sexta-feira, 7 de outubro de 2005
A Vontade de Deus
Muitas vezes me interroguei sobre quais teriam sido os verdadeiros motivos que levaram o presidente norte-americano George W. Bush e toda a sua tenebrosa administração a invadir o Iraque, e a arrastar nessa loucura alguns dos seus mais fiéis aliados.
- Teria sido uma simples e mera vingança do 11 de Setembro, e a vontade de mostrar aos «red-necks» americanos que os terroristas não tinham ficado impunes?
Talvez.
- Seria não mais do que uma simples projecção pessoal e vontade de marcar o seu nome na História?
É bem possível.
- Nada mais do que proporcionar um gigantesco negócio à «Halliburton» e aos respectivos accionistas?
É muito provável.
Mas não!
Nada disso!
Finalmente sabemos a verdade!!!
Segundo revelaram Abu Mazen, o Primeiro-ministro palestiniano e o seu ministro dos negócios estrangeiros, Nabil Shaath, o presidente George W. Bush revelou-lhes já em Junho de 2003 que os verdadeiros motivos que o levaram a invadir o Iraque e a depor o infernal regime do torcionário Saddam Hussein não foram mais do que... a vontade de Deus!
E George W. Bush foi bem claro, quando lhes disse:
«Eu sou guiado por uma missão de Deus.
«Deus disse-me: George, vai e combate esses terroristas no Afeganistão.
«E foi o que eu fiz.
«E então, Deus disse-me: George, vai e acaba com a tirania no Iraque!
«E foi o que eu fiz.
«E agora, uma vez mais, eu sinto as palavras de Deus a dizerem-me: George, vai e dá um Estado ao palestinianos, dá aos israelitas a sua segurança e dá a paz ao Médio Oriente.
«E, por Deus, é o que eu vou fazer.
«Eu tenho uma obrigação moral e religiosa; por isso eu vou-vos dar um Estado Palestiniano».
Eu bem devia ter calculado!
De facto, a invasão de um Estado, ainda que ditatorial, feita à revelia dos mais básicos conceitos do Direito Internacional, os milhares e milhares de mortos que essa loucura já causou – e que todos os dias ainda causa – quer entre a tropas americanos e suas aliadas, quer entre o inocente povo iraquiano, e ainda as inimagináveis consequências que toda a população mundial vive quotidianamente como resultado desse delírio americano, não poderiam resultar da mera vontade de um simples homem.
Tudo isto só podia ser mesmo o resultado da... vontade de Deus!
Agora, só nos resta prepararmo-nos para o que, com toda a certeza, ainda por aí vem.
Porque uma coisa é certa, e os exemplos da História não faltam: quando um líder começa a dizer que o que anda a fazer lhe foi transmitido por Deus, isso não augura mesmo nada de bom!