terça-feira, 10 de maio de 2005

 

Fahrenheit 451


Pela mão deste amigo, chegou a minha vez de ser apanhado por este interessantíssimo desafio - Fahrenheit 451 - que anda há uns tempos por essa Blogosfera fora (já nem sei quem é o seu autor original).

Ao pensar nas respostas que me são pedidas sou assaltado por um sentimento de culpa, talvez mesmo uma espécie de vergonha, quando vejo como tenho lido tão pouco nesta última meia dúzia de meses.
Se calhar nem sequer «a falta de tempo» seja já a desculpa mais adequada. Mas o cansaço do trabalho, a televisão e até a porcaria do Blog são desculpas muito esfarrapadas, não são?...
Mas, de qualquer modo, aqui vai:


Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
Que livro quereria eu ser?
Eu sou o «Do Androids Dream of Electric Sheep?» de Philip K. Dick!

Já alguma vez ficaste apanhadinho por uma personagem de ficção?
É difícil ler Steinbeck sem ficar a ser amigo de cada personagem, que parece que ficamos a conhecer intimamente, ao ponto de anteciparmos as suas reacções e vivermos intensamente as suas vidas. E até de ficarmos com a sensação de termos perdido um amigo quando chegamos à última página do livro.

Mas se alguma vez uma personagem de ficção me deixou apanhadinho do miolo, foi o Deckard, o Blade Runner do filme de Ridley Scott (interpretado por Harrison Ford), e a sensação estranha com que ficamos no final da história de que, afinal, também ele é um «replicant».
E não o seremos todos nós?...

Qual foi o último livro que compraste?
Infelizmente talvez os últimos 10 livros que comprei são de direito.
Mas talvez isso não conte.
É pena, porque era muito bem feito compartilhar com os leitores deste blog a estopada da sua descrição...
Assim a meio termo, comprei o livro do Carlos Cruz «Preso 374» que li de um fôlego, angustiado com o estado da nossa justiça.
Depois, comprei o «Inside Out» do Nick Mason, o «The Colours of Infinity», de Ian Stewart e Arthur C. Clark, entre outros (e que vem acompanhado de um cd do David Gilmour) e o «Pink Floyd: The Press Reports» de Vernon Fitch (é proibido dizer coisas como «Pronto! Eu já sabia...»).
Comprei ainda «Uma Antologia» de W. B. Yeats, agora reeditada pela Assírio e Alvim e com uma brilhante tradução de José Agostinho Baptista. Mas confesso que ainda só li algumas páginas soltas.
Se também contar, ofereceram-me «O Sonhador Pragmático» de Melo Antunes, que está já na bicha para ser lido em breve.
Finalmente, não resisti a comprar o «Nus de Pessoas Famosas» de Jon Stewart, o apresentador do «Daily Show»

Qual foi o último livro que leste?
Se não contarmos com o «Código Da Vinci», de Dan Brown, li «Um Mundo Infestado de Demónios» de Carl Sagan e as «Cartas de Jack London».

Que livros estás a ler?
Essa pergunta é traiçoeira, porque sou levado a admitir que é o «Anjos e Demónios» do Dan Brown.
Mas também é verdade que em cima da mesa de cabeceira já está o «Memoria de mis putas tristes» de Gabriel Garcia Marquez, «A Minha História» de Hillary Clinton e, à procura de melhores dias, novamente o «Ulisses» de James Joyce, desta vez na tradução portuguesa, que a «brasileira» era uma merda.

Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Como não podia deixar de ser, o inigualável «Do Androids Dream of Electric Sheep?» de Philip K. Dick. Será que a ilha deserta tem dvd?
Depois, tinha de levar Eça de Queirós. Talvez «Os Maias» e «O Crime do Padre Amaro», sem dúvida exemplos do melhor que já se escreveu neste planeta.
Steinbeck também. Podia ser «A Um Deus Desconhecido» e, como é óbvio, o «Inverno do Nosso Descontentamento».
E como não podia deixar de ser, Somerset Maugham. O «Ah King!», claro.

A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e porquê?
Pessoas que merecem sofrer a minha vingança?
Deixa cá ver...

O Carlos Esperança – porque compartilhamos as mesmas veemências;
O João Costa – porque compartilhamos algumas veemências;
O Rodrigo Moita de Deus – porque não compartilhamos as mesmas veemências.




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