sábado, 29 de setembro de 2007
É tão giro ser católico!
Noticia a BBC que Francisco Chimoio, arcebispo de Maputo e líder da Igreja Católica em Moçambique, afirma que os preservativos fabricados na Europa «são deliberadamente infectados com o vírus da SIDA» e que, como se não bastasse, até alguns medicamentos destinados a combater a doença são falsificados, unicamente com o objectivo de «exterminar rapidamente o povo africano».
Tudo isto porque, como é óbvio, o piedoso arcebispo não pretende nada mais que, independentemente da sua religião, todos os moçambicanos lhe dêem ouvidos – sendo certo que cerca de 17,5% dos moçambicanos são católicos – e impedir assim que usem preservativo quando têm relações sexuais, apesar de bem saber que essa é a forma mais eficaz que actualmente se conhece de combater a propagação desta autêntica peste dos nossos dias, desta imensa pandemia que é a SIDA.
De facto, é muito giro ser católico: num país em que mais de 16% da população está já infectada com HIV e onde todos os dias, dia após dia, são infectadas mais 500 pessoas, está acima de qualquer qualificação um energúmeno imbecil que obedece cegamente a uma determinação hierárquica autenticamente assassina, e que dá mais importância a um dogma religioso cretino e revoltante do que à própria vida humana.
É mesmo muito giro ser católico.
Mas, mais giro ainda do que ser católico, é saber que tudo isto acontece e, apesar disso, ser católico... «mesmo assim»!...