sexta-feira, 13 de maio de 2005
O Filho da Puta
Decerto estará na memória de todos o caso da pequena Vanessa que aos cinco anos foi brutalmente agredida pelo próprio pai.
Até à morte.
Teve agora lugar a missa do 7º dia da Vanessa.
Durante a homilia, o padre que oficiou essa missa – e cujo nome nem sequer é digno de ser aqui pronunciado – depois de bramar contra a sociedade que promove o uso do preservativo, declarou que «há mortes mais graves que outras» e que o aborto significa matar uma criança no seio materno e, por isso, é muito mais grave e violento do que assassinar uma criança de 5 anos.
Porque, disse este ilustre católico, uma criança de 5 anos já pode defender-se.
A indignação e a profunda náusea que estas palavras me causam está para além do que me é possível descrever.
Elas significam uma ofensa a toda a condição humana.
Significam uma ofensa à memória de todas as crianças brutalizadas, violadas e assassinadas por essa mundo fora.
Mas, até porque foram proferidas na própria missa que assinalava o 7º dia da sua morte, elas significam principalmente um ultraje à memória da pequena Vanessa, de cinco anos, morta à pancada, e cujo corpo apareceu a boiar no rio Douro.
Vai longe este padre!
A sua boçal forma de pensar e as palavras que produziu revelam um tipo de personalidade e uma forma de demência e de alienação místicas que, um dia, o levarão longe na hierarquia católica.
Por certo será em breve feito bispo e, logo depois, será provavelmente catapultado para o posto de cardeal.
E um dia, enfim, um conclave de filhos da puta assim formado, elegerá como Papa o melhor de entre eles...