terça-feira, 25 de janeiro de 2005
A Visão Amoral
O Cardeal Javier Lozano Barragan, presidente do Concelho Pontifício para a Saúde declarou ao jornal italiano «Corriere della Sera» que «a aceitação do uso do preservativo significa uma visão amoral da sexualidade e a aceitação de uma conduta libertária e libertina».
Perante estas declarações, o repórter daquele jornal perguntou ao ilustre prelado se não significaria um «mal menor» perfeitamente aceitável permitir o uso do preservativo a um homem infectado com o vírus da SIDA para assim impedir o contágio, por exemplo, à própria mulher com quem é casado.
Ao que o santo homem respondeu:
«Eu não quero falar de casos concretos hipotéticos, pois seria imprudente entrar em discussões teóricas sem conhecer as circunstâncias específicas de cada caso individual. Mas desde já repito: o uso do preservativo não pode ser moralmente aceitável».
O que me admira não são já as declarações dos responsáveis do Vaticano a este respeito.
Provavelmente será a longa abstinência sexual que lhes causará estes delírios...
Mas confesso que não entendo a complacência das pessoas que, em nome do Deus que partilham com esta gente, entendem e acham perfeitamente aceitáveis estas posições e, “quase instintivamente” e de uma forma incompreensivelmente acrítica, concordam com elas.
Mas que, afinal, por não terem sequer a dignidade de delas se demarcarem, acabam por ser cúmplices do autêntico genocídio que elas significam.