quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

 

Os Escuteiros



Baden-Powell
(22 de Fevereiro de 1857 – 8 de Janeiro de 1941)




Robert Stephenson Smyth Baden-Powell foi o fundador do movimento Escuteiro.
Por isso, o dia do seu nascimento é considerado «O Dia do Escutismo».

O Escutismo é um movimento de juventude destinado à «educação integral» dos jovens de ambos os sexos e baseado no voluntariado.
Em Portugal, a principal organização de escuteiros é representada pelo «Corpo Nacional de Escutas» (C.N.E.), que se assume como um movimento da Igreja Católica e que protagoniza o desenvolvimento dos jovens e a sua realização nas comunidades onde se inserem e a sua defesa da natureza e do meio ambiente.

Mas os objectivos que Baden-Powell tinha em mente quando criou o Escutismo ficam por aqui.
Porque, estranhamente, e apesar da proclamação de tão belos princípios, o Corpo Nacional de Escutas é uma organização de juventude que selecciona os jovens que queiram alistar-se nas suas fileiras quer pela sua orientação sexual, quer pelas suas crenças religiosas, não permitindo a entrada de crianças que não sejam católicas.

A esta crítica, os garbosos escuteiros respondem que existe «outra organização» similar, aberta às demais crenças religiosas, onde as crianças não-católicas se podem perfeitamente inscrever.
Até hoje, ainda não consegui que nenhum escuteiro percebesse que isso ainda é pior do que se houvesse somente uma única organização...

A fórmula da «promessa de escuteiro» é perfeitamente elucidativa quanto ao que é verdadeiramente importante para um escuteiro e quais as suas prioridades: cumprir os seus deveres para com Deus e com a Igreja.
O que, temos de convir, não abona nada em favor dos pais que inscrevem os seus filhos nos escuteiros, a quem desde pequeninos enfiam na cabeça que «a honra vale mais que a própria vida».
Quem sabe para prepararem uma reserva estratégica católica de honrados e fanáticos «bombistas suicidas».

A fórmula reza assim:
«Prometo pela minha honra e com a graça de Deus fazer todos os possíveis por: cumprir os meus deveres para com Deus; Igreja e Pátria, auxiliar o meu semelhante em todas as circunstâncias e obedecer à Lei do Escuta».

Provavelmente por causa da sua estreita ligação com a Igreja Católica, o movimento escuteiro é conhecido, para além dos preconceitos e discriminação que faz entre as crianças, também pela sua feroz homofobia.
De facto, nos últimos tempos têm sido conhecidos em todo o mundo inúmeros casos de crianças que, independentemente da sua idade, são sumariamente expulsas dos seus grupos de escuteiros apenas por se terem tornado suspeitas de serem homossexuais.

Os profundos traumas causados a essas crianças decerto constituirão também um objectivo primordial do movimento escuteiro.

Mas também os seus dirigentes são discriminados, pois geralmente não é permitida a permanência de pessoas que vivam em união de facto ou que se tenham divorciado.

Quando são acusados de discriminação (que é já tão conatural ao escutismo que por vezes até já se verifica mesmo entre os seus diversos movimentos e associações) os escuteiros invariavelmente respondem deste modo, que é sem dúvida esclarecedor:
«Desde quando é errado discriminar? Será que nos tornamos tão estúpidos que não vemos que a discriminação é praticada rotineiramente em todos os aspectos da vida? A Bíblia ensina que os cristãos discriminem em diversas áreas».

Os Escuteiros são ainda conhecidos por mandarem vestir fardas a crianças.
Decerto como corolário dos seus princípios de obediência incondicional, de subordinação e de abjecta submissão do indivíduo ao grupo e à comunidade onde se insere, e sempre em «comunhão eclesial».
Foi por estas e por outras que ficou célebre a definição do cómico brasileiro, Juca Chaves:
«Os escuteiros são um grupo de meninos vestidos de imbecil, comandados por um imbecil vestido de menino».




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