quinta-feira, 20 de janeiro de 2005
O Rei das Trapalhadas
É por demais evidente a táctica usada pelo PSD e por Santana Lopes para tentar desacreditar o Secretário Geral do PS, José Sócrates.
Decerto aconselhado pelo sobrinho do tio Olavo de alguém (que é já muito pouco original), Santana Lopes imita agora o seu mentor político George W. Bush na táctica que este utilizou para desacreditar John Kerry, que foi acusado de mudar frequentemente de opinião, uma mensagem que acabou por passar, e por produzir mortíferos efeitos nos resultados eleitorais.
Mas talvez em Portugal as coisas funcionem de maneira diferente.
Para já, porque a ânsia que Santana Lopes tem de atacar por tudo e por nada, tentando capitalizar politicamente tudo o que lhe vem à cabeça, também o leva a errar frequentemente e a proferir as maiores barbaridades. Em que, estou certo, nem ele próprio já acredita.
Desta vez, e como que em resposta às acusações das centenas de nomeações políticas que estão a ser feitas à última hora, Santana Lopes veio acusar José Sócrates de, na fase final do governo de António Guterres, e mesmo já após as eleições que deram a vitória a Durão Barroso, ter nomeado o seu ex-Chefe de Gabinete, Filipe Batista, como Inspector Geral do Ambiente.
Só que, uma vez mais, o Rei das Trapalhadas acabou por se dar mal: é que Filipe Batista foi efectivamente nomeado Inspector Geral do Ambiente, mas somente em Agosto de 2002, já pelo então ministro do PSD Isaltino Morais, tendo atravessado pela sua reconhecida competência o mandato de três ministros do PSD e um ministro do CDS.
Como é óbvio, o porta voz do PS exigiu do Primeiro-ministro um pedido formal de desculpas a José Sócrates e a Filipe Batista por esta infundada acusação, que a ambos mancha na sua honra e dignidade.
De facto, um pedido de desculpas por parte de Santana Lopes seria uma atitude inteligente, de grande verticalidade e honestidade pessoal e política, e inequivocamente reveladora de um elevado sentido de Estado.
Uma aposta que não o vai fazer!...