quinta-feira, 13 de julho de 2006
A Rebaldaria
Segundo o «Correio da Manhã», dois terços dos alunos do 9º ano tiveram nota negativa nos exames de matemática, obtendo apenas um ou dois valores na escala de um a cinco.
Mas mais: não obstante uma ligeira melhoria em relação ao ano passado, ainda assim 13% das notas negativas não ultrapassaram sequer a nota mais baixa de 1 valor.
Perante estes resultados, que colocam Portugal entre os países do mundo com piores notas a matemática, a «Associação de Professores de Matemática» considerou que “a melhoria é positiva, mas apenas um caminho” e ainda que “a satisfação total só com 100% de positivas”.
Pois é.
Mas há muitas coisas que a «Associação de Professores de Matemática», os professores deste país e os iluminados sindicatos que os representam parecem desconhecer.
Desconhecem (ou muito corporativamente fazem de conta que desconhecem), e a título de mero exemplo, que a professora de matemática do ano passado da adolescente cá de casa faltava uma em cada três aulas.
Obviamente sem quaisquer consequências.
E que nas aulas que dava não explicava a ponta de um corno, conversava sobre banalidades a maior parte do tempo (que isto de dar aulas dá muito trabalho), e abespinhava-se mesmo com qualquer aluno que ousasse colocar-lhe uma dúvida.
Por isso, deve ter sido uma mera e singela coincidência que, de todos os alunos desta professora, foi precisamente a adolescente cá de casa a única que teve nota positiva no exame, e também por coincidência a única aluna que teve explicações particulares de matemática durante todo o ano.
À razão de 250 euros por mês!
Como é bom de ver, esta ilustre professora continuou este ano a dar aulas de matemática na mesma escola.
As faltas que deu durante todo o ano deverão ser provavelmente perdoadas se a professora teve o cuidado de «meter atestado», ou simplesmente ser descontadas nas férias.
Mas como a professora não é parva com toda a certeza, deve ter marcado as suas férias para Julho e Setembro, até porque em Agosto o Conselho Executivo dispensa particularmente a malta toda de ir à escola. E assim está tudo bem.
E durante este ano que agora acabou, esta iluminada profissional do ensino lá continuou a faltar impunemente às aulas, e a persistir no seu brilhante método pedagógico de ensino com o mínimo de esforço.
E lá continuou a criar mais uma geração de analfabetos em matemática, sem que ninguém se preocupe em avaliar o seu desempenho e a dizer-lhe que deveria era ir lavar escadas em vez de estar a dar aulas.
E assim, lá vai continuar a criar impunemente mais uma geração de analfabetos no próximo ano lectivo, e depois deste por mais alguns longos e felizes anos.
Sim, porque como já tem muitos anos de ensino, esta brilhante professora já tem alvará oficial para criar analfabetos:
É «efectiva» lá na escola!...