terça-feira, 9 de maio de 2006
Ou há moral... ou comem todos!
Resolvemos os dois ir ao Bingo das Amoreiras até à hora do cinema. Só para «bater umas bolas», como dizia o Zé.
A certa altura, no intervalo de duas jogadas, entram dois rapazes, aí na casa dos vinte e poucos, e sentam-se na mesa ao lado. Um deles levava um boné com um logotipo de uma marca de automóveis qualquer.
Aproximou-se logo o chefe de sala, a mandá-lo tirar o boné. Muito educadamente, diga-se de passagem.
Só que o rapaz não esteve pelos ajustes:
- Mas porque é que eu não posso estar de boné?
- Porque não pode estar na sala de cabeça coberta – retorquiu o chefe de sala pacientemente.
Mas o rapaz insistiu:
- Está bem; mas porque é que não posso estar na sala de cabeça coberta?
- Porque o regulamento não permite que as pessoas estejam de cabeça coberta a jogar nesta sala!
- E porque é que não permite?...
O que é certo é que com este tira-não-tira o chapéu, e com este tapa-destapa a cabeça, nada de começar a jogada seguinte.
E, como está bom de ver, logo começaram as bocas impacientes das pessoas, cada qual a tomar o seu partido: ora deixem o miúdo em paz, ora ponham-no mas é lá fora.
Como sempre, nestas situações aparece sempre alguém mais afoito e mais exuberante.
No nosso caso, mesmo à nossa mesa, estava um senhor muito bem posto: um fato com um corte distinto, relógio de ouro de marca e tudo. A coroar tudo isto, uma lindíssima cabeleira postiça, que lhe devia ter custado couro e cabelo.
Pois foi este nosso companheiro de mesa que se levantou e decidiu comandar as operações. Esbracejando exuberantemente, levantou a voz e anunciou para toda a sala:
- Ponham mas é o cabrão do puto lá fora e continuem a merda do jogo!
Foi então que o Zé não aguentou mais. Levantou-se também, pôs-se ao lado do homem e com aquele vozeirão com que ganhava a vida, declarou alto e bom som para toda a sala ouvir bem:
- Se não se pode estar nesta sala de cabeça coberta, o miúdo tira o chapéu; mas este cabrão tira também o capachinho!
E pronto!
A sala rebentou numa sonora gargalhada, a que o próprio chefe de sala não conseguiu resistir.
O nosso vizinho, corado até à raiz do capachinho, abandonou a sala a toda a pressa.
Menos de um minuto depois o jogo já tinha recomeçado.
E o rapaz continuou com o chapéu, claro está!
Como sempre, nestas situações aparece sempre alguém mais afoito e mais exuberante.
No nosso caso, mesmo à nossa mesa, estava um senhor muito bem posto: um fato com um corte distinto, relógio de ouro de marca e tudo. A coroar tudo isto, uma lindíssima cabeleira postiça, que lhe devia ter custado couro e cabelo.
Pois foi este nosso companheiro de mesa que se levantou e decidiu comandar as operações. Esbracejando exuberantemente, levantou a voz e anunciou para toda a sala:
- Ponham mas é o cabrão do puto lá fora e continuem a merda do jogo!
Foi então que o Zé não aguentou mais. Levantou-se também, pôs-se ao lado do homem e com aquele vozeirão com que ganhava a vida, declarou alto e bom som para toda a sala ouvir bem:
- Se não se pode estar nesta sala de cabeça coberta, o miúdo tira o chapéu; mas este cabrão tira também o capachinho!
E pronto!
A sala rebentou numa sonora gargalhada, a que o próprio chefe de sala não conseguiu resistir.
O nosso vizinho, corado até à raiz do capachinho, abandonou a sala a toda a pressa.
Menos de um minuto depois o jogo já tinha recomeçado.
E o rapaz continuou com o chapéu, claro está!