quinta-feira, 10 de abril de 2008
Profissão: Professor
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Depois de ouvir ler a sentença – de que não vai recorrer – António Raposo abandonou tranquilamente o Tribunal acompanhado pela mulher e não quis prestar quaisquer declarações.
António Raposo estava acusado de ter falsificado os documentos e diplomas comprovativos das suas habilitações.
Depois, e durante mais de 30 anos, deu aulas na Escola Cristóvão Falcão, em Portalegre, e chegou mesmo a presidir por cinco anos ao próprio conselho executivo.
Durante mais de três décadas este “falso professor” deu tranquilamente as suas aulas, provavelmente a milhares de alunos, sem que ninguém se tivesse preocupado com a forma ou a competência com que o fazia.
Durante todo esse tempo este ilustre professor progrediu normalmente na sua carreira, tal como todos os seus restantes colegas – e sem que ninguém os distinguisse uns dos outros – graças simplesmente aos anos de antiguidade na profissão que todos automaticamente iam somando.
Durante mais de trinta anos nunca ninguém se apercebeu que o Senhor Professor António Raposo não tinha as habilitações ou as qualificações profissionais que se arrogava, pura e simplesmente porque durante todo esse tempo nunca ninguém o avaliou ou sequer se preocupou com a forma ou a competência com que desempenhava a sua profissão.
Senhora ministra: por favor, não desista!