quarta-feira, 2 de março de 2005
A Pena de Morte
O Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América acabou de decidir por escassa margem (5 votos a favor e 4 contra) proibir a pena de morte para menores de 18 anos.
Esta medida tem, para já, o alcance imediato de salvar a vida de 72 jovens que neste momento aguardavam execução no «corredor da morte».
Só nos podemos congratular com esta medida, reveladora de uma humanidade que já julgávamos difícil de encontrar no sistema judicial americano.
Pois não consideramos todos nós o direito à vida um direito absoluto e fundamental das sociedades civilizadas?
Pois não somos todos nós contra o aborto, pelo menos como mera forma de controle rotineiro de natalidade?
Não somos todos nós contra a eutanásia e contra a pena de morte?
Ou não somos?...
Lembro-me de ter lido nos jornais, talvez há mais de 10 anos o seguinte caso passado na Alemanha:
Numa pequena cidade, uma mãe, viúva, reportou às autoridades policiais o desaparecimento da sua filha de 12 anos de idade.
Uma onda de solidariedade percorreu a comunidade: todos participaram nas buscas, fizeram-se batidas sistemáticas nos bosques próximos e inúmeros apelos em toda a comunicação social.
Até que os piores receios se confirmaram: foi encontrado o cadáver da criança, com sinais de ter sido repetidamente violada, e barbaramente torturada e seviciada até à morte.
Uma onda de indignação percorreu o país e todo o mundo.
Muito mais quando se descobriu que o culpado era um amigo da família, que se tinha mostrado publicamente chocado com a morte da miúda, e tinha até participado activamente nas buscas.
A mãe da criança assistiu a todas as sessões do julgamento do assassino.
Todos admiraram aquela mulher que, com uma inegável coragem, e sem pronunciar sequer uma palavra, foi ouvindo da primeira fila da sala de audiências, com um estoicismo admirável, a descrição de todos os pormenores médicos e forenses do caso.
De vez em quando chorava silenciosamente, e era tudo. Principalmente quando era mostrada uma fotografia ou era descrito um pormenor mais chocante do caso.
Mas nunca proferiu uma palavra.
Na última sessão do julgamento foi lida a sentença, que considerou o arguido culpado, e o condenou a uma pesada pena de prisão.
Foi então que a mãe da criança se levantou lentamente.
Meteu a mão dentro da sua mala e dela tirou um revólver.
Aproximou-se calmamente do assassino acabado de condenar e desfechou-lhe seis tiros à queima roupa, causando-lhe morte imediata.
De seguida, atirou a arma para o chão, levantou os braços e entregou-se à polícia.
Foi por sua vez julgada, poucos meses depois.
Requereu tribunal de júri.
No final do julgamento, a decisão unânime dos jurados: foi absolvida!
Pergunto-lhe agora, caro leitor:
Se tivesse feito parte daquele júri, qual teria sido a sua decisão?
Também teria absolvido a mulher?
Ou, pelo contrário, tê-la-ia condenado?
Na última sessão do julgamento foi lida a sentença, que considerou o arguido culpado, e o condenou a uma pesada pena de prisão.
Foi então que a mãe da criança se levantou lentamente.
Meteu a mão dentro da sua mala e dela tirou um revólver.
Aproximou-se calmamente do assassino acabado de condenar e desfechou-lhe seis tiros à queima roupa, causando-lhe morte imediata.
De seguida, atirou a arma para o chão, levantou os braços e entregou-se à polícia.
Foi por sua vez julgada, poucos meses depois.
Requereu tribunal de júri.
No final do julgamento, a decisão unânime dos jurados: foi absolvida!
Pergunto-lhe agora, caro leitor:
Se tivesse feito parte daquele júri, qual teria sido a sua decisão?
Também teria absolvido a mulher?
Ou, pelo contrário, tê-la-ia condenado?