domingo, 17 de outubro de 2004

 

Não há dúvida que é o caso!

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Depois de sucessivos escândalos relacionados com práticas pedófilas, ocorreram finalmente uma série de mudanças na Igreja dos Estados Unidos.

Em primeiro lugar, foi decidido expulsar qualquer padre que se tenha tornado “notório” por, de forma reincidente, abusar sexualmente de menores.
A competência de decisão sobre os casos sem “notoriedade” foi atribuída aos bispos locais, que poderão agora decidir se o padre constitui uma ameaça às crianças, caso em que deverá ser expulso.
Caso contrário, poderá ser apenas transferido para outra diocese.

E o problema, claro, está resolvido.

Do mesmo modo, e na sequência dos sucessivos escândalos, o arcebispo de Boston, o cardeal Bernard Law renunciou ao cargo por causa de denúncias de abusos sexuais envolvendo padres da sua diocese.
Tendo, ao longo de vários anos, tomado conhecimento das denúncias, Bernard Law, este ilustre cardeal ignorou-as completamente.
Com excepção de alguns casos em que foi procedendo a transferências sucessivas de alguns padres de paróquia em paróquia, à medida que as denúncias se iam sucedendo.

Aliás, caso similar sucedeu com o arcebispo de Nova York, cardeal Edward M. Egan, enquanto serviu como bispo da diocese de Bridgeport, no Connecticut.

Exemplo paradigmático de um caso a que Bernard Law foi fechando os olhos desde 1984, foram os relatados “actos de compulsão sexual”, como lhe chamou a Igreja americana, que foram praticados pelo padre John Geoghan, que abusou de mais de 130 crianças, uma das quais com 4 anos de idade.
Este caso terá sido um dos que mais terá pesado nas pressões, principalmente dos media, que acabaram por ser determinantes para a demissão do cardeal.

Pergunta-se agora qual o paradeiro do cardeal Bernard Law e qual o seu destino, pessoal e eclesiástico, depois do seu desempenho como arcebispo de Boston e após a sua escandalosa demissão deste cargo.

Pois bem: o ilustre Cardeal Bernard Law foi agora nomeado, directamente pelo próprio papa João Paulo II, como arcipreste da Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, uma das igrejas mais importantes da capital italiana.

Este cargo, de enorme prestígio, é considerado uma recompensa de final de carreira e uma espécie de “reforma dourada” para os mais destacados, ilustres, fiéis e notáveis servidores de Sua Santidade.

Não há dúvida que é o caso!





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