terça-feira, 22 de junho de 2010

 

O Trunfo dos Porcos



Diz assim o nº. 4 do artigo 34º da Constituição da República Portuguesa:
«É proibida toda a ingerência das autoridades públicas na correspondência, nas telecomunicações e nos demais meios de comunicação, salvos os casos previstos na lei em matéria de processo criminal».

Pacheco Pereira sabe isto muito bem.
E se não sabia, ficou a saber quando o próprio Mota Amaral tomou a decisão de não permitir referências a escutas telefónicas na Comissão Parlamentar de Inquérito ao «Caso PT/TVI».
Imagine-se que Mota Amaral era do PS…

Mas, mesmo assim, Pacheco Pereira escolheu o patético voyeurismo de ler as transcrições das escutas e vir cá para fora classificá-las publicamente de «avassaladoras».
Depois, ainda ameaçou divulgar publicamente aquilo a que tinha tido acesso só porque é deputado.

Finalmente, decidiu fazer uma espécie de relatório alternativo sob a capa de uma declaração de voto, para as conclusões a que já tinha chegado muito antes de a Comissão de Inquérito ter sequer começado.

Esta é uma atitude inquestionavelmente sabuja de quem, com o único objectivo de um ganho político, pretende colaborar no assassinato de carácter de um cidadão, seja ele ou não primeiro-ministro.

As escutas telefónicas roubadas ao âmbito de um processo-crime, à revelia da Constituição e espezinhando as mais básicas noções de ética, foram o trunfo que Pacheco Pereira tirou da manga para colaborar na autêntica nojeira que esta Comissão de Inquérito constituiu desde o princípio.

Como é óbvio, isso classifica-o perfeitamente como político.
Mas, sobretudo, como pessoa.




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