domingo, 14 de novembro de 2004
O Comício
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Terminou o congresso do PSD.
Embora fossem bem conhecedores do seu desempenho anterior – no partido e no governo – mas apesar disso de forma tipicamente acrítica (com a única excepção das críticas feitas aos críticos), os senhores congressistas lá fizeram a esperada e anunciada consagração comicial de Pedro Santana Lopes como líder partidário, todos a fazer de conta que isso significa simultaneamente a sua total legitimação política como primeiro-ministro.
Se bem me lembro, foi em plena campanha da sua autopromoção à presidência da república que Santana Lopes foi surpreendentemente confrontado com a súbita (e talvez indesejada) oferta em bandeja de prata do cargo de chefe do governo.
Embora fossem bem conhecedores do seu desempenho anterior – no partido e no governo – mas apesar disso de forma tipicamente acrítica (com a única excepção das críticas feitas aos críticos), os senhores congressistas lá fizeram a esperada e anunciada consagração comicial de Pedro Santana Lopes como líder partidário, todos a fazer de conta que isso significa simultaneamente a sua total legitimação política como primeiro-ministro.
Se bem me lembro, foi em plena campanha da sua autopromoção à presidência da república que Santana Lopes foi surpreendentemente confrontado com a súbita (e talvez indesejada) oferta em bandeja de prata do cargo de chefe do governo.
Talvez melhor conhecedor de Gil Vicente que de Chopin, Santana Lopes lá deverá ter pensado:
«Bem: antes quero burro que me leve que cavalo que me derrube».
E pronto: lá vai ele agora todo contente, montado no seu burrico, plenamente convencido que este congresso o transformou num primeiro-ministro “a sério”, decerto convencido que é agora “colega” de Berlusconi, Chirac, Zapatero, Blair, Schcroeder...
Mas só enquanto não cai do burro abaixo, claro.
A não ser que ele saiba, afinal, aquilo que é «areia demais para a sua camionete...».
«Bem: antes quero burro que me leve que cavalo que me derrube».
E pronto: lá vai ele agora todo contente, montado no seu burrico, plenamente convencido que este congresso o transformou num primeiro-ministro “a sério”, decerto convencido que é agora “colega” de Berlusconi, Chirac, Zapatero, Blair, Schcroeder...
Mas só enquanto não cai do burro abaixo, claro.
A não ser que ele saiba, afinal, aquilo que é «areia demais para a sua camionete...».