quinta-feira, 6 de janeiro de 2005

 

A Herança


No «Boletim Económico» hoje apresentado, o Banco de Portugal revê em baixa a estimativa de crescimento económico para 2005, passando de 1,75 para 1,6 por cento, podendo ser ainda inferior.
O Governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, afirmou durante a apresentação que «chegou a hora da verdade» para reduzir o défice orçamental, que nos últimos três anos tem apresentado défices do P.I.B. próximos dos 5% quando descontadas as receitas extraordinárias (expediente a que recorreram Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix).
Vítor Constâncio manifestou-se ainda surpreendido com o desempenho dos sucessivos governos, que assumiram que seria possível a manutenção da actual situação orçamental, e declarou que acha «estranho» que durante tanto tempo se tenha pensado que todos os anos se poderia recorrer a receitas extraordinárias de montante próximo de 2% do PIB.

O Governador do Banco de Portugal referiu ainda que provavelmente só dentro de três anos será possível a Portugal apresentar um défice «claramente abaixo» do limite de três por cento imposto pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento, tanto mais que o objectivo de crescimento de 2,4% previsto para 2005 pelo Governo é claramente irrealista e substancialmente inferior ao crescimento de 1,6% previsto pelo Banco de Portugal.

Ou seja: já não nos bastava termos estado nos últimos três anos a pagar a «herança socialista». Chegou agora a vez de nos próximos três anos pagarmos a «herança social-democrata».



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