domingo, 13 de maio de 2007

 

Diz que é uma espécie de religião monoteísta...



Faz hoje 90 anos que a Virgem Maria apareceu pela primeira vez em Fátima a três crianças.

Foi assim:
A Virgem Maria é a mãe de Jesus Cristo, de quem engravidou de Deus por obra e graça do Divino Espírito Santo.
Ou seja, e como é óbvio, a Virgem Maria é a mãe de Deus.
Por outras palavras, Jesus Cristo engravidou a sua própria mãe, e é por isso pai de si próprio. E já agora, filho de si próprio também.
Tudo isto, claro, por obra e graça de si próprio.

Tudo isto parece muito complicado, mas não é: basta pensar que a Virgem Maria é a mãe desta gente toda e pronto.
Caso contrário, ainda nos pomos para aí a congeminar sobre a rebaldaria incestuosa que isto parece.

Ou a pensar que Maria Madalena, que andava embrulhada com Jesus Cristo, isto é com Deus, era por isso sogra de si própria. Mas também como andava embrulhada com o pai daquele com quem andava embrulhada, ao mesmo tempo era também nora de si própria.

Mas se assim é, isto quer dizer que Maria Madalena é também nora da Virgem Maria, uma vez que andava embrulhada com o seu filho. Mas, enquanto andava embrulhada como filho, ao mesmo tempo andava também embrulhada com o pai, de quem a Virgem Maria tinha engravidado, o que faz supor que Deus, ou Jesus Cristo (é a mesma coisa), enquanto andava embrulhado com a Maria Madalena, dedicava-se a engravidar a Virgem Maria, isto é a sua própria mãe.
Enfim: uma embrulhada!

Pois bem:
Um belo dia a mãe de Deus resolveu vir ao planeta Terra transmitir uma mensagem aos humanos.
Andava preocupada com a gente, coitada.

E então, decerto persuadida da enorme importância desta divina mensagem, a santa progenitora escolheu como seus interlocutores nada menos do que três pastores analfabetos e meio atrasados mentais.
Nunca ninguém lhe perguntou a razão desta escolha. Mas da parte de quem gostava de aparecer às pessoas em cima das árvores, também nada é de estranhar.

Dado o inegável significado simbólico e atenta até a enorme relevância para a História da Humanidade, a mensagem foi de início considerada um segredo divino.
Só foi conhecida aos bochechos.
E depois de cuidadosamente dividida em três partes:

Na primeira parte, esta senhora «mais brilhante que o Sol» resolveu dedicar-se às banalidades. E lá entendeu dizer aos visionários que deviam rezar muito.
Sim, porque Deus gosta muito que lhe rezem. Faz-lhe bem ao ego, dizem.

Na segunda parte, resolveu dedicar-se às previsões e à futurologia. E lá entendeu por bem prever que a Guerra acabava nesse ano de 1917 e que os soldados portugueses já estariam de volta ao solo pátrio pelo Natal.
O pior foi que a I Guerra Mundial, a tal guerra de 1914-18 acabou, tal como o próprio nome indica, no ano de 1918.
Então não querem lá ver que a mãe de Deus se enganou, coitada?

Finalmente, a terceira e última parte a ser conhecida, aliás mais de meio século depois, fazia mais uma previsão. Desta vez de um atentado a um tipo vestido de branco, que toda a gente viu logo que era o Papa.
O pior é que as previsões que são conhecidas depois dos acontecimentos que predizem ainda são piores que os prognósticos feitos no fim do jogo.

Ou seja, quer isto dizer que, nesta insigne e extraordinária mensagem transmitida aos Homens, a mãe de Deus numa parte fez um prognóstico no fim do jogo, noutra disse uma banalidade e na terceira, coitadita... enganou-se!

Dizem que depois de morrer a Virgem Maria subiu ao Céu em corpo e alma.

Dizem que faz hoje 90 anos que começou este extraordinário fenómeno que todos os anos arrasta a Fátima milhões de pessoas para adorar e rezar à Virgem Maria e para comemorar e celebrar a extrema razoabilidade e a lucidez de tudo isto.

Dizem também que a religião católica é monoteísta...




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