terça-feira, 4 de abril de 2006
A Intolerância Cor-de-rosa
Fui ontem convidado para participar num debate no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, subordinado ao tema do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Um convite que, como é óbvio, não deixou de me honrar pessoalmente.
Foi um debate interessantíssimo, moderado por um professor cuja competência foi ainda mais realçada por ser de opinião manifestamente contrária à minha.
As perguntas dos alunos, no final, revelaram um interesse, um conhecimento e uma abertura intelectual no meio Universitário que não deixou de me surpreender, até pela juventude dos intervenientes.
Poderia a discussão ter sido, porventura, mais interessante e esclarecedora, não fora uma outra interveniente, igualmente convidada pela Universidade, ter declinado o convite por se recusar terminantemente a participar num debate... em que eu estivesse.
Trata-se de uma deputada, eleita pelo Partido Socialista, de nome Maria do Rosário Carneiro.
Claro que não sei nem faço a mínima ideia (e também, a bem dizer, não quero saber), porque motivo a Srª. deputada não quis participar num debate em que eu estivesse presente.
Não terá sido, decerto, por qualquer tipo de temor intelectual.
Nem, com toda a certeza, por qualquer forma de discriminação.
Mas não deixa de ser curioso que esta ilustre deputada (para além de ser professora na Universidade Católica), foi presidente da «Rede Europeia de Comissões Parlamentares para a Igualdade de Oportunidades» e pertence agora à «Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias» da Assembleia da República.
Pela firmeza das suas convicções, estou absolutamente persuadido da competência, da imparcialidade, do extremo rigor e da eficácia com que esta deputada exerce os cargos para que foi eleita...