sexta-feira, 8 de julho de 2005
O 7 de Julho
Os atentados de Londres do dia 7 de Julho, que foram reivindicados por uma facção da Al Qaeda, fizeram 37 mortos e mais de 700 feridos.
A Al Qaeda é uma organização terrorista, aparentemente hierarquizada na figura de Osama Bin Laden, que encontra os seus seguidores exclusivamente em países árabes e baseia a sua eficácia no fundamentalismo muçulmano.
Ora, vivem em toda a Europa milhões de cidadãos muçulmanos originários de países árabes.
Fugidos de uma vida sem futuro e da pobreza extrema dos seus países de origem, foram acolhidos na Europa como cidadãos de pleno direito.
Cruzam-se connosco na rua, trabalham ao nosso lado e os seus filhos estudam nas escolas com os nossos filhos.
Em paz.
Como iguais.
Porque todos os países europeus consideram como princípio fundamental e como sinónimo de Estado de Direito a proibição absoluta de qualquer forma de discriminação em razão de ascendência, raça, língua, território de origem, religião, etc.
E então, precisamente no dia em que a Europa acolhe uma reunião fundamental dos países mais ricos do mundo, e debate a ajuda urgente aos países mais pobres e carenciados, muitos deles maioritariamente muçulmanos, uma organização terrorista, composta por cidadãos de origem árabe e muçulmana, e que acolhemos na Europa como iguais e como cidadãos de pleno direito, uma vez mais viola a nossa confiança, quebra a nossa paz e mata as nossas crianças.
Confesso que não entendo muito bem qual o objectivo de todos estes ataques terroristas, a Nova Iorque, a Madrid e agora a Londres.
Mesmo do ponto de vista da Al Qaeda, não os consigo entender.
Estas mortes, o caos, a insegurança colectiva, a raiva profunda que suscitam, visam um objectivo, ou são o objectivo em si?
Mas, em todo o caso, uma coisa é certa:
É inevitável que os europeus comecem a associar os ataques terroristas aos muçulmanos e aos árabes.
A todos eles, sem qualquer distinção.
Então, as primeiras vítimas do terrorismo serão os próprios cidadãos originários de países árabes ou de religião muçulmana que vivem na Europa.
Porque os primeiros vencedores serão os sentimentos racistas e xenófobos que, não tenho qualquer dúvida, irão começar a prevalecer.
E então, paradoxalmente, este terrorismo, que provém de países árabes e muçulmanos terá finalmente vencido!
Porque todos os países europeus consideram como princípio fundamental e como sinónimo de Estado de Direito a proibição absoluta de qualquer forma de discriminação em razão de ascendência, raça, língua, território de origem, religião, etc.
E então, precisamente no dia em que a Europa acolhe uma reunião fundamental dos países mais ricos do mundo, e debate a ajuda urgente aos países mais pobres e carenciados, muitos deles maioritariamente muçulmanos, uma organização terrorista, composta por cidadãos de origem árabe e muçulmana, e que acolhemos na Europa como iguais e como cidadãos de pleno direito, uma vez mais viola a nossa confiança, quebra a nossa paz e mata as nossas crianças.
Confesso que não entendo muito bem qual o objectivo de todos estes ataques terroristas, a Nova Iorque, a Madrid e agora a Londres.
Mesmo do ponto de vista da Al Qaeda, não os consigo entender.
Estas mortes, o caos, a insegurança colectiva, a raiva profunda que suscitam, visam um objectivo, ou são o objectivo em si?
Mas, em todo o caso, uma coisa é certa:
É inevitável que os europeus comecem a associar os ataques terroristas aos muçulmanos e aos árabes.
A todos eles, sem qualquer distinção.
Então, as primeiras vítimas do terrorismo serão os próprios cidadãos originários de países árabes ou de religião muçulmana que vivem na Europa.
Porque os primeiros vencedores serão os sentimentos racistas e xenófobos que, não tenho qualquer dúvida, irão começar a prevalecer.
E então, paradoxalmente, este terrorismo, que provém de países árabes e muçulmanos terá finalmente vencido!