segunda-feira, 6 de dezembro de 2004

 

A Natureza do Partido


O secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, admitiu hoje que os social-democratas não excluem a hipótese de constituir uma plataforma eleitoral com outros partidos ou movimentos cívicos.
Mas, afirma, somente "por uma questão de humildade, moralidade política e coerência", já que «está mais na natureza do partido ir a eleições sozinho».
As palavras de Miguel Relvas são altamente reveladoras: na verdade, só um partido fraco e com uma liderança moribunda e desacreditada pode contrariar “a sua natureza”.
Uma liderança credível nunca o faria.
Um partido forte nunca o permitiria.

As consequências foram imediatas: embora ninguém tenha dúvidas de que as próximas eleições poderão muito bem significar o esvaziamento político do PP, de imediato Paulo Portas veio a terreiro afirmar que, se a avaliação da oportunidade de uma coligação pré-eleitoral não está ainda feita, uma certeza existe já: só será encarada a hipótese de formação de listas conjuntas se os sociais-democratas garantirem ao PP pelo menos 14 candidatos em lugares elegíveis. Precisamente o mesmo número de mandatos que actualmente possui na Assembleia da República.

Como nem o PSD nem o PP quererão pôr em causa os lugares dos respectivos dirigentes na Assembleia da República, vai ser muito interessante assistir às reuniões dos dois partidos para a distribuição de lugares elegíveis nos diferentes círculos eleitorais, de forma a acomodar pelo menos 14 lugares elegíveis para o PP.
Mas vais ser muito mais interessante saber até que ponto o PSD estará disposto a ceder.



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