sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Citação do Dia [5]
Remember, Jesus would rather constantly shame gays than let orphans have a family.
– Steven Colbert
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
A exigência do Sr. Bispo
Convidado para uma palestra nas jornadas parlamentares do PSD, o Bispo do Porto D. Manuel Clemente "exigiu" um debate alargado sobre o casamento homossexual.
Não contente, o Sr. Bispo ainda defendeu a realização de um referendo ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
E pronto: cá temos a intolerância, a defesa da discriminação e o famoso relativismo moral como argumento tipicamente católico.
Já não bastava assistirmos a um promotor de cultos primitivos da Idade do Bronze defender um referendo aos direitos fundamentais consagrados na Constituição.
Agora ainda temos de assistir a um sujeito que fez voto de celibato a – vejam só – «exigir» um debate alargado sobre a definição do casamento na lei civil.
Pois é: se o Sr. Bispo acha que o tema merece uma profunda reflexão na sociedade portuguesa, talvez lhe ficasse melhor a honestidade intelectual de promover um debate e defender um referendo sobre o acesso a pessoas do mesmo sexo já agora também… ao casamento católico.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Criacionismo
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Citação do Dia [4]
«Sempre que a moralidade se basear na teologia, sempre que a razão estiver dependente de uma autoridade divina, as coisas mais imorais, injustas e infames podem ser estabelecidas e justificadas»
- Ludwig Feuerbach
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Esqueletos no Armário
The Colbert Report | Mon - Thurs 11:30pm / 10:30c | |||
The Word - Skeletons in the Closet | ||||
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O Governador do Estado norte-americano de Rhode Island vetou um projecto de lei que daria aos casais homossexuais o direito de reclamar os corpos e realizar os funerais dos seus companheiros falecidos.
Como não podia deixar de ser, isto mereceu mais uma das mordazes sátiras de Stephen Colbert.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
A Tolerância Católica
Conta-nos o «Washington Post» que perante uma proposta de lei que será votada no próximo mês e que determinará a proibição da discriminação dos homossexuais e autorizará o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo no estado de Washington, a Arquidiocese da Igreja Católica daquele estado norte-americano anunciou que se tal proposta for avante terminará imediatamente todos os seus programas sociais como represália.
Nem vale a pena falar aqui do já famoso relativismo moral dos católicos.
Mas sabendo que a intolerância faz parte da doutrina católica, então uma coisa é certa:
- Esta é, de facto, uma atitude rigorosamente coerente.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Uma discriminaçãozinha assim pequenina…
Noticiam os jornais que o grupo parlamentar do PSD está dividido nesta questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Uns querem promover um referendo; outros querem avançar já para uma coisa chamada «união civil registada».
Venha um ou outro, isto é abaixo de cão!
Vindo de deputados à Assembleia da República é até mau demais para ser verdade.
Quanto ao referendo, é absolutamente execrável que alguém que se reveja numa democracia pretenda assim de repente referendar direitos fundamentais dos cidadãos e pôr em causa os direitos das minorias já estabelecidos e há muito pacificamente consagrados na Constituição.
E como seria a pergunta do referendo?
Talvez qualquer coisa assim:
«Concorda em abrir aqui e ali uma excepçãozinha ao princípio constitucional da proibição da discriminação entre os cidadãos?».
É, de facto, abaixo de cão.
Mas a história da «união civil registada» não lhe fica atrás.
Quem defende esta coisa abstrusa admite obviamente e reconhece que a proibição da celebração do casamento a pessoas do mesmo sexo é inconstitucional e que o casamento significa para as pessoas que o celebram o acesso a um determinado conjunto de direitos e obrigações que tem estado vedado a um conjunto de cidadãos, discriminados precisamente em razão da sua orientação sexual, isto é, por razões identitárias e da sua própria personalidade e características pessoais.
No entanto, apesar desse reconhecimento, ainda assim há quem queira substituir uma óbvia e intolerável discriminação da lei por outra bem mais aberrante, certamente por considerar que esta é uma discriminaçãozinha assim mais pequenina e que, por isso, pode passar despercebida.
Mas reconhecer a necessidade do acesso a todos os cidadãos do bem jurídico que o casamento significa, e conceder a todos os cidadãos o acesso a esse bem jurídico, mas não antes de discriminar esses mesmos cidadãos em razão da sua orientação sexual – o que bem sabem que está constitucionalmente proibido – criando um instituto jurídico à parte, precisamente igual mas com um nome diferente, é verdadeiramente abaixo de cão.
E o pior é que isto vem precisamente de deputados da Nação, aqueles que deveriam ser os primeiros a cumprir e fazer cumprir a Constituição da República, muito mais no que respeita aos direitos, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos, e não ceder a preconceitos retrógrados e a uma homofobiazinha mesquinha, meio escondida e muito, muito mal disfarçada.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Para cada aldrabão…
Já só cá faltava esta:
A cadeia de televisão britânica Sky One decidiu emitir uma sessão de espiritismo de Michael Jackson, levada a cabo pelo “médium” e “espiritualista” Derek Acorah.
Como se pode ver, é de ir às lágrimas…
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
A democracia do KGB
Faz 20 anos.
A queda do Muro de Berlim foi certamente o acontecimento histórico mais importante e significativo da segunda metade do século XX.
Não foi isso, como é óbvio, que de um dia para o outro transformou este planeta num mundo perfeito.
Mas ao menos significou um importantíssimo passo para um mundo bem melhor.
No mínimo, significou o fim do KGB ou da Stasi, da colonização das repúblicas bálticas, dos Gulags, da invasão da Hungria em 1956 e da Checoslováquia em 1968, de deportações massivas e do fim dos hospitais psiquiátricos para os opositores ao regime.
Significou também um desanuviamento mundial, principalmente nos países da esfera soviética, e o princípio do fim de um equilíbrio nuclear baseado no terror.
Quem sabe se as descolonizações africanas não teriam sido bem diferentes e menos sangrentas se o Império Soviético tivesse caído 20 anos mais cedo.
Mas o mais chocante é ainda haver quem defenda este regime totalitário, desumano e sanguinário e o considere o exemplo fundamental daquilo que elege como a sua filosofia e ética políticas.
É o caso do Partido Comunista Português.
Pela voz de Jerónimo de Sousa, o seu secretário-geral, ficámos a saber que para os comunistas o fim do KGB, dos campos de concentração e de todo um povo que vivia amordaçado significam que vivemos agora num mundo «menos democrático».
Sabemos que os comunistas não ficam por aqui: caído o putrefacto paraíso, o «Sol da Terra» que era a União Soviética, os comunistas elegem também como referência ideológica a China, Cuba, a Coreia do Norte e até, pasme-se, a tenebrosa guerrilha narcotráfica das FARC.
Estive este verão na China e na Praça de Tiananmen.
Sobre as pedras daquela praça ferozmente vigiada por soldados armados até aos dentes, ouvi no Iphone o «Amused to Death» do Roger Waters e comovi-me a pensar na jovem que o mundo viu morrer na televisão. E como a música pedia, ali mesmo derramei uma lágrima por aquela «yellow rose, in her bloodstained clothes».
Se pensarmos nos sonhos que ali foram desfeitos num autêntico banho de sangue, nos jovens que naquela praça morreram pelo ideal da democracia, é chocante e até profundamente revoltante saber que ainda há gente que elege esta barbárie como referência política e ideológica.
O comunismo já não é nem uma ideologia nem uma política:
- Não é mais do que a irracionalidade de uma autêntica religião!
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
INRI
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
O Manual de Maus Costumes
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente, acha que José Saramago utilizou um discurso de «tipo ideológico, não histórico nem científico» e que revela uma «ingenuidade confrangedora quando faz incursões bíblicas».
Negar que a Bíblia é «um manual de maus costumes» ou «um catálogo de crueldade» é, de facto de uma hipocrisia tão confrangedora, que normalmente só é acessível a pessoas de muita fé.
A Bíblia não é mais do que um catálogo das malfeitorias de um Deus cruel e sanguinário e o repositório de critérios sociais e de moralidade de pastores primitivos da Idade do Bronze.
O pior, é que foram precisamente os ensinamentos bíblicos que determinaram a mortífera vida das sociedades ocidentais nos últimos 1700 anos.
E negar este simples facto, é de uma impudica desonestidade intelectual, bem típica das pessoas de muita fé.
Tal como o é a afirmação de que a Bíblia «não pode ser interpretada literalmente» porque deve antes ser lida de acordo com uma integração histórica, como uma parábola e os seus ensinamentos e determinações como «simbólicos».
Contudo, nunca consegui que alguém me explicasse: simbólicos de quê?...
Como também nunca consegui que me explicassem como é que um Deus omnisciente deixa a sua Palavra escrita de uma forma tão defeituosa que precisa de uma interpretação humana para a integrar num contexto, qualquer que ele seja. É como se de repente coubesse aos Homens a tarefa de corrigir aquilo que Deus deixou mal explicado.
Para um crente isso deve ser de facto muito gratificante…
Ora, como é por demais óbvio, sei bem que o Antigo Testamento começou a ser escrito há qualquer coisa como quatro mil anos. E sei bem que a Igreja Católica do século XXI já não defende – como o fazia antigamente – o assassínio de judeus, apóstatas, ateus, homossexuais, adúlteros ou de quem simplesmente apanha lenha aos sábados.
Mas não é por isso que a Bíblia deixa de ter escrito aquilo que lá está escrito.
E não é por isso que dizer que a Bíblia é «um manual de maus costumes» ou «um catálogo de crueldade» passa a ser mentira.
Como não é por isso que uma interpretação histórica e dentro do contexto actual apaga o cristalino facto de que a História da Igreja Católica não é mais do que um gigantesco banho de sangue e do que um indizível sofrimento da Humanidade durante séculos e séculos.
Mas a maior de todas a hipocrisias dos bons e fiéis católicos é, sem dúvida, andarem a fazer de conta que a sua religião está completamente afastada – em TODOS os aspectos – da doutrina formulada na Bíblia, designadamente no Antigo Testamento.
Basta dar um salto ao «Catecismo da Igreja Católica» para afastar essa gigantesca mentira.
E bastam algumas citações, respigadas ao acaso:
«§81 - A Sagrada Escritura é a Palavra de Deus enquanto redigida sob a moção do Espírito Santo».
«§106 - Deus inspirou os autores humanos dos livros sagrados. Na redacção dos livros sagrados, Deus escolheu homens, dos quais se serviu fazendo-os usar as suas próprias faculdades e capacidades, a fim de que, agindo ele próprio neles e por meio deles, escrevessem, como verdadeiros autores, tudo e só aquilo que ele próprio queria».
«§121 – O Antigo Testamento é uma parte indispensável das Sagradas Escrituras. Os seus livros são divinamente inspirados e conservam um valor permanente, pois a Antiga Aliança nunca foi revogada».
«§123 - Os cristãos veneram o Antigo Testamento como a verdadeira Palavra de Deus. A Igreja sempre rechaçou vigorosamente a ideia de rejeitar o Antigo Testamento sob o pretexto de que o Novo Testamento o teria feito caducar».
Mas talvez nada melhor do que um exemplo concreto para ilustrar e deixar bem demonstrada a profunda hipocrisia católica no que a este assunto respeita.
E o melhor exemplo é o dogma de Onan:
Um dia Deus resolver matar Er. O motivo não podia ser mais justo para o bom Deus o matar: Er era iníquo.
Pois bem: de acordo com a lei da altura, por morte de um homem o seu irmão deveria tomar a viúva como esposa, e assegurar-lhe uma descendência.
E aqui entra, de facto, a necessidade de uma interpretação histórica:
Obviamente sem segurança social, uma mulher sem marido e sem filhos estaria certamente condenada a morrer de fome. Entende-se por isso a razão de ser da obrigatoriedade do irmão do morto casar com a cunhada. Tratava-se certamente da própria sobrevivência desta.
Ora, o irmão do morto era Onan, que por qualquer motivo não queria casar com a viúva do seu irmão e muito menos fazer-lhe filhos.
Vai daí, sempre que «se deitava» com a cunhada, o bom do Onan derramava «a sua semente» para a terra, para evitar que ela engravidasse.
Ora, o irmão do morto era Onan, que por qualquer motivo não queria casar com a viúva do seu irmão e muito menos fazer-lhe filhos.
Vai daí, sempre que «se deitava» com a cunhada, o bom do Onan derramava «a sua semente» para a terra, para evitar que ela engravidasse.
Está bom de ver qual o resultado de tudo isto: o bom Deus matou o Onan porque, já sabemos, a semente do homem é sagrada e não se pode desperdiçar, sob pena de morte.
É deste dogma bíblico que resulta a expressão «onanismo» e, como toda a gente sabe, o horror que a Igreja Católica tem à masturbação, ao ponto de… poder causar cegueira (e no mínimo borbulhas) aos adolescentes católicos mais incautos e insistentes.
Mas é também a este dogma que se deve o horror da Igreja Católica ao preservativo!
E é aqui que entra a suprema hipocrisia e a mais profunda imbecilidade dos católicos que acham que a Bíblia é um poço de virtudes quando sujeita a uma interpretação mais actualista.
Interpretação actualista uma ova!!!
Porque a Igreja Católica valoriza bem mais esta porcaria deste dogma que a própria vida humana e que o efeito que a proibição do preservativo tem na infernal disseminação da SIDA.
Nem o Papa, nem os cardeais, nem os bispos nem todo aquele exército de ociosos facínoras vestidos de saias se condoem com o autêntico drama que é a infernal percentagem de infecções com SIDA na África ao sul do Saara, especialmente nos países de maior influência católica.
Se virmos bem, a Igreja Católica continua a preconizar a morte - desta vez por SIDA - de quem derrama a semente para a terra, e não há «interpretação actualista» que lhe valha.
E não me venham com a velha história da castidade.
Porque se a Igreja sabe bem autorizar como anticoncepcional o método da contagem dos dias, não é por isso que permite o uso do preservativo mesmo entre pessoas casadas que estejam a ter relações sexuais nos dias inférteis da mulher.
Nem sequer nesses dias a Igreja Católica permite o preservativo.
Porque, afinal, que Diabo: um dogma é um dogma!!!
É deste dogma bíblico que resulta a expressão «onanismo» e, como toda a gente sabe, o horror que a Igreja Católica tem à masturbação, ao ponto de… poder causar cegueira (e no mínimo borbulhas) aos adolescentes católicos mais incautos e insistentes.
Mas é também a este dogma que se deve o horror da Igreja Católica ao preservativo!
E é aqui que entra a suprema hipocrisia e a mais profunda imbecilidade dos católicos que acham que a Bíblia é um poço de virtudes quando sujeita a uma interpretação mais actualista.
Interpretação actualista uma ova!!!
Porque a Igreja Católica valoriza bem mais esta porcaria deste dogma que a própria vida humana e que o efeito que a proibição do preservativo tem na infernal disseminação da SIDA.
Nem o Papa, nem os cardeais, nem os bispos nem todo aquele exército de ociosos facínoras vestidos de saias se condoem com o autêntico drama que é a infernal percentagem de infecções com SIDA na África ao sul do Saara, especialmente nos países de maior influência católica.
Se virmos bem, a Igreja Católica continua a preconizar a morte - desta vez por SIDA - de quem derrama a semente para a terra, e não há «interpretação actualista» que lhe valha.
E não me venham com a velha história da castidade.
Porque se a Igreja sabe bem autorizar como anticoncepcional o método da contagem dos dias, não é por isso que permite o uso do preservativo mesmo entre pessoas casadas que estejam a ter relações sexuais nos dias inférteis da mulher.
Nem sequer nesses dias a Igreja Católica permite o preservativo.
Porque, afinal, que Diabo: um dogma é um dogma!!!