terça-feira, 19 de setembro de 2006
Não desista!
No «Prós e Contras» houve debate sobre o estado da educação em Portugal.
Mesmo tendo sido um debate quase sempre morno, serviu antes de mais para reafirmar o que aqui tenho dito sobre os diversos intervenientes nestas águas da educação, ultimamente tão agitadas:
Sobre o que tenho dito do notável trabalho que esta ministra tem desenvolvido e sobre uma coragem que raramente se tem visto em governantes portugueses.
Sobre os professores e a inércia com que lutam contra tudo o que lhes cheire a mudança ou a avaliação do seu desempenho.
E sobre o autismo com que sacodem a água do capote e se desresponsabilizam do atraso endémico de há décadas da educação portuguesa.
E sobre o autêntico desplante com que afirmam que o insucesso escolar de uma determinada disciplina não se deve ao professor abandalhado e que deu 40% das aulas que devia ter dado, porque, como toda a gente sabe,«a culpa» é da ministra.
E sobre a sua mais recente postura, como agora tanto tenho ouvido, de declararem alto e bom som e com um ódio previamente bem destilado, que «ai é assim que a ministra quer? Então a partir de agora estou-me nas tintas para isto!».
E, finalmente, sobre os sindicatos e o seu persistente anquilosamento ideológico.
E sobre a sua mais que suspeita intenção de nivelamento da classe dos professores pela mediocridade, sem perceberem que nos últimos anos mais não têm feito do que contribuir para o desprestígio - certamente injusto - da própria classe que era suposto representarem.
Por tudo isto, talvez não seja por demais repetir as palavras de Miguel Sousa Tavares aqui reproduzidas na semana passada:
- Senhora ministra: por favor, não desista!