segunda-feira, 9 de outubro de 2006

 

Deliver Us From Evil



No próximo dia 13 de Outubro vai estrear nos Estados Unidos o documentário «Deliver Us From Evil».
Espero bem que seja em breve também exibido em Portugal.

«Deliver Us From Evil», ou «Livrai-nos do Mal», é na realidade o título adequado para este documentário.
É a história do padre Oliver O’Grady, o mais famoso pedófilo da história da moderna Igreja Católica.

Completamente desprovido de sentido de moral ou de qualquer sentimento de vergonha ou culpa, o padre O’Grady usou o seu carisma e autoridade para violar dezenas de membros de fiéis famílias católicas por todo o Nordeste da Califórnia durante mais de vinte anos.

As suas vítimas vão desde um bebé de 9 meses (!) até a uma senhora de meia-idade, por sua vez mãe de um adolescente também por si violado.

Apesar de repetidos avisos e denúncias, a Igreja Católica conseguiu construir à volta de Oliver O’Grady uma protectora teia de mentiras que durante mais de duas décadas iludiu todas as críticas e o protegeu de quaisquer responsabilidades legais.
Documentos da própria Igreja Católica demonstram que desde 1973 o padre Oliver O’Grady violou e sodomizou impunemente um incontável número de crianças, com total e perfeito conhecimento dos seus superiores e das autoridades eclesiásticas católicas.

Enquanto isso, essas mesmas as autoridades eclesiásticas, com especial relevo para o Cardeal de Los Angeles, Roger Mahony, limitavam-se depois de cada escândalo a transferi-lo sucessivamente de paróquia para paróquia.
Apesar de em cada nova paróquia O’Grady uma vez mais começar tudo de novo.

Aliás, é sabido que a só Igreja Católica americana já gastou mais de mil milhões de dólares em acordos indemnizatórios extra-judiciais com vítimas de abusos sexuais para abafar os escândalos e proteger os padres envolvidos.

A autora deste notável documentário, Amy Berg, conseguiu localizar o padre Oliver O’Grady e persuadi-lo mesmo a participar nas filmagens.
O seu relato dos anos que passou nas diversas paróquias da Califórnia é arrepiante, e desprovido de qualquer remorso ou arrependimento.
Mesmo quando confessa abertamente aquilo a que chama «uma irresistível atracção sexual por crianças pequenas, mesmo bebés de poucos meses» e admite abertamente ter usado o ascendente moral que como padre tinha sobre as crianças das sucessivas paróquias por onde passava para depois as violar.

Eis um pequeno filme de uma entrevista com Amy Berg, a autora e realizadora do documentário:

Mais perturbadora será talvez a frieza com que o padre Oliver O’Grady calmamente declara que tem a consciência tranquila, e como se considera completamente perdoado pelos seus pecados uma vez que... os confessou já a um padre seu colega.

Resta dizer que ao fim de quase 30 anos de abusos e violações o Padre Oliver O’Grady foi preso e julgado pela justiça americana, e condenado a 14 anos de cadeia.
Depois de cumprir 7 anos dessa sentença foi libertado.
A Igreja Católica Apostólica Romana não o abandonou nesta sua desventura: transferiu-o para a sua Irlanda natal, onde agora uma vez mais apascenta em paz um novo rebanho.
De que obviamente fazem parte crianças de todas as idades...


Clique sobre a imagem à direita ->

para aceder ao site e ver um pequeno “trailer” do documentário que nos relata a mais obscura faceta deste nobre mensageiro de Deus, e nos desvenda que tipo de instituição é na realidade a Igreja Católica Apostólica Romana.


A que tanta gente ainda se arroga orgulhosamente de pertencer...




(Publicado simultaneamente no «Diário Ateísta»)




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