segunda-feira, 21 de abril de 2008

 

Uma Banana na Madeira



Diz assim o artigo 120º da Constituição da República Portuguesa:
«O Presidente da República representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas…»

Esta semana Cavaco Silva, o Presidente da República, visitou a região autónoma da Madeira.

Poderia fazer-se um Blog só com os dislates, as inanidades, as loucuras e as palhaçadas do Presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim.

Poderia fazer-se outro Blog só com a descrição da «obra feita» por Alberto João Jardim na Madeira. Isso é um facto.

Mas o que é curioso é o que seria possível fazer-se com a explicação de quem pagou a conta de tudo isso, mas muito principalmente com a descrição - não «do que foi feito» - mas do que «poderia ter sido feito», se alguém decidisse verificar com rigor as contas da Região Autónoma e os enriquecimentos súbitos dos nababos que vivem à sombra do orçamento regional.

Mas esta semana a conversa é outra. Porque foi esta semana que o Presidente da República, visitou a região autónoma da Madeira.

E porque foi também esta semana que Alberto João Jardim somou à colecção das imbecilidades que bolsa regularmente a decisão de que não haveria qualquer sessão solene de recepção ao Presidente da República na Assembleia Legislativa Regional, como se alguma confirmação fosse necessária de que é o Presidente do Governo Regional quem manda e comanda os deputados regionais do seu partido...

Depois resolveu apodar os deputados regionais dos partidos da oposição, ou seja os deputados que não fazem do grupo de títeres que o bajulam e que lhe obedecem cegamente e sem qualquer ponta de dignidade ou critérios de ética, como «um bando de loucos».

Perante isto, que fez o Presidente Cavaco Silva?
Pois fez exactamente aquilo que dele já se esperava: rigorosamente nada!

Cavaco Silva rendeu-se vergonhosamente e, impávido e sereno, resignou-se ao autêntico insulto institucional - e também pessoal - que constituiu o facto de não ter sido recebido em sessão solene na Assembleia Legislativa Regional (cuja dissolução cabe dentro das suas atribuições constitucionais), e nem uma palavra disse sobre o ápode de «bando de loucos» que o insano Jardim resolveu atribuir aos deputados da oposição.

Pelo contrário, e para não afrontar João Jardim, Cavaco Silva decidiu receber os deputados da oposição numa sessão separada, quase clandestina, e destituída de qualquer dignidade, do significado oficial e do respeito que lhe deveriam ter merecido os representantes de um órgão de soberania regional.

Ou seja, para o Presidente Cavaco Silva tudo isto – e todas as demais insanidades que Jardim resolve debitar regularmente – se encaixam na sua interpretação daquilo que é «o regular funcionamento das instituições democráticas».

Talvez Alberto João Jardim tenha dito aqui há meia dúzia de anos, e por uma vez na sua vida, alguma coisa acertada:

- Talvez Aníbal Cavaco Silva que já na campanha eleitoral da sua eleição persistia firmemente em não dizer a ninguém aquilo que pensava sobre o que quer que fosse, tenha finalmente mostrado quem é, qual a sua «fibra» e qual a «massa» de que é feito, e quais são os grandes e os pequenos feitos que, como Presidente da República, estão afinal ao seu alcance.
E, no final, qual a marca que deixará na História do nosso país.

Talvez Cavaco Silva afinal não esteja talhado para ser verdadeiramente «um Presidente da República» e não passe, no fim de contas, tão somente... do Senhor Silva…




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