quarta-feira, 4 de outubro de 2006

 

O Santo Padre



Leio no «Diário de Notícias» que a «BBC» divulgou a existência de um documento secreto do Vaticano, conhecido somente pelas mais altas hierarquias católicas, e que durante mais de 20 anos foi utilizado para instruir os bispos católicos sobre a melhor forma de ocultar e evitar acusações judiciais em caso de crimes sexuais praticados por membros do clero contra crianças.

Visava ainda o documento o encobrimento de padres pedófilos e a sua protecção no seio da Santa Madre Igreja.
De facto, a «BBC» descobriu nada menos do que sete padres católicos acusados de crimes sexuais contra crianças a viver pacificamente no Vaticano e a bom recato de pedidos de extradição.
Segundo um relatório da própria Igreja Católica americana, só nos Estados Unidos cerca de 4 mil padres foram acusados de abusos sexuais contra 10 mil jovens, na sua maioria crianças.

Confesso que não estou surpreendido!

Não estou surpreendido com esta autêntica filhadaputice do Vaticano, afinal bem típica da Igreja Católica Apostólica Romana.

Não estou surpreendido que este documento tenha sido produzido durante o pontificado de João Paulo II.

Não estou surpreendido que durante mais de 20 anos o homem encarregado de zelar pela obediência aos termos do documento foi o cardeal Joseph Ratzinger, mais conhecido hoje como o Papa Bento XVI.

Também não estou surpreendido com os fiéis e piedosos católicos que ao ler este texto estão já a encolher os ombros e a soprar um «pronto, lá está este gajo outra vez».
E que no final vão continuar a ser tão católicos como antes, todos a fazer de conta que nada se passou e a fingir que a sua complacência não os torna cúmplices destes facínoras, e sempre cada vez mais orgulhosos de pertencer a esta ilustre associação de malfeitores.
E até vão continuar a chamar a Bento XVI o «Santo Padre».

Não estou mesmo nada surpreendido...




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