segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

 

A Conta


Em Janeiro deste ano a pequena Ana Raquel, de 10 anos de idade, entrou no Hospital Amadora-Sintra para fazer uma simples e rotineira operação às amígdalas.
Durante a operação foi administrada à Ana Raquel uma tal quantidade de “sódio hipertónico”, que lhe provocou lesões neurológicas irreversíveis, e que conduziu à sua morte.
Segundo o relatório da Inspecção Geral de Saúde (I.G.S.) esta administração «directa e excessiva» ocorreu porque alguém (que ainda não se conseguiu identificar) trocou os frascos do soro que estava a ser aplicado à criança.
Às três médicas envolvidas no caso, a I.G.S. imputa «comportamentos eventualmente infractórios»: a uma otorrinolaringologista, porque não compareceu no Hospital quando foi confrontada com o estado anormal da criança; a duas anestesistas, porque fizerem uma deficiente interpretação dos sinais já evidentes do estado da Ana Raquel, o que impediu qualquer possibilidade de reversão do seu estado clínico.

Quando, no próprio quarto da criança foi informado do trágico desfecho da operação à filha, o pai da Ana Raquel desmaiou por duas vezes, e teve de ser imediatamente assistido no local.
Depois, no próprio dia do funeral, o pai da Ana Raquel recebeu do Hospital Amadora-Sintra uma «nota de débito», informando-o que era devedor da quantia de € 20,10, que deveria pagar no prazo de 15 dias, referente à assistência que lhe tinha sido prestada no dia da morte da sua filha.

A eficiência dos nossos hospitais é, de facto, notável!



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