobel, com tudo o que ele significa e com as consequências que pode trazer.

Mas eis que o Partido Comunista Português veio agora lamentar a atribuição deste Prémio Nobel a Liu Xiaobo, porque o considera "mais um golpe na credibilidade" deste galardão, "que deveria contribuir para a afirmação dos valores da paz, da solidariedade e da amizade entre povos" e ainda uma inadmissível forma de "pressão económica e política" à República Popular da China.

Esta posição do P.C.P. bem demonstra a ideologia e a ética política deste partido, órfão do Muro de Berlim.
Demonstra que o P.C.P. não é já, há muito, um partido político, mas autenticamente uma nova forma de religião onde a irracionalidade e o fanatismo há muito imperam sobre as mais básicas noções de decência, e que se revê ideologicamente em regimes torcionários e abjectos como os da China, Cuba, Irão ou da Coreia do Norte.

Mas, mais do que isso, bem demonstra o que devemos esperar e qual o projecto político, filosófico e ético de regime que o Partido Comunista Português defende, afinal, para Portugal.




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