sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Desafio ao Leitor!
Era com este «Desafio ao Leitor» que nos deparávamos a certa altura do enredo quando líamos um livro policial dos primos “Ellery Queen”.
Mas como isto não é propriamente um Blog policial, o «Desafio ao Leitor» que agora faço é outro.
E consta de três partes:
Um pequeno esclarecimento; o visionamento de um filme do «Youtube» e, finalmente, o «desafio» propriamente dito.
Cá vamos então:
- Primeira Parte: Um pequeno esclarecimento.
Para alguém dizer «eu sou católico!» não será preciso nada de especial. Talvez seja até irrelevante ter sido baptizado, pois tanta gente o foi em criança e não é católica.
Para se ser católico, pois, não é preciso ninguém «inscrever-se» ou «pagar quotas».
Pelo contrário, para alguém se dizer «católico» (ainda que se diga “apenas” essa coisa paradoxalmente abstrusa que é ser «católico não praticante»), será essencial, parece-me óbvio, unicamente a afirmação e a convicção da existência de uma comunhão teológica e filosófica (passe a contradição), e ainda a partilha de determinados princípios básicos de uma “moralidade” e de um conjunto de tradições, de dogmas e de rituais. Se não de todos, pelo menos dos mais fundamentais.
Religião organizada que é, não podia o catolicismo deixar de pôr à disposição dos «católicos» uma codificação coerentemente organizada de onde constem todos os seus valores e princípios fundamentais, e de que resultará a possibilidade de alguém os poder - ou não - adoptar, para então poder - ou não - dizer: «Eu sou católico!».
Ora, essa codificação de princípios fundamentais consta do «Catecismo da Igreja Católica», de que agora citamos alguns exemplos que, por definidores essenciais do que é a «Religião Católica» serão inequivocamente partilhados, pelo menos na sua parte fundamental, por todos aqueles que nos dizem: «Eu sou católico!».
Assim,
E depois de considerar (§ 2267) admissível o recurso à pena de morte, o que nos traz já uma primeira possibilidade de uma identificação, bem definida e determinada, de critérios de comunhão filosófica entre os católicos, e depois ainda de os especificar numa vertente que se refere à vivência da sexualidade tal como ela deve ser interpretada pela comunidade daqueles que dizem «Eu sou católico!», estabelecendo para todos eles (§ 2351) que a «luxúria», isto é, que «o prazer sexual é moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo»,
então,
o «Catecismo da Igreja Católica» estabelece (§ 2370) que os católicos de todo o mundo devem em comum perfilhar filosoficamente (sob pena de não mais poderem dizer em coro com todos os outros, pelo menos com honestidade intelectual, «Eu sou católico!») a ideia de que, a respeito daquilo a que chama «os métodos de regulação da natalidade» só é doutrinariamente admissível o recurso à “contagem dos dias dos períodos infecundos da mulher”.
Mais ainda, os católicos que como tal se definam e que, por isso, digam em todo o lado sem qualquer pejo «Eu sou católico!», devem também aceitar (§ 2399) como sendo «moralmente inadmissíveis» (para além do “método da contagem dos dias”), quaisquer métodos ou técnicas que impeçam que a mulher engravide, sejam elas a esterilização ou quaisquer formas de contracepção.
Incluindo, pois a “pílula”, o “DIU”, o preservativo, ou qualquer outro método anticoncepcional.
Apesar de tudo, concorde-se ou não, esta é uma determinação inegavelmente coerente: é que ela decorre directamente da Bíblia e de um dogma que tem a sua fonte na célebre história de Onan, que foi condenado à morte por «derramar a sua semente para a terra».
Com ou sem a genial chacota dos «Monty Python» de que «every sperm is sacred...», um dogma é um dogma, principalmente se decorrer directamente da Bíblia (que é a palavra de Deus ditada aos homens – e isto, por sua vez... é outro dogma).
E, se virmos bem, qual é o problema de alguém aceitar um dogma?
Um pequeno esclarecimento; o visionamento de um filme do «Youtube» e, finalmente, o «desafio» propriamente dito.
Cá vamos então:
- Primeira Parte: Um pequeno esclarecimento.
Para alguém dizer «eu sou católico!» não será preciso nada de especial. Talvez seja até irrelevante ter sido baptizado, pois tanta gente o foi em criança e não é católica.
Para se ser católico, pois, não é preciso ninguém «inscrever-se» ou «pagar quotas».
Pelo contrário, para alguém se dizer «católico» (ainda que se diga “apenas” essa coisa paradoxalmente abstrusa que é ser «católico não praticante»), será essencial, parece-me óbvio, unicamente a afirmação e a convicção da existência de uma comunhão teológica e filosófica (passe a contradição), e ainda a partilha de determinados princípios básicos de uma “moralidade” e de um conjunto de tradições, de dogmas e de rituais. Se não de todos, pelo menos dos mais fundamentais.
Religião organizada que é, não podia o catolicismo deixar de pôr à disposição dos «católicos» uma codificação coerentemente organizada de onde constem todos os seus valores e princípios fundamentais, e de que resultará a possibilidade de alguém os poder - ou não - adoptar, para então poder - ou não - dizer: «Eu sou católico!».
Ora, essa codificação de princípios fundamentais consta do «Catecismo da Igreja Católica», de que agora citamos alguns exemplos que, por definidores essenciais do que é a «Religião Católica» serão inequivocamente partilhados, pelo menos na sua parte fundamental, por todos aqueles que nos dizem: «Eu sou católico!».
Assim,
E depois de considerar (§ 2267) admissível o recurso à pena de morte, o que nos traz já uma primeira possibilidade de uma identificação, bem definida e determinada, de critérios de comunhão filosófica entre os católicos, e depois ainda de os especificar numa vertente que se refere à vivência da sexualidade tal como ela deve ser interpretada pela comunidade daqueles que dizem «Eu sou católico!», estabelecendo para todos eles (§ 2351) que a «luxúria», isto é, que «o prazer sexual é moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo»,
então,
o «Catecismo da Igreja Católica» estabelece (§ 2370) que os católicos de todo o mundo devem em comum perfilhar filosoficamente (sob pena de não mais poderem dizer em coro com todos os outros, pelo menos com honestidade intelectual, «Eu sou católico!») a ideia de que, a respeito daquilo a que chama «os métodos de regulação da natalidade» só é doutrinariamente admissível o recurso à “contagem dos dias dos períodos infecundos da mulher”.
Mais ainda, os católicos que como tal se definam e que, por isso, digam em todo o lado sem qualquer pejo «Eu sou católico!», devem também aceitar (§ 2399) como sendo «moralmente inadmissíveis» (para além do “método da contagem dos dias”), quaisquer métodos ou técnicas que impeçam que a mulher engravide, sejam elas a esterilização ou quaisquer formas de contracepção.
Incluindo, pois a “pílula”, o “DIU”, o preservativo, ou qualquer outro método anticoncepcional.
Apesar de tudo, concorde-se ou não, esta é uma determinação inegavelmente coerente: é que ela decorre directamente da Bíblia e de um dogma que tem a sua fonte na célebre história de Onan, que foi condenado à morte por «derramar a sua semente para a terra».
Com ou sem a genial chacota dos «Monty Python» de que «every sperm is sacred...», um dogma é um dogma, principalmente se decorrer directamente da Bíblia (que é a palavra de Deus ditada aos homens – e isto, por sua vez... é outro dogma).
E, se virmos bem, qual é o problema de alguém aceitar um dogma?
Não fazem os dogmas também parte lógica e intrínseca de uma religião? E não é a liberdade de culto um Direito Fundamental?
E um dogma é um dogma, que deve ser aceite sem pestanejar por quem é católico, enfim, por todos os que dizem «Eu sou católico!».
Repare-se até na forma inequívoca como esta determinação do «Catecismo» é um dogma como qualquer outro, e que não resulta sequer de quaisquer considerações de ordem moral ou até que se refira a “uma vida humana que deixa de existir”: é que o uso do preservativo está rigorosamente proibido em todas as ocasiões, mesmo até se a relação sexual ocorre durante o período infértil da mulher.
É isso mesmo: um dogma religioso é um dogma religioso, e quem diz sem hesitar «Eu sou católico!», aceita-o e ninguém tem nada a ver com isso!
Claro está que o facto de o preservativo ser a forma mais eficaz que actualmente se conhece para impedir nova infecções com o vírus da SIDA, não é para aqui chamado.
Claro está que a queima ritual de preservativos pela hierarquias católicas em África, onde a SIDA dizima centenas de milhar de pessoas, também não é para aqui chamado.
Nem sequer a taxa de novas infecções em Portugal - tantas entre jovens - e uma das maiores do mundo ocidental, é para aqui chamada.
Mas não vimos já que o «Catecismo» que proíbe o uso do preservativo é precisamente o mesmo que determina que «o prazer sexual é moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo»?...
Que melhor método haverá então para combater a disseminação da SIDA que não a... castidade?
E é assim mesmo: um dogma é um dogma, e um católico aceita-o incondicionalmente como componente essencial da sua religião e, contra tudo e contra todos, continua a dizer bem alto: «Eu sou católico!»
- Segunda Parte: O visionamento deste filme, que é absolutamente genial e que foi produzido e realizado pela «Monomito Argumentistas» para a campanha de prevenção da infecção pelo vírus da Sida lançada pelo «Alto Comissariado da Saúde».
- Terceira Parte: «DESAFIO AO LEITOR»
Que é este:
Quem é católico e quem, por isso, com orgulho, de cabeça erguida, com a certeza da dignidade das suas convicções, com a segurança da justeza dos seus critérios de ética e de respeito pela vida humana e, enfim, dos seus dogmas, diz, assim bem alto, «Eu sou católico!» quando lhe perguntam que religião professa
ou...
...mesmo até quando é posto perante a consideração civilizacional de que o prazer sexual é “moralmente desordenado”, mesmo quando é confrontado com a aceitação filosófica da pena de morte, ou com esta alucinada política genocida de proibição do uso do preservativo que o Vaticano persiste em impor em todos os cantos do mundo em que mantém alguma influência,
E um dogma é um dogma, que deve ser aceite sem pestanejar por quem é católico, enfim, por todos os que dizem «Eu sou católico!».
Repare-se até na forma inequívoca como esta determinação do «Catecismo» é um dogma como qualquer outro, e que não resulta sequer de quaisquer considerações de ordem moral ou até que se refira a “uma vida humana que deixa de existir”: é que o uso do preservativo está rigorosamente proibido em todas as ocasiões, mesmo até se a relação sexual ocorre durante o período infértil da mulher.
É isso mesmo: um dogma religioso é um dogma religioso, e quem diz sem hesitar «Eu sou católico!», aceita-o e ninguém tem nada a ver com isso!
Claro está que o facto de o preservativo ser a forma mais eficaz que actualmente se conhece para impedir nova infecções com o vírus da SIDA, não é para aqui chamado.
Claro está que a queima ritual de preservativos pela hierarquias católicas em África, onde a SIDA dizima centenas de milhar de pessoas, também não é para aqui chamado.
Nem sequer a taxa de novas infecções em Portugal - tantas entre jovens - e uma das maiores do mundo ocidental, é para aqui chamada.
Mas não vimos já que o «Catecismo» que proíbe o uso do preservativo é precisamente o mesmo que determina que «o prazer sexual é moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo»?...
Que melhor método haverá então para combater a disseminação da SIDA que não a... castidade?
E é assim mesmo: um dogma é um dogma, e um católico aceita-o incondicionalmente como componente essencial da sua religião e, contra tudo e contra todos, continua a dizer bem alto: «Eu sou católico!»
- Segunda Parte: O visionamento deste filme, que é absolutamente genial e que foi produzido e realizado pela «Monomito Argumentistas» para a campanha de prevenção da infecção pelo vírus da Sida lançada pelo «Alto Comissariado da Saúde».
- Terceira Parte: «DESAFIO AO LEITOR»
Que é este:
Quem é católico e quem, por isso, com orgulho, de cabeça erguida, com a certeza da dignidade das suas convicções, com a segurança da justeza dos seus critérios de ética e de respeito pela vida humana e, enfim, dos seus dogmas, diz, assim bem alto, «Eu sou católico!» quando lhe perguntam que religião professa
ou...
...mesmo até quando é posto perante a consideração civilizacional de que o prazer sexual é “moralmente desordenado”, mesmo quando é confrontado com a aceitação filosófica da pena de morte, ou com esta alucinada política genocida de proibição do uso do preservativo que o Vaticano persiste em impor em todos os cantos do mundo em que mantém alguma influência,
e que,
ainda assim, continua a proclamar, em consciência e bem ciente de que, como católico, pertence e faz parte integrante desta comunhão de princípios, e ainda que, cheio de «fé», grita orgulhosamente: «Eu sou católico!»
então,
então,
cá vai o DESAFIO:
- Que ponha o dedo no ar!!!
- Que ponha o dedo no ar!!!