quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Lição nº 1. Sumário: Como se endromina um professor.
Primeiro pergunta-se a um professor assim:
- Então, vais fazer greve dia 19?
E ele responde:
- Claro que vou!
- Então porquê?
- Porque não concordo com o sistema de avaliação proposto pela ministra.
- Ah! E com essa coisa dos professores titulares, concordas?
Ele começa a olhar para mim desconfiado, talvez a pensar quando é que eu lhe ia falar na «auto-avaliação precedida de uma reflexão», mas responde:
- Também não concordo, claro!
- E porquê?
- Porque os professores titulares não são escolhidos pela sua competência, mas sim por meia-dúzia de critérios idiotas.
Já estás quase lá, pensei eu. E continuei:
- E tu és professor titular?
- Não.
- Porquê?
- Já te disse, porque os professores titulares não são escolhidos com base em critérios de competência profissional dos professores.
E pronto:
Sem o saber, este nosso ilustre professor já tinha engolido a isca, o anzol e a chumbada.
Disse-lhe:
- Então se é assim, vou finalmente fazer um texto no Blog a favor dos professores e a criticar a ministra. Mas preciso da tua ajuda, tu que és professor, para me dares uma pequena informação.
- O que é? – Perguntou-me meio desconfiado.
- Vou dizer no texto que tenho um amigo professor, que está a ser injustiçado pelo Ministério da Educação, porque não é professor titular unicamente porque os critérios das nomeações não se baseiam na competência dos professores. E isso tem de mudar.
- Bem podes dizê-lo!
- E vou dizer mais – continuei – vou dizer que se o Ministério optasse por critérios de competência tu, que eu bem sei que és um professor competente, serias certamente professor titular.
- Bem podes dizê-lo! – Repetiu – Ainda por cima, com estes critérios de agora faltam-me uma porrada de anos para poder ser professor titular.
E foi então que concluí:
- Mas olha, é aqui que eu preciso da tua ajuda.
- Então?
- Depois de eu dizer isso no texto, se alguém me perguntar assim na caixa de comentários: «ouve lá, pá: como é que sabes que esse teu amigo professor é competente, assim como estás a dizer? Como é que sabes???», o que é que eu lhe respondo?
- Hã?
- Sim: como é que eu digo que sei que tu és um professor competente?
Pois é:
- Então se é assim, vou finalmente fazer um texto no Blog a favor dos professores e a criticar a ministra. Mas preciso da tua ajuda, tu que és professor, para me dares uma pequena informação.
- O que é? – Perguntou-me meio desconfiado.
- Vou dizer no texto que tenho um amigo professor, que está a ser injustiçado pelo Ministério da Educação, porque não é professor titular unicamente porque os critérios das nomeações não se baseiam na competência dos professores. E isso tem de mudar.
- Bem podes dizê-lo!
- E vou dizer mais – continuei – vou dizer que se o Ministério optasse por critérios de competência tu, que eu bem sei que és um professor competente, serias certamente professor titular.
- Bem podes dizê-lo! – Repetiu – Ainda por cima, com estes critérios de agora faltam-me uma porrada de anos para poder ser professor titular.
E foi então que concluí:
- Mas olha, é aqui que eu preciso da tua ajuda.
- Então?
- Depois de eu dizer isso no texto, se alguém me perguntar assim na caixa de comentários: «ouve lá, pá: como é que sabes que esse teu amigo professor é competente, assim como estás a dizer? Como é que sabes???», o que é que eu lhe respondo?
- Hã?
- Sim: como é que eu digo que sei que tu és um professor competente?
Pois é:
Foi precisamente aqui que o meu amigo professor emudeceu!
Já lá vai quase uma semana, e ainda não consegui que me respondesse a esta simples pergunta...
Senhora ministra: por favor, não desista!
Já lá vai quase uma semana, e ainda não consegui que me respondesse a esta simples pergunta...
Senhora ministra: por favor, não desista!