sexta-feira, 3 de novembro de 2006

 

O Sexo Para Além da Morte



Uma coisa é certa: a Eternidade é, de facto, muito tempo!

Por isso, é perfeitamente natural que tanta gente se preocupe como vai viver para além da sua morte.
Assim, não admira que o fundamento básico das religiões seja o medo, esse terrível pavor que as pessoas têm de morrer e que, por isso, o objectivo fundamental de todas elas seja precisamente a comercialização da vida eterna.

É assim que às pessoas que em vida «se portaram bem» e obedeceram aos mandamentos divinos, todas as religiões prometem uma vida eterna, um Paraíso concebido à medida da personalidade de cada um dos deuses que idolatram.

Por isso, e de acordo com o Deus que lá manda, a vida num Paraíso pode ser de uma grande animação ou, ao invés, de um aborrecimento e de um tédio terríveis.

Assim, desde logo não é de estranhar, por isso, que os devotos islâmicos que se façam explodir a si próprios no meio do inimigo entrem imediatamente no Paraíso e lhes sejam logo concedidas, ao que consta, 40 virgens a cada um.

O Corão descreve o Paraíso como um jardim esplendoroso, um oásis em que cada homem se pode casar com quantas mulheres bonitas lhe apetecer, todas elas virgens e criadas por Deus especificamente para o prazer dos homens, que as poderão desflorar sempre que quiserem que elas se manterão sempre virgens.
Numa palavra, um muçulmano que alcance o Paraíso passará a vida eterna num oásis a desflorar mulheres virgens.

Não encontrei qualquer referência no Corão a um Paraíso específico das mulheres, pelo que presumo que para Alá este seja também o conceito de Paraíso feminino.

Tal como acontece com os muçulmanos, também para os judeus o sexo não é encarado como um «pecado», ou uma coisa suja e anti-natural.
Assim, e como para o judaísmo a vida eterna é passada em corpo e alma, não é de estranhar que a noção de Paraíso judaico seja geralmente entendida pelos teólogos como admitindo perfeitamente a prática de relações sexuais entre os seus «habitantes».

Para os cristãos a coisa já é bem diferente:
Como para o cristianismo a noção de vida eterna passa também pela ressurreição do corpo no dia do «Juízo Final», desde logo também se colocou a questão da prática de relações sexuais entre os beneficiários do Paraíso cristão.

Mas logo Santo Agostinho veio a terreiro explicar como são as coisas.
Depois da ressurreição dos cristãos que mereçam a vida eterna, todos eles manterão os seus órgãos sexuais, embora somente por razões... estritamente estéticas.
O seu uso está absolutamente fora de questão!

No Novo Testamento um homem pergunta a Jesus Cristo com quem viverá no Paraíso um homem que se casou e enviuvou várias vezes e com qual das suas mulheres viverá a vida eterna.
A resposta de Jesus foi suficientemente esclarecedora: no Reino dos Céus ninguém se casará, pois todos viverão como anjos.

Mas será que os anjos têm relações sexuais?
Nem pensar!
Se para os cristãos o sexo é pecado, então o sexo pelo simples prazer não é mais do que uma abjecta depravação.
Por isso, e como para os cristãos o sexo não faz verdadeiramente parte da natureza humana e não se põe a necessidade da reprodução da espécie, está absolutamente posta de parte qualquer possibilidade de haver relações sexuais no Paraíso dos cristãos.

Em suma:
Se o Paraíso que está destinado a uma pessoa depende da religião que ela professa, talvez seja ocasião para muito boa gente equacionar o modo como pretende passar a vida eterna!...




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