sexta-feira, 30 de abril de 2010
A Sentença
quarta-feira, 28 de abril de 2010
O que a fé faz das pessoas
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Será que ainda vamos a tempo de fazer uma coisa destas em Portugal?
Um brincalhão qualquer do “Foreign Office”, o ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, resolveu fazer circular um documento com aparência oficial em que se sugeria ao Papa Bento XVI que aproveitasse a sua visita ao Reino Unido em Setembro próximo para lançar a sua própria marca de preservativos «Benedict», para inaugurar uma clínica de abortos e para abençoar um casamento homossexual.
Descoberta a brincadeira, lá foi o brincalhão transferido sabe-se lá para onde, e lá teve o “Foreign Office” de andar a desmentir tudo e a pedir desculpas formais ao Papa e à Santa Sé.
Mas parece que a coisa é bem capaz de não ficar por aqui.
O cardeal Renato Martino, antigo presidente do Conselho Pontifício do Vaticano para a Paz e a Justiça declarou que se o Governo britânico convidou o Papa, deveria tratá-lo com respeito, porque fazer troça das crenças de milhões de católicos, não só no Reino Unido mas em todo o mundo, é de facto muito ofensivo.
E acrescentou que este incidente, de tal modo é ofensivo, poderá mesmo vir a causar o cancelamento da visita do Papa ao Reino Unido.
É pena que os responsáveis pelo Vaticano se ofendam tanto com uma brincadeira de um obscuro funcionário do ministério dos negócios estrangeiros britânico e não se incomodem sequer com a sua persistência em discriminar os seres humanos em razão da sua orientação sexual ou com os efeitos das mortíferas consequências da sua política sobre o preservativo, principalmente na África sub-Sariana.
Isto para não falar do tenebroso escândalo da pedofilia e do sofrimento causado a milhares e milhares de crianças por esse mundo fora, com a miserável complacência das mais altas estruturas da Igreja Católica, incluindo a do Cardeal Joseph Ratzinger.
Mas se uma brincadeira deste género é bem capaz de fazer cancelar a visita do Papa ao Reino Unido, será que em Portugal ainda vamos a tempo?...
domingo, 25 de abril de 2010
25 de Abril sempre
sábado, 24 de abril de 2010
Os mistérios subliminares dos abdominais de Jesus Cristo
(Ou o que na realidade anda no subconsciente desta gente)
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Um teste (in)constitucional
Via «Jugular», é com incomensurável orgulho que aqui reproduzo um texto de Raquel Sirvoicar Rodrigues, aluna da Faculdade de Direito de Lisboa:
«Hoje, na Faculdade de Direito de Lisboa, realizou-se um teste de Direito Constitucional II.
«O Prof. Doutor Paulo Otero, o regente da cadeira, decidiu que seria este o caso prático que os alunos deveriam resolver, e numa provocação discriminatória e ridícula, fez-se um paralelismo entre a poligamia/bestialidade e a homossexualidade, disfarçando de humor aquilo que é um desrespeito e uma ofensa de proporções maiores do que o Sr. Professor pode imaginar.
«Até podia ter apresentado o mesmo caso prático sem, no entanto, referir que o diploma era “em complemento à lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo”, mas a comparação foi obviamente propositada e consciente.
Ridicularizando um passo marcante na história de Portugal e do Mundo – a aprovação no Parlamento da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo – um dos constitucionalistas de renome da casa onde estudo e em quem confio a preparação da minha formação profissional fez uma coisa de tal forma perversa que fez com que eu tivesse, pela primeira vez e espero que última, vergonha de ter sido aluna de um membro do corpo docente da FDL.
«O que acontece é que o Sr. Professor parece ter-se esquecido do art. 13º e do princípio da igualdade; e com certeza que não pensou no que sentiria um gay ou uma lésbica que se visse confrontado com a obrigatoriedade de fazer este teste.
Opiniões à parte, e quer se seja a favor ou contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, qualquer pessoa com o mínimo de discernimento e respeito pela dignidade humana perceberá que isto não é admissível em lado nenhum, muito menos numa instituição do ensino superior, e muito menos naquela que é provavelmente a melhor Faculdade de Direito do nosso país.
«Esta atitude repulsiva não só é discriminatória em relação a todas as pessoas LGBT como obriga os alunos a tomarem uma posição em relação ao tema que irá influenciar a sua nota. Não me parece justo.Não é novidade para ninguém que a nossa Faculdade é conservadora e consegue ser muito pouco receptiva a quase tudo o que é diferente, mas isto passou das marcas.
«Isto foi nojento e atroz e revoltou-me de tal forma que nem eu nem outros colegas conseguimos calar-nos. É um exemplo de como a luta pelos direitos fundamentais é ainda tão necessária e de como é preciso mudar mentalidades e combater preconceitos tão cruéis quanto este.
«Partilhem se ficaram tão revoltados quanto eu.
«P.S.: Os animais não têm personalidade jurídica, logo não têm capacidade para celebrar negócios jurídicos, como o casamento (art. 66º e seguintes do Código Civil)».
(clicar na imagem para a ampliar)
domingo, 18 de abril de 2010
O Lobby
«Como nasceu o lobby pelo casamento entre homossexuais»
Foi este o título que a jornalista São José Almeida decidiu dar ao artigo publicado no «Público» de ontem, onde conta do princípio ao fim a história do processo do casamento da Teresa e da Lena.
- Que pode ser lido resumidamente na edição online –> AQUI
- Ou em pdf e na versão integral –> AQUI
sexta-feira, 16 de abril de 2010
A Igreja Católica assim muito bem explicadinha
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Christopher Hitchens: Arrest The Pope!
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Photos that changed the world
segunda-feira, 12 de abril de 2010
A moral católica ensinada às crianças
Vi no telejornal da «SIC» uma reportagem sobre uma procissão em Esposende onde são representados vários quadros bíblicos da vida de Jesus Cristo.
O que é interessante é que, logo a abrir, se vê a representação de um rei que ousou «pôr ordens que o povo não aceitava», e então o povo resolveu apedrejá-lo.
Então apedreja-se o rei «até ele estar quase como morto», e depois «atiramos-lhe pedras para cima até o acabar de matar».
E lá se vê o tal rei deitado no chão, já todo coberto de pedras.
Tudo muito bonito e todos assim com muita fé.
Vem então a parte da reportagem em que se vêem umas crianças com pedras na mão a aprenderem desde pequeninas o simbolismo e a justificação moral do apedrejamento até à morte de um ser humano, desde que, obviamente, não concordemos com ele ou com alguma coisa que ele fez.
É, de facto, um típico quadro bíblico.
É, de facto, um exemplo típico de envenenamento de crianças com exemplos e valores tão imbecis como absurdos, provindos de dogmas cretinos inventados por pastores primitivos da Idade do Bronze, mas que se querem fazer prevalecer à força quatro mil anos depois.
E é, de facto, um exemplo típico da moral católica.
sábado, 10 de abril de 2010
Jornalismo de Investigação
A expressão inglesa «muckraker» significa literalmente «uma pessoa que remexe o estrume com um ancinho» e foi usado pela primeira vez no ano de 1906 pelo presidente norte-americano Theodore Roosevelt para descrever uma nova estirpe de repórteres e jornalistas que então emergia com a grande expansão dos jornais no final do século XIX.
Estes jornalistas celebrizavam-se pela denúncia e pelo ataque aos abusos por parte das grandes empresas e as suas cumplicidades com os órgãos de poder e também aos políticos corruptos.
No entanto, Roosevelt não deixava de ter algumas reservas quanto a este tipo de jornalismo e talvez valha a pena meditarmos hoje sobre aquilo que ele então escreveu a esse propósito:
«Os homens com os ancinhos de estrume são frequentemente indispensáveis para o bem-estar da sociedade; mas só se souberem quando devem parar de remexer no estrume e erguer os olhos para a coroa celestial sobre as suas cabeças, ou seja, para a coroa da acção meritória.
«Há coisas belas por cima deles e ao seu redor; e se, gradualmente, começarem a achar que o mundo, todo ele, não é mais do que estrume, a sua utilidade acaba».
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Agora promulga lá isso, pá!
Diz o «DN» que o Tribunal Constitucional irá dar luz verde à lei que torna possível o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Como se sabe, o Presidente Cavaco Silva enviou para o Tribunal Constitucional o diploma aprovado no Parlamento, deixando bem explícito que requeria a fiscalização da inconstitucionalidade de todos os artigos do diploma, menos daquele que precisamente mais dúvidas de constitucionalidade suscitou: o que impedirá um casal de pessoas do mesmo sexo de se candidatar à adopção de crianças.
Foi um Presidente da República que nos acostumou já às suas meias-tintas e ao seu envolvimento em quezílias partidárias promovidas em ridículas intrigas jornalísticas. Um Presidente sem coragem, e sem a verticalidade para tomar uma decisão e para assumir uma posição quando esta lhe parece polémica.
Por isso, o Presidente decidiu pedir ao Tribunal Constitucional para se pronunciar sobre um assunto sobre o qual… já se tinha pronunciado.
Fê-lo talvez para ganhar algum tempo, e decerto para sacudir a água do capote e não parecer que promulgava uma lei polémica “assim à pressa”.
Por isso o Presidente pediu um parecer jurídico a um especialista em direito administrativo, Freitas do Amaral, e não a um constitucionalista. Nem sequer teve a coragem de o pedir ao tonto e vetusto e desactualizado e desacreditado Jorge Miranda.
Muito menos para o pedir a constitucionalistas de renome como Gomes Canotilho, Vital Moreira, Luís Duarte d’Almeida ou Isabel Moreira. Ou até a Rui Medeiros.
O projecto de lei regressa agora à Presidência da República para promulgação.
Ó Cavaco:
- Promulga lá isso agora depressinha, pá!
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Uma questão de dignidade
A polémica volta agora à ordem do dia com o anúncio da proibição da burca também na Bélgica.
Já aqui disse que não concordo de forma alguma que a proibição da burca seja uma contradição entre a defesa da liberdade e pôr o Estado a determinar como cada um se pode vestir.
Também não é argumento questionar se foi a própria mulher que escolheu usar uma burca, por querer adoptar o seu simbolismo.
Não o é, porque a dignidade e a liberdade não estão à disposição de ninguém para servir de moeda de troca cultural ou religiosa. São valores éticos e civilizacionais que nos compete a todos defender, e que devem prevalecer sobre quaisquer tradições culturais ou imposições, ou até opções, mais ou menos religiosas.
Talvez a imagem mais simbólica do que a burca significa seja a foto aqui ao lado.
Ela mostra bem que defender o uso da burca é, antes de mais, tolerar a submissão da mulher e o aviltamento e todo o simbolismo que lhe está subjacente.
Porque o que está verdadeiramente em questão é que uma burca não é uma simples peça de roupa.
Uma burca é um símbolo!
E mais do que um símbolo religioso ou cultural, a burca é o símbolo da submissão da mulher, e é um instrumento do aviltamento da sua dignidade, da sua honra e da sua liberdade individual.
Como pode alguém defendê-la?...
domingo, 4 de abril de 2010
A Páscoa
quinta-feira, 1 de abril de 2010
As capas de jornais a que temos direito
Com o seu já famoso jornalismo de investigação bufada, o luminoso «Sol» tem-nos brindado com capas que fazem já a História da comunicação social portuguesa.
As capas do Sol trazem-nos sempre uma mensagem subliminar especialmente concebida para vender jornais. Se muitas vezes os títulos não correspondem à verdade ou até à própria notícia, se tantas vezes são ofensivos da honra e da dignidade das pessoas, o que importa isso?
Não é muito mais importante exercer a liberdade de imprensa em toda a sua plenitude, mesmo que isso não signifique mais do que vender mais alguns jornais ou adiar uma falência inequivocamente anunciada?
Uma das mais famosas capas do «Sol» é precisamente esta aqui ao lado.
Com apelo a esse simpático animal que é o polvo escrita sobre um perfil escuro de José Sócrates, o «Sol» aproveita o auge do mediatismo do processo «Face Oculta» para acusar subliminarmente o primeiro-ministro de ser mafioso.
E que esta brilhante capa fez vender jornais, isso ninguém o pode negar!
Pois bem:
Como parece que o processo que agora está a dar é o processo da compra dos submarinos feita na época do Governo de Durão Barroso, era Manuela Ferreira Leite ministra de Estado e das Finanças e Paulo Portas o ministro da Defesa, aqui se deixam ao «Sol» e ao pequeno arquitecto que lhe serve de director algumas sugestões de capas que, fazendo igualmente alusão a bichos marinhos, não deixam de fazer lembrar o polvo de José Sócrates, que tão bons resultados deu e que tantos jornais fez vender.
(Clicar na imagem para a ampliar)