terça-feira, 23 de novembro de 2004

 

Um Grande Sarilho



Cronologicamente foi assim:
Primeiro surgiram rumores no «Expresso» de que o Governo previa a demissão de José Rodrigues dos Santos e de toda a Direcção de Informação da R.T.P.
Depois, houve um concurso para correspondente em Madrid, em que a Administração da R.T.P., num acto normal de gestão, nomeou a quarta classificada, a jornalista Rosa Veloso, de quem se diz ser amiga pessoal de Morais Sarmento e António Arnaut (embora, estou certo, isso nada tenha a ver com o assunto).
Face à recusa da Direcção de Informação em pactuar com esta situação e mesmo face à perspectiva da sua demissão colectiva, a Administração persistiu em manter a nomeação.
Almerindo Marques justifica-se agora que, com essa posição a Administração da RTP evitou que “um quadro importante” da empresa, que está “algures” se demitisse, o que seria um “grande sarilho”.
Um sarilho bem maior do que a demissão em bloco da Direcção de Informação, presume-se.

Por outras palavras, e só para ver se percebemos:

1 – Existe na RTP um “quadro importante”;
2 – tão importante, que não sabemos quem é, porque “é segredo”;
3 – mas que sabemos que está “algures”;
4 – sabemos que não é Almerindo Marques;
5 – mas que tem mais influência na nomeação dos correspondentes no estrangeiro do que o próprio Director de Informação e do que o próprio Conselho de Administração;
6 – e que, se as coisas não forem como ele quer, há “um grande sarilho”;
7 – ao pé do qual toda esta complicada situação, com audições parlamentares e tudo, é uma “brincadeira de crianças”;
8 – com esta atitude, a Administração brilhantemente e com muita competência, livrou a empresa desse grande “sarilho
9 – “sarilho” esse que para ser evitado pela Administração justificou mesmo a demissão em bloco da Direcção de Informação;
10 – não se explicando, contudo, se o “sarilho” era a nomeação de qualquer um dos três primeiros classificados
11 – ou se, pelo contrário, o “sarilho” era a não nomeação da quarta classificada;
12 – apesar de Almerindo Marques qualificar a sua decisão como “um simples acto de gestão de recursos humanos”...

É mais ou menos isto, não é?

Uma coisa é certa: Rui Gomes da Silva e Morais Sarmento devem estar a rir-se a bandeiras despregadas do veto presidencial ao projecto de lei da «Central de Informações»...



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